Arquivo mensais:outubro 2010

Feira do Livro de Frankfurt começa hoje e apresenta o maior livro do mundo

Nos tempos do e-books, em que um livro cabe num celular, a 62ª Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, abriu suas portas ao público apresentando justamente o contrário: um gigantesco livro feito de… papel. A obra “de Itu” tem 128 páginas e foi editada pelo australiano Gordon Cheers. Como todos os anos, os editores da L&PM estão em Frankfurt para ver de perto não apenas essa atração, mas principalmente para conhecer os últimos lançamentos da literatura mundial, fazer contatos com agentes, trocar experiências e trazer novidades para os leitores do Brasil. A Feira do Livro de Frankfurt é o maior e mais tradicional encontro de editores, livreiros, agentes, produtores e autores do mundo. E vem acontecendo há mais de seis décadas. Este ano, o país convidado é a Argentina e, em 2013, como já contamos aqui há alguns meses, será o Brasil.

Livro gigante foi mostrado na abertura da Feira do Livro de Frankfurt - Foto: Johannes Eisele/AFP

 

A biblioteca virtual de Paul McCartney

Finalmente foram confirmados os shows de Paul McCartney no Brasil. Os fanáticos seguidores do ex-Beatle estão ansiosos pela chegada do grande dia.  Serão dois shows: dia 7 de novembro em Porto Alegre e no dia 21 em São Paulo.

Foi divulgando recentemente que a empresa HP, junto com a companhia do ex-Beatle Paul McCartney, vai digitalizar a biblioteca do músico. Coleção de imagens, ilustrações, pinturas, filmes e vídeos, assim como algumas das canções mais populares da história, vão estar disponíveis nesta biblioteca virtual.

Aproveitamos para compartilhar algumas fotos do músico em momentos de leitura. Tentamos encontrar o que ele está lendo agora. Não descobrimos, mas em uma entrevista ao site Clash Music Paul afirma ser “leitor de nivel A” .

Será que os meninos de Liverpoool devoravam livros?

The Beatles em momento de leitura/Flickr.com

Tango e literatura

O vídeo acima é da banda Gotan Project, que chega mais uma vez ao Brasil neste mês. O trio se apresenta no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Porto Alegre. A turnê divulga o mais recente álbum “Tango 3.0”. Formado pelo francês Philippe Cohen Solal, pelo guitarrista argentino Eduardo Makaroff, e pelo músico e programador suíço Christoph Muller, o grupo musical reúne três amigos de diferentes países, que têm em comum a paixão pelo tango, o jazz e a música eletrônica. Confira a programação:

GOTAN PROJECT NO RIO DE JANEIRO

Quando: 06/10, a partir das 22h
Onde: Vivo Rio (Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo)
Quanto: R$ 220 (camarote A), R$ 150 (camarote B e setor 2), R$ 80 (frisas em pé), R$ 250 (vip premium), R$ 200 (setor vip), R$ 180 (setor 1), R$ 100 (setor 3); há meia-entrada para todos os setores
Ingressos: pelo site www.ingressorapido.com.br, pelo telefone 4003-1212 e nos pontos de vendacadastrados

GOTAN PROJECT EM SÃO PAULO

Quando: 07/10, a partir das 22h
Onde: HSBC Brasil (Rua Bragança Paulista, 1281, Chácara Santo Antônio)
Quanto: R$ 300 (camarote e setor vip), R$ 250 (frisas e setor 1), R$ 150 (cadeira alta e setor 2), R$ 350 (super vip), R$ 100 (setor 3) e R$ 280 (camarote inferior); há meia-entrada para todos os setores
Ingressos: pelo site www.ingressorapido.com.br, pelo telefone 4003-1212, na bilheteria da casa e nos pontos de venda cadastrados

GOTAN PROJECT EM SALVADOR

Quando: 13/10, a partir das
Onde: Teatro Castro Alves (Praça Dois de Julho, s/n)
Informações: www.tca.ba.gov.br

GOTAN PROJECT EM PORTO ALEGRE

Quando: 15/10
Onde: Teatro do Sesi (Av. Assis Brasil, 8787, Sarandi)
Informações: www.centrodeeventosfiergs.com.br

O que isso tem a ver com a L&PM?  O tango também está presente no nosso catálogo de publicações. Como falamos anteriormente aqui no blog a L&PM acaba de relançar o livro As veias abertas da América Latina, de Eduardo Galeano. A tradução foi realizada por Sergio Faraco, um dos grandes contistas brasileiros. Faraco recebeu o Prêmio Nacional de Ficção, atribuído pela Academia Brasileira de Letras à coletânea Dançar tango em Porto Alegre como a melhor obra de ficção publicada no Brasil em 1998.

Quer mais tango?  Publicamos também a obra Tangos&Tragédias em quadrinhos.

Já está ensaiando os passos?

O romance de Agatha Christie com William Shakespeare

Acaba de chegar à L&PM o livro Ausência na primavera de Mary Westmacott, pseudônimo escolhido por Agatha Christie para publicar uma série de romances escritos entre 1930 e 1956.  Poucos conhecem este outro lado da Rainha do Crime. O livro, publicado em 1944 na Inglaterra, explora a alma humana, seus conflitos e emoções.

Uma curiosidade interessante desta obra: Agatha buscou em William Shakespeare inspiração para o romance. Além do Soneto 98 From you I have been absent in the spring, que dá nome ao livro, há várias citações de Shakespeare na trama. “O mercador de Veneza”, “Cimbeline” e os Sonetos 18 e 116 estão por lá. Um dos personagens centrais da trama, chama-se…adivinhem! William! Seria uma homenagem? A escritora Paula Taitelbaum fez uma tradução livre do soneto 98. Deleitem-se!

 

Soneto 98 – De você estive ausente na Primavera

 

De você estive ausente na Primavera

Quando abril chegou e despediu-se de suas heras

Vestindo com espírito jovem tudo o que via

Rindo e saltando como se Saturno fosse pura alegria

 

Tão indefinível o quente canto adocicado das aves

O odor e a cor das flores que surgiam suaves

Nenhuma história de verão poderia isso contar

Pois seu orgulho a brandura do colo iria arrancar

 

Nem mesmo sei por que o lírio branco eu escolhi

Por que a vermelhidão da rosa eu não preferi?

Troquei a doçura pela soma do prazer

Terminamos em empate, ser versus não ser

 

No entanto, o inverno ainda geme e você continua ausente

Somente sua sombra brinca em minha frente

“As veias abertas…” fora da América Latina

O clássico livro de Eduardo Galeano, As veias abertas da América Latina, que acaba de ser relançado em formato convencional e pocket pela L&PM (com nova tradução, nova introdução do autor e índice analítico) já foi, segundo o próprio Galeano, publicado em 28 países diferentes. Aqui você vê algumas das capas que andam pelas livrarias do mundo…

Na Austrália com leão de inspiração aborígene:

Na Alemanha com foto de Galeano jovem:

No Reino Unido em versão pop:

Na França em edição pocket:

Capote e Bukowski na The Paris Review

Qual foi a idéia que deu inicio à trama do livro? O escritor buscou conhecer pessoas para criar o personagem? Quando escreve, o que faz?

Algumas respostas estão no novo site da publicação literária The Paris Review. A revista reuniu em um grande arquivo entrevistas com grandes escritores como Ernest Hemingway, Ralph Ellison, Jorge Luis Borges, entre outros. Estão por lá, também, artigos sobre autores publicados pela L&PM, como Charles Bukowski e Truman Capote. Vale a pena conferir.

Encontrei o Leonardo!

Por Paula Taitelbaum*

Enquanto leio o primoroso Roubaram a Mona Lisa! de R. A. Scotti (você não leu? Tá esperando o quê?) descubro, além de um livro muitíssimo bem escrito – sobre o verídico roubo do quadro mais famoso do mundo em 1911 – que alguns personagens das belas artes mundiais possuem um lado que eu desconhecia. Primeiro, deparei com um Picasso que envolvia-se com freqüência em furtos de obras de arte: “No final da audiência, Picasso, que havia comprado as peças roubadas, foi liberado depois de assumir o ato e ser alertado para que não saísse de Paris”. Depois, fiquei sabendo que Leonardo da Vinci arrasava os corações de Florença com um rosto que tinha uma beleza “fora do comum”. Para mim, a imagem que surgia ao ouvir falar do mestre da Vinci era a de um velho homem de nariz adunco, muitas rugas e vasta cabeleira – e não a figura do titã de cabelos louros e encaracolados que lhe caiam sobre os ombros despertando suspiros nas donzelas. Confesso que duvidei. E por isso fui ao Google procurar algo que pudesse atestar a beleza do pai da Mona Lisa. O que encontrei foi o vídeo produzido pelo TED – Ideas worth spreading. É uma micro palestra do artista Siegfried Woldhek sobre o verdadeiro rosto de Leonardo da Vinci. Muito bom!

Este texto foi originalmente publicado em março de 2010, mas como considero esse livro e esse vídeo imperdíveis, decidi postá-lo novamente.

Paula é jornalista, escritora e coordenadora do Núcleo de Comunicação L&PM

Nós e “As veias abertas…”

Por Ivan Pinheiro Machado 

Conheci Eduardo Galeano na Feira Internacional do Livro de Frankfurt, em 1976. Era minha primeira vez em um evento como este e eu, muito jovem, representava uma editora que tinha apenas um livro. Lembro que Millôr Fernandes me levou ao aeroporto do Galeão e disse: “o Gasparian vai estar neste vôo”. Fernando Gasparian, que faleceu em 2006, era o dono da Editora Paz e Terra e foi, além de uma extraordinária figura humana, um dos maiores editores do Brasil. Seu lugar na história das lutas democráticas nos anos 70 está garantido. Além de editor de livros, Gasparian foi dono do célebre jornal “Opinião” e um dos donos do não menos célebre “O Pasquim”. Pois bem, encontrei Gasparian no avião, me apresentei e conversamos durante muitas horas até que, quando chegamos a Frankfurt, fomos juntos procurar um hotel. Instalados, nos encontramos na Feira, onde Fernando me apresentou Eduardo Galeano. Naquele ano, a Feira Internacional do Livro de Frankfurt se posicionava politicamente ao homenagear a literatura Latino-americana – época em que a América do Sul era 100% tomada por ditaduras militares. Todos os grandes autores, com exceção de Jorge Luis Borges, estavam lá: o colombiano Gabriel García Marquez, o peruano Mario Vargas Llosa, o paraguaio Augusto Roa Bastos, o argentino Julio Cortázar, o chileno José Donoso, os uruguaios Eduardo Galeano e Mario Benedetti, os brasileiros Jorge Amado, Thiago de Mello e muitos outros. Houve várias manifestações e uma histórica mesa redonda com todos os escritores importantes num auditório lotado por mais de 2.000 pessoas. 

Hoje, primeiro de outubro, a L&PM está lançando uma nova edição de “As veias abertas da América Latina”. Com nova capa, nova tradução e índice analítico, “As veias abertas…” vem juntar-se à totalidade da obra de Eduardo Galeano editada pela L&PM. 

Estamos muito orgulhosos. “As veias abertas da América Latina” vendeu milhares de exemplares em todo mundo. Líamos este livro na década de 70, em espanhol, pois esteve quase 10 anos proibido no Brasil. É um inventário da espoliação, da colonização e da predação europeia e norte-americana na América Latina. Em seu prefácio, escrito especialmente para esta edição, Galeano diz, em 2010, que lamenta que o livro não tenha perdido a atualidade… Apesar destes tempos neoliberais, “As veias abertas…” segue tendo muitos leitores. Afinal, as novas gerações querem conhecer este clássico e este lado sombrio da nossa história. 

O tradutor de "As veias abertas..." Sergio Faraco, Eduardo Galeano e os editores da L&PM Ivan Pinheiro Machado e Paulo de Almeida Lima