Van Gogh feito de flores

A Holanda é um país reconhecidamente florido, onde os cidadãos levam suas flores muito a sério – todas as flores, não apenas as tulipas. Tanto é assim que, anualmente, desde 1936, na cidade holandesa de Zundert, acontece o Zundert Flower Parade. É um florido evento que ocorre sempre no primeiro domingo de setembro e onde, pelas ruas, carros alegóricos montados com centenas (ou seriam milhares?) de dálias arrancam suspiros emocionados dos espectadores. Tradicionalmente, o desfile é executado inteiramente por voluntários e é considerado como a maior procissão de flores do mundo. Em 2015, foram 19 equipes foram inspiradas no pintor Vincent Van Gogh que, aliás, nasceu em Zundert.

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E por falar em Van Gogh, para início de outubro está prevista a chegada de Cartas a Theo, seguido de Biografia de Vincent Van Gogh por sua cunhada Jo Van Gogh-Borger e mais Cartas de Theo a Vincent e Cartas de Vincent a Émile Bernard. Livro que reúne as principais fontes primárias que são fundamentais para a compreensão e o estudo da vida e da obra de Vincent Van Gogh (1853-1890)

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O grande show do “pop star” da arte moderna

Poucas pessoas imaginariam que, dentro daquele caminhão atolado na lama do Parque Ibirapuera, no chuvoso inverno de 1953, enrolado e acondicionado num enorme tubo de metal, estava o quadro que se tornaria um dos mais emblemáticos, populares e representativos da pintura universal em todos os tempos. O caminhão atolado transportava nada mais nada menos do que o imenso quadro Guernica de Pablo Picasso (1881 – 1973), que juntamente com mais cem quadros comporia a mostra especial sobre Picasso na 2ª Bienal de São Paulo. Através de uma conexão do legendário Ciccillo Matarazzo diretamente com Picasso e seus amigos, Alfred Barr Jr., o diretor do MoMA, a contragosto, concordara em emprestar o quadro à Bienal de S. Paulo. Na época, Picasso deixara a guarda do quadro com o MoMA de Nova York, do seu amigo Barr Jr., com a condição de que fosse entregue ao governo espanhol quando a Espanha tivesse retornado à plena democracia. Guernica foi pintada em plena Guerra Civil, para o estande espanhol na Exposição Internacional de Paris em 1937. Picasso revelava ao mundo o horror diante do bombardeio da aviação nazista que destruiu aldeia de Guernica, no país Basco.

Guernica em exposição na Bienal de Arte de São Paulo de 1953. Na foto, Ciccillo Matarazzo, responsável por trazer a obra de Picasso, em destaque ao lado de Juscelino Kubitschek

Guernica em exposição na Bienal de Arte de São Paulo de 1953. Na foto, Ciccillo Matarazzo, responsável por trazer a obra de Picasso, em destaque ao lado de Juscelino Kubitschek

Guernica  retornou à Espanha em 1981, depois do fim da ditadura do generalíssimo Franco, quando se consolidou a democracia espanhola seguindo à risca o desejo de Picasso. Hoje, o enorme quadro de 3,50 metros por 7,80 metros, além de mais de uma centena de estudos, gravuras e quadros a óleo, fazem parte do acervo do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, um anexo do célebre Museu do Prado.

A exposição “Picasso e a modernidade espanhola”, que encerrou nesta segunda-feira no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro foi justamente uma seleção do acervo do museu Reina Sofia.

A entrada da exposição

A entrada da exposição

Como em todos os eventos que expõe “Picassos” pelo mundo afora, as filas quilométricas e permanentes davam voltas na quadra do CCBB Rio. E para dar chance a todos de verem o grande acontecimento cultural do ano, a direção do Centro Cultural permitiu que a visitação no fim de semana começasse às 9 horas da manhã de sábado e só encerrasse no domingo às 21 horas. Turistas e cariocas tiveram o privilégio de ver Picasso por toda a noite e a madrugada de sábado para domingo.

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Os esboços de Guernica, duas dezenas de quadros da última fase de Picasso e dezenas de exemplares da maravilhosa série de gravuras conhecida como Suite Vollard procuram mostrar ao público a explosão criativa que cercou a concepção de Guernica. A curadoria da exposição buscou fazer um contraponto e situar Picasso em meio aos pintores que fizeram a importante escola espanhola da primeira quadra do século XX.

Além das telas de Picasso, os visitantes puderam passear virtualmente pela Guernica

Além das telas de Picasso, os visitantes puderam passear virtualmente pela Guernica

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“Cabeça de cavalo”, um dos destaques da exposição

Fomos brindados com três quadros do grande pintor cubista Juan Gris (1887-1927), um espetacular e imenso quadro de Juan Miró e mais duas dezenas de pintores espanhóis menos conhecidos do público brasileiro. A exceção é um quadro (modesto) do célebre Salvador Dali que, paradoxalmente, sempre apoiou o ditador Francisco Franco.

Está à venda na livraria do CCBB um belíssimo livro sobre a exposição, contextualizando as escolhas do curador, a história e um estudo biográfico de Picasso e pequenas biografias de todos os artistas expostos. A exposição esteve em São Paulo de 25 de março a 8 de junho de 2015 e no Rio de 24 de junho a 7 de setembro. Foram milhares de visitantes motivados pela entrada grátis e pela celebridade de Picasso, o grande “pop star” das artes. Tudo graças a um enorme esforço de dezenas de instituições públicas e privadas. Mas terá valido a pena, pois nada é mais civilizatório do que este contato direto com a grande arte. (Ivan Pinheiro Machado)

Uma janela para Eduardo Galeano e suas Mulheres

Eduardo Galeano era feito de histórias. Na verdade, um passarinho contou a ele que todos somos feitos delas. O escritor uruguaio costumava falar isso em público, com seu jeito carinhoso e poético.

Em abril deste ano, Galeano partiu deixando saudades. Nesta quinta-feira, 3 de setembro, ele estaria completando 75 anos.

Para marcar a data, Eric Nepomuceno, escritor, tradutor, amigo pessoal de Galeano e responsável por trazer suas obras ao Brasil, prestará uma homenagem, às 20h na Casa do Saber. É um encontro que ganhou o nome de “Uma janela para Eduardo Galeano” e que vai celebrar a prosa poética, o olhar apurado e dedicado sobre a América Latina e também a maneira como encarou Galeano mundo (ao mesmo tempo ampla e detalhista).

O encontro tem previsão de durar uma hora e maiores informações pelo telefone 2227-2237.

E é também no aniversário de Eduardo Galeano que a L&PM está lançando oficialmente a nova edição de Mulheres, ampliada e com novo projeto gráfico. Na verdade, um novo livro. 🙂

“Essa mulher é uma casa secreta. Em seus cantos, esconde vozes e guarda fantasmas.”

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Simples assim: Martha Medeiros responde

A capa do Segundo Caderno do jornal Zero Hora desta quarta-feira, 2 de setembro, é toda dedicada a escritora Martha Medeiros e a seu novo livro Simples Assim, que acaba de sair pela L&PM Editores. Na matéria, Martha responde quatro perguntas de seus leitores. Clique sobre a imagem para ler:

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Clique sobre a imagem para aumentar

A Coleção L&PM Pocket está no Parque da Mônica

Foi inaugurada esta semana a nova loja do novo Parque da Mônica que tem 295m2 e oferece cerca de mil produtos licenciados com a marca Turma da Mônica. Entre eles, estão os pockets da turminha que são publicados na Coleção L&PM Pocket.

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O Parque da Mônica ocupa um espaço de 12 mil m² no Shopping SP Market, na Zona Sul da cidade. Entre as 22 atrações oferecidas estão alguns clássicos, como o Ce-Bolinhas (espécie de tiro ao alvo com bolinhas macias) e o show da Turminha, e novidades como uma roda-gigante que garante visão panorâmica da Vila da Mônica; casas cenográficas da personagem central, Cebolinha, Cascão e Magali com diferentes atividades; a Montanha-Russa do Astronauta, o Horacic Park (um passeio de barco pela Pré-História) e o Briquedão da Turma do Chico Bento (com túneis, escorregador e rede para escalada). O foco principal são crianças entre 4 a 14 anos, mas os pequenos também terão espaço em diversos brinquedos, como o Carrossel da Mata e o Parquinho da Turma da Mônica Baby, desde que acompanhadas pelos pais.

Conheça todos os pockets da Turma da Mônica publicados pela L&PM.

 

Neto de Agatha Christie abre álbum de fotos da avó e revela imagens raras

Começa nessa quarta-feira, 26 de agosto, em Londres, a exposição “The Agatha Christie: Unfinished Portrait” (Agatha Christie: retrato inacabado) que abre o álbum de fotos pessoais da famosa escritora britânica e revela imagens nunca antes vistas. A mostra faz parte das comemorações dos 125 anos de nascimento da Rainha do Crime que acontece em 15 de setembro. Neste vídeo da CNN, o único neto da escritora, Mathew Prichard, fala sobre a exposição e mostra algumas imagens.

Depois de Londres, a exposição segue para Torquay, cidade natal de Agatha Christie.

Veja os livros da Série Agatha Christie L&PM.

Cidade romena ofereceu passagem de graça aos que apresentassem livros

Victor Miron é um jovem romeno apaixonado por livros que mora na cidade de Cluj-Napoca, no noroeste da Romênia. E foi dele a brilhante ideia de oferecer passagem de ônibus gratuita para aqueles que entrassem no coletivo com um livro nas mãos. Victor apresentou a ideia para o prefeito da cidade, Emil Boc, que postou a ideia no seu próprio Facebook. Foram tantas as respostas positivas que, um ano depois, o prefeito tirou o projeto da pauta e o colocou em prática. Assim, entre os dias 4 e 7 de junho de 2015, os que entravam no ônibus com um livro e o liam durante a viagem ganhavam passagem livre.

O projeto coincidiu com uma série de eventos que tem como objetivo fazer com que Cluj-Napoca ganhe o título de Capital Europeia da Juventude de 2015.

Além da passagem grátis para leitores, outras iniciativas para promover os livros aconteceram na cidade como uso de autocarros elétricos com citações de autores clássicos e contemporâneos, distribuição de muitos marcadores de livros e criação de um clube semanal de leitura que se reúnem no Jardim Botânico da cidade.

Ah, se todos seguissem o exemplo de Cluj-Napoca…

Victor Miron, o mentor do projeto

Victor Miron, o mentor do projeto

Valia livros de todos os tamanhos

Valia livros de todos os tamanhos

Há 60 anos, Getúlio saía da vida e entrava na História

Quando beijou-lhe o rosto a Alzirinha ou despediu-se de Luthero e Maneco, ou (tantos “ou” existiram naqueles rápidos – longos momentos) quando ouviu as bisbilhotices novidadeiras do irmão “Bejo” contadas ao pé da cama, Getúlio já tinha decidido. Não precisou de nada disso para disparar o revólver.

Antes de tudo, no entanto, quis descansar. Dormir. Não sairia acuado da Presidência. Muito menos sairia acuado da vida, enxotado como um cão cansado que se espanta do quintal. “Não sou covarde”, tinha dito na reunião ministerial.

Mais importante do que demonstrar à nação ou aos outros, era provar a si mesmo que não era covarde. Por isso, quis dormir. Descansar, dormir e levantar-se e, aí sim, “sair da vida para entrar na História”.

Mas ele é que iria dispor o momento e determinar a hora, descansadamente. Depois de dormir.

Às 8h25 da manhã ouviu-se o disparo. Era 24 de agosto de 1954.

(Trecho da crônica “GETÚLIO: Rio, Mar e Lama”, do livro “O dia em que Getúlio matou Allende e outras novelas do poder“, de Flávio Tavares)

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“A Tempestade” com direção de Gabriel Villela estreia em São Paulo

Entra em cartaz, na sexta-feira, 21 de agosto, em São Paulo, mais uma adaptação de Shakespeare. O interessante é que em “A Tempestade”, peça que tem a direção de Gabriel Villela, os elementos mágicos criados pelo dramaturgo inglês são representados por ícones da cultural popular brasileira, em especial a de Minas Gerais. Os figurinos trazem rendas e bordados. Parte do detalhado cenário vem de antiquários, como a mobília de antigos casarões. O cajado mágico usado por Próspero é um tronco retirado da represa de Carmo do Rio Claro (MG), cidade natal de Villela. A biblioteca do personagem é um armário de cachaças. Sua mesa, uma carteira escolar. “Tudo tem uma força simbólica”, diz Villela à Folha de S. Paulo. Potes de cerâmica, da região de Tiradentes, são usados pelos atores para projetar suas vozes, uma referência à acústica do teatro grego e uma forma de tornar suas falas mais artificiais, míticas, explica o encenador. Acompanham o visual músicas do cancioneiro popular brasileiro, interpretadas pelos atores em coros e com o auxílio de instrumentos.

“O elenco é muito heterogêneo, com gente de várias gerações, e todos entraram em acordo com a linguagem. Nos ensaios, descobrimos que alguns atores tocavam instrumentos, e virou um processo de colaboração”, conta Cacá Toledo, assistente de direção ao lado de Ivan Andrade. A chegada do navio à ilha é acompanhada por “Peixinhos do Mar” (Milton Nascimento). Em outra cena, ouve-se: “Minha jangada vai sair pro mar”, de “Suíte do Pescador” (Dorival Caymmi).

No elenco estão, entre outros, Celso Frateschi como Próspero, Chico Carvalho como o espírito Ariel, Helio Cicero como o monstro Caliban e Leticia Medella como Miranda.

Villela decidiu incluir na montagem uma referência a sua famosa montagem de “Romeu e Julieta” (1992) com o Grupo Galpão, que projetou diretor e companhia: como os jovens apaixonados interpretados pelo Galpão, em seu encontro romântico, Miranda e Ferdinando (Marco Furlan) de “A Tempestade” ficam na ponta dos pés, como equilibristas. Já o visual habitualmente colorido de Villela ganha aqui tons de terra. “Como essa é uma síntese de todas as peças de Shakespeare, achei que deveríamos voltar ao barro, à origem”, diz o diretor.

Celso Frateschi como Próspero

Celso Frateschi como Próspero

Helio Cicero como Caliban

Helio Cicero como Caliban

A TEMPESTADE

 

QUANDO sex., às 21h30, sáb., às 21h, dom., às 19h; até 22/11
ONDE Tucarena, r. Monte Alegre, 1.024, tel. (11) 3670-8453
QUANTO R$ 50 a R$ 70
CLASSIFICAÇÃO 12 anos

Mais Shakespeare em São Paulo:

OTELO

Dirigida por Debora Dubois, a atriz Mel Lisboa interpreta Desdêmona, mulher do protagonista do drama. Na montagem, Otelo é baiano, e os versos do bardo são mesclados a músicas de Caetano Veloso

Teatro Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, tel. 11-3288-0136). Ter. e qua., às 20h; até 9/9. Ingr.: R$ 40

RICARDO 3º

O ator Gustavo Gasparani faz um monólogo da tragédia, sobre o nobre corcunda e manco que passa por cima de todos para chegar ao poder

Teatro Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, tel. 11-3288-0136). Sex. e sáb., às19h30, dom., às 18h; até 13/9. Ingr.: R$ 40 a R$ 50

COMO A GENTE GOSTA

Pedro Paulo Rangel está na adaptação da comédia “As You Like It”, que busca uma versão mais palatável do texto

Teatro Nair Bello – shopping Frei Caneca (r. Frei Caneca, 569, tel. 11-3472-2414). Sex., às 21h30, sáb., às 21h, dom., às 19h; até 20/9. Ingr.: R$ 60

OS DOIS CAVALEIROS DE VERONA

Kleber Montanheiro dirige a peça do início da carreira do bardo. A montagem integra o Shakespeare – Projeto 39, que pretende encenar todas as obras do dramaturgo

Teatro João Caetano (r. Borges Lagoa, 650, tel. 11-5573-3774). Qui. a sáb., às 21h, dom., às 19h; até 6/9. Ingr.: R$ 10 a R$ 20

Barbara Stok, autora de “Vincent”, participará de evento no Rio e em São Paulo

A Holanda tem escritores produzindo literatura de alta qualidade, mas ainda pouco conhecidos mundo afora. Para divulgar seus autores, o governo holandês criou um evento itinerante no qual escritores holandeses são levados para diferentes países com o objetivo de falar sobre sua obra, ministrar oficinas e discutir literatura junto a escritores locais. Depois de passar pela China, Itália, Espanha, Alemanha, Argentina, República Checa e Franca, o evento “Café Amsterdã” estará no Brasil entre os dias 26 de agosto e 5 de setembro em São Paulo e Rio de Janeiro.

Oito escritores virão da Holanda, entre eles, Barbara Stok, autora de Vincent, a bela graphic novel lançada pela L&PM que conta parte da vida de Van Gogh e que foi adotada pelo próprio Museu Van Gogh.

Em matéria publicada no jornal O Globo, Barbara conta que, durante três anos, mergulhou em fontes deixadas pelo artista e que queria escrever um livro que não repetisse clichês sobre o pintor.

— Ele não era tão trágico quanto pintam, lendo as cartas a gente percebe. Tinha momentos alegres. Há também um senso comum de que ele jamais teria vendido uma tela em vida; não é verdade. Nos últimos anos, ele recebeu excelentes críticas — diz Barbara, que usou na graphic novel a mesma paleta de cores das telas do artista. — Após tanto tempo de pesquisa com as mudanças de humor e a paixão com que ele produziu, eu me envolvi muito. Posso dizer que amo Van Gogh. Disse ela a O Globo.

BARBARA STOK NO BRASIL:

São Paulo – 30 de Agosto, 16h – Livraria Martins Fontes Avenida Paulista. Evento: “Emoções e imagens: Uma conversa sobre Graphic Novel com Barbara Stok e Rafael Coutinho. Moderador André Conti.

Rio de Janeiro – 3 de setembro, 18h – Livraria da Travessa Sete de Setembro, Centro. Evento: “Uma adaptação da vida de Vincent Van Gogh para quadrinhos: a cartunista Barbara Stok conta tudo. Moderador: Adão Iturrusgarai.

Barbara Stok, autora de "Vincent", estará no Brasil em agosto e setembro

Barbara Stok, autora de “Vincent”, estará no Brasil em agosto e setembro