Encontro sobre os beats em Belo Horizonte

Seis décadas depois de ter nascido nos Estados Unidos, sob a liderança de Jack Kerouac, a geração beat, que reunia grupo de escritores “malucos” em busca de novos caminhos para a literatura e a vida, segue repercutindo e angariando admiradores em boa parte do mundo, inclusive no Brasil. Muitos dos autores beats, além de Kerouac, caso de Allen Ginsberg, Gregory Corso e William Burroughs, entre outros, continuam sendo editados por aqui, onde não faltam leitores, nem estudiosos do movimento. Quem afirma é o escritor paulista Cláudio Willer, autor do livro Geração beat, publicado pela L&PM. 

Willer estará em Belo Horizonte no dia 12 de março, no Palácio das Artes, no projeto Terças poéticas, a partir das 18h30, para falar sobre o tema. E, em abril, ministra curso sobre os beats na Flipoços, em Poços de Caldas.

kerouac_ginsberg

Jack Kerouac e Allen Ginsberg: expoentes da geração beat

Além de ser autor de Geração beat, Willer é o tradutor de Uivo, de Allen Ginsberg e está traduzindo os Haikais de Jack Kerouac que serão publicados pela L&PM ainda este ano em edição bilíngue.

Uma ótima entrevista com Denise Bottmann, tradutora de Mrs. Dalloway

O jornal Opção, de Goiânia, publicou uma longa entrevista com Denise Bottmann, uma das mais importantes tradutoras brasileiras, responsável pela tradução de Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf. O livro acaba de sair pela Coleção L&PM Pocket e Denise falou sobre a importância das novas traduções de clássicos e o desafio de encontrar o tom certo para esta grande obra de Virginia Woolf. Clique aqui e leia a entrevista completa.

O que você destacaria como o principal desafio que encontrou para traduzir este livro?

Foi encontrar o tom. A linguagem em si é muito simples. A questão é a seguinte: existem “n” maneiras de dizer qualquer coisa; acontece que aquela coisa está dita daquela e não de outra maneira — e ninguém, em especial o tradutor, pode considerar que seja algo fortuito ou mecânico. Então este é o ponto de partida: as escolhas do autor. E são essas escolhas incessantes ao longo das páginas que você tem de entender: não digo só o que está dado no texto; digo as razões de fundo (literárias, estilísticas) para a escolha de tal e tal montagem, desta e não daquela palavra, daquela imagem, daquela ordem dos termos e frases, o que for. Esse entendimento leva algum tempo, pelo menos para mim: assim como o pessoal da filosofia fala em “tempo lógico” do texto, penso numa espécie de “tempo literário” do texto. Então, digamos, a certa altura você até consegue reconstituir mais ou menos o quadro da coisa, você já discerne os procedimentos e suas correlações internas. Ótimo. Mas ainda não sente, está ainda no nível analítico, abstrato. Você até consegue prever quais as escolhas que vão vir, ou, quando vêm, já parecem bastante naturais, você bate na cabeça e diz, “mas claro!”. E aí você tem de conseguir infundir essa percepção de uma estrutura, que transparece apenas obliquamente na superfície do texto, no que você vai escrever em português, isto é, na sua tradução. É isso o que chamo de “encontrar o tom”. E vários elementos de conteúdo, eu tinha de conseguir que cintilassem de leve, aqui e ali, discretamente, como pequenos presentinhos escondidos para o leitor, como Woolf faz, sem alardear: e de repente pode aflorar à leitura alguma preciosidade, e é quando o leitor tem aquela — para usar um termo batido — epifania. Várias coisas ganham nova perspectiva; coisas que pareciam avulsas ou desconectadas se reúnem; fica uma espécie de prisma multifacetado.

capa_mrs_dalloway.indd

 

Mauricio de Sousa conta a história da Mônica

A história da Mônica, que completa 50 anos neste domingo, dia 3 de março, contada pelo seu “pai”, o cartunista Mauricio de Sousa:

A L&PM publica as histórias da Turma da Mônica há mais de 20 anos e festeja junto com Mauricio o cinquentenário desta dentuça, baixinha e… ops! Cuidado com o Sansão! 😉

A primeira vez da Mônica foi há 50 anos

Mônica, quem diria, está completando meio século. Claro, ela continua baixinha, gordinha e dentuça e não larga o coelho Sansão. E se perguntarem a sua idade ela vai dizer que tem apenas sete anos. O que não deixa de ser verdade também. Mônica, todo mundo sabe, foi inspirada na filha de Mauricio de Sousa. E apareceu pela primeira vez na tira  número 18 do Cebolinha, publicada na Folha da Manhã. E isso aconteceu no dia 3 de março de 1963. 

Ao  longo desses 50 anos, Mônica passou por diversas modificações (ganhou até uma versão jovem). Mas segue sendo amada por crianças de todo o Brasil e do mundo, já que  é publicada até na China.

monica_primeiratira1

A Coleção L&PM Pocket publica vários livros com tirinhas da turma da Mônica. Clique aqui para ver.

 

A família moderna é bem colorida

Se você folheou a Revista Veja de 27 de fevereiro, deve ter visto uma matéria chamada “Meu amado ex-enteado”. A reportagem conta e exemplifica que, atualmente, a família moderna não se forma apenas a partir dos laços de sangue. Ex-padrastos, mesmo separados da mãe, continuam sendo um segundo pai. E meio-irmãos são cada vez mais comuns.

O assunto tem tudo a ver com um livro lindo que acaba de chegar ao catálogo infantojuvenil da L&PM Editores: É tudo família!. Criado por Alexandra Maxeiner e ilustrado por Anke Kuhl, ele recebeu o Prêmio Alemão de Literatura Infanto Juvenil.

Com capa dura, divertido e colorido, É tudo família! é um livro que valoriza as diferenças e que ganhou um Booktrailer especial da L&PM WebTV. Clique sobre a imagem para assistir:

 tudofamilia_booktrailer

Os 50 anos da Mônica

Nem parece, mas a Mônica está prestes a completar 50 anos! A personagem mais famosa de Mauricio de Sousa apareceu pela primeira vez no dia 3 de março de 1963 numa tirinha publicada na Folha de S. Paulo. E o ano do cinquentenário será de cheio de comemorações: acompanhe a página oficial da Turma da Mônica no Facebook e fique por dentro 😉

Monica

Viva a loucura!

“Os loucos não possuem orelhas” (Shakespeare em Romeu e Julieta)

Em Elogio da loucura, o teólogo Erasmo (1469 – 1536)  faz uma ode aos insensatos. E diz logo no início do livro: “Está escrito no primeiro capítulo do Eclesiastes: ‘O número de loucos é ininito’. Ora, esse número infinito compreende todos os homens, com exceção de uns poucos, e duvido que alguma vez se tenha visto esses poucos.”

E lá pelo meio do livro completa: “Em minha opinião, quanto mais espécies de loucura houver, maior a felicidade…”

Então, como hoje é sexta-feira, aproveite para liberar um pouco dessa loucura sã que existe dentro de você. E se precisar de trilha sonora, aqui vão algumas. Porque apesar dos loucos não terem orelhas, como disse Shakespeare, eles adoram música.


 

Mas lembre-se: se no meio da loucura, você beber, não volte para casa dirigindo…

Bukowski no Dia da Ressaca

28 de fevereiro é o Dia da Ressaca no Brasil (se você souber o porquê, nos conte). Em homenagem a todos aqueles que já passaram por esse sentimento de “cabeça pesada no dia seguinte”, aqui vai um poema de um dos maiores especialistas no assunto: o bom e velho Charles Bukowski.

buk_bebendo2

Conselho amigável para muitos jovens

Vá para o Tibet.
Monte em um camelo.
Leia a bíblia.
Pinte seus sapatos de azul.
Deixe a barba crescer.
Dê a volta ao mundo numa canoa de papel.
Assine The Saturday Evening Post.
Mastigue apenas com o lado esquerdo da boca.
Case-se com uma perneta e se barbeie com uma navalha.
E entalhe seu nome no braço dela.
Escove os dentes com gasolina.
Durma o dia inteiro e suba em árvores à noite.
Seja um monge e beba chumbo grosso e cerveja.
Mantenha sua cabeça dentro d’água e toque violino.
Faça uma dança do ventre diante de velas cor-de-rosa.
Mate seu cachorro.
Concorra à prefeitura.
Viva num barril.
Rompa sua cabeça com uma machadinha.
Plante tulipas sob a chuva.

Mas não escreva poesia.

(De Bukowski – Textos Autobiográficos)

A aterrorizante volta do parafuso

Se você é do tipo que gosta de histórias de terror, daquelas que faz a gente dormir de luz acesa à noite, não pode deixar de ler A volta do parafuso, de Heny James. Escritor, dramaturgo, ensaísta e crítico, James figura entre os mais influentes autores da virada do século XIX. Nascido em Nova York em 1843, mudou-se para a Europa aos 26 anos e, atraído pelo clima intelectual de Paris, passou um ano na Cidade Luz, onde conheceu Flaubert e Turguêniev.

Depois de uma fase de obras literárias marcadas pelo realismo, Henry James aprofundou-se na literatura de caráter psicológico. A volta do parafuso foi escrita em 1898 e trata-se de uma sinistra história de terror psicológico que se tornou um clássico da literatura. A história se passa em uma mansão no interior da Inglaterra, onde uma governante é encarregada de cuidar de duas crianças órfãs. Apesar de Miles e Flora se comportarem bem, serem inteligente e afetuosos, há um desconforto crescente no ar. Sobretudo depois que um misterioso e assustador estranho é visto nas redondezas, aparentemente procurando algo – ou alguém. A governanta terá então de lutar por seus pupilos, numa aterrorizante batalha contra o mal.

Em 1961, este livro de Henry James foi levado aos cinemas com o título de “The innocents”, com direção de Jack Clayton e tendo Deborah Kerr no papel principal. Assista aqui uma cena e sinta o clima:

Henry James adotou a Inglaterra como sua terra e, em 1915, naturalizou-se cidadão britânico. Faleceu há exatos 97 anos em 28 de fevereiro de 1916.

Dois anos de saudades

Saudades do escritor, médico, amigo, companheiro da Judith, pai do Beto, jogador de basquete, contador de histórias do Bom Fim, autor de mais de 80 livros, colunista de jornais e revistas, membro da Academia Brasileira de Letras, palestrante envolvente, viajante incansável, imortal, múltiplo e eterno Moacyr Scliar.

27 de fevereiro de 2013 – Dois anos sem Moacyr Scliar