Biblioteca de todos e para todos

E se o mundo se transformasse em uma grande biblioteca? Este foi o objetivo inicial do projeto BookCrossing, que consiste em deixar um livro em um local público para que outra pessoa o encontre, leia e passe adiante. Os livros podem ser encontrados em pontos fixos de BookCrossing ou em lugares como bares, estações de metrô e praças. Em todos os livros há uma mensagem que explica o que deve ser feito. O site foi criado por um programador norte-americano, em 2001, e tem seguidores de várias partes do mundo. A iniciativa ganhou força e está presente em 130 países, tem mais de 6 milhões de livros registrados e cerca de 845 mil membros. Em São Paulo, o projeto já soma mais de 2 mil seguidores.

Agatha Christie saturada de Hercule Poirot?

Agatha Christie em 1971 Foto: Divulgação

Agatha Christie estava cansada de seu mais famoso personagem, Hercule Poirot. Foi o que declarou o neto da Rainha do Crime, Mathew Pritchard durante uma entrevista à radio da revista Times.

“Nunca faltou a ela ideias para seus livros, mas algumas dessas ideias não eram apropriadas para Poirot, dessa maneira ela se exorcizava dele escrevendo histórias diferentes com novos personagens”, contou.

Agatha Christie repassou os direitos de seu trabalho para sua filha e seu neto antes de morrer aos 85 anos, em 1976.

Pritchard revelou ainda outras curiosidades sobre sua relação com a avó: “Ela era uma pessoa muito generosa. Quando eu tinha nove anos ela assinou ‘A Ratoeira’ para mim. Eu era jovem demais para apreciá-lo na época”.

O livro Guinness de Recordes Mundiais afirma que a escritora britânica é a maior vendedora de livros de todos os tempos, chegando ao número de dois bilhões em vendas. Também é a autora mais publicada em qualquer idioma, somente ultrapassada pela Bíblia e por Shakespeare.

Entre os quase trinta títulos que a L&PM publica, estão “Assassinato no Expresso Oriente” adaptado para os quadrinhos. Em breve, chegará também “O caso dos dez negrinhos e Morte na Mesopotâmia” também em HQ.

Quem quiser saber tudo (ou quase tudo) sobre esta grande escritora pode visitar o Hotsite especial Agatha Christie http://www.lpm-agathachristie.com.br

Johnny Depp será Rango (não, infelizmente não é o nosso Rango…)

Em agosto de 1974, a L&PM publicou seu primeiro título: Rango. O livro trazia uma série de tiras tragicômicas com as mazelas do anti-herói criado pelo cartunista Edgar Vasques. O Rango brasileiro fez tanto sucesso que até hoje continua sendo editado.

A capa do primeiro livro publicado pela L&PM

Mas eis que descobrimos que ele não é o único Rango do mundo. Existe também um Rango com pele verde e voz de Johnny Depp. Um Rango que não é um miserável esfomeado que vive dentro de uma lata de lixo, mas um camaleão em plena crise de identidade que vaga pelo México com camisa de turista. E que, obviamente, acaba se metendo em uma grande confusão. Vale a pena assistir ao trailer e aguardar a chegada do filme “Rango” que, no Brasil, tem estreia prevista para 15 de abril de 2011.

 

Paris III – 4 horas para ver Monet

Nada é mais “in” no circo cultural parisiense do que a exposição “Monet” que vai até 28 de janeiro de 2011 no Grand Palais. O imenso palácio de 77 mil metros quadrados, localizados entre a Avenida Champs-Élysées e o Sena, tem abrigado os grandes acontecimentos artísticos de Paris. Em 2008, a exposição “Picasse et ses maîtres” teve um milhão de espectadores em quatro meses. Muitíssimo divulgada, com enorme repercussão na imprensa, tornou-se um verdadeiro “tour de force” ver “Monet”. Para quem não quiser esperar 4 horas na fila, só há duas opções: comprar o ingresso de 9 euros pela internet (www.grandpalais.com.fr), e esperar só uma hora e meia, ou apresentar credenciais de imprensa. Para quem, na pior das hipóteses, tiver que esperar 4 horas, há um consolo: vale a pena. Espere as 4 horas! Leia um livro, revistas, converse, se distraia com os joguinhos no celular, mas espere. Nunca houve 200 quadros de Monet, o maior de todos os impressionistas, expostos tão sabiamente num espaço tão nobre. Só há um pequeno problema: o quadro “Impressão, sol nascente” de 1873, que pertence ao museu Marmottan Monet (2, rue Louis Boully – www.marmottan.com), fruto da doação de Michel Monet, neto do pintor, não está na mostra. O motivo é prosaico: o diretor do Marmottan brigou com o curador da exposição e não teve jeito dos moços fazerem as pazes. Resultado: o público não pode ver o mais célebre de todos, embora estejam expostos alguns quadros da mesma série, quase réplicas da cena da discórdia. Mas afora este pequeníssimo detalhe, a exposição é deslumbrante; as paisagens de Fontainebleu, as marinhas na Normandia, as paisagens de Havre, de Argenteuil, as poderosas vistas parisienses, o famoso quadro da Gare Saint Lazare, os retratos, as vistas de Londres, os estudos e o próprio “Almoço sobre a grama”, imenso e impressionante, as imagens da Catedral de Rouen (expostas lado a lado da réplica pop de Roy Lichteinstein) pintadas em várias horas do dia e a célebre série das “Ninféias”. O que está no Gran Palais é um panorama preciso da obra do artista que tirou a pintura do atelier. Ao levá-la para a rua, Claude Monet (1849-1926), sacudiu a poeira dos clássicos, dando um novo frescor e alento à pintura. Depois dele, a arte nunca mais foi a mesma. (IPM)

A fila para ver Monet dá voltas em torno do Grand Palais - Foto: Ivan Pinheiro Machado

O cartaz avisa sobre a demora - Foto: Ivan Pinheiro Machado

 

Mil livros e um poema desconhecido de Borges

Imagine que você trabalha na Biblioteca Nacional da Argentina quando, de repente, encontra mil livros que pertenceram ao poeta e escritor argentino Jorge Luis Borges e que nunca haviam sido catalogados. E mais do que isso: descobre que ali estão esboços de futuras obras, comentários sobre os livros e até um poema desconhecido. Pois foi exatamente o que aconteceu com dois pesquisadores que trabalham na instituição em Buenos Aires. Borges, que dirigiu a biblioteca entre 1955 e 1973, durante o exílio de Juan Perón, doou os mil livros de seu acervo quando se afastou da direção. No exemplar em alemão do teólogo Christian Walch, está escrito o poema nunca antes revelado, datado de 11 de dezembro de 1923. “Avisamos os pesquisadores de todo mundo, das universidades de Virginia e Pittsburgh nos Estados Unidos até Leipzig e Hamburgo na Alemanha”, informou Laura Rosato, uma das descobridoras. “Vários deles já nos anunciaram que virão antes do fim do ano”, acrescentou Germán Álvarez, que também trabalha na Biblioteca Nacional da Argentina. Para dividir com o mundo suas descobertas, a dupla de pesquisadores editou uma obra de 400 páginas: Borges, livros e leituras.

De Jorge Luis Borges, a L&PM publica O “Martín Fierro”.

Paris II: “Piratas, por favor, copiem”

Domingo de sol em Paris. Se a cidade tem uma aparência preguiçosa e domingueira nos bairros residenciais, na Avenida Champs-Élysées ninguém está para brincadeira. As grandes lojas estão abertas para as hordas de turistas. E, no coração da avenida, está a principal loja  parisiense da Louis Vuitton, a campeã do luxo, com as bolsas e as malas mais caras e mais imitadas do mundo. De todas as megas lojas da Champs-Élysées, só a Louis Vuitton tem fila: turistas, predominantemente japoneses, aguardam disciplinadamente a sua vez de gastar uma fortuna. E ficam lá ao relento, chova ou faça sol, sem sequer um cafezinho. O segredo de tanto sucesso talvez esteja também no fato de que a Louis Vuitton contraria todas as teses. Quanto mais é copiada, pirateada, falsificada, mais a marca é valorizada. Inclusive num ato de extremo bom humor ela brinca com os piratas ao içar, no alto do mastro da sua principal loja mundial, uma bandeira com a caveira e as duas tíbias. Na loja, depois de uma espera média que vai de 30 minutos a uma hora, você pode comprar uma bolsa relativamente simples por 500 euros. A poucas quadras dali, orientais vendem as bolsas frias por 50 euros. Mas não tem filas.

Bom humor faz parte da marca mais copiada do mundo. Foto: Ivan Pinheiro Machado

No domingo, as filas para entrar na Louis Vuitton podem chegar a uma hora. Foto: Ivan Pinheiro Machado

Confirmado ator que viverá Professor Moriarty em Sherlock Holmes 2

Falou-se em Daniel Day Lewis, Brad Pitt, Sean Penn, Gary Oldman e até Javier Barden. Mas o escolhido para viver o maior vilão de Sherlock Holmes, na continuação do filme dirigido por Guy Ritchie, foi Jared Harris (foto ao lado). Outros nomes que já foram confirmados para Shrelock Holmes 2 são os da atriz sueca Noomi Rapace e do inglês Stephen Fry. Apesar da Warner Bros ainda não ter divulgado oficialmente qual será o papel de Noomi na trama, o Hollywood Report acredita que a bela viverá uma cigana francesa.  Quanto à Fry, ele será Mycroft Holmes, irmão mais velho de Sherlock. Mycroft tem as mesmas capacidades de dedução e lógica do detetive, mas pouca disposição para as atividades físicas, preferindo ocupar um cargo burocrático do governo britânico. Robert Downey Jr. e Jude Law seguem na pele da dupla criada pelo mestre  Arthur Conan Doyle e as filmagens devem iniciar no final deste ano com estreia mundial prevista para 16 de dezembro de 2011. Vai ser duro agüentar até lá? Que tal mergulhar nas aventuras de Sherlock Holmes que a L&PM oferece em seu catálogo? Abaixo, você confere o teaser do filme:

Uma semana depois de ganhar o Nobel, Vargas Llosa vem ao Brasil

Por Carolina Marquis

Quando a organização do Fronteiras do Pensamento, evento nacional com base em Porto Alegre, convidou Mario Vargas Llosa para ser um dos palestrantes, nem imaginava que, no lugar de um grande escritor, traria à cidade um Prêmio Nobel! Pois foi assim que, ontem, praticamente uma semana depois da premiação, lá estava ele… entre nós.

“Estava iniciando minha vida como escritor quando comecei a ler Faulkner. Neste momento pensei que eu não tivesse talento algum”. A frase proferida por Llosa foi recebida entre risos e aplausos por uma plateia lotada que se reuniu para assistir ao homem que escreveu Conversas na Catedral.

Do povo que momentos antes estava diante da porta do Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, lutando incansavelmente pelos ingressos remanescentes, sentia-se uma vibração única. Estavam todos ali para ver, ouvir e enobrecer-se com as esperadas palavras de Llosa. Houve uma menina peruana que quase chorou tentando convencer outra a lhe presentear com seu ingresso. E também jornalistas e fotógrafos que se espremiam para conseguir a melhor fotografia. Antes do Nobel aparecer, o balançar de pernas nas cadeiras denunciava o nervosismo e a ansiedade que a espera proporcionava. Quando o escritor entrou em cena, a apoteose se fez. A reitoria da universidade transformou-se em um estádio de futebol, onde todos torciam para o mesmo time: o das letras e o de Llosa. Não houve uma pessoa que conseguisse ficar sentado.

Vargas Llosa e o mestre de cerimônias, Sergius Gonzaga - Foto: Carolina Marquis

Ao final da palestra, permeada por risos, sorrisos e encanto, o escritor abriu a cena para os autógrafos. As cem senhas que foram disponibilizadas no primeiro momento não foram suficientes para agradar à manada de torcedores que se reunia diante da sala que abrigava o mestre. Na fila estavam todos os tipos: senhoras da alta sociedade devidamente maquiadas e arrumadas para ver o ídolo, jovens que acabavam de descobrir o prazer das letras, pessoas que, inconsoláveis, não conseguiam se conformar com a ideia de não terem em seus livros a prova assinada de que viram Llosa pessoalmente. “Acho que vamos ter que seguir ele até o hotel para conseguir um ingresso”, planejavam duas jovens que em suas mãos carregavam um par de exemplares de Travessuras da menina má.

Vargos Llosa durante os autógrafos em Porto Alegre

Em Porto Alegre, Vargas Llosa autografou para cem privilegiados - Foto: Carol Marquis

Dom Quixote em ilustrações de Dubout

As histórias delirantes e heróicas do cavaleiro Dom Quixote, seu pangaré Rocinante e Sancho Pança,  foram ilustradas em 1938 por um dos grandes nomes do cartoon francês, o desenhista Albert Dubout. Dubout ilustrou livros de grandes nomes da literatura como Boileau, Beaumarchais, Mérimée, Rabelais, Villon, Cervantes, Balzac, Racine, Voltaire, Rostand, Poe e Courteline. A L&PM publica Dom Quixote e também a edição especial Dom Quixote Neoleitores.

Ilustrações de Albert Dubout para L'Ingenieux Hidalgo Don Quichotte de la Manche (1938)

Ilustrações de Albert Dubout para L'Ingenieux Hidalgo Don Quichotte de la Manche (1938)

Ilustrações de Albert Dubout para L'Ingenieux Hidalgo Don Quichotte de la Manche (1938)

Paris I: Tio, tem uma moeda?

O “flagrante” abaixo ocorreu no semáforo em frente ao Quai d’Orsay, Saint Germain de Près, Paris. Um dos pontos mais sofisticados do mundo. Tanto é verdade que o mendigo vai direto na flamante Ferrari. E não leva. Ou seja, o primeiro mundo não é mais o mesmo.

Foto: Ivan Pinheiro Machado

Para saber mais sobre a “Cidade Luz”, leia Paris: Biografia de uma cidade, de Colin Jones e Paris: Uma história de Yvan Cambeau, na Série Encyclopaedia.