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Andy Warhol bebe água Perrier

Para comemorar seus 150 anos, a marca de água Perrier vai lançar em agosto uma linha de garrafas inspiradas no legado de Andy Warhol. A edição comemorativa foi desenvolvida em parceria com a Andy Warhol Foundation, detentora dos direitos sobre a obra o criador da pop art. A novidade estará à venda no Brasil em agosto, na versão em vidro de 330 ml.

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Conhecido por usar a publicidade em suas obras, Warhol é autor de pinturas famosas que exibem embalagens das sopas Campbell e da Coca-Cola. O que pouca gente sabe é que, nos anos de 1980, o artista criou mais de 40 trabalhos inspirados na garrafa de água Perrier, como estes:

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Para conhecer melhor a vida e a obra do artista que revolucionou a arte moderna do século 20, vale ler Andy Warhol da Série Biografias e os Diários de Andy Warhol, ambos da Coleção L&PM Pocket.

Andy Warhol não perde a majestade

É fato conhecido que a Fundação Andy Warhol, responsável pelo legado e o espólio do pai da pop art, está vendendo boa parte de seu acervo para se manter em funcionamento. O último leilão, que começou em abril deste ano, colocou à venda 125 peças a preços relativamente acessíveis, a partir de US$ 1.500 (falamos dele aqui no blog). Mas o que espanta é que essa “popularização” não prejudicou, de uma forma geral, o valor da assinatura de Andy Warhol no mercado das artes.

Ao mesmo tempo em que muitos questionam até mesmo a legitimidade das centenas de peças semelhantes umas às outras espalhadas pelo mundo, a reprodução em série é justamente o que caracterizava boa parte da obra do artista.

Diante disso, é possível concluir que este aparente paradoxo é, na verdade, o retrato fiel da personalidade e do legado de Andy Warhol. O próprio artista era controverso no que dizia e fazia e sua obra quebrou diversos paradigmas clássicos do mundo das artes. Até agora, ninguém conseguiu explicar este fenômeno. O que se sabe, apenas, é que os anos passam e o rei do pop não perde a majestade.

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via Guardian

 

Andy Warhol sem máscaras

Andy Warhol foi o único convidado que compareceu sem máscara à famosa festa “Black and White Ball” de Truman Capote, realizada em 28 de novembro de 1966 no Plaza Hotel em Nova York. Nesta foto, o próprio anfitrião aparece na frente dele devidamente mascarado.

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A amizade entre os dois durou décadas e boa parte dela está registrada nos Diários de Andy Warhol da Coleção L&PM Pocket.

Museu Andy Warhol recria “screen tests”

No anos 60, Andy Warhol fazia seus famosos screen tests com os amigos (celebridades ou desconhecidos) que visitavam seu estúdio em Nova York. Funcionava assim: ele posicionava a pessoa em frente a uma câmera com 100 metros de filme 16mm, que rendiam mais ou menos 3 minutos de gravação. Durante esse tempo, a pessoa agia naturalmente, de preferência olhando para a câmera. Depois, Warhol projetava as gravações em slow motion, prolongando um pouco sua duração e dando um aspecto onírico para as performances. As exibições eram feitas na própria Silver Factory, o estúdio com paredes prateadas onde as imagens foram gravadas.

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Nico foi personagem dos screen tests de Warhol

Hoje, funciona no mesmo lugar o Andy Warhol Museum e os visitantes têm a oportunidade de fazer seus próprios screen tests da mesma forma que seu criador fazia, só que com algumas adaptações: a câmera é vintage, mas a gravação é digital e acionada por um computador touchscreen, que, além de gravar, converte em tempo real para o formato slow motion e faz o upload do vídeo na internet, deixando o material pronto para ser compartilhado nas redes sociais.

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A “screentest machine” no Museu Andy Warhol

Terminou a disputa entre a banda Velvet Underground e a Fundação Andy Warhol

Chegou ao fim a disputa pelos direitos de uso da famosa capa do disco “The Velvet Underground and Nico” (aquela com a banana) criada por Andy Warhol. A banda, que detém os direitos da capa do disco, processou a Fundação Andy Warhol em janeiro deste ano acusando-a de “uso indevido” por ter licenciado a imagem para uma linha de capas para iPhone. Mas a briga se arrasta desde 2009, quando a Fundação acusou a banda de infringir os direitos autorais ao usar a imagem em outros produtos sem autorização prévia. Segundo a BBC, que noticiou o acordo ontem, os termos do acordo não foram divulgados.

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A capa do álbum com a imagem criada por Andy Warhol

 

As celebridades de Richard Avedon

Em 15 de maio de 1923, há exatos 90 anos, nascia Richard Avedon, um dos maiores fotógrafos que o mundo já conheceu! São dele alguns dos registros mais célebres de grandes nomes da literatura, da música, do teatro e do cinema, como Marilyn Monroe, Andy Warhol, Allen Ginsberg, William Burroughs, Bob Dylan, Picasso, Tennesse Williams, Truman Capote e vários outros.

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Lady Warhol está em São Paulo

Por Vitor Hugo Xavier*

Andy Warhol está como uma Lady no Brasil. Isso mesmo, “O” homem da cultura pop foi eternizado com traços femininos por um de seus grandes amigos, o fotógrafo de moda e publicidade Christopher Makos. Sabemos bem que a arte do século XX não seria a mesma sem a contribuição de Warhol. Um dos nomes mais célebres de seu tempo, ele é praticamente sinônimo de arte pop, estilo que revolucionou a história da arte ao mergulhar na cultura de massa e na sociedade do consumo.

Nas fotos que estão expostas no Museu de Arte Moderna de São Paulo até o dia 23 de junho, Warhol não está como artista, mas como modelo. O que enxergamos nestas imagens, na realidade, é uma personagem, Lady Warhol, talvez o lado feminino dele. Aqui, Warhol não seduz com suas famosas latas de sopa, garrafas de refrigerante e fotos de astros do cinema, mas sim com sua própria imagem em uma mistura de elementos masculinos e femininos, que acabam dialogando entre si e discutindo as margens tão tênues entre os gêneros e a sexualidade. O fotógrafo, Christopher Makos, só conseguiria capturar a naturalidade impressa nestas imagens com muita intimidade – o que não foi difícil: os Diários de Andy Warhol, escritos religiosamente até os últimos dias de vida do artista, organizados e editados por Pat Hackett e lançados pela L&PM, mostram essa relação íntima entre os dois.

Quando conheceu Makos, Warhol o achou uma “gracinha”. Depois de alguns encontros já eram grandes amigos e Warhol realmente gostava do trabalho do fotógrafo. Tiveram, então, na década de 80, a ideia de tirar estas fotos. Lembrando que foi nesta mesma década que aconteceu o “boom” das possibilidades de transformação do corpo (cirurgias estéticas, academias, medicamentos etc), difundindo a ideia de que a identidade é algo que se constrói.

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(clique na foto para ver a galeria)

Nas fotos, encaramos o processo de transformação de Warhol em um personagem feminino. Suas características masculinas estão lá, suas “roupas de homem” (camisa, gravata e jeans) também, mas elas dialogam com as perucas em diversas cores e tamanhos, com os cílios grossos, com a maquiagem pesada e, claro, com os trejeitos leves do artista/modelo na hora dos cliques. Essa atitude delicada de Warhol, inclusive, é a maior responsável pelo ar feminino do que os objetos. Makos afirmou que “as fotos falam sobre identidade, sobre mudança de identidade, elas não são exatamente as de uma drag, nem mesmo de Andy Warhol, e sim o registro de uma colaboração entre nós, a colaboração entre modelo e fotógrafo”.

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(clique na foto para ver a galeria)

É importante lembrar que muita gente até conhece e sabe quem é Andy Warhol, mas nunca o viu. Essa é a primeira exposição que chega ao Brasil em que a imagem física dele é a obra exposta. Não poderia ser da melhor maneira esse primeiro contato.

Serviço:
O que: exposição “Lady Warhol” com fotos de Christopher Makos
Onde: MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo
Quando: até 23 de junho

*Vitor Hugo Xavier é jornalista e apresentador do Programa Gay, que vai ao ar todas as terças, na Ipanema FM, da meia-noite às 2h.

Andy Warhol for sale!

Abre no dia 26 de abril mais um leilão virtual das obras de Andy Warhol na Christie’s: são 125 peças a preços relativamente acessíveis (a partir de US$ 1.500) e o valor obtido será usado pela The Andy Warhol Foundation for the Visual Arts para financiar bolsas de estudo para jovens artistas. Não custa dar uma olhadinha, né? -> http://warhol.christies.com/ 😉

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Um dos auto-retratos de Andy Warhol que estão à venda no leilão virtual

Exposição “Lady Warhol” estreia no MAM-SP

Estreia nesta terça, dia 16 de abril, no MAM-SP a exposição “Lady Warhol” com 50 fotos do criador da pop art caracterizado como mulher. Quem assina as fotos é o norte-americano Christopher Makos, amigo pessoal de Andy Warhol, e a inspiração para a série de retratos veio da personagem Man Ray de Rrose Selavy de Marcel Duchamp.

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É a primeira vez que a série batizada de “Imagem alterada” vem ao Brasil e segue em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo até o dia 23 de junho.A amizade entre Andy Warhol e Christopher Makos foi intensa e está registrada em detalhes nos Diários de Andy Warhol (Coleção L&PM Pocket), como nesta passagem:

13 de abril de 1981 – Chris é a companhia perfeita pra mim. É tudo que eu sempre quis. É ativo, mas não é ativo. E é uma criança. Vai a festas de sexo e volta satisfeito, de alma lavada, e está bem apaixonado por seu amante, Peter, é muito atencioso, e quando vai aos lugares fica só esperando a hora de ir embora – exatamente como eu – e me faz correr por todos os lugares, embora agora ele é que me faça carregar a sua mochila. Não me importo porque tudo é excitante e ele me faz sentir jovem.

Uma opinião sobre “América”, de Andy Warhol

Revista Le Monde Diplomatique Brasil – Abril de 2013 – Por Fabian Jimenez Alonso*

Pode soar a sacrilégio, mas nunca fui muito fã das obras de Andy Warhol, nem sequer do movimento pop art que ele tão bem personifica. Mas tudo isso foi antes de ter a oportunidade de devorar América. Warhol nos oferece, nesse livro, uma compilação de mais de dez anos de compulsivos cliques, nos quais comprime em inúmeras fotos e relatos suas maiores obsessões: as celebridades, a exótica fauna nova-iorquina e sua visão pessoal do “sonho americano”. Ele sempre estava presente com sua câmera, garimpando qualquer acontecimento que o fizesse estar próximo das celebridades que ele tanto admirava e das quais, ironicamente, se sentia excluído.

A maioria das fotografias do livro não se destaca pela técnica ou preciosismo estético, e sim por um olhar especial, uma forma de ver as coisas que nos convida a mergulhar no passado e reviver o instante exato do clique. O que mais surpreende nesse livro são os textos, como se pudéssemos ouvir a voz em off do autor adereçando cada uma das páginas com um relato ingênuo, pessoal, divertido e deliciosamente inseguro sobre suas próprias convicções.

Na última parte da obra, descobrimos um Warhol analítico, intimista, irônico e que despeja um delicioso bom senso repleto de bofetadas à sociedade norte-americana. Divaga sobre uma América fora de Nova York, sobre o provincianismo, as trivialidades do American way of life, o isolamento intelectual e o hermético umbigo dos norte-americanos. Chega a se expor, num exercício de autoflagelo, ao contar anedotas e pensamentos pessoais de um frágil e inseguro geniozinho que escondia sua timidez atrás de uma câmera e um gravador.

Warhol é considerado um dos artistas mais importantes do século XX, não somente por sua hiperativa e multidisciplinar produção, mas também por ter sido uma tremenda figura, repleta de excentricidades e obsessões que genialmente se veem retratadas nessa publicação. Warhol afirmou, um dia, que “todas as pessoas teriam no futuro 15 minutos de fama”, e esse futuro já chegou.

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*Fabian Jimenez Alonso é designer de conceito, consultor criativo e fundador do núcleo de criação AssaltoCultural.