Encontrada a carta perdida que inspirou o estilo de “On the Road”

Foi a partir de uma carta que recebeu de seu amigo Neal Cassady, em 1957, que Jack Kerouac mudou seu estilo de escrita e produziu On the road em uma espécie de fluxo de consciência. Conhecida como “Carta de Joan Anderson”,  nela Cassady descreveu, em 18 páginas, a mulher com que ele passara um final de semana nos anos 1950.

Considerada perdida pelo próprio Kerouac, que havia contado em uma entrevista ao The Paris Review, em 1968, que a ela havia sido emprestada a Allen Ginsberg que, por sua vez, teria deixado com um amigo que morava em uma casa flutuante no norte da Califórnia. Kerouac disse na entrevista que esse amigo havia caído no mar com a carta e que lamentava muito que isso tivesse acontecido, já que era uma das coisas mais impressionantes que ele já havia lido. O que Kerouac não sabia era que a “Carta de Joan Anderson” tinha sido enviada por Ginsberg a uma editora independente chamada Golden Goose, mas que jamais abriu o envelope e nunca a devolveu. A sorte foi que, quando a editora fechou, um operador de áudio que ocupava o mesmo escritório, guardou alguns papéis, entre eles, a valiosa carta de Cassady.

Foi a filha desse operador que resgatou a preciosidade: “Meu pai não sabia quem era Allen Ginsberg e nem quem era Neal Cassady, nem fazia parte da cena beat, mas ele amava poesia e por isso guardou essa carta” disse em Los Angeles a atriz Jean Spinosa que encontrou a carta ao limpar a casa do pai, após a morte dele há dois anos. “Ele não entendia como alguém poderia querer jogar as palavras de outra pessoa no lixo” por isso a guardou.

Especialistas em cultura beat dizem que essa carta possui um valor inestimável, pois se não fosse ela, Kerouac provavelmente não teria tido o “estalo” de escrever o manuscrito original de On the road.

A carta será leiloada no dia 17 de dezembro.

Os amigos Neal Cassady e Jack Kerouac

Os amigos Neal Cassady e Jack Kerouac

 

Uma ideia sobre “Encontrada a carta perdida que inspirou o estilo de “On the Road”

Deixe um comentário para Daniel Medeiros Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *