Arquivo mensais:janeiro 2012

O poeta é… Charles Bukowski

viagem à praia

os homens fortes
os homens musculosos
lá na praia eles
se sentam
bronzeados como chocolate
os pesos
espalhados ao seu redor e
intocados

ficam sentados enquanto
as ondas avançam e
recuam

ficam sentados enquanto o
mercado de ações
ergue e destrói
homens e famílias

ficam sentados enquanto
um apertar de botão
poderia transformar
seus caralhos
em palitos de fósforos
pretos e enrugados

ficam sentados enquanto
suicidas em quartos verdes
os trocam por espaço

ficam sentados enquanto antigas
Miss Américas
choram diante de espelhos
enrugados

ficam sentados
ficam sentados com menos
vivacidade que macacos
e minha mulher para e
os olha:
“uuuu uuuu uuuu”, ela
diz.

me afasto com
minha mulher enquanto as ondas
avançam e recuam.

“há alguma coisa errada
com eles”, ela diz, “o que
é?”

“o amor deles só corre em
uma direção.”

as gaivotas giram e
o mar avança e recua

e nós os abandonamos
lá atrás
desperdiçando o tempo que lhes
resta
o momento presente
as gaivotas
o mar
a areia.

De O amor é um cão dos diabos, Charles Bukowski

Dia de comemorar a liberdade de expressão

Quando o assunto é liberdade de expressão, o dia 13 de janeiro é um marco histórico. Em 13 de janeiro de 1898, Émile Zola publicou uma carta aberta ao presidente da república da França, o Sr. Félix Faure, tornando pública a sua opinião sobre o “Caso Dreyfus”, uma das maiores injustiças cometidas pelo Estado contra um indivíduo. Cidadão francês, oficial da artilharia e judeu, Alfred Dreyfus foi vítima de armação política. Com o título “J´accuse!” (Eu acuso!), a carta de Zola foi publicada no jornal L´Aurore, com tiragem de 300 mil exemplares, e tornou-se a primeira de uma série de denúncias sobre o caso, que dividiu o país, e redesenhou os contornos da direita e da esquerda francesas. “J´accuse!” tornou-se uma ode à liberdade de expressão e aos direitos humanos e mostrou a força dos intelectuais frente à opinião pública e ao Estado.

Zola reuniu todos os artigos que publicou sobre o caso Dreyfus durante um período de três anos e, em 1901, lançou um livro que faz parte da Coleção L&PM Pocket: J´accuse! A verdade em marcha. Leia aqui o prefácio do autor e a carta ao presidente.

O editor Ivan Pinheiro Machado segura o livro da L&PM e o facsimile da carta de Émile Zola comprada em Paris (em tamanho original - clique para ampliar)

Quando Jack London veio ao mundo

A vida do escritor Jack London foi uma aventura que começou antes mesmo do seu nascimento. Segundo contou sua mãe, a professora de música e espiritualista, Flora Wellman, quando ela comunicou ao companheiro, o astrólogo William Chaney, que estava grávida, ele exigiu que ela abortasse. Num ato de desespero, Flora atirou contra si mesma. Felizmente (para os fãs de Jack London), a mãe e seu bebê não sofreram nada grave. Mas ao nascer, em 12 de janeiro de 1876, o filho de Flora foi renegado e entregue à ex-escrava Virginia Prentiss. Naquele mesmo ano, Virginia casou-se com um veterano da Guerra da Secessão de nome John London que assumiu o bebê da esposa (também chamado de John) e deu a ele seu sobrenome.

Mas quando o pequeno John, que depois seria chamado de Jack, cresceu, quis saber mais de suas origens. Aos 21 anos, ele encontrou notícias de jornais que contavam sobre a tentativa de suicídio da mãe e davam o nome de seu suposto pai biológico. Ele então escreveu uma carta a William Chaney e teve a seguinte resposta:

“Nunca me casei com Flora Wellman, mas vivi com ela de 11 de junho de 1874 a 3 de junho de 1875. Sofria eu nesse tempo os terríveis efeitos de muitas privações, dificuldades de vida e excessivo trabalho intelectual, sendo inteiramente platônicas as nossas relações. Portanto, não posso ser o seu pai nem lhe dizer com certeza quem seja ele. (…) O ‘Chronicle’ disse que eu a expulsei de casa porque ela não quis fazer o aborto. Essa notícia correu o país inteiro, reproduzida por toda a imprensa. Por causa dessa história, duas das minhas irmãs se tornaram minhas inimigas. Uma delas morreu ainda me julgando culpado. Todos os outros parentes, exceto uma irmã que mora em Portland, estão ainda contra mim e me apontam como a vergonha da família. Na época do escândalo, publiquei em folheto uma declaração da polícia em que se demonstrava a falsidade de muitas acusações levantadas contra a minha conduta, mas nem o ‘Chronicle’ nem os outros jornais que me difamaram quiseram desmanchar a calúnia. Desisti então de me defender e durante anos e anos a minha vida pesou como um fardo. Veio finalmente a reação e agora já tenho alguns amigos que me consideram homem de bem. Já passei dos 76 e vivo na pobreza.” (Do livro “A vida errante de Jack London”, editora José Olympio).

London ficou mal com a resposta, mas seguiu adiante. Largou os estudos, foi jornaleiro, pescador e marinheiro. E ao morrer precocemente, aos 40 anos, deixou uma obra que, se você ainda não leu, não sabe o que está perdendo. Livros capazes de resgatar as origens, o lado animal do ser humano, o uivo engasgado na garganta…

E já que é aniversário dele, nada melhor do que uma foto que mostra como o autor de O chamado da floresta, Caninos Brancos, Antes de Adão, O lobo do mar, entre outros, veio ao mundo (ou quase):

Em 2012, a L&PM vai lançar mais um livro de Jack London: Martin Eden.

Um banho de Agatha Christie

No post “Agatha Christie na crista da onda“, mostramos uma foto da Rainha do Crime na areia, ao lado de uma imensa prancha de surf, nos tempos em que ela surfava em Honolulu – junto com um texto em que a própria escritora conta a experiência (que quase a afogou). Mas a foto que tínhamos era dela fora da água. Agora, acabamos de achar uma imagem de Agatha dentro do mar. Só falta encontrar uma com ela pegando onda.

Agatha Christie morreu há exatos 36 anos, em 12 de janeiro de 1976, de causas naturais. A L&PM possui mais de 40 títulos da escritora e em 2012 vem mais por aí.

Velvet Underground X Fundação Andy Warhol

Em 1967, Andy Warhol desenhou uma banana que foi usada no primeiro álbum da lendária banda Velvet Underground: “The Velvet Underground & Nico”. Agora, o Velvet – na verdade os fundadores da banda, Lou Reed e John Cale – está processando a Fundação Andy Warhol por uso indevido desta ilustração. Segundo eles, a instituição violou a marca registrada da famosa capa do “disco da banana”.

Reed e Cale dizem que a fundação infringiu o design ao licenciá-lo para terceiros, no caso para capas de iPhone e iPad. De acordo com a queixa registrada ontem, 11 de janeiro, em uma corte federal em Manhattan, o desenho da banana se converteu em um símbolo, um verdadeiro ícone do Velvet Underground e a ação cita que Warhol recebeu US$ 3 mil pelo seu desenho.

Na época do lançamento do disco, a banda e o artista pop mantinham uma colaboração criativa, como bem mostra a recém lançada biografia Andy Warhol da Coleção L&PM Pocket, livro, aliás, que cita várias vezes a relação de Warhol com o Velvet Underground:

“O Velvet tornou-se parte integrante da Factory, dando-lhe uma nova identidade, mais rock´n´roll e underground, ou mais exatamente: mais punk, avant la lettre. A música do Velvet não é parecida com a dos Rolling Stones, mais unificadora, mais popular, menos inquietante. A imprensa, contudo, considerava-a bárbara, uma aberração contrária à natureza. O próprio Warhol admitia que a banda causava um efeito doloroso, assustador e, no entanto, belo. Mas Warhol considerava essas experiências sublimes”

Andy Candy

A biografia do papa do pop

Andy herdou esse gosto pelos doces, os candies. Ao menos, foi o que apregoou em diversas ocasiões. Gosto atávico e pavloviano? “Ela [sua mãe, Julia] me dava uma barra de chocolate Hershey toda vez que eu completava uma página de meu álbum de colorir.” Os produtos açucarados faziam presença nos retratos cinematográficos que Andy Warhol produzia de todos os visitantes da Factory, seu espaço de trabalho em Nova York a partir de 1964. Há toda uma série de filmes que mostra Nico e Lou Reed segurando uma barra de chocolate Hershey ou uma garrafa de Coca Cola. A temática do candy assombra a linguagem de Warhol e oferece uma imagem particular de seus hábitos alimentares. “O que eu sonhava [quando criança] era ter bombons [candies]”. Depois de crescer, Andy mudou, e esse fantasma acompanhou sua evolução. Andy Warhol acreditou que podia formular com clareza a máxima dessa evolução: “Ganhar dinheiro para ter bombons”. Quando sua carreira deslanchou, ele começou a ter cada vez mais candies, a ponto de ter um cômodo reservado para os candies. (…) A primeira marchand de Andy, Eleanor Ward, o chamava de “Andy Candy”. E quando, anos mais tarde, surgiu a drag-queen favorita de Andy, esta se apelidou, como que de propósito, Candy Darling.  (Trecho do primeiro capítulo de Andy Warhol, livro de Mériam Korichi que acaba de chegar à Série Biografias L&PM).

O cantor e compositor Lou Reed fotografado por Andy Warhol com uma barra de chocolate

A drag-queen favorita de Andy, não por acaso, adotou o nome de Candy Darling

E por falar no assunto, para fevereiro está prevista a chegada de “Diários de Andy Warhol” em dois volumes na Coleção L&PM Pocket e, para março, o livro de fotos “América”.

Sem medo de “Abaixo de zero”

“As pessoas têm medo de mudar de pista nas vias expressas de Los Angeles.” Assim começa Abaixo de zero, o aclamado livro de estreia do americano Bret Easton Ellis (o mesmo autor do perturbador O psicopata americano). Fico pensando no que está implícito nessa frase: mudar de pista é mudar de rumo, é tentar ultrapassar, é, quem sabe, se arriscar a encontrar alguém que ande mais rápido do que a gente. E isso às vezes dá medo. Não só em Los Angeles.

Não li Abaixo de zero. Ainda. Mas assisti ao filme de 1987 que conta a história de um triângulo de amigos: o protagonista Clay, sua ex-namorada Blair e seu amigo da faculdade Julian, este último vivido no cinema por um Robert Downey Jr. muito distante do atual Sherlock Holmes. O filme não está muito aceso na minha memória, mas lembro que, na época, gostei. Parece que quem não gostou muito foi o autor do livro, já que Ellis fez cara feia e falou que a adaptação não tinha nada a ver com seu romance.

Dirigido por Marek Kanievska, o Abaixo de zero dos cinemas é centrado numa mensagem “anti-drogas”, enquanto o livro concentra-se no vazio existencial na vida dos personagens. Além disso, as pessoas parecem ter mudado de personalidade no cinema. Clay, por exemplo, que é originalmente bissexual, virou heterossexual convicto.

É por essas e por outras que não basta ver o filme. Tem que ler o livro que acaba de chegar na Coleção L&PM Pocket… Sem medo. (Paula Taitelbaum)

“Maestro! Buongiorno!”

Ivan Pinheiro Machado*

No comecinho da década de 70, minha família morava em Roma. Meu pai, perseguido pela ditadura militar, procurara o exílio na capital italiana. Eu e meu irmão, com menos de 20 anos, podemos dizer que vivemos um suave exílio. Afinal, não havia cidade como Roma naquele início dos anos 1970.

Morávamos em Monte Mario, uma das sete colinas romanas e, todo o dia, íamos ao “liceo”. Pegávamos um ônibus e passávamos a pé pelo início da legendária escadaria da Piazza di Spagna. A esquerda de quem sobe está a casa de Lord Byron e, em frente, o edifício onde, no primeiro andar, ficava o estúdio de Giorgio de Chirico, a quem, desde menino, eu já admirava como o inventor da “pintura metafísica”. Toda vez que passávamos por ali eu olhava para cima e a sacada estava sempre vazia. Mas um dia, meu coração disparou. Olhei para o primeiro andar do prédio renascentista e vi De Chirico com os cotovelos cravados no parapeito da sacada olhando o movimento. Parei e fiquei observando aquele homem de cabelos muito brancos, cigarrinho no canto da boca, contemplando as flores postas ao longo da imensa escadaria naquele início de primavera romana e que levava até a Trinità dei Monti, igreja da Piazza di Spagna. Não resisti e gritei: “Maestro! Buongiorno!”. E o grande pintor abriu um sorriso e me retribuiu com um gesto largo e afetuoso.

O mestre em sua sacada nos anos 1970 (a foto faz parte do catálogo da exposição "De Chirico: o sentimento da arquitetura")

Segui meu caminho nas nuvens, afinal tinha visto o “Maestro”, um dos grandes pintores vivos (na época), ao lado de nomes como Max Ernest, Salvador Dali, Chagall, Picasso e todos firmes e fortes, em plena atividade.

Passaram-se 40 anos e, sábado passado, fui ao belo prédio do Museu Iberê Camargo em Porto Alegre, com minha amiga, doutora em filosofia da arte e professora da Texas Tech University, Anna Christina Soy, ver a exposição “O sentimento da Arquitetura”, que exibia mais de 100 obras entre pinturas à óleo, desenho e esculturas de Giorgio de Chirico. Era uma tarde quente de janeiro, muita gente na praia, é verdade. Mas pensei, “se esta exposição fosse em Paris, teria fila de 200 metros para entrar”…

A mostra promovida pela Fondazione Giorgio e Isa de Chirico, Fiat, Itaú entre outras instituições, é extraordinária. Na apresentação do belíssimo catálogo, o crítico Teixeira Coelho diz: “As telas de De Chirico são das poucas que povoam recorrentemente o imaginário da arte, a imaginação das pessoas: vão e voltam à memória, e todos sabemos que existem e como são, mesmo sem saber o que  são. Sob este aspecto, representam mais do que se pode dizer da maior parte da arte, já que estão sempre aí, latentes mesmo para quem nunca as viu ao vivo.”

Portanto, De Chirico é pop!
É im-per-dível!!!!

 *Ivan Pinheiro Machado é editor e artista plástico.

Uma das telas da exposição (clique para ampliar)

SERVIÇO:

Exposição “De Chirico: O Sentimento da Arquitetura”

Fundação Iberê Camargo
Av. Padre Cacique, 2000 – Porto Alegre RS
www.iberecamargo.org.br
De 08 de dezembro de 2011 a 04 de março de 2012

Casa Fiat de Cultura
Rua Jornalista Djalma Andrade, 1250 – Nova Lima MG
www.casafiatdecultura.com.br
De 20 de março a 20 de maio de 2012

 

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP
Av. Paulista, 1578 – São Paulo SP
masp.art.br
De 31 de maio a 12 de agosto de 2012

62. O menino que virou pato

O blog da L&PM Editores concedeu férias ao editor Ivan Pinheiro Machado*. Sendo assim, o “Era uma vez… uma editora”, série de posts assinados por ele e publicados neste espaço todas as terças-feiras, será um pouco diferente até o final de janeiro. Neste período, mostraremos alguns livros que fazem parte da memória da editora. Como “Pé de Pilão” da antiga Coleção Quadrinhos L&PM Infantil, livro publicado no inverno de 1986 e onde Claudio Levitan ilustrou o poema que Mario Quintana escreveu para as crianças. Anos depois, Levitan, que além de arquiteto, escritor e desenhista, também é músico, levou a história do menino que virou pato para os palcos, em um colorido e animado musical. Abaixo, a introdução escrita por ele para o livro.

Pé de Pilão nasceu de uma canção. Só um poeta maluquinho como o Mario Quintana para descobrir naquela antiga cançãozinha de roda a trama do menino que virou pato:

“Pé de Pilão
carne seca com feijão
arreda camundongo
pra passar o batalhão”.

E a história começa pelo meio, pode isto? Pode existir uma fada mascarada e diabólica que não é bruxa? Ou uma avó que é fada e foi enfeitiçada perdendo o seu encanto, o de não envelhecer? Mas foi a andorinha que me deu a principal dica para desenhar o mundo do Pé de Pilão: ela enxergava o mapa da história. Lá do alto podia-se ver onde ficavam a casa da avó, a cidade, a praça, a floresta encantada, a capela, a prisão e o regato.

No momento em que desenhei esse mapa, os personagens puderam andar livres no espaço da imaginação. E foram surgindo um a um com seus jeitinhos carinhosos herdados do velho poeta das crianças. Foi com tanto prazer que me embrenhei nessa história, através dos desenhos, que fiquei triste quando terminou. Mas acabei gostando mais ainda do Mario Quintanta, que além de poeta – e ser poeta já um grande elogio – é o filósofo do nosso cotidiano.

Agradeço à Associação Intantil Pé de Pilão pela oportunidade ímpar dessa aventura: desenhar a sua pequena obra-prima.

Claudio Levitan

A capa de "Pé de Pilão"

*Toda terça-feira, o editor Ivan Pinheiro Machado resgata histórias que aconteceram em quase quatro décadas de L&PM. Este é o sexagésimo segundo post da Série “Era uma vez… uma editora“.

O pai do romance policial moderno

Quando morreu, deprimido e doente, no dia 10 de janeiro de 1961, Dashiell Hammett já não publicava um livro desde 1934. Mas deixou herdeiros na literatura americana: seguidores que o consideravam o “pai” do moderno romance policial.

Ao longo de seus 66 anos de vida, Hammett abandonou a escola, foi estivador, conseguiu um emprego numa agência de detetives particulares de San Francisco e, em 1920, começou a escrever. Publicou cinco romances e dezenas de pequenas histórias, virou roteirista de Hollywood e, em 1951, ficou um tempo preso, acusado de “conspirador vermelho” pelo comitê McCarthy.

Seus contos policiais ganharam importância principalmente porque Hammett tirou o crime dos salões e o colocou nas ruas, com ares de vida real, dando origem ao que viríamos a chamar de literatura noir. “Do vaso veneziano para as valetas” como descreveria mais tarde Raymond Chandler.

Em tempos de gângsters, da lei seca, da corrupção sem freios, Hammett criou uma espécie de anatomia social do crime, em que o assassino e o cadáver eram apenas o ponto de partida – e o pretexto – para descrever uma sociedade violenta, cínica e sem esperança. Aliás, cínicos e desesperançosos eram também seus detetives, em especial o fumante inveterado Sam Spade, vivido nos cinemas por Humphrey Bogart (veja trailer de “O falcão maltês” com direção de John Huston).

Pena que, assim como a sociedade e seu personagem, Dashiell Hammett também acabou perdendo a esperança. Resta-nos pensar que, diferente de uma cena de filme noir, sua obra jamais ficará nas sombras.

A L&PM publica quatro títulos de Dashiell Hammett.