15 curiosidades para marcar os 15 anos da morte de Charles Schulz

Charles Schulz, o criador de Peanuts, morreu em 12 de fevereiro de 2000. Deixou muitas histórias para contar. Não apenas de seus personagens como de sua própria vida. Abaixo, 15 coisas que talvez você não saiba sobre ele:

1. O apelido de infância de Charles Schulz era Sparky e foi dado a ele por um tio em referência ao cavalo Spark Plug de uma antiga tirinha cômica chamada Barney Google and Snuffy Smith.

2. Charles Schulz e Charlie Brown têm muito em comum. Os pais de Schulz tinham as mesmas profissões dos pais de Charlie Brown: barbeiro e dona de casa. E assim como seu personagem, Schulz foi notoriamente tímido na infância.

Charles Schulz em clima de Charlie Brown

Charles Schulz em clima de Charlie Brown

3. O nome do primeiro cachorro de Schulz era Spike em referência ao seu próprio apelido. Segundo consta, Spike gostava de comer coisas esquisitas como alfinetes e taxas. Há uma estátua em homenagem a ele no Museu Peanuts em Santa Rosa.

Spike com Charles Schulz e seus pais

Spike com Charles Schulz e seus pais

4. Schulz serviu na Segunda Guerra Mundial, mas nunca disparou uma arma. Ele foi convocado em 1943 e enviado para o conflito na Europa. Contou que, na única oportunidade que teve de disparar sua metralhadora, ele descobriu que tinha esquecido de carregá-la.

O jovem soldado Schulz

O jovem soldado Schulz

5. Depois da Segunda Guerra ele se tornou um leitor assíduo. Indo e vindo de bonde para trabalhar no centro de Minneapolis, onde lecionava na escola de arte comercial, ele lia principalmente Tolstói, Thomas Wolfe e F. Scott Fitzgerald.

6. As primeiras histórias das crianças criadas por Schulz foram publicadas em uma tirinha chamada “Li’l Folks”. Nessa época já havia um cão que lembrava Snoopy.

7. Schulz criou Snoopy para ser silencioso. Foi só depois de dois anos de tirinhas que Snoopy verbalizou os seus pensamentos aos leitores em um balão de pensamento em 1952.

8. As tirinhas de “Li’l Folks” foram vendidas ao jornal St. Paul Pioneer Press que as publicou em seu caderno feminino entre os anos de 1947 e 1950. Schulz recebia 10 dólares por semana.

9. Schulz queria chamar Snoopy de Sniffy, mas ele descobriu que esse nome já existia em outra história em quadrinhos. Por isso, ele optou por Snoopy depois de lembrar que sua falecida mãe, Dena Schulz, disse que, se eles fossem ter uma terceiro cão, ele deveria ser chamado de Snoopy, um termo carinhoso em norueguês.

10. Não foi Schulz que criou o nome “Peanuts”. Em 1950, a United Feature Syndicate comprou a história em quadrinho “Li’l Folks” de Schulz, mas os executivos da empresa acharam que este nome era muito parecido com os de outras tirinhas publicadas na época: “Li’l Abner” e “Little Folks”. Para evitar confusão, eles optaram por “Peanuts”, inspirados em um quadro do programa Howdy Doody que se chamava “Peanuts Gallery”.

11. Schulz odiava o nome “Peanuts” e numa entrevista concedida em 1987 disse: “O nome é totalmente ridículo, não tem sentido, é simplesmente confuso e não tem dignidade…”

12. Schulz era um grande defensor do programa espacial americano. Tanto que, em 1969, a Apollo 10 teve seu módulo de comando batizado de Charlie Brown e o módulo lunar chamado de Snoopy.

Snoopy era mascote dos astronautas da Apollo 10

Snoopy era mascote dos astronautas da Apollo 10

13. Durante toda a sua vida, Schulz tirou férias apenas uma vez, no final de 1997, quando parou de escrever suas tirinhas diárias por cinco semanas para comemorar seu aniversário de 75 anos; nesse período, reprises das historinhas foram publicadas.

14. Schulz era fã de hóquei e, em 1998, organizou o primeiro torneiro para jogadores acima de 75 anos. Em 2001, o Highland Park Ice Arena, em St. Paul, foi rebatizado de Charles M. Schulz Hughland Arena em sua homenagem.

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Schulz e seu hobby: hóquei

15. Schulz criou a mais longa história já contada por um ser humano. De acordo com Robert Thomson, da Universidade de Syracuse, Schulz criou “provavelmente a história mais longa contada por um ser humano”, pois suas tirinhas possuem uma continuidade cronológica. Ao todo, Schulz produziu 17.897 tirinhas publicadas entre os anos de 1950 e 2000.

 

 

O velho Sherlock Holmes em um novo filme

Sherlock Holmes com 93 anos, tendo lapsos de memória, caminhando com dificuldade e atormentado por um caso não resolvido. Consegue imaginar isso? Pois é exatamente esse o enredo de Mr. Holmes, filme que foi apresentado à imprensa no domingo, 8 de fevereiro, durante o Festival de Cinema de Berlim 2015.

O filme sobre o final da vida de Sherlock Holmes era um dos títulos mais aguardados do festival, apesar de não fazer parte da mostra competitiva. No papel do detetive mais famoso do planeta está o ator Ian McKellen (célebre pelos personagens Magneto e Gandalf) e a direção é de Bill Condon.

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O ator Ian McKellen como Mr. Holmes

Segundo o site “Adoro Cinema”, o filme tem um ritmo agradável, com diversas tiradas irônicas típicas do humor britânico, além de diversas brincadeiras sobre a imagem famosa de Sherlock Holmes, com seu chapéu e cachimbo – segundo o próprio detetive, ele jamais usou nenhum desses acessórios. A cena em que o personagem assiste a um filme retratando suas investigações é hilária.

Na coletiva de imprensa, Ian McKellen esbanjou simpatia e disse que aceitou o papel antes mesmo de saber do que se tratava, só pela oportunidade de trabalhar novamente com Bill Condon que o dirigiu em Deuses e Monstros. Na trama, Mr. Holmes lembra apenas de fragmentos de um caso do passado que o perturba: o confronto com um marido nervoso e uma ligação secreta com sua bela e instável esposa. Com sua capacidade intelectual em declínio e sem o apoio de Watson, Holmes enfrenta o caso mais difícil da sua vida. Laura Linney assume o papel da governanta Munro e o ator mirim Milo Parker vive um garoto que vai ajudar o velho detetive.

Aliás, o menino justificou o prazer de trabalhar com Sir Ian McKellen: “Ele é incrível. E ele é o Gandalf!”.

Veja algumas cenas:

Clique aqui para ver os títulos de Sherlock Holmes, de Sir Arthur Conan Doyle, publicados pela L&PM.

Woody Allen em novo filme, ópera e série

Woody Allen não para. Ele lançará um novo filme em 2015, vai dirigir uma ópera que estreia em setembro e também está preparando uma série para a televisão.

Seu próximo filme, que está sendo rodado, já tem título: “Irrational Man” (ou “Homem Irracional”, em tradução literal). Os produtores da Sony Pictures ainda não divulgaram a sinopse desta comédia, descrita como “mais leve e agradável do que nunca”. Mas se depender do elenco, é sucesso na certa.

Woody Allen no set de filmagem de "Irrational Man" com o seu tradicional chapeuzinho

Woody Allen no set de filmagem de “Irrational Man” com o seu tradicional chapeuzinho

O filme traz Joaquin Phoenix no papel principal, além de Emma Stone (que trabalhou com Allen em “Magia ao Luar”).

Emma Stone e Joaquin Phenix nas filmagens de "Irrational Man"

Emma Stone e Joaquin Phoenix nas filmagens de “Irrational Man”

Allen também anunciou que vai dirigir uma nova montagem da ópera ”Gianni Schicchi” de Giacomo Puccini e que terá como protagonista o tenor Plácido Domingo. A apresentação será em 12 de setembro.

Para completar, o diretor ainda prepara a primeira série para a televisão para a Amazon. A série, produzida pela Amazon Studios, vai ser veiculada pelo Prime Instant Video, serviço de vídeo on-demand da Amazon e a estreia deve acontecer em 2016.

Clique aqui para conhecer os títulos de Woody Allen publicados pela L&PM.

 

Um novo personagem na Turma da Mônica

No domingo, 31 de janeiro, Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica, lançou o novo personagem Marcelinho, inspirado em seu filho mais novo (16 anos), Marcelo de Sousa. O mais recente vizinho da turminha adora números, economiza e preza pela sustentabilidade. Às vezes exagera na economia, o que deixará Mônica e seus amigos em conflito.

Marcelinho foi o último dos dez filhos de Maurício a ganhar um personagem. Mônica, Mariângela (Maria Cebolinha), Magali, Mauricio Spada (Professor Spada e Dr. Spam), as gêmeas Vanda e Valéria, Mauro (Nimbus), Marina e Mauricio Takeda (Do Contra) já são conhecidos dos leitores nas páginas dos gibis.

O planejamento vem desde que o jovem tinha dez anos. “Ele já nasceu com o ‘chip’ de econômico e preocupado com a sustentabilidade do planeta. Demorou porque, de início, pensei em criar o personagem Marcelinho, o ‘Certinho’. E ele disse que não queria porque iria ‘pagar um mico’ com os amigos da escola. Assim, ficou apenas Marcelinho. Acertado isso, ficamos estudando como seria o personagem visualmente, seus pais, suas possibilidades e isso demora mesmo para finalizar”, conta Maurício de Sousa.

Inicialmente, a publicação será exclusiva no site da Turma da Mônica. A primeira tira de Marcelinho já fala de um problema que o Brasil está vivendo: a falta de água. Uma nova tira será postada a cada quinta-feira. Depois, o personagem poderá entrar nas tiras publicadas em jornais pelo Brasil e nas historinhas das revistas mensais da Turma da Mônica.

Marcelinho disse que já estava pressionando o pai para que seu personagem fosse finalmente lançado e que ficou contente com o desenho e personalidade desenvolvidos. Além de suas preocupações com o meio ambiente e o controle dos gastos familiares, ele gosta muito de futebol e de desenhar.

Ao longo de 54 anos de carreira, Mauricio de Sousa criou mais de 400 personagens. E não deve parar por aí. Na fila para ganhar sua própria versão em quadrinhos há mais 11 netos.

Essas são as primeiras tirinhas de Marcelinho. Clique para ampliar

Essas são as primeiras tirinhas de Marcelinho. Clique para ampliar

Conheça os livros da Turma da Mônica publicados na Coleção L&PM Pocket.

Kandinsky no Rio de Janeiro

O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro inaugurou na quarta-feira (28) a exposição Kandinsky: Tudo Começa num Ponto. A mostra – que já esteve em Brasília e ainda vai percorrer duas capitais brasileiras – traz pela primeira vez ao país mais de uma centena de obras e objetos do artista, além de trabalhos de contemporâneos sob suas influências.

O acervo trazido ao Brasil tem como base a coleção do Museu Estatal Russo, de São Petersburgo, enriquecido com obras de sete museus russos e de colecionadores particulares da Alemanha, Áustria, Inglaterra e França. As referências culturais e espirituais que contribuíram para a transformação artística do pintor, como a arte popular do Norte da Sibéria e os rituais xamânicos, também ganham destaque na mostra.

“Diferentemente de outras exposições sobre Kandinsky, apresentadas pelo mundo, essa tem a característica de se centrar no surgimento dele como artista e de mostrar o período que vai desde o final do século 19 até as primeiras décadas do século 20”, explica o idealizador e diretor-geral da mostra, Rodolfo de Athayde. “É o período em que Kandinsky passa por um processo de evolução que o leva de um pintor representativo comum até a criação e consolidação da ideia da abstração”, acrescenta.

Os curadores, Evgenia Petrova (também diretora do Museu de São Petersburgo) e Joseph Kiblitsky, organizaram a exposição em cinco blocos. Os segmentos retratam as raízes da obra em relação à cultura popular e o folclore; o universo espiritual do xamanismo no Norte da Rússia; a primeira temporada de Kandinsky na Alemanha e sua experiência com o grupo Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul); o diálogo do artista com a música, por meio de sua amizade com o compositor Schonberg e os caminhos abertos pela abstração.

“A exposição, portanto, cobre a etapa que consideramos, do ponto de vista criativo, a mais inquietante e produtiva do artista, que vai até 1922, quando ele parte para o exílio, primeiramente na Alemanha, depois na França”, enfatiza Athayde.

Do Rio, a exposição irá para o CCBB de Belo Horizonte, para visitação pública de 15 de abril a 22 de junho. De lá seguirá para São Paulo, com visitação agendada entre 19 de julho a 28 de setembro. A visitação no CCBB do Rio ocorrerá de quarta-feira a segunda, das 9h às 21h, com entrada grátis.

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Fica a dica para o final de semana.

É ou não é o túmulo de Cervantes?

Sábado, 24 de janeiro de 2015 em Madri: um caixão com as iniciais M.C. foi encontrado a uma profundidade de 4,8 metros, em uma cripta no convento das Trinitárias. Os peritos vibraram: M.C. talvez signifique Miguel de Cervantes. E é justamente isso o que os arqueólogos e antropólogos procuram, a ossada perdida do autor de Dom Quixote.

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A localização exata do túmulo do escritor espanhol – morto em 1616 – ser perdeu durante reformas da igreja e, há quase um ano, ela vem sendo procurada.   Para chegar à cripta recém descoberta, os investigadores precisaram retirar dezenas de livros de enormes estantes de madeiras, pois as monjas do convento haviam alugado o espaço para uma editora.

A identificação da ossada deve demorar, pois além de estar em avançado estado de decomposição, o caixão se desmanchou e as ossadas que estavam em seu interior se misturaram com outras que se encontravam do lado de fora. E o exame de DNA já não é mais possível, pois não existem descendentes vivos de Cervantes.

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Os fragmentos do caixão que continha as iniciais M.C. e que talvez seja de Cervantes

A tarefa será separar tudo e tentar identificar os ossos de Cervantes a partir de lesões que se sabia que ele tinha, como uma atrofia nos ossos da mão esquerda. Também será levado em conta que o escritor tinha apenas seis dentes quando morreu, aos 69 anos.

Essa descoberta é fruto de uma cruzada quixotesca empreendida pelo historiador espanhol Fernando Prado com financiamento da prefeitura de Madri.

Editoria de arte / Folhapress - Folha de S. Paulo

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Em 1978, “Rango”, personagem de Edgar Vasques, já era Charlie Hebdo

Rango“, de Edgar Vasques, foi a publicação que deu origem à L&PM Editores. As tiras do faminto personagem criado por Vasques, cujo primeiro volume em livro data de 1974, foi um sucesso total. E não por acaso: repleto de ironia, inteligência e crítica às desigualdades sociais, “Rango” conseguia (e ainda consegue), de uma forma tragicômica, levar à reflexão.

Em 1978, Georges Wolinsky, então redator-chefe do “Charlie Mansuel” (a revista mensal do grupo “Charlie Hebdo”) publicou duas páginas de tiras do Rango traduzidas para o francês. O editorial dizia mais ou menos o seguinte (em tradução livre): Com “Rango” de Edgar Vasques, nos reportamos ao Brasil. Imaginem um “Peanuts” onde todos os personagens morrem de fome… Pois bem, “Rango ” é isto! É preciso estar empanturrado para apreciar. E nós estamos.

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“Involuntariamente, e avant la lettre, meu faminto foi o primeiro (Je suis) Charlie”, disse Edgar Vasques.

Aproveitamos para fazer um pequena entrevista com Vasques para o blog da L&PM:

– Para ser um bom chargista, é preciso ser um provocador?
Edgar Vasques: Sim, mas só no melhor sentido: provocar a reflexão (via humor), provocar a surpresa que sacode preconceitos (e hábitos) consolidados, provocar até a ação contra a mistificação, a injustiça, etc. E não provocador no sentido “espírito de porco”, a provocação pela agressão em si, pra se fazer de engraçadinho: pra isso não precisa inteligência nem talento…

– Você já teve medo, devido a um trabalho específico que fez? Por exemplo: uma tira do Rango na época da ditadura militar?
EV: Minha geração se criou profissionalmente sob a ditadura e a censura, quando era necessário pesar com cuidado não o conteúdo do que se dizia, mas a forma como se dizia. Fomos aprendendo certas “sutilezas”: várias vezes deixei de escrever “Brasil” numa tira pra escrever “país”, e daí fazer a crítica, por exemplo. O clima era opressivo, o medo rondava, mas eu, até de forma meio inconsequente, ignorava e ia em frente, adotando a postura do rinoceronte, que segue em linha reta e não quer nem saber se o caçador está à espreita. O jeito de ignorar o medo, às vezes, é não querer nem saber. O que não impediu o Rango (em 1977) de ser pivô da apreensão do “Pasquim” em todo o país… mas isso é outra história.

– De um modo geral, o que você acha que mais está faltando no mundo: bom humor ou tolerância?
EV: O bom humor e a tolerância são componentes psicológicos potenciais de todo ser humano. Dar ouvidos a estes estados de espírito (e suas consequentes atitudes) já depende de outros fatores de diversas ordens. Sem dúvida haveria melhores humores e mais tolerância se não vivêssemos cercados de injustiça, competição feroz e desigualdades, que são causa profundas da intolerância e do “mau humor”.

– Você acha que o triste episódio do Charlie Hebdo, de alguma forma, vai fazer com que algo mude no cenário mundial? O quê?
EV: Talvez, mas não me parece provável. Porque esse episódio estúpido é consequência de toda uma situação externa a ele próprio. O que muda mesmo uma situação é a alteração significativa das causas dessa situação, e não das suas consequências.

– O Rango do ano 2015 tem fome de quê?
EV: O Rango, que começou tratando do sintoma mais visível das mazelas do mundo, a fome, no decorrer dos seus (hoje) 45 anos de carreira, foi aprofundando o foco nas causas que produzem aquele sintoma: a desigualdade na distribuição da riqueza ( maior hoje do que nunca), causada pela exploração da maioria da humanidade por uma minoria ínfima, a mistificação de políticos e de mídias, quando são os braços desse esquema de exploração, o recurso à irracionalidade, à emocionalização e à violência, a corrupção etc. Quer dizer, a cadeia de produção da fome vem de longe, e o Rango ainda tem muito do que se ocupar (infelizmente).

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Peça com a qual Antonio Bivar ganhou Molière tinha Maria Della Costa no papel principal

Uma das damas do teatro brasileiro, a bela e talentosa Maria Della Costa faleceu no sábado, 24 de janeiro, aos 89 anos. A atriz é citada livro Mundo adentro vida afora, de Antonio Bivar, quando ele conta detalhes da peça que lhe rendeu o Molière, “Abre a janela e deixa entrar o ar puro e o sol da manhã”, com direção de Fauzi Arap, e que tinha Maria em um dos papéis principais.

A beleza de Maria Della Costa

A beleza de Maria Della Costa

“Ao ler a peça até onde eu a escrevera, Fauzi se viu, segundo suas próprias palavras, diante de “uma pequena obra-prima”. Na crista da onda como diretor depois de dirigir Tônia em Navalha da carne, de Plínio Marcos, Fauzi fora convidado pelo produtor Sandro Polloni para dirigir em São Paulo o próximo espetáculo de sua mulher, a bela e consagrada Maria Della Costa. Fauzi viu em Heloneida o papel perfeito para Maria.” (Trecho de Mundo adentro vida afora)

Maria Della Costa em primeiro plano e a atriz Thelma Reston em segundo, atuando na peça de Antonio Bivar, "Abre a janela..."

Maria Della Costa em primeiro plano e a atriz Thelma Reston em segundo, atuando na peça de Antonio Bivar, “Abre a janela…”

“Grande intérprete, estrela mor do teatro brasileiro, com sua atuação na minha segunda peça, Abre a janela e deixa entrar o ar puro e o sol da manhã, em 1968, recebi o prêmio Molière de melhor autor do ano, em São Paulo. E assim morre uma verdadeira diva brasileira. Atuou no cinema e na televisão, mas seu lugar verdadeiro era o palco. Grande amiga, querida Maria. Com certeza seu brilho agora será no palco ilimitado do espaço sideral.” Escreveu Bivar em sua perfil no Facebook.

Famosa canção de Bob Dylan foi influenciada pelos beats

Há 50 anos, em janeiro de 1965 (mais precisamente no dia 14), Bob Dylan gravou uma das músicas mais marcantes de sua carreira: “Subterranean Homesick Blues”.

A importância da canção se deve principalmente a um vídeo – considerado o precursor do videoclipe – em que Dylan acompanha a letra da música com palavras escritas em folhas de papel. Ele foi gravado para ser o trailer do documentário “Don’t Look Back”.

Os cartazes foram escritos, entre outras pessoas, por Dylan e por Allen Ginsberg. O poeta beat aparece ao longo do vídeo, no canto esquerdo da tela, segurando um bastão e conversando.

Dylan disse que teve a influência dos escritores beats na composição da música, especialmente Jack Kerouac. Possivelmente, o título da canção é baseado em Os Subterrâneos, de Jack Kerouac.

O dia em que a França moderna teve início

Paris, 21 de janeiro de 1793: na manhã gelada deste dia, Luís XVI sobe ao cadafalso para ser guilhotinado. Seu corpo, cortado em dois, vai separar o corpo do rei do corpo da nação. Ou seja, o rei não morreria pela vontade do povo, mas a recém proclamada República ainda era frágil e era preciso “matar” a monarquia que o bom e exitante Luís XVI representava.

“Eu morro inocente de todos os crimes que me imputam. Perdoo os autores de minha morte. Rogo a Deus que o sangue que vocês derramarão jamais recaia sobre a França”, pronunciou o monarca ao receber sua sentença.

Aos 16 anos, Luís XVI se casou com Maria Antonieta. Aos 20 foi coroado rei da França. Tinha 35 quando eclodiu a Revolução Francesa e apenas 39 ao ser decapitado. Luís XVI certamente não nasceu para o papel de rei que o destino lhe impôs como bem conta a biografia escrita por Bernard Vincent e publicada pela Coleção L&PM Pocket.

“Ao cortar a cabeça do supliciado, o carrasco, que talvez não medisse todo o alcance histórico de seu gesto, não apenas guilhotinaria Luís XVI ou a monarquia: ele também guilhotinaria, de certa maneira, a história da França. Pois parece legítimo pensar que houve, a partir desse dia, um antes e um depois, e que foi nesse 21 de janeiro de 1793 que iniciou, dessa vez para sempre, o Ano I da França moderna.” (Trecho de Luís XVI, de Bernard Vincent)

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Uma excelente biografia para quem quer saber mais sobre a história da França