Livros para pendurar na árvore de Natal

Livros ficam perfeitos embaixo da árvore de Natal. Mas você já pensou que eles podem virar o próprio enfeite da árvore? Há um site que vende bolas de vidro com trechos de Pride and Prejudice (Orgulho e Preconceito), de Jane Austen. O resultado é inspirador, pois bastaria encontrar uma bola de vidro vazia à venda para customizá-la com frases da sua obra preferida. Outro enfeite ótimo foi o da Biblioteca de São Paulo, que criou uma árvore decorada com 50 bloquinhos de post-it que simulam livros. A partir dessa ideia, ficaria lindo imprimir capinhas de livros da Coleção L&PM POCKET, colar nos bloquinhos e deixar a árvore com a cara da sua estante. Sua árvore já está pronta? Guarde esta ideias pro ano que vem! 

Atriz fica louca por homem e ganha prêmio

A Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) elegeu Elisa Volpatto como a atriz revelação do ano. Elisa ganhou o prêmio por sua atuação em Mulher de Fases, série do canal HBO que é baseada no livro Louca por homem, de Claudia Tajes. A atriz e os outros premiados receberão seus troféus em uma cerimônia que acontecerá no dia 13 de março de 2012. Em Louca por homem (assim como em Mulher de Fases), a personagem criada por Claudia, Graça, muda seus gostos e hábitos conforme os namorados que tem. Veja o trailer da série:

Vai nascer um novo psicopata americano

Está confirmado: o filme O psicopata Americano, realizado em 2000 e baseado na obra homônima de Bret Easton Ellis, vai ganhar um remake. O estúdio Lionsgate contratou o diretor Noble Jones para escrever um novo roteiro e refilmar a perturbadora obra de Ellis. Escrito em 1991 como uma crítica feroz à geração yuppie, o livro conta a história do bem sucedido banqueiro novayorquino Patrick Bateman (que no filme de 2000 foi vivido por Christian Bale) e traz à tona uma trama violenta, em que o personagem divide seu tempo entre o trabalho, prostitutas e assassinatos. Em entrevista recente, Jones disse que seu projeto, que ainda está em fase embrionária, terá orçamento muito mais baixo do que o anterior, que foi dirigido pela escritora e diretora canadense Mary Harron. Também afirmou que a nova versão será situada nos tempos atuais e não nos anos 80 como na história original.

Últimos dias para ver Modigliani de perto

Essa é uma dica para quem está ou vai passar por Vitória, no Espírito Santo, nos próximos dias. Começou no dia 09 de dezembro e fica até domingo, dia 18, a exposição “Modigliani: Imagens de uma vida”. A mostra inédita que tem entrada gratuita conta com 188 obras e traz 12 pinturas em óleo originais, e cinco esculturas em bronze, além de pinturas de outros artistas de sua época, fotografias, documentos, desenhos, telas de amigos e filmes. Todo o acervo vem do Instituto Modigliani, de Roma, e foi montado com uma concepção inédita, que traça o panorama da vida e obra de Modigliani, entre 1906 e 1920.

SERVIÇO

Exposição “Modigliani – Imagens de uma vida”
Local: Salão Afonso Brás, no Palácio Anchieta – Centro de Vitória
Período: até 18 de dezembro de 2011
Horário: De terça a sexta-feira – das 9 às 17 horas.
Sábado: das 10 às 17 horas
Domingo: das 10 às 16 horas
Entrada gratuita
Telefone para agendamento em grupos: (27) 3636-1032/3636-1048
Horário de atendimento: segunda a sexta das 8 às 18 horas
E-mail:
agendamento@palacioanchieta.es.gov.br
Informações: (27) 3315 7071

A L&PM publica a vida de Modigliani na Série Biografias da Coleção L&PM POCKET.

58. O Primeiro-ministro que amava as novelas

Por Ivan Pinheiro Machado*

Em 1976, Portugal era uma festa. Depois de 40 anos da sinistra ditadura salazarista, a cidade de Lisboa vivia a euforia dos cravos vermelhos. Tudo começara um ano antes, em 1975, quando a Revolução dos Cravos havia devolvido a democracia ao povo português.

Naquele ano, eu debutava na Feira Internacional do Livro de Frankfurt, onde, levado pela mão do grande editor brasileiro Fernando Gasparian, fiz os primeiros contatos com importantes agentes e editores internacionais. Gasparian era um homem internacional na exata acepção da palavra. Circulava nas rodas mais influentes da intelectualidade de esquerda europeia. Havia morado em Londres e feito política no Brasil, onde chegou a ser Secretário da Indústria do Estado de São Paulo. Foi empresário, fazendeiro, ganhou muito dinheiro e sempre se manteve firme nos seus ideais democráticos. Participou ativamente da resistência, foi sócio de O Pasquim e dono do legendário Opinião um dos jornais mais sérios e ativos no combate à ditadura. Na época, Portugal era uma espécie de paraíso para nós, brasileiros nostálgicos da democracia. Um verdadeiro exército de exilados invadia Lisboa. Eram professores, militantes, profissionais liberais, políticos cassados… enfim, uma legião de expatriados que já havia fugido da Argentina, que caíra nas mãos dos militares, e depois escapara do Chile, que estava nas mãos igualmente sinistras de Pinochet. Os que conseguiram sair do Chile acabaram, a maioria, ou em Paris ou em Portugal pós Revolução dos Cravos.

Fernando Gasparian já tinha vários encontros agendados e no domingo, quando a Feira de Frankfurt acabou, nós voamos para Lisboa. Eu fui para a casa do escritor Josué Guimarães, um dos principais correspondentes de jornais brasileiros sediados em Lisboa, que juntamente com sua mulher Nídia me acolheu principescamente. Chegamos por volta do meio-dia e, ao anoitecer, Gasparian me ligou e disse “vamos a um jantar meio formal, seria bom que você colocasse uma gravata”. Era o seu estilo afirmativo, sua maneira peculiar de fazer convites. Eu ri e perguntei onde iríamos. Ele estava apressado: “Vamos nos encontrar às 8h no Tivoli”. Às 8 horas lá estava eu de gravata em frente ao tradicional Hotel Tivoli. O Gasparian chegou pontualmente num táxi, eu subi e em 15 minutos estávamos no… Palácio Presidencial. “O Mário (Soares) nos convidou para jantar”, disse o Fernando rindo, “você vai gostar dele, é um boa praça”.

Fomos recebidos pelo cerimonial do palácio, umas três ou quatro pessoas. Uma das encarregadas não demorou a explicar a ausência do anfitrião: “O Primeiro-ministro pede que aguardem no salão uns 15 minutos, pois ele está a ver a novela brasileira”. Nós sorrimos e sentamos no magnífico salão. O jantar foi divertidíssimo, pois o Primeiro-ministro Mário Soares, amigo do Gasparian, era um homem culto e muito divertido. E não perdia por nada nenhum capítulo de “Gabriela Cravo e Canela”, que liderava a audiência em Portugal em 1976.

Armando Bogus e Sônia Braga eram Nacib e Gabriela na novela brasileira que era sucesso em Portugal

*Toda terça-feira, o editor Ivan Pinheiro Machado resgata histórias que aconteceram em mais de três décadas de L&PM. Este é o quinquagésimo oitavo post da Série “Era uma vez… uma editora“.

Al Hinkle, um dos personagens de On the road

Em um post anterior, falamos brevemente de Al Hinkle (Albert C. Hinkle) que, junto com Neal Cassady, comprou o Hudson 49, carro que também virou personagem de Jack Kerouac em On the road. Al e sua mulher, Helen, foram muito amigos de Kerouac, de Ginsberg e também de Neal Cassady e de sua mulher Carolyn. Em On the road, o casal Hinkle foi imortalizado com os nomes de Big Ed Dunkel e Galantea.

Ontem, descobrimos que Al, que hoje tem 85 anos, possui uma página no Facebook, onde postou algumas fotos ao lado de Jack Kerouac e dos atores principais do filme de Walter Salles, Garrett Hedlund (Sal Paradise) e Sam Riley (Dean Moriarty):

Os amigos Jack Kerouac e Al Hinkle nos bons tempos de estrada

Al escreveu na legenda desta foto: "Aqui está o Garrett e eu, em minha casa, na frente do meu retrato e do de minha esposa Helen que Carolyn Cassady pintou. Eu estarei postando mais fotos em breve."

Nessa ele colocou a legenda: "Aqui estou eu com Sam Riley, o ator que interpreta Sal Paradise (Jack Kerouac) no filme On The Road. Minha filha Dawn tem uma foto com Garrett Hedlund, que interpreta Dean Moriarty (Neal Cassady), mas ela não me deixou postá-la!"

Woody Allen, quem diria, já foi garoto-propaganda da Smirnoff

Em meados de 1966, uma campanha chamava a atenção nas páginas da Playboy norteamericana. Lá estava ele com sua cara… de pau, vendendo nada menos do que vodka. Nosso querido Woody Allen: 

Woody Allen ao lado da bela Monique van Vooren (clique sobre a imagem para aumentar)

"Para sair da concha... tente Smirnoff" diz o título deste anúncio

Não parece o garoto da Bombril?

Tinha até página dupla

Woody Allen aproveitou a deixa e fez piada de si mesmo. Usou o fato de ter sido garoto-propaganda em um de seus Standup Comics. No texto chamado Vodka Ad ele supostamente contava como tinha ido parar nestes anúncios. “Deixe-me começar pelo início. Eu fiz um anúncio de vodka, que é a primeira coisa importante. (…) Eu vou dizer pra você como eles conseguiram meu nome, ele estava em uma lista no bolso de Eichmann [oficial nazista], quando ele foi pego. Eu estou sentado em casa, assistindo televisão. (…) E o telefone toca e uma voz do outro lado diz: ‘Então, este ano você gostaria de ser o homem vodka?’, e eu digo ‘Não. Eu sou um artista, eu não faço comerciais. Eu não quero agradar ninguém. Eu não bebo vodka e se eu o fizesse, eu não iria beber o seu produto.’ Ele diz: “Que pena. Eles pagam 50 mil dólares.’ E eu digo: “Espere. Vou colocar o Sr. Allen na linha.'”

Deu vontade de rir com Woody Allen? Cuca fundida, Sem plumas, Que loucura! e Adultérios trazem textos impagáveis daquele que um dia, quem diria, já foi o “homem vodka do ano”.

Walter Salles manda notícias da estrada

O Hudson 49, carro que atravessou os EUA na filmagem de On the Road, de Walter Salles, acaba de chegar… ao The Beat Museum. É lá que, a partir de agora, ele ficará estacionado para quem quiser ver, tocar e se emocionar pensando que um carro igualzinho conduziu Jack Kerouac e Neal Cassady pela aventura que deu origem ao livro On the Road.

Para chegar ao The Beat Museum, o Hudson 49 foi pilotado por Garrett Hedlund, ator que vive Dean Moriarty e que, segundo Walter Salles, conhece o carro como a palma da mão, já que soma pelo menos 100 mil quilômetros de estrada com ele. Para chegar até o museu, Garrett fez questão de dirigir o carro de Los Angeles a San Francisco pela Route 1. Com ele, partiram John Cassady, filho de Neal, mais o fotógrafo Greg Smith.

Mas a notícia mais incrível é que ninguém menos do que Al Hinkle, que comprou o carro original com Neal Cassady em 1949, pegou uma carona nessa viagem. Com 85 anos de idade, Al embarcou no Hudson em San José, quando Garrett e seus companheiros pararam para pegá-lo. Os quatro chegaram na quarta à noite, 7 de dezembro, em North Beach, San Francisco, onde o The Beat Museum os aguardava ansiosamente.

E por falar em chegar, não vemos a hora do filme estrear.

O Hudson 49 que agora está no The Beat Museum em San Francisco (clique para ampliar)

Verbete de hoje: Marge

 

Com o lançamento da nova Enciclopédia dos Quadrinhos“, de Goida e André Kleinert, o Blog L&PM publicará, nos domingos, um verbete do livro. O de hoje é  a norte-americana Marge (1904-1993)

Com o seu nome real, Marjorie Henderson Buell, ela é uma ilustre desconhecida. Agora, com o pseudônimo artístico, Marge, todo mundo sabe: é a mãe-criadora de Little Lulu (Luluzinha), Tubby Tompkins ( Bolinha) e Little Alvin ( Alvinho). No início, Little Lulu foi “gag cartoon” nas páginas do Saturday Evening Post (1935). O sucesso fez com que a Western Publishing Company obtivesse os direitos para comercializar Little Lulu em forma de comic books (1945) também em tiras diárias (1955-1967). Para todo esse trabalho, Marge contou com o auxílio de vários colaboradores, em particular John Stanley, Woody Kimbrell, Roger Armstrong e o roteirista Del Connel. No domínio do merchandising, Little Lulu e seus amigos venderam-se para os mais diversos produtos, ganhando igualmente uma série de desenhos para a TV. Até 1972, Marge manteve controle geral da série, que existe ainda, com propriedade da Western. As melhores recompilações, porém, são de histórias feitas na década 50 e 60.

Os originais: Luluzinha e Bolinha como Marge começou a desenhar