Por que ler “Os miseráveis” em HQ depois de assistir ao filme

Por Paula Taitelbaum

É provável que o filme Os miseráveis venha a ser primeiro contato de muitas pessoas com a grande obra de Victor Hugo. É o seu caso? Não se condene por isso: mergulhar nas tantas páginas e nos vários personagens do livro original não é tarefa fácil. Quando eu era uma jovem e voraz leitora (mais jovem do que voraz) cheguei a pegar o livro e li várias partes, mas não me dediquei a ele como deveria. O que me dá uma certa vergonha.

Mas desse tempo ficaram algumas lembranças que vieram à luz quando assisti ao filme.

Não tenho nada contra musicais, mas sempre acho que eles ficam melhores sobre um palco da Broadway. Sem contar que fiquei um pouco irritada com o fato de Jean Valjean e Javert não envelhecerem praticamente nada com o passar dos anos. Se no teatro é difícil envelhecer, no cinema é facílimo. Portanto, qual a explicação para os atores Hugh Jackman e Russel Crowe passarem dos 40 para os 60 anos sem uma ruga a mais no rosto ou um fio de cabelo branco extra na cabeça? E isso é uma coisa que me marcou: Valjean era velho.

O que não quer dizer que o filme não tenha lá seus predicados. O elenco está muito bem dirigido, o ponto alto é mesmo Anne Hathaway cantando a música tema (apesar de eu ter lembrado da Suzy Boyle) e as crianças – principalmente o menino que interpreta Gavroche – são um espetáculo à parte. E por ser um musical e, assim uma versão da obra de Victor Hugo, muita coisa fica no ar para quem não conhece a história original.

É por isso que, depois de assistir ao filme, você precisa – repito: precisa –  ler a bela adaptação de Os miseráveis da série Clássicos da Literatura em Quadrinhos. Eu fiz isso e, abaixo, listo dez motivos que fazem valer essa minha sugestão:

1. Como essa versão para os quadrinhos é bastante fiel ao original, você conhecerá passagens importantes que o filme mudou ou que foram omitidas nesta adaptação cinematográfica.

2. Ao ler Os Miseráveis em HQ, você vai descobrir como Jean Valjean tornou-se prefeito de Montreuil-Sur-Mer e porque Fantine estava lá. Para completar, saberá como Cosette foi parar nas mãos do casal  Thénardier.

2.  Na cena em que Jean Valjean decide ir ao tribunal, ele encontra-se com três  condenados que são testemunhas de um caso, o diálogo entre eles é fundamental para entender o contexto dessa passagem. E isso não aparece no filme.

3. No quadrinho, como no original, a relação de Jean Valjean com Fantine é mais longa do que no filme. E você verá que Javert ajudou a apressar o fim dessa personagem, o que o torna ainda mais odiável.

4. Você vai conhecer um trecho do livro que foi abandonado no musical: Jean Valjean é preso novamente, ganha um novo número e acaba sendo dado como morto.

5. A batalha de Waterloo está presente na história original e Thénardier, que no filme é vivido por Sacha Baron Cohen, salva a vida do pai de Marius, o que será importante a certa altura da história.

6. Ao ler a adaptação para HQ, você fica sabendo o que aconteceu com o pai de Marius e porque o jovem foi criado pelo avô materno, um monarquista. Também descobre como Marius conheceu os revolucionários.

7. Vai saber o nome da boneca que Cosette ganhou de seu protetor. E também descobrirá onde Jean Valjean e Cosetti ficaram – e no que ele trabalhou – enquanto a menina crescia.

8. Conhecerá um pouco mais da história do menino Gavroche e terá uma surpresa ao saber de quem ele era filho.

9. Verá que o final do livro é um pouco diferente. Além disso, conhecerá o poema criado por Victor Hugo para o túmulo de Jean Valdjean.

10. O final da adaptação de Os miseráveis da Série Clássicos da Literatura em quadrinhos traz um dossiê sobre o autor, sua época e sua obra. 16 páginas que contam, através de um ótimo texto e várias imagens, muita coisa interessante sobre Victor Hugo, a França do século XIX e as pessoas que viviam em Paris naquela época.

Os ganhadores da promoção “Orgulho e preconceito – 200 anos”

Para celebrar o bicentenário da publicação do romance Orgulho e preconceito, de Jane Austen, a L&PM lançou o concurso de fotos “Orgulho e preconceito – 200 anos”, cuja tarefa era produzir uma foto inspirada na história. As fotos participantes foram analisadas pela equipe editorial e de comunicação da L&PM Editores, tendo como critérios: originalidade, criatividade e estética. Foram 96 fotos inscritas e a escolha não foi fácil…

O primeiro lugar vai ganhar um kit com os 4 livros de Jane Austen na Coleção L&PM Pocket + 1 ecobag “Orgulho e preconceito – 200 anos” exclusiva!

A seguir, os vencedores:

1º lugar – Simone Karina

"A senhorita me daria a honra de ler essa carta?"

2º lugar – Bianca Liz

3º lugar – Luiza Kirst

E o juri popular escolheu a foto postada por Monica Silva com 126 likes:

Assim como a mãe acredita no amor, minha filha já está a espera do Sr. Darcy dela….

A capa da nova edição da “História de O”

Em primeira mão pra vocês: a capa da nova edição da História de O em quadrinhos, que chega em março às livrarias! Para saber mais sobre esta adaptação de Guido Crepax (o criador da Valentina) para o clássico erótico de Pauline Réage, leia este post de Paula Taitelbaum publicado no início do mês aqui no blog.

A chegada de “Os miseráveis”

Os miseráveis chega hoje aos cinemas de todo Brasil. A adaptação feita para a tela  grande do clássico romance de Victor Hugo é a versão cinematográfica do musical Broadway.

Os miseráveis, de Victor Hugo, é um romance sobre os excluídos e mostra a vida de Jean Valjean (no filme vivido por Hugh Jackman, vencedor do Globo de Ouro por essa atuação). Tudo começa em 1815 quando ele é solto da prisão depois de vinte anos. Condenado por ter roubado um pão, teve sua pena prorrogada em virtude de tentativas de fuga.

Valjean era apenas mais um ladrão andarilho como muitos outros, vítima da fome, da severidade dos julgamentos e de um preconceito sem fim. Até que encontra o bispo de Digne, monsenhor Myriel, que lhe oferece abrigo. Valdjean rouba a prataria do monsenhor, é preso pelos gendarmes, mas depois inocentado pelo próprio bispo, que alegou serem aqueles presentes seus para ele. A partir dessa atitude, Jean Valjean muda seu comportamento e decide fazer só o bem. Por seu caminho, passam Fantine e sua filha Cosette, o casal Thénardier, o menino Gavroche, o policial Javert e o jovem Marius. Personagens que também estão na adaptação de Os miseráveis para HQ, um belo livro que está na Série Clássicos da Literatura em Quadrinhos.

QR Codes por todos os lados

Dentro destes pacotinhos estão os prêmios da promoção do último fim de semana! A partir de agora, além dos livros, os pacotes da L&PM carregam um QR Code (como este da foto), que mostra um pouco do conteúdo que nós produzimos especialmente para os QR Codes que vêm nas capas dos lançamentos e reedições desde o fim do ano passado.

Ficou curioso? Dá pra ler na tela 😉

Um dia na vida de Galeano

Em maio de 2012, pouco depois de Eduardo Galeano lançar Os filhos dos dias, o jornalista Jorge Fernandéz Diaz, do jornal La Nación, acompanhou a rotina do escritor e fez uma ótima matéria contando curiosidades sobre seu dia-a-dia. Tomamos a liberdade de traduzir e transcrever alguns trechos dessa matéria. Para lê-la na íntegra, clique aqui.

O homem que sonha prodígios tem sonhos insignificantes na cama. Mas sua mulher entra na noite como quem vai ao cinema, e na primeira hora do dia, enquanto fazem o desjejum com café com leite, sucos e frutas, Helena o humilha contando as peripécias que viveu de olhos fechados. A companheira de Galeano sonhou uma vez que os dois estavam em uma grande fila, em um aeroporto irreconhecível, e que todos os passageiros levavam seus travesseiros embaixo do braço. Havia uma máquina que escaneava os travesseiros para descobrir se os cidadãos haviam tido sonhos perigosos. Eduardo e Helena permaneciam nessa fila esperando sua vez, temendo que soasse a campainha do detector de sonhos incorretos e eles tivessem que pagar por seus pecados noturnos. Eduardo, claro, anota esses contos, ela sonha obras-primas.

Faz muito tempo que Galeano e sua mulher decidiram eliminar o almoço de sua dieta diária. Para eles, cortava o dia e o escritor sentia-se  estufado: parecia que ele havia comigo uma vaca e então vagava por horas e horas arrastando os pés feito um zumbi. É por isso que em sua casa de Malvín o café da manhã é farto, forte e quente. O desjejum é um dos grandes momentos do dia, não apenas porque é quando Helena narra seus sonhos de Paramount, mas também porque ela possui uma voracidade sem limites por notícias. Galeano é imune ao jornal e apenas usa a televisão para ver futebol. Mas Helena é uma mulher hiperinformada que tem o prazer de ler para seu marido as notícias que lhe deixam alegre ou indignada, além de contar coisas que escutou no rádio ou viu na TV.  

Galeano costuma dizer que não tem horários ou rotina fixa e que escreve somente quando “le pica la mano”. Ou seja: é a mão que decide quando quer escrever e ele não pode dar ordens a ela. Isso começou quando, em um dia remoto, em um bar cubano, Galeano apreciava as maravilhas que um músico genial fazia com seu tambor. Eduardo aproximou-se dele em um momento de pausa e perguntou qual era o seu segredo. Ao que o músico respondeu: “Yo sólo toco cuando me pica la mano”. Galeano sentiu-se representado por esse capricho artístico. E a partir de então só escreve com essa “picazón”.

Saudade, ó saudade…

Haverá algum sentimento mais romântico do que a saudade? Palavra que mais aparece na poesia de amor da língua portuguesa, ela vem do latim “solitas, solitatis” (solidão), da forma arcaica de “soedade, soidade e suidade” e tem influência de “saúde” e “saudar”. No Brasil, a data oficial da saudade é 30 de janeiro. E para marcar esse dia, pedimos a ajuda de Snoopy:

Clique na imagem para ampliá-la

É Dia do Quadrinho Nacional!

Em 1984, a Associação dos Quadrinhistas e Cartunistas de São Paulo elegeu o dia 30 de janeiro como o Dia do Quadrinho Nacional. A data não foi escolhida por acaso. Ela marca a publicação de As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte em 1869, considerada a primeira história em quadrinhos publicada no Brasil, que era desenhada por Angelo Agostini.

Para muitos pesquisadores, este artista italiano, radicado no Brasil desde 1861, foi o criador do que se poderia chamar de os primeiros “quadrinhos” brasileiros. Em 1869, na revista Vida Fluminense, foram desenhados os primeiros capítulos de As aventuras de Nhô-Quim. Essas histórias, de longa duração, lembravam o padrão europeu da “narrativa figurada”, sem balões e com textos ao pé de cada quadrinho. A data inicial da publicação de Nhô-Quim, 30 de janeiro, é hoje comemorada como o Dia do Quadrinho Nacional, e “Angelo Agostini” passou a ser o nome de um troféu concedido anualmente aos destaques das HQs.  (…) (Enciclopédia dos Quadrinhos, de Goida e André Kleinert, verbete “Angelo Agostini” p. 23)

Veja aqui alguns eventos que acontecem em homenagem a este dia:

SALVADOR (BA)
Exposição de caricaturas em barro do artista Valtério. Mostras de álbuns e revistas brasileiras. Sala de chat. Show Musical. Homenagens a Angelo Agostini, José Carlos Capinan, Lage, Joaci Goes. 30 de janeiro, das 19h às 21h, na Biblioteca Central da UFBA, PAF Ondina – Salvador/BA.

RIO GRANDE (RS)
Palestra sobre quadrinhos de ficção científica. Apresentação de vídeos baseados em quadrinhos e conversa sobre grafite e quadrinhos. 31 de janeiro, a partir das 20h no Centro de Produção, Promoção e Formação em Arte e Cultural ArtEstação, Av. Rio Grande, Balneário Cassino, Rio Grande/RS

MACAPÁ (AP)
II Encontro Amapaense de Histórias em Quadrinhos.  Curso de animação 3D, Curso de desenho, curso de Stop Motion, palestras. De 30 de janeiro a 2 de fevereiro no Museu da Imagem e do Som do Amapá, 2º piso do Teatro das Bacabeiras. De R$ 5,00 a R$ 10,00.

BELO HORIZONTE (MG)
30 de janeiro, quarta-feira às 16 horas acontece a abertura da Exposição “MONSTROS DO ROCK”, de Paulo Barbosa. Dia 2 de fevereiro, exibições de documentários e palestras.  No Centro Cultural Lagoa do Nado (CCLN)
Entrada franca, sujeita a lotação.

UBERLÂNDIA (SP)
Oficina gratuita de ilustrações e histórias em quadrinhos (HQ) para crianças entre 8 e 15 anos. As atividades serão ministradas nos dias 30 e 31 de janeiro, das 14h às 17h30. Na Biblioteca Municipal de Uberlândia.

Próximo filme de Woody Allen já tem nome: Blue Jasmine

O próximo filme de Woody Allen, que estreia em meados de 2013, vai se chamar “Blue Jasmine”. A comédia conta a história de Hanna (Cate Blanchett), uma dona de casa novaiorquina em crise que perde todo o seu dinheiro e é forçada a ir morar em São Francisco com sua irmã (Sally Hawkins). Outra novidade que foi divulgada há pouco é que foi incorporado ao elenco o ator Michael Stuhlbarg, o Arnold Rothstein da série Boardwalk Empire. Aliás, Allen deve curtir essa série, pois já havia chamado outro integrante de Boardwalk: Bobby Cannavale que na temporada 3 foi o malvado gângster italiano Gyp Rosetti. No elenco de Blue Jasmine estão ainda Alec Baldwin, Louis C.K.,  e Peter Sarsgaard.

A estreia no Brasil está marcada para o dia 28 de junho deste ano.

Woody Allen e Cate Blanchett nas filmagens de Blue Jasmine