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Uma exposição sobre a arte, a vida e o pensamento de Virginia Woolf

Vai viajar para Londres entre 10 de julho e 26 de Outubro? Então prepare-se para um encontro especial. Neste período, a National Portrait Gallery vai exibir a exposição “Virginia Woolf – Art, life and vision” com curadoria da biógrafa e historiadora de arte Frances Spalding. Será uma extensa mostra de retratos e materiais de arquivos raros que exploram a vida de uma das mais importantes e celebradas escritoras do século XX e suas realizações como romancista, intelectual, ativista e figura pública.

A exposição incluirá os mais diferentes retratos (fotos e pinturas) de Woolf sozinha ou acompanhada de seus contemporâneos do Bloomsbury Group, bem como imagens íntimas com amigos e familiares. Além disso, haverá uma notável variedade de objetos pessoais como cartas, diários e livros.

Algumas imagens da exposição:

T.S. Eliot e Virginia Woolf, fotografados por Lady Ottoline Morrell em junho de 1924.

T.S. Eliot e Virginia Woolf, fotografados por Lady Ottoline Morrell em junho de 1924.

Virginia e Leonard Woolf em 1939, fotografados por Gisele Freund

Virginia e Leonard Woolf em 1939, fotografados por Gisele Freund

Virginia Woolf por Vanessa Bell em pintura de 1912

Virginia Woolf por Vanessa Bell em pintura de 1912

No dia da abertura da exposição também será lançado um livro sobre a exposição que já está em pré-venda no site da National Portrait Gallery:

O livro contém todas as imagens da exposição e texto de Frances Spalding

O livro contém todas as imagens da exposição e texto de Frances Spalding

Veja aqui os livros de Virginia Woolf, publicados pela L&PM.

Quando o assunto é caneta Mont Blanc, os escritores assinam embaixo

Quando se pensa em caneta de luxo, o primeiro nome que aparece escrito na mente é Montblanc. Marca alemã fundada em 1906 e batizada em homenagem à montanha mais alta da Europa Ocidental, a Montblanc é um sonho de consumo caro, mas que oferece garantia para toda a vida. E para despertar ainda mais o desejo entre os adoradores de canetas, ela costuma lançar edições limitadas a cada ano.

Desde 1992, entre estes lançamentos especiais estão vários modelos em homenagem a escritores famosos que trazem as assinaturas dos autores impressas. Dê uma olhada em alguns deles e suspire.

O modelo Agatha Christie, lançado em 1993, traz uma misteriosa serpente com olhos de rubi:

Mont Blanc Agatha Christie

Mont Blanc Agatha Christie

O modelo Oscar Wilde, de 1994, parece homenagear os casacos de pele do autor de O retrato de Dorian Gray:

Mont Blanc Oscar Wilde

Mont Blanc Oscar Wilde

Em 1998, foi lançado o modelo Edgar Allan Poe:

Mont Blanc Edgar Allan Poe

Mont Blanc Edgar Allan Poe

Em 1999, foi a vez de Marcel Proust receber uma luxuosa Montblanc:

Mont Blanc Marcel Proust

Mont Blanc Marcel Proust

Charles Dickens ganhou edição especial em 2001:

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Mont Blanc Charles Dickens

A Montblanc F. Scott Fitzgerald, de 2002, bem poderia ser usada pelo personagem de O grande Gatsby:

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Mont Blanc F. Scott Fitzgerald

Franz Kafka é um dos modelos mais bonitos da Montblanc e foi lançado em 2004:

Mont Blanc Franz Kafka

Mont Blanc Franz Kafka

Miguel de Cervantes, autor de Dom Quixote de La Mancha foi homenageado em 2005:

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Mont Blanc Miguel de Cervantes

Em 2006, Virginia Woolf também ganhou sua caneta Montblanc:

Mont Blanc Virginia Woolf

Mont Blanc Virginia Woolf

Balzac é o modelo mais recente e o único que encontra-se disponível para venda no site da Montblanc, pois foi lançado em 2013:

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Mont Blanc Honoré de Balzac

Um fantasma no quadro de Picasso

Cientistas e especialistas em arte acabam de descobrir a imagem de um homem sob a pintura “Blue room” (Quarto azul), de Pablo Picasso. A tela, que faz parte do chamado “Período Azul” começou a ser feito em 1901 quando Picasso tinha apenas 19 anos.

“Blue room” vem sendo estudado desde 2008 e, agora, graças a raios infravermelhos e alta tecnologia, foi revelado que, embaixo da mulher que toma banho em um quarto azul, há um homem com um laço no pescoço, rosto apoiado em uma das mãos e três anéis nos dedos.

"Blue Room", pintado por Picasso em 1901

“Blue Room”, pintado por Picasso em 1901

Especialistas desconfiavam que havia algo sob o quarto azul.

Especialistas desconfiavam que havia algo sob o quarto azul.

O misterioso homem.

O misterioso homem.

Os peritos agora querem saber quem é o homem que ficou escondido por mais de um século sob a tinta azul.

Será Carles Casagemas, o grande amigo de Picasso que suicidou-se em fevereiro de 1901? Leia um trecho da biografia Picasso, de Gilles Plazy, da Coleção L&PM Pocket:

Uma notícia, brutal, dramática, que lhe chega da boemia da qual se distanciou, o transtorna: Carles Casagemas, que ele deixou há pouco mais de um mês no porto de Málaga, acaba de se matar, em 17 de fevereiro de 1901, e de uma maneira particularmente espetacular. (…) Longe da leveza das saias arregaçadas nas cenas de café-concerto, cumpre-lhe fazer em pintura o luto de Casagemas. Morto o pintor, ele o imagina várias vezes em diversos quadros, um dos quais à maneira de Van Gogh, outro suicidado, e no qual a imensa chama de uma vela explode em raios traçados em largas pinceladas. (…) Picasso, marcado pela morte de Casagemas e encorajado por Max Jacobs, interioriza-se, busca dentro de si mesmo imagens, compraz-se em dar livre curso à fantasia, o simbolismo, à melancolia também. (…) Nos quadros domina o azul, que é a cor simbólica, tradicional, da melancolia e que os artistas fin-de-siècle dos anos precedentes cultivam de bom grado. “Foi pensando que Casagemas estava morto que passei a pintar em azul”, dirá mais tarde Picasso a seu amigo Pierre Daix.

 

 

Camus, o goleiro que não podia gastar a sola de sapato

Camus

Em 1930, Alberto Camus era o São Pedro que tomava conta da porta da equipe de futebol da Universidade de Argel. Tinha se acostumado a jogar como goleiro desde menino, porque essa era a posição onde o sapato gastava menos sola. Filho de família pobre, Camus não podia se dar ao luxo de correr pelo campo: toda noite, a avó revisava as solas e dava uma surra nele, se estivessem gastas.

Durante seus anos de goleiro, Camus aprendeu muitas coisas:

– Aprendi que a bola nunca vem para a gente por onde se espera que venha. Isso me ajudou muito na vida, principalmente nas grandes cidades, onde as pessoas não costumam ser aquilo que a gente acha que são as pessoas direitas.

Também aprendeu a ganhar sem se sentir Deus e a perder sem se sentir um lixo, sabedorias difíceis, e aprendeu alguns mistérios da alma humana, em cujos labirintos soube se meter depois, em viagem perigosa, ao longo de seus livros.

Trecho de Futebol ao sol e à sombra, de Eduardo Galeano.

Albert Camus jogou desde menino como goleiro, posição escolhida porque era a que menos gastava a sola do sapato. Ele é o menino de boné.

Albert Camus jogou desde menino como goleiro, posição escolhida porque era a que menos gastava a sola do sapato. Ele é o menino de boné.

Um leitor na “Ola Google”

Nesta segunda-feira, 16 de junho, o Google publicou um doodle em que suas letras realizam a Ola em meio a outras letras. O interessante é que a letra “L”, em vez de estar assistindo ao jogo, está concentrada lendo. Mas quando a Ola chega ele não deixa de se levantar, sem tirar os olhos do seu livro. Ótimo incentivo à leitura durante a Copa.

Leitor concentrado em meio às letras.

Leitor concentrado em meio às letras.

A Ola ficou famosa na Copa do Mundo de 1986, no México.

O árbitro por Eduardo Galeano

O árbitro

O árbitro é arbitrário por definição. Este é o abominável tirano que exerce sua ditadura sem oposição possível e o verdugo afetado que exerce seu poder absoluto com gestos de ópera. Apito na boca, o árbitro sopra os ventos da fatalidade do destino e confirma ou anula os gols. Cartão na mão, levanta as cores da condenação: o amarelo, que castiga o pecador e o obriga ao arrependimento, ou o vermelho, que o manda para o exílio.

(…)

Ninguém corre mais do que ele. É o único obrigado a correr o tempo todo. Este intruso que ofega sem descanso entre os vinte e dois jogadores galopa como um cavalo, e a recompensa por tanto sacrifício é a multidão que exige sua cabeça. Do princípio ao fim de cada partida, suando em bicas, o árbitro é obrigado a seguir a bola branca que vai e vem entre os pés alheios. É evidente que adoraria brincar com ela, mas nunca essa graça lhe foi concedida. Quando a bola, por acidente, bate em seu corpo, todo o público lembra de sua mãe. E, no entanto, pelo simples fato de estar ali, no sagrado espaço verde onde a bola gira e voa, ele aguenta insultos, vaias, pedradas e maldições.

Às vezes, raras vezes, alguma decisão do árbitro coincide com a vontade do torcedor, mas nem assim consegue provar sua inocência. Os derrotados perdem por causa dele e os vitoriosos ganham apesar dele. Álibi de todos os erros, explicação para todas as desgraças, as torcidas teriam que inventá-lo se ele não existisse. Quanto mais o odeiam, mais precisam dele.

Durante mais de um século, o árbitro vestiu-se de luto. Por quem? Por ele. Agora, disfarça com cores.

De Futebol ao sol e à sombra, de Eduardo Galeano, publicado em formato pocket e convencional.

Futebol_ao_sol_e_a_sombra_CONVENCIONAL

 

Dia de muita paixão

Este 12 de junho vai fazer muito coração bater mais forte. Além de ser o dia em que os enamorados comemoram sua paixão e também o dia em que a bola começa a rolar no mundial, ainda tem a estreia nacional de “Versos de um crime”, filme centrado em um acontecimento real envolvendo Allen Ginsberg e Jack Kerouac. Ou seja: programa não vai faltar no dia de hoje. Nem poesia.

Aliás, se você estiver sem ideia para o Cartão dos Namorados, ficam aqui algumas inspirações poéticas:

O amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

(Luiz de Camões – “200 Sonetos”)

 

O teu silêncio é uma nau com todas as velas pandas…
Brandas, as brisas brincam nas flâmulas, teu sorriso…
E o teu sorriso no teu silêncio é as escadas e as andas
Com que me finjo mais alto e ao pé de qualquer paraíso…

(Fernando Pessoa – “Poesias”)

 

Antes de amar-te, amor, nada era meu:
vacilei pelas ruas e as coisas:
nada contava nem tinha nome:
o mundo era do ar que esperava.

(Pablo Neruda – “Cem sonetos de amor”)

 

Teu corpo claro e perfeito,
– Teu corpo de maravilha,
Quero possuí-lo no leito
Estreito da redondilha…

(Manuel Bandeira – “Bandeira de bolso”)

 

Filme sobre os beats terá pré-estreia com comentários de Claudio Willer

Nesta terça-feira, 10 de junho, em São Paulo, vai acontecer uma Sessão Especial de pré-estreia do filme “Versos de um crime”. E vai ser especial mesmo porque além de ser gratuita, após a exibição acontecerá um bate-papo com Claudio Willer, escritor, tradutor e especialista no movimento beat.

Willer é tradutor de “Uivo” de Allen Ginsberg, de “Livro de haicais” de Jack Kerouac e acaba de lançar “Os rebeldes“, obra que revela a geração beat e seu anarquismo místico.

“Versos de um crime” chega oficialmente aos cinemas de todo o Brasil nesta quinta-feira, 12 de junho. Ele narra um episódio conturbado da vida de três autores do movimento beat: em 1944, Allen Ginsberg (Daniel Radcliffe), Jack Kerouac (Jack Huston) e Lucien Carr (Dane DeHaan) foram acusados de matar David Kammerer (C. Hall), um professor apaixonado por Carr.

versos_crime_willer

Imperdível!

Os ingressos devem ser retirados na bilheteria 01 hora antes da sessão que acontece às 20h no Cine Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, na Av. Paulista.

A arte de Kurt Vonnegut

Quando não estava escrevendo, o norteamericano Kurt Vonnegut desenhava. Prova disso é que acaba de ser lançado nos EUA um livro que reúne alguns dos melhores desenhos do autor de Matadouro 5, Café da manhã dos campeões e Armagedom em retrospecto.

Veja alguns de seus ótimos desenhos:

Auto-retrato de 1985

Auto-retrato de 1985

"Faces"

“Faces”

"Coisas"

“Coisas”

Uma mulher

Uma mulher

"Pessoas"

“Pessoas”