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Pais da literatura

Nem todos foram como Machado de Assis que, sem filhos, “não transmitiu a nenhuma criatura o legado de nossa miséria”. Houve escritores que formaram grandes famílias, os que deixaram apenas um herdeiro e também alguns que nem tiveram muito contato com a prole – como Jack Kerouac, por exemplo, que nunca se relacionou com a filha Jan. 

E é pra mostrar diferentes tipos de pais “das palavras” que separamos aqui algumas fotos:

O pai de todos: Mark Twain teve quatro filhos, três meninas e um menino que morreu ainda bebê

O pai amoroso: Georges Simenon fazendo pose com os filhos Jean e Marie

O pai safado: Charles Bukowski teve uma única filha, Marina

O pai desenhista: Charles Schulz, criador de Peanuts, aqui com a filha Amy

O pai gonzo: Hunter S. Thompson mostra seu alvo para o filho Juan

O pai de criação: Robert Louis Stevenson adotou o enteado Lloyd Osbourne (em primeiro plano, abaixado) e para ele escreveu "A ilha do tesouro"

O filme dos Smurfs é sucesso de bilheteria!

Para completar um fim de semana “smurfetacular”, em que as criaturinhas azuis tomaram conta dos cinemas e até do site da L&PM, recebemos a notícia de que o filme dos Smurfs, que estreou no Brasil na última sexta-feita, bateu recordes de bilheteria e superou todas as expectativas! A animação já é a quarta maior bilheteria do ano: arrecadou R$ 10,9 milhões em mais de 920 mil ingressos vendidos em todo o Brasil.

Se você ainda não viu, não perca tempo! Só pelo trailer, já dá pra ter uma ideia do que os Smurfs estão aprontando na telona:

E depois do filme, nada melhor do que continuar no clima com as histórias do Bebê Smurf e do Smurf Repórter publicadas pela L&PM.

“Rango” na Revista de História da Biblioteca Nacional

Rango foi o primeiro livro publicado pela L&PM, lá nos idos de 1974. O personagem título, criado por Edgar Vasques, ficou tão famoso que acabou virando o mais vendido da Feira do Livro de Porto Alegre daquele ano.

Rango segue sendo publicado na Coleção L&PM POCKET e, apesar de retratar uma época muito específica do país, continua sendo atual, como bem mostra a matéria escrita por Henrique Magalhães e publicada na Revista de História da Biblioteca Nacional do mês de agosto, que acaba de chegar às bancas (clique para aumentar e ler o texto na íntegra): 

O futuro da Turma da Mônica

Durante décadas, a Turma da Mônica permaneceu com a mesma idade: sete anos. Até que, em 2008, eles ganharam uma versão adolescente em revistas do tipo Mangá. Não bastasse isso, Mauricio de Sousa decidiu que, a partir de 2012, o tempo vai mesmo passar para eles. Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali vão crescer e, quem sabe, até envelhecer.“Será como um folhetim, uma história ininterrupta. Tenho planos de montar uma equipe com psicólogos e médicos” disse Mauricio em entrevista à Folha de S. Paulo, explicando que tais profissionais ajudariam a compôr o futuro dos personagens. Mauricio contou ainda que a turminha vai viver situações e conflitos de gente grande como se alistar no exército, fazer vestibular, conquistar o primeiro emprego, casar e ter filhos. Aliás, isso acaba deixando uma pergunta no ar: como seria o rebento da Mônica com o Cebolinha? Baixinho, dentuço, com cinco fios de cabelo e trocando o erre pelo ele? A ideia pode ser boa… Mas, felizmente, para os fãs das histórias originais, as  tirinhas com os personagens crianças vão continuar existindo.

Nem mesmo Mônica poderia imaginar que, no futuro, ela viraria adulta (clique para ampliar)

A Coleção L&PM POCKET publica vários livros com as tirinhas da Turma da Mônica.

A morte da musa e o nascimento do mito

“Fantasia durante a vida inteira, Marilyn só podia continuar fantasia com a morte e na morte. É preciso a qualquer preço procurar saber mais? O que é verdade? (…) Uma coisa é certa: em 5 de agosto de 1962, de manhãzinha, o mundo inteiro era informado com estupor da morte de Marilyn Monroe. Morte turva e trágica em harmonia total com seu mito. Animada, inanimada. E todos, preparados para a tarefa, finalmente fácil, de alimentar a fábula, não perceberam que Marilyn na realidade tinha morrido, assassinada, há muito tempo. Mais do que isso, nunca tinha existido. “ (Trecho de Marilyn Monroe, de Anne Plantagenet, Série Biografias L&PM)

A partir de então, a musa virava o maior de todos os mitos. Marilyn Monroe foi encontrada em se quarto, supostamente morta pela ingestão excessiva de barbitúricos. Mas basta ir um pouco mais fundo nas evidências para se desconfiar de que talvez sua morte não tenha sido tão inocente assim. Como mostra o livro de Anne Plantagenet, as declarações da governanta, Eunice Murray, levantam suspeitas: “Como ela poderia ter percebido luz sob a porta do quarto de Marilyn se um carpete grosso, recentemente instalado, filtrava-a inteiramente? Por que teria esperado quatro horas antes de avisar a polícia? Por que a máquina de lavar estava funcionando em plena noite? Como Marilyn conseguiu engolir tantos soníferos sem um único copo d´água?”

Uma das imagens da mesa de cabeceira de Marilyn como a polícia a encontrou. Em primeiro plano, um cinzeiro possivelmente adquirido no México e, ao fundo, uma das agendas telefônicas da atriz

Além disso, o livro ainda traz outros questionamentos: “Os dois médicos presentes (Greenson e o clínico de Marilyn) pareciam pouco à vontade. A rigidez do cadáver tendia a provar que a estrela provavelmente teria morrido por volta das dez horas da noite. Pouco a pouco, as línguas foram se soltando. Vizinhos contaram que durante essa noite tinham visto uma ambulância, vários automóveis e até um helicóptero em volta da casa da atriz. Teriam escutado uma mulher berrar: ‘Assassinos, estão contentes agora que ela está morta?’

A teoria é a de que Marilyn foi morta pelos Kennedy: queima de arquivo. “Robert Kennedy tinha ido duas vezes naquele dia à casa de Marilyn, ao passo que, oficialmente, ele não estava em Los Angeles” teriam dito também os vizinhos.

Assassinato ou suicídio, o fato é que Marilyn morreu, mas contina viva, amada e cultuada. Hoje, suas tantas fotos estampam os mais variados souvenirs. E nenhuma outra diva de Hollywood jamais foi (ou será) tão cultuada quanto ela.

Pietro Maria Bardi, duas ou três coisas que sei dele

Por Jacob Klintowitz*

Pietro Maria Bardi é um herói brasileiro. Ele comandou a formação do melhor acervo de arte ocidental da América do Sul. Ele comandou a criação do MASP, o primeiro museu em moldes contemporâneos do Brasil. Hoje, o acervo do MASP vale bem mais de um bilhão de dólares. Bardi foi esta raridade da nossa vida pública: deu lucro ao país. E nos ensinou muito. Eu sinto saudades do nosso convívio. Abaixo, minha matéria sobre ele, publicada  na revista “Itália em São Paulo 2011”:

Pietro Maria Bardi com um Cézanne

O rosto era vertical, com traços fortes e recortados de maneira brusca. Parecia ter sido desenhado por um escultor. Um esboço feito às pressas, sem muito tempo para detalhes, pois o que interessava era o volume e as áreas de incisão. Quando ria, os olhos e a boca se alçavam em forma de letra “V” e acentuavam a verticalidade interna do volume. Caminhava de maneira decidida, rápido, os braços soltos, num movimento impulsivo em direção ao alvo. Numa época de indecisões, incertezas, opiniões matizadas de infinitas alternativas, Pietro Maria Bardi parecia não ter dúvidas e dizia rapidamente as suas opiniões, sempre curtas e diretas. Certamente eram os olhos, brilhantes e expressivos, ornados por grossas sobranceiras, que lhe davam a aparência irônica. De alguma maneira lembrava um fauno, com a sua voluntariedade, certeza instintiva e objetividade. Mas os faunos, ao que me consta, não eram dotados de ironia e senso de humor.

Pietro Maria Bardi foi um dos mais fascinantes personagens da arte brasileira, dotado de extraordinária capacidade de ação, decisivo na formação do melhor acervo de arte da América do Sul, homem de paixões, polêmico, generoso, e administrador cuidadoso e detalhista. Tudo via, sabia e controlava. Mais de uma vez me levou a visitar o Museu de Arte Brasileira, MASP, a sua suprema realização, às 7h00. Percorria imediatamente todas as dependências, incluindo os banheiros. Eu indaguei, numa ocasião, sobre este procedimento:

– Bardi, nesta altura da vida, com quase oitenta anos, com tantas responsabilidades altas e urgentes, não caberia delegar esta função, a de inspecionar banheiros, a um funcionário?

– Jacob, eles precisam saber que todos os dias eu vou verificar tudo. No dia em que eu não fizer isto, os banheiros deixarão de ser tão limpos.

Bardi era um descrente da vida social, sempre me dizia que não valia à pena, tinha imenso tédio com jantares, conversas descomprometidas, roupas da moda – Bardi comprava as suas roupas em lojas de departamento e em supermercados – e frivolidade. Até o esnobismo de alguns pretensos conhecedores de vinhos, o aborrecia. Estabeleceu para si mesmo um horário rígido e fez todos saberem disto. Deitava às 21h00 e acordava às 4h00. Na maioria dos dias, às 6h00, já estava na sua galeria, a Mirante das Artes, na rua Estados Unidos. Costumava estar no museu antes da 8h00. Com esta vida ascética e dedicada ao trabalho, não tolerava atrasos. Um dos mais humildes funcionários do MASP vinha, de maneira sistemática, chegando tarde. A desculpa era sempre a mesma: dificuldades com o trânsito e o transporte coletivo, já deficiente àquela época. Bardi chamou a atenção do funcionário e disse que lhe descontaria no salário os seguidos atrasos. No outro dia chamou o faltoso e lhe deu de presente uma bicicleta. E manteve o desconto na folha salarial.

De todos os personagens que conheci no universo das artes o olhar mais fulminante, imediato, decifrador, foi de Pietro Maria Bardi. Ele tinha este dom misterioso de saber de pronto, sem passar pelo método dedutivo. E não era um saber titubeante, mas uma convicção que desafiava qualquer dúvida. Era como se ele estivesse em contato permanente com o inconsciente, este oceano de saber que nos é vedado, em boa parte, pelo consciente. Esta maneira particular de ir direto para o conhecimento, o resultado, o desnudamento, servia ao Bardi para praticamente tudo: escolha de amigos, seleção de artistas para o museu, autenticação de obras de arte.

Certa vez um amigo meu, Darcy Barros, despachante de alto gabarito na área de importação e exportação, esportista e amigo das artes, desejava um encontro com Bardi e não conseguia ser recebido. Darcy Barros estava em dúvida entre comprar ou não uma pequena pintura de Pablo Picasso e tinha a informação de que Bardi seria capaz de saber da autenticidade ou não da pintura. Ajudei-o a marcar o encontro. Antes de tudo, Bardi lhe fez saber que não cobraria pelo trabalho, mas que aceitaria doação ao MASP. Eu prevenira ao amigo que não deveria ocupar demais o tempo do “professor”, que evitasse a inútil contestação. Pois bem, Darcy Barros ainda não terminara de desembrulhar totalmente a pintura, vista em três quartos de sua superfície e já recebeu o veredicto: falsa!

Naturalmente o meu amigo recorreu a outras fontes, desta vez, com fundamentos científicos, análises com luzes especiais, conhecimento da linha histórica de proprietários da obra, etc, e, ao final, o resultado foi o mesmo. Era um falso Picasso.

"Estudante - Camille Roulin", de Van Gogh, é um dos tesouros do MASP

O acervo de arte ocidental do MASP é o melhor da América do Sul. Pietro Maria Bardi era um marchand bem relacionado no período anterior à Segunda Guerra Mundial e sabia onde estavam as obras, quem eram os proprietários, valores de mercado e era um exímio comerciante. Sabia vender e sabia, principalmente, comprar. Os preços estavam aviltados na Europa de pós-guerra, e Bardi, com a ajuda do jornalista Assis Chateaubriand, criador do MASP, ia comprando preciosidades. Por fim, esse acervo que hoje, em termos pessimistas, é avaliado entre um bilhão e meio de dólares à dois bilhões de dólares, necessitava ser pago. Boa quantidade das obras haviam sido compradas a crédito. Com a ajuda do embaixador Walter Moreira Salles, Assis Chateaubriand e Pietro Maria Bardi encontraram-se com David Rockefeller, banqueiro americano. Chateaubriand explicava o museu, o Brasil, a força de sua cadeia jornalística, a força da nossa economia. Bardi mostrava as fotos das obras, a sua história, os antigos proprietários, o seu valor futuro. Eles conseguiram quase o impossível, um empréstimo de U$ 4.000.000,00, na época uma quantia imensa. Chateaubriand assinou o empréstimo e Pietro Maria Bardi foi o avalista. No retorno ao Brasil, no avião, o jornalista dormia tranqüilo e Bardi estava inquieto. Num momento dado Bardi perguntou ao jornalista como fariam para saldar uma divida tão grande. Chateaubriand declarou com simplicidade: “Eu jamais vou pagar esta dívida”. Disse isto e voltou a dormir. Bardi, o avalista, não dormiu até chegar no Brasil.

Mais tarde, no governo Juscelino Kubitschek a dívida foi repassada para a Caixa Econômica Federal e, no período militar, o Ministro Jarbas Passarinho, perdoou o restante da dívida.

Na década de 50 houve uma mobilização contra o museu, o acervo e o seu diretor. Diziam que Pietro Maria Bardi fizera um museu de falsos. Naturalmente o museu sofria por duas razões óbvias. A primeira delas era a imensa quantidade de inimigos do jornalista Assis Chateaubriand, dono da maior rede de jornalismo do país. O MASP herdou as inimizades do jornalista, seu criador, e boa parte destes inimigos eram jornais concorrentes. A outra razão, mais dura do que a primeira, era feita deste pecado capital, a inveja. Estas duas razões fundamentais, aliadas ao sentimento do colonizado, criaram a dúvida: como o Brasil poderia ter estas obras-primas?

Em 1953, Pietro Maria Bardi cansado desta guerra provinciana manteve contato com o seu amigo German Bazin, na época Diretor do Museu do Louvre. Acertaram uma exposição do acervo do MASP que foi realizada, em Paris, no Museu de L’Orangerie. A mostra foi inaugurada com a presença do presidente da república, Vincent Auriol, que governou a França entre 1947 e 1954.

Dois dias antes Bardi ligou para Chateaubriand e lhe comunicou que Vicent Auriol, Presidente da Quarta República, inauguraria a mostra. O jornalista prometeu estar lá para receber o presidente, mas não apareceu e Bardi recepcionou sozinho o Presidente e lhe mostrou detalhadamente o acervo, ressaltando as peças que tinham sido adquiridas de coleções francesas. No outro dia:

Bardi relata os acontecimentos, Chateaubriand lhe disse:

– Professor, eu não fui, porque pensei que era uma piada, uma brincadeira, uma blague.

Pietro Maria Bardi, espantado, respondeu:

– Mas Dr. Chateaubriand, eu faria piada com o presidente da França?

Pietro Maria Bardi ao lado da estátua de Assis Chateaubriand

 * Jacob Klintowitz é escritor, crítico de arte e teve o privilégio de ser amigo de Pietro Maria Bardi.

Os Smurfs em versão “très chic”

Os Smurfs nunca se sentiram tão chiques! A Colette, um dos endereços mais sofisticados de Paris customizou sua loja da Rue Saint-Honoré com as adoráveis criaturinhas azuis para aguardar a estreia do filme Os Smurfs – 3D. Não há como fugir, pois eles estão por todos os lados!

Entre os vários produtos à venda, estampados com as lindas criaturinhas azuis, está a Melissa (sim, a brasileira Melissa!) Wanting + Smurfs.

Para quem quiser conferir a decoração especial da Colette, é só passar no número 213 da Rue Saint-Honoré em Paris. Mas se você não tem planos de ir a Paris até sexta, pode ir se preparando para a estreia do filme lendo as histórias em quadrinhos publicadas pela L&PM: O Smurf Repórter e O bebê Smurf.

O dia em que Bonnie & Clyde enfrentaram Drácula

A pergunta é: de onde veio essa ideia? Afinal, juntar a dupla Bonnie & Clyde com Drácula não é, digamos, algo que passaria pela cabeça de qualquer um. Mas a questão é que alguém não só teve essa ideia como ela virou o filme “Bonnie & Clyde vs Drácula” com direção de Timothy Friend. Na película de horror, os gânsters acabam indo parar na mansão do vampiro e, como não poderia deixar de ser, despejam uma rajada de balas sobre ele. Veja o trailer, visite o site oficial e, quem sabe, chegue à conclusão: “como eu não pensei nisso antes?”

Agora, se você, como nós, prefere as histórias originais, nossa sugestão é que leia Drácula, de Bram Stoker, que agora também faz parte da nova Caixa Especial Horror. Já a verdadeira aventura de Bonnie & Clyde está em Cenas de uma revolução, livro que conta toda a história do filme com Faye Dunaway e Warren Beatty.

Especial Hercule Poirot no Telecine Cult

“Altura, um metro e sessenta e dois; a cabeça, do formato de um ovo, ligeiramente inclinada para um lado; olhos de um verde brilhante quando excitado; espesso bigode hirsuto como costumam usar os oficiais do Exército; e uma pose de grande dignidade”. É assim que, em sua autobiografia, Agatha Christie descreve seu mais célebre personagem: Hercule Poirot. 

De nacionalidade belga, embora muitos pensem que é francês, Poirot é um personagem bem vestido e pouco modesto que, por vezes, pode “obrigar” seu amigo Hatings a explicar aos outros quem ele é. Seu sobrenome vem de “poireau” que, em francês, significa alho-porró ou verruga e sua primeira aparição foi no livro de estreia de Agatha Christie, O misterioso caso de Styles, de 1921. 

Este mês, o canal Telecine Cult homenageia este que é o mais extravagante dos detetives da literatura e exibe, às segundas-feiras do mês de agosto, sempre por volta das 18h, quatro adaptações de histórias protagonizadas por Hercule Poirot. O Especial Hercule Poirot oferece títulos da série britânica “Agatha Christie’s Poirot”, com o ator David Suchet no papel principal. Encontro com a Morte abriu o especial no dia 1º. No dia 8 é a vez de Um Gato entre os Pombos . A Morte da Sra. Mcginty vai ao ar no dia 15. E para encerrar o especial, no dia 22, o canal apresenta A Terceira Moça

Em agosto, Telecine Cult exibe filmes com o mais extravagante dos detetives

 

Conheça o Hotsite Agatha Christie e saiba tudo sobre a Rainha do Crime.

“Machado de Assis está a morrer”

O site da revista Piauí publicou o fac-simile de uma carta que o diplomata e escritor Graça Aranha, amigo próximo de Machado de Assis, em setembro de 1908, enviou ao então diretor do Jornal do Commercio, Felix Pacheco. A mensagem começa de forma dramática: “Machado de Assis está a morrer”. Seu intento era pedir que Pacheco providenciasse um obituário a altura do maior autor da literatura brasileira, e sugere nomes como José Veríssimo, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras ao lado e Machado de Assis, para escrevê-la.

A carta ficou guardada com a família de Felix Pacheco por quase 100 anos e hoje faz parte de uma coleção particular. A seguir, a reprodução do manuscrito e logo abaixo a transcrição:

Meu caro Felix

Machado de Assis está a morrer. Não há mais esperança de ser salvo, porém a morte poderá demorar alguns dias. O seu espírito é inteiramente lúcido.

Tem havido verdadeira romaria em sua casa. Está constantemente acompanhado de amigos íntimos e amigos literários. Peço-te uma notícia simpática sobre o próximo fim de nosso maior homem de letras.

É preciso que haja alguém encarregado de escrever o artigo do Jornal sobre ele. Felizmente no Jornal há imaginação para os grandes fatos e não deixarão de tratar o Machado (como disse o Nabuco) como a palmeira do oásis deste deserto.

Por que não incumbem desse artigo o José Veríssimo, que é talvez o melhor conhecedor de Machado e sua obra?

Entre os que vieram hoje estava o Calmon.

Até agora o Barão do Rio Branco não tentou ir.

É provável que vá ainda. Indaga.

teu,
Graça Aranha

Conheça a Série Machado de Assis da Coleção L&PM POCKET, que contém, entre outros escritos, os dez romances do autor em edições ampliadas sob a coordenação editorial de Luís Augusto Fischer.