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Quando Andy Warhol expôs… os outros

Quarta-feira, 2 de setembro, 1981 – Colorado-New York. Os jornais só falam de mim e da minha idade. Todos contam minha idade. (…) Por alguma razão todos nós dormimos no caminho para o aeroporto, exceto Chris, que disse que iria passar a noite em Denver e ir ao Baths. Observar aquele touro deve tê-lo excitado muito. Cheguei a New York, nosso motorista estava esperando por nós. Deixei Fred e ele me deu minha roupa de baixo que estava em sua maleta e aí deixei Bob em casa. Dei uma gorjeta para o motorista ($40)…

A capa dos diários publicados em 1989 pela L&PM

O trecho acima – que mostra exatamente por onde andava Andy Warhol há 30 anos atrás – faz parte de Diários de Andy Warhol, publicado pela L&PM em 1989 e que está sendo preparado para voltar ao mercado em dois volumes, na Coleção L&PM POCKET. De 1976 até sua morte em 1987, A.W. telefonava todas as manhãs para a escritora Pat Hackett, sua amiga e colaboradora, e relatava os acontecimentos das últimas 24 horas: onde tinha ido, o que tinha feito, quem tinha visto e o que achava de tudo isso. O relato que começou despretenciosamente, com o passar do tempo transformou-se no diário mais sincero e compulsivo já escrito por uma personalidade deste século. Após a morte de A.W., “Diários de Andy Warhol” foi organizado por Pat, publicado e provocou processos e arrepios nos billionaires e mega-stars internacionais. Mick Jagger, Ronald Reagan, Truman Capote, John Lennon e Yoko Ono, Fellini, Pelé, Jack Nicholson, Madonna e mais centenas de pessoas famosas estão expostas em comentários que vão do chocante ao hilariante: “A plástica de Truman [Capote] é a primeira que vejo que funcionou realmente bem. A papada dele desapareceu e tinha estado ali durante anos. A única coisa errada é a cicatriz sobre a orelha que ainda tem cinco centímetros…”

“Diários de Andy Warhol” é um relato de quase 800 páginas que, ainda em 2011, sairá em dois volumes no formato pocket que poderão ser adquiridos separadamente ou em uma Caixa Especial. O primeiro volume vai do final de 1976 ao final de 1981 e o segundo contempla de 1982 até 1987.

E vem mais Andy Warhol por aí: a L&PM vai lançar também a vida de Andy Warhol na Série Biografias e ainda o livro “América”, com textos e fotos de sua autoria. Assim como nos seus diários, “América” expõe e mostra celebridades no backstage e em momentos de descontração. Warhol carregava sempre uma câmera com ele e, nesta obra, registra muitas das cenas citadas em seus diários. Como o facelift de Truman Capote:

Uma das fotos do livro "América": Truman Capote clicado por Andy Warhol após o seu "facelift"

O conde Drácula e suas bonecas

O Conde Drácula e suas noivas são objeto de desejo de muitas meninas. Calma, calma, nada de se escandalizar… Estamos falando das bonecas estilo Barbie que a Integrity Toys colocou este ano no mercado. Criadas pelo designer Vaughn Sawyers e a equipe da IT, as bonecas são tão lindas que dá vontade de morder… o pescoço delas (brincadeirinha!). As garotas vampiras são primorosamente maquiadas, enfeitadas e vestidas com brincos, botas, cílios longos e, claro, têm caninos charmosamente protuberantes. Já o mestre das trevas, usa um terno chiquérrimo, sapatos feitos à mão e ostenta o cabelo puxado para trás e amarrado em um rabo de cavalo. Se você é fã da história original de Bram Stoker, vai ficar “morrendo” de vontade de ter essa turma em casa…

A morena é "Mina"

A loira é "Contessa"

A ruiva é "Lucy"

Aqui, as garotas reunidas com seu mestre

O papa é culpado?

Na Páscoa de 2010, Geoffrey Robertson escreveu um breve comentário para o Guardian e o Daily Beast, no momento que era esperado que o papa Bento XVI comentasse (embora não o tenha feito) a crise em sua Igreja causada pelas revelações no mundo todo de abusos sexuais cometidos por padres. Robertson argumentou que os casos de estupro e assédio sexual cometidos contra crianças de forma ampla e sistemática poderiam ser configurados como crimes contra a humanidade, e que o líder de qualquer organização que proteja seus membros criminosos da justiça poderia ser responsabilizado em um júri internacional. Explicou também que a tese de inimputabilidade do papa por ser um chefe de Estado – da Santa Sé, no caso (uma ideia usada recentemente em sua defesa pelo governo Bush em tribunais dos Estados Unidos) – estava aberta a sérios questionamentos, uma vez que tem como base o parco acordo feito com Mussolini em 1929, o que não se compara à soberania das nações independentes.

Antes da publicação do artigo, o próprio Robertson acreditava que suas palavras passariam despercebidas e que logo cairiam no esquecimento. Mas um ousado subeditor decidiu publicar seu texto com a manchete “Colocando o papa na mira“. Foi uma ideia corajosa que transformou imediatamente o artigo em notícia internacional. E de notícia internacional, ele virou livro. The case of the pope é o título original de O papa é culpado?, o polêmico, revelador e perturbador livro de Geoffrey Robertson. 

Robertson não é o único que, através de seu trabalho, luta a favor dos direitos humanos e tenta mostrar que o Vaticano tem sua parcela de culpa. Em 1933, Diego Rivera retratou o papa pró-fascista Pio XI abençoando Mussolini, enquanto seu esquadrão da morte assassina o parlamentar democrata Matteotti.

MUSSOLINI, 1933. Pintado por Diego Rivera na Nova Escola de Trabalhadores em Nova York. Afresco 1,83 x 1,52 m

“On the road, o manuscrito original” será lançado em pocket

No ano em que On the road – o manuscrito original completa 60 anos, a L&PM comemora este aniversário editando a famosa “escritura” de Jack Kerouac em pocket. A L&PM Editores trouxe o manuscrito original para o Brasil em 2008, no formato convencional e com tradução de Eduardo Bueno e Lúcia Brito. Na coleção de bolso, seu texto será integral e suas 464 páginas incluirão a longa introdução de Howard Cunnel. Em seu texto, Cunnel conta, entre outras, a história do famoso rolo de telex em que Jack Kerouac escreveu sua história. Vale a pena ler um trecho desta apresentação para entrar no clima:

“A estrada já foi contada”, disse Jack Kerouac em uma carta de 22 de maio de 1951, enviada de Nova York a seu amigo Neal Cassady, que estava no Oeste, em San Francisco. “Chegou rápido porque a estrada é rápida.” Kerouac disse a Casssady que entre os dias 2 e 22 de abril havia escrito “um romance inteiro de 125.000 [palavras]… A história é sobre você e eu e a estrada”. Ele havia escrito “tudo em um rolo de papel com 36 metros de comprimento… simplesmente inserido na máquina de escrever e sem qualquer divisão de parágrafos… deixando que o papel se desenrolasse sobre o chão e que aspecto do rolo lembrasse o de uma estrada”. (…)

O manuscrito original de Kerouac é itinerante e anda de museu em museu

Quando ocorreu a Kerouac pela primeira vez a imagem do papel em rolo? Um longo rolo de papel que o fazia lembra-se da estrada no qual podia escrever em um fluxo rápido e contínuo. De modo que este papel em rolo se tornasse uma página sem fim. Está claro que o rolo, mais do que uma descoberta, foi algo conscientemente concebido por Kerouac. Ele cortou o papel em oito partes, com diferentes extensões, e o formatou para que coubesse na máquina de escrever. As marcas de lápis e os cortes de tesoura ainda são visíveis. Então ele uniu as partes com fita adesiva. Não se pode precisar se ele colou as folhas enquanto as concluía ou se esperou até que estivesse tudo pronto para então colá-las e uni-las.”

A história de como Jack Kerouac escreveu On the Road, há 60 anos, se transformou em lenda. Entre as curiosidades, está também o fato de que, no manuscrito original, os personagens principais se chamam Jack e Neal (os nomes Sal Paradise e Dean Moriarty surgiram depois, para a edição revisada de On the road, publicada pela primeira vez em 1957).

A previsão de lançamento de On the road – o manuscrito original em pocket é final de outubro. Clique aqui e conheça todos os títulos de Jack Kerouac publicados na L&PM.

Um filme embebido em Rum

Rum: Diário de um jornalista bêbado, de Hunter S. Thompson, já tem data de estreia nos cinemas. Dia 28 de outubro, The Rum Diary chega às salas dos EUA com Johnny Depp no papel principal e roteiro e direção de Bruce Robinson. O primeiro trailer foi divulgado na semana passada e nós fizemos uma versão legendada para você não perder nenhuma “piada”. Aliás, pelo que deu pra perceber neste trailer, a proposta é quase de uma película cômica. A pergunta que fica no ar é o que Hunter Thompson acharia desta adaptação de Rum, já que, em janeiro de 2001, ele enviou um furioso fax para a produtora executiva do Shooting Gallery (estúdio que havia comprado os direitos de filmagem de Rum, mas que acabou falindo), reclamando do processo de adaptação do livro. Será que dessa vez ele não reclamaria de nada?

Hunter Thompson acabou morrendo sem ver Rum nas grandes telas. Mas Johnny Depp, que era seu amigo, com certeza há de honrar sua memória.

“Abri um sorriso e me recostei no assento enquanto seguimos viagem. Havia algo de estranho e irreal em toda a atmosfera daquele mundo onde eu acabara indo parar. Era divertido e ao mesmo tempo vagamente depressivo. Ali estava eu, vivendo em um hotel de luxo, correndo por uma cidade semilatina a bordo de um carrinho de brinquedo que parecia uma barata e fazia mais barulho do que um avião de caça, me esgueirando por becos e trapando na praia, catando comida em águas infestadas de tubarões, sendo perseguido por multidões que gritavam em um idioma que não era o meu… e tudo isso acontecia na velha e fascinante ilha de Porto Rico, onde todos gastavam dólares americanos, dirigiam carros americanos e ficavam sentados ao redor de roletas, fingindo estar em Casablanca.” (Trecho de Rum: diário de um jornalista bêbado)

De Hunter S. Thompson, a L&PM publica também Medo e delírio em Las Vegas e Hell´s Angels.

Quem disse que ser Woody Allen não cansa?

O que você pensa? Que rodar um filme não cansa? As fotos abaixo não só mostram, como provam que filmar dá uma canseira. E mais: pode dar sono. Eis Woody Allen tirando um cochilo no set de filmagem de seu próximo filme, Bop Decameron, que tem como cenário as ruas de Roma. Quem serão aqueles ali no maior tricô, enquanto nosso diretor preferido sonha com suas cenas?

E não basta cochilar, também é preciso esticar as pernas (para cima)… Será que deu cãimbra no bom e velho Woody? 

E já que o clima deste post é italiano, separamos aqui um trecho de “Uma espiada no crime organizado”, um dos contos que está em Cuca Fundida, um dos livro de Woody Allen que faz parte da Coleção L&PM POCKET. Ainda não sabemos se a Máfia vai estar em Bop Decameron, mas como você verá no texto abaixo, Allen tem lá suas teorias sobre ela:

“A Cosa Nostra é estruturada como qualquer governo ou grande empresa – ou como qualquer quadrilha, o que dá na mesma. À testa de tudo, está o capo di tutti capi, ou chefe de todos os chefes. As reuniões são feitas na sua casa, e ele é responsável pelo gelo e pelos salgadinhos. A falta de uma coisa ou de outra implica em morte instantânea. (A morte, por sinal, é uma das piores coisas que podem acontecer a um membro da Cosa Nostra. Talvez por isso, muitos prefiram pagar uma multa.) Abaixo do chefe de todos os chefes, estão naturalmente os chefes, cada qual comandando uma zona da cidade com sua “família”. As famílias da Máfia não consistem de mulher e filhos que costumam ir a circos ou piqueniques. São formadas por homens de cara fechada, cujo maior prazer na vida é ver quanto tempo certas pessoas conseguiam sobreviver no fundo de um rio antes de começarem a engolir água.”

A primeira tradução de Hamlet

Por Jorge Furtado*

A primeira tradução de Hamlet que se tem notícia foi feita, veja só, para o português. A proeza se deu em 1607 a bordo do navio inglês Red Dragon, ancorado na costa Oeste da África, e seu autor foi Lucas Fernandez, um negro nascido em Serra Leoa.

Navios na costa da África. Hendrick Cornelisz Vroom, 98 x 151 cm, óleo sobre tela, 1614

O Red Dragon fazia parte de uma frota de três galeões a serviço da Companhia das Índias Ocidentais, em sua terceira expedição. Um dos navios tomou ventos em direção ao Brasil, mas o Red Dragon e o Hector enfrentaram longas calmarias. Para reabastecer e tratar doentes, ancoraram no porto de Freetown, na foz do Rio Mitombo, em Serra Leoa.

No dia 5 de setembro de 1607, o capitão do Red Dragon, William Keeling, recebeu a bordo um grupo de emissários do Rei Borea, entre eles seu cunhado e intérprete, descrito em seus diários como “um negro chamado Lucas Fernandez, que falava português muito bem”, e por outras testemunhas como um cristão capaz “argumentar bem em defesa de sua fé”, fluente em português, espanhol, inglês e temne, o dialeto local.

O Capitão Keeling registrou o encontro no diário de bordo:

5 de setembro. Enviei o intérprete, de acordo com seu desejo, a bordo do Hector, onde ele fez seu desjejum, e depois veio a bordo [do Red Dragon], onde nós apresentamos a tragédia de Hamlet, e na parte da tarde fomos todos juntos à terra, para ver se podíamos caçar um elefante; acertamos sete ou oito balas nele, o que o fez sangrar abundantemente, como pode se ver em seus rastros, mas a noite se aproximava e regressamos ao navio, sem atingir nossos propósitos.

Lucas Fernandez fez a tradução simultânea de Hamlet, encenado pela tripulação inglesa. É bom lembrar que em setembro de 1607 Shakespeare estava vivo, muito vivo, no auge de sua carreira: nos últimos três anos ele havia escrito sete peças, entre elas Otelo, Rei Lear e Macbeth. No momento, estava em cartaz no Globe com os King’s Men na recém escrita “Péricles”. Não há registros – e é muito improvável – de que tenha tomado conhecimento de que sua maior criação, Hamlet, já tinha sua primeira tradução, para o português.

A primeira tradução de Shakespeare sobre a qual há registro, de Romeu e Julieta, foi feita em 1604, para o alemão, o autor é desconhecido. A segunda tradução – a primeira de Hamlet e a primeira fora da Europa – foi a de Lucas Fernandez, para o português. O feito é ainda mais notável quando sabemos que a segunda tradução conhecida de Hamlet, esta para o alemão, só vai aparecer em 1626, quando Shakespeare já estava morto há 10 anos.

Traduzir é fazer escolhas. Sabe-se lá como Lucas Fernandez traduziu para o português as primeiras palavras da peça, a fala de Bernardo, de sentinela, ao perceber que alguém se aproxima: “Who’s there?” Sua escolha pode ter sido “Quem está aí?” (como fizeram os tradutores Cunha Medeiros e Oscar Mendes, Sophia de Mello Breyner, Millôr Fernandes, Oliveira Ribeiro Neto, José Roberto O’Shea), ou “Quem está lá?” (Anna Amélia Carneiro de Mendonça, Mario Fondelli), ou ainda “Quem vem lá?” (Péricles Eugênio da Silva Ramos, Domingos Ramos, Elvio Funk, Marilise Rezende Bertin e John Milton).

*Jorge Furtado é diretor, roteirista e escritor. Pela L&PM publicou Meu tio matou um cara. Este texto foi publicado originalmente no blog da Casa de Cinema de Porto Alegre em 24 de agosto de 2011.

Peanuts de presente pra você

Prepare-se. Vem aí A vida segundo Peanuts, um presente para os fãs de Charlie Brown e sua turma. O livro, que traz as máximas dos personagens criados por Charles Schulz, é considerado “o melhor dos melhores” de Peanuts. Isso porque, para criar este giftbook, os editores passaram um pente fino nas tirinhas originais até encontrarem os mais perfeitos aforismos, as mais impactantes frases de sabedoria e as observações mais expressivas dos personagens como “Babysitters are like used cars. You never know what you’re going to get” (em uma livre tradução: “Babás são como carros usados. Você nunca sabe o que está levando”).

O livro terá cerca de 128 páginas e é organizado em capítulos curtos como, por exemplo, “Amor”. Alexandre Boide (o tradutor de Peanuts Completo) ainda está trabalhando na tradução e a previsão de lançamento é outubro.  

A capa da edição original americana

“Se todo mundo concordou comigo, todos eles estão certos”

“Este livro tem uma abordagem diferente daquela presente na maioria dos títulos que reúnem a obra de Charles M. Schulz. Em vez de trazer ‘historinhas’ na forma de tiras, este Guia é um compêndio de lições sobre como ser bem-sucedido nas esferas emocional e social da vida, e de como usar o bom e velho bom senso. Tenho certeza de que você vai gostar de ver como o humor característico de Schulz vai acompanhá-lo em suas obrigações diárias. Sua filosofia de caráter prático e pé-no-chão, ilustrada de forma caprichada e colorida, vai falar diretamente a você sobre coisas como confiança, autoafirmação, determinação, amor e outros temas da vida real. Apesar de, como todas as tiras de quadrinhos, este livro ser bastante compacto, ele é repleto de um senso de humor bastante abrangente e de grandes ideias.” escreveu o comediante Bill Cosby (lembra do Bill Cosby Show?) na introdução de A vida segundo Peanuts.

Para os milhões de fãs fiéis de Peanuts esta é uma coleção de “greatest hits” imperdível.

O depoimento de Brizola sobre a Legalidade

Há 50 anos, com a renúncia do presidente Jânio Quadros, tinha início o Movimento da Legalidade. No vídeo a seguir, Leonel Brizola dá um depoimento que explica um pouco como tudo aconteceu, acompanhado de imagens da época. As cenas fazem parte do documentário “Jango”, de Sílvio Tendler, que foi lançado em 1984 e que, naquele mesmo ano, acabou virando um livro homônimo, publicado pela L&PM.

O filme de Silvio Tendler teve textos de Maurício Dias, narração de José Wilker, trilha sonora de Milton Nascimento e Wagner Tiso, além de produção de Denize Goulart, filha de Jango. Já o livro traz fotos, transcreve os textos (os offs e os depoimentos) e faz um resgate minucioso da vida política de Jango: de vice-presidente de Jânio até sua morte.

Infelizmente, o livro está esgotado. Mas se você quiser assistir ao filme, breve terá uma chance. Ou melhor, duas. Ele será exibido dentro da mostra “O Documentário Segundo Sílvio Tendler”  que acontecerá no Rio de Janeiro. A exibição será no dia 03 de setembro às 18h e no dia 04 de setembro às 16h. Também no dia 03, das 20h às 21h30min, o escritor Eduardo Bueno participa do seminário “O Documentário e a Construção da Narrativa Histórica e Política”. A mostra acontecerá no Centro Cultural da Justiça Federal que fica na Avenida Rio Branco, 241 e os ingressos custarão R$ 1,00. Confira aqui a programação completa

E por falar em Legalidade, Flavio Tavares está preparando um livro sobre o tema. A previsão de lançamento é final de setembro.

Há 100 anos, o Brasil leu a notícia do “desaparecimento da Gioconda”

Em agosto de 1911, numa operação misteriosa cujos detalhes são até hoje desconhecidos, a Mona Lisa de Leonardo da Vinci desapareceu do Museu do Louvre, na França. Se você acompanha este blog, deve ter lido o post em que lembramos o ocorrido e compartilhamos um trecho da história descrita no livro Roubaram a Mona Lisa!, de R.A. Scotti. Em resumo, o que sabe é que, na volta do fim de semana, os guardas do Museu foram surpreendidos por uma parede vazia exatamente onde deveria estar a Gioconda de Da Vinci.

Ontem, o jornal O Estado de S. Paulo compartilhou em seu site o fac-símile da edição de 24 de agosto de 1911 (dois dias depois do ocorrido em Paris) que noticiava o roubo de uma das mais célebres obras de arte do mundo.

(leia a transcrição abaixo da figura)

Fac-símile da edição de O Estado de S. Paulo de 24 de agosto de 1911

O desaparecimento da Gioconda

Como informaram hontem os nossos telegrammas, desappareceu do Museu do Louvre, o célebre quadro “Gioconda” de Leonardo da Vinci.

A notícia de ter sido roubada a “Gioconda” produziu ante-ontem nos “boulevards” de Paris a mais abaladora e alvoroçante impressão.

Aos que dizem as primeiras informações, dignas de crédito, o ladrão conseguiu retirar a maravilhosa obra prima do “salão quadrado”, esconder-se no corredor, separar a tela da moldura, abandonar esta a um canto, junto a uma porta e evadir-se, sem que ninguém possa saber como nem verdadeiramente por onde. Quando os guardas deram pelo roubo, houve por todo o museu um grande alarme. Foram fechadas todas as portas do immenso edifício, dentro do qual se achavam, no momento, cerca de trezentos visitantes, a maior parte dos quais excursionistas estrangeiros.

Até às 10 horas da noite, tinham sido completamente baldadas todas as pesquizas sobre o estranho caso.

Os jornais parizienses mais populares deram edições extraordinárias, annunciando este verdadeiro acontecimento. E, sem exagero, se poderá dizer que os parizienses se não occuparam mais interessadamente do roubo da “Gioconda” que da delicadíssima situação internacional criada pela questão marroquina.