Arquivo mensais:julho 2012

Grandes escritores na cabeça

Ontem foi Dia do Escritor. Daí que nós ficamos aqui pensando o que poderíamos fazer para homenagear estes que são a razão de ser e de viver da L&PM. Então tivemos a ideia de algo que demonstrasse que os grandes escritores não saem da nossa cabeça. E resolvemos fazer um vídeo para a L&PM WebTV que fosse divertido, mostrando alguns de nós trabalhando com o rosto de escritores famosos. Para finalizar, buscamos uma música “tocada” com máquina de escrever, pois mesmo que hoje a humanidade (e os escritores) trabalhe no computador, a máquina de escrever ainda continua sendo um grande ícone literário. O resultado deste “filmezinho” de menos de um minuto, captado e editado por Nathália Silva – nossa editora/produtora mor – ficou assim:

Seria Jung bisneto de Goethe?

Goethe e Jung seriam sangue do mesmo sangue? É possível… Isso porque, segundo uma lenda que faz parte da árvore genealógica dos Jung, o avô paterno do fundador da psicologia analítica, Carl Gustav Jung (mesmo nome com o qual seu famoso neto seria batizado), talvez fosse filho ilegítimo de Goethe. Segundo relatos de testemunhas da época, Jung avô era “a cara” do escritor. Mas como não há nenhuma comprovação real disso, o parentesco fica no terreno da fabulação (mas quem não gosta de uma fábula, afinal?!). 

O que não se pode negar é que Jung leu Fausto, de Goethe quando era muito jovem, em uma bela edição que havia em sua casa. Jung escreveu: “o livro foi um bálsamo milagroso para minha alma. Disse a mim mesmo: enfim, eis um homem que leva o Diabo a sério e que efetua com ele um pacto de sangue”.

Goethe e seu suposto filho, o avô de Jung

Nascido em 26 de julho de 1875 na aldeia de Kesswill, na margem suiça do Lago Constança, Jung foi o único filho do pastor local, o reverendo Paul Achilles Jung, e Emilie Jung, cujo nome de solteira era Preiswerk. O avô, Carl Gustav Jung (1794-1864), nome com o qual foi batizado, era um médico muito respeitado, que se tornou reitor da Universidade da Basileia e grã-mestre da Loja Maçônica da Suíça. Dizem que era filho bastardo de Goethe. Ainda que fisicamente lembre muito o grande poeta, é provável que isso seja uma lenda, e não um fato. (Trecho de Jung, Série Encyclopaedia L&PM).

Marilyn Monroe na Polônia

2012 marca os 50 anos da morte de Marilyn Monroe e as homenagens à maior musa do cinema de todos os tempos acontecem por todo o mundo. Uma grande coleção com 4 mil fotos pertencente ao governo polonês será exposta em Varsóvia a partir de agosto. Avaliadas em 560 mil euros, as peças vão a leilão após a exposição.

A curadora Anna Wolska apresenta uma das fotos assinadas por Greene

Clicadas nos anos 50 pelo americano Milton H. Greene, amigo de Marilyn, as fotos pertenciam a um colecionador de Chicago, que se envolveu num escândalo de desvio de verbas em 1990 com o governo polonês e teve que dar a coleção como parte do reembolso. Passaram pelas lentes de Greene algumas das fotos mais famosas de Marilyn, como o clássico ensaio da musa vestida de bailarina:

A L&PM publica a biografia de Marilyn Monroe na Coleção L&PM Pocket.

On the Road na vitrola…

Na estrada, o filme de Walter Salles baseado em On the Road, é como o livro de Jack Kerouac: embalado em música do início ao fim. Infelizmente, a trilha sonora do filme, feita por Gustavo Santaolalla, não será lançada no Brasil. Afoitos por ela, conseguimos comprar o CD via e-bay de um vendedor da Coreia do Sul. Quinze dias depois da transação, eis que o CD chega pelo correio com a trilha original (e não é pirata!).

Nossa trilha de "Na Estrada" recém chegada

Para você sentir o clima, aqui vai uma das músicas mais emocionantes da trilha, a canção que abre e fecha o filme e cuja letra aparece algumas vezes no livro. E o melhor: quem está cantando é o próprio Jack Kerouac!

E assim como há muita música em On the Road, há muitos músicos que se deixaram levar – e inspirar – pela obra de Kerouac, como bem conta Eduardo Bueno no prefácio do livro traduzido por ele:

Bob Dylan fugiu de casa depois de ler On the Road. Chrissie Hynde, dos Pretenders, e Hector Babenco, de Pixote, também. Jim Morrison fundou The Doors. No alvorecer da década de 90, o livro levou o jovem Beck a tornar-se cantor, fundindo rap e poesia beat. Jakob Dylan, filho de Bob, deixou-se fotografar ao lado da tumba de Jack em Lowell, Massachusetts, como o próprio pai fizera, vinte anos antes.

P.S.: E por falar em músico, Caetano Veloso confessou este final de semana em seu blog que nunca conseguiu ler On the Road até o fim, mas que o fará depois de assistar ao filme. “Devo confessar que nunca consegui ler todo. Acho que sou um estranho ser em minha geração. A opinião de Dylan ecoa tudo o que venho lendo e ouvindo sobre esse livro desde a adolescência. Prometo-me que o lerei agora, depois de ver o filme” escreveu ele.

Anaïs Nin relata suas aventuras eróticas com todos os tons do arco-íris

Muito se fala em literatura erótica depois do mega sucesso internacional da trilogia “50 tons de cinza” de E. L. James. A glória súbita das grosserias sadomasoquistas do empresário-playboy Christian Grey gerou uma onda de semi-plágios de capa semelhante, onde muitos editores tentam o seu quinhão nesta corrida caça-níquel.

Em meio ao frisson erótico que tomou conta das mentes e das livrarias, não posso deixar de lembrar a “verdadeira” grande dama que  paira acima de toda esta tralha dita “erótica”. Trata-se de Anaïs Nin, cujos “Diários não-expurgados” a L&PM publicou em três partes: Henry & June, Fogo e Incesto. Os dois primeiros já têm versão em pocket e Incesto deverá ser lançado em formato de bolso em breve

Intelectual de respeito e mulher bonita, Anaïs Nin marcou época na louca Paris dos anos 1930. Apesar de ser apaixonada pelo marido, Hugh Guiler, ela não hesitava em jogar-se nas mais loucas aventuras amorosas onde dava vazão a todas as suas fantasias sexuais que, diga-se de passagem, não eram poucas. Seja com o célebre Henry Miller, autor de Trópico de Câncer e Trópico de Capricórnio (ambos os livros, também, clássicos das literatura erótica), seja com Antonin Artaud, os seus psicanalistas (eram dois), amigos próximos ou a bela June, seus relacionamentos eram intensos e com alta voltagem erótica. E o melhor: todas as suas aventuras sexuais foram registradas minuciosamente em seus diários. Estes diários foram publicados em 1966, quando Anaïs em pessoa fez severos cortes para preservar amantes, amigos e família. Respeitando seu desejo expresso, somente em 1986, anos após a sua morte, os diários foram publicados na íntegra, incorporando centenas de trechos que haviam sido cortados na versão de 1966.

Anaïs Nin na Coleção 64 páginas

Assim, nesta época de muitos tons de cinza, é importante lembrar este verdadeiro clássico do erotismo contemporâneo. Eu diria até que é tão intenso e tão verdadeiro que os diários não-expurgados de Anaïs Nin estão muito mais para os 500 tons do arco-íris do que para 50 tons de cinza. (Ivan Pinheiro Machado)

O mais recente lançamento de Anaïs Nin na Coleção L&PM Pocket é A fugitiva (Coleção 64 páginas) que reúne 3 textos escritos sob encomenda para um cliente misterioso nos anos 40 e publicadas postumamente. As três histórias se entrelaçam como um complexo triângulo amoroso, bem ao estilo de Anaïs Nin: O basco e BijouManuel A fugitiva são uma ode ao erotismo.

O verdadeiro rosto da Mona Lisa

A Mona Lisa não é apenas a pintura mais famosa e mais valiosa do mundo. É também a mais misteriosa. Quem foi, afinal, a mulher que posou para Leonardo Da Vinci? Como era seu verdadeiro rosto? Pesquisadores italianos acreditam ter chegado perto de responder a essas questões. Isso porque a ossada de uma mulher que acredita-se ter sido a musa de Da Vinci acaba de ter sido desenterrada em um convento de Florença. O esqueleto, bem conservado, seria de Lisa Gherardini, a mulher que, defendem os pesquisadores, teria posado para Da Vinci aos 24 anos de idade, após seu marido, Francesco del Giocondo, ter encomendado a pintura. A provável modelo passou os últimos dois anos da sua vida no convento de Santa Úrsula. Segundo um documento encontrado há poucos dias, Lisa morreu em 1542, aos 63 anos, e foi enterrada junto com as monjas. A busca pelos seus restos mortais pode revelar o verdadeiro rosto da Mona Lisa, já que o DNA dessa ossada será comparado ao dos restos mortais de dois filhos de Lisa Gherardini. E, caso o resultado for positivo, os cientistas italianos pretendem reconstruir o rosto com a ajuda de tecnologia 3D. Por algum motivo desconhecido, Leonardo da Vinci nunca entregou o quadro a Giocondo, o marido de Lisa. Leonardo levou a Mona Lisa com ele para a França e também para a eternidade. Clique aqui e veja a matéria exibida no Fantástico que conta mais sobre o caso.

Cientista limpa ossada encontrada em Florença. Será que é a Mona Lisa?

Para conhecer mais sobre o mais famoso quadro do mundo, não deixe de ler o excelente Roubaram a Mona Lisa!, de R. A. Scotti, livro que conta a história real de quando a Mona Lisa foi roubada do Louvre.

A Série Biografias L&PM também publica o título Leonardo Da Vinci.

Se Jane Austen tivesse uma conta no Youtube

“Sou uma universitária de 24 anos com uma montanha de dívidas em crédito estudantil morando em casa e me preparando para uma carreira. Mas para minha mãe, tudo o que interessa é que eu sou solteira. Meu nome é Lizzie Bennet e esta é a minha vida.”

Qualquer semelhança com a personagem Elizabeth Bennet, de Orgulho e preconceito, não é mera coincidência. A jovem tagarela que apresenta o vlog “The Lizzie Bennet Diaries” é a versão moderninha da personagem mais famosa de Jane Austen. Ela assume o papel de narradora, conta suas peripécias e apresenta os demais personagens, sempre com aquela ironia que os fãs dos romances de Jane Austen já estão acostumados.

Mas esta Lizzie tem algo que a personagem de Jane Austen não tem: ela pode interagir com os fãs! Neste episódio, por exemplo, ela responde as perguntas enviadas via Tumblr:

A primeira frase de Orgulho e preconceito já dá o tom do romance: “É verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro em posse de boa fortuna deve estar necessitado de esposa.” E assim, Jane Austen conduz o leitor até o lar dos Bennet, família com cinco noivas em potencial: Jane, Elizabeth, Mary, Kitty e Lydia. Quando dois jovens distintos chegam na cidade, todas ficam em alerta: eles são solteiros, bonitos e, claro, donos de uma boa fortuna. O que poderia ser uma típica história de amor é, nas mãos de uma das escritoras de língua inglesa mais lidas do mundo, um espetáculo de grandes personagens e diálogos sagazes, com um timing perfeito para a ironia.

Feliz Dia do Amigo!

No Dia do Amigo, algumas tirinhas que ilustram a presença dessas pessoas tão especiais nas nossas vidas!

Quem não tem um amigo assim?

Charlie Brown é amigo para TODAS as horas 😛

Amigo é aquele que ri das suas piadas, até quando elas não têm tanta graça 😉

Quem avisa amigo é, ainda que seja na linguagem do pê!

Pedro e Otto são TÃO amigos que dividem até a mesma namorada 🙂

América, estranha América

O mundo acordou hoje sacudido pela trágica notícia de que, na noite anterior, um louco invadiu uma sala de cinema em Aurora, Colorado, e atacou a plateia com gás lacrimogênio e tiros de fuzil. Era a estreia do último filme da trilogia Batman. 12 pessoas morreram e há, pelo menos, 40 feridos.

Grande e estranha é esta América. O país teoricamente mais poderoso e civilizado do mundo, o xerife oficial da democracia e do “bem” é capaz de transformar cenas de barbárie como esta em fato recorrente. Quantas vezes um atirador disparou contra pessoas indefesas nos Estados Unidos da América? Bem próximo de Aurora está Columbine, a cidade que ficou célebre pelo massacre de 13 crianças em uma escola em 1999.

Em 1985, o mago pop Andy Warhol publicou a sua visão da América num grande ensaio fotográfico. Ele era obcecado por fotografias. Sempre saía com uma pequena maquina fotográfica, registrando tudo. E ele circulou nos intestinos desta América louca e ansiosa. Retratou – e estão neste livro – as minorias mais estranhas, as celebridades mais coroadas, bares, becos, travecos, lutadores, garotos bonitos, divas do cinema, locais emblemáticos, cãezinhos de estimação e antológicas cenas americanas nos hipódromos, ateliers de pintura, parques, praias, óperas de luxo, montanhas nevadas e boates mais do que quentíssimas.

Todo este bizarro e genial coquetel de imagens estão em América, que a L&PM vai lançar em breve. Há uma inquietante estranheza nas imagens de Andy Warhol. É evidente que ele foi um artista genial e os artistas sempre encontram um ângulo que ninguém notou. Mas este livro expõe muito além do curioso. Expõe uma sociedade que abriga democraticamente todas as tendências, garante todos os direitos, é hipócrita por um lado, mas libertária por outro, criou uma democracia fascinante e intocável, garantiu direitos, venceu o racismo odioso e ditou uma forma de ver o mundo. Vendo este livro fica uma sensação de inquietude. Pois este mundo hipercivilizado por um lado, e mega estranho por outro, não consegue impedir que, vez por outra, um dos seus filhos mostre e demonstre para o planeta o que de pior tem o ser humano. Como hoje pela manhã em Aurora. (Ivan Pinheiro Machado)

Peça sobre Rimbaud estreia no Rio

Livro que aparece em todas as cenas da peça

Está em cartaz no Teatro Poeirinha, no Rio, o espetáculo “euÉumoutro”, livremente inspirado na vida e na obra do poeta francês Arthur Rimbaud.

São três histórias que se passam em cidades e séculos diferentes – Charleville de 1871, Rio de Janeiro de 1970 e Paris de 2005 – e dois objetos cênicos fazem parte de todas elas: o livro Uma temporada no inferno, de Rimbaud, e uma faca.

A viagem no tempo e no espaço apresenta três personagens. No século 19, é o próprio Rimbaud que sobe ao palco, com lembranças de sua infância, o desejo de reformular a arte da poesia e o encontro com Paul Verlaine. Em seguida, a narrativa avança no tempo e chega no Brasil, onde Beatriz, uma tradutora mergulhada em seu trabalho com a obra “Une Saison en Enfer” vive às voltas com a realidade sufocante da ditadura militar. E para fechar o enredo, entra em cena o jovem Jamal, um francês de origem árabe que põe fogo em ônibus nos subúrbios de Paris, revoltado com o desemprego e o desajuste social.

No elenco, os atores Alcemar Vieira, Ana Abbott, André Marinho, João Velho e Lorena da Silva, com cenário de Fernando Mello da Costa, figurinos de Rui Cortez, iluminação de Tomás Ribas e música de Tato Taborda. Quem assina a dramaturgia é Pedro Brício, com direção de Isabel Cavalcanti. A peça fica em cartaz até 2 de setembro, no Teatro Poeirinha, em Botafogo, no Rio.