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Nova foto do bandido Billy the Kid, comprada por menos de US$ 2, vale US$ 5 milhões

Randy Guijarro pagou US$ 2 por três fotos antigas. O que ele não sabia era que estava adquirindo uma verdadeira mina de ouro do Velho Oeste. Isso porque uma das imagens era um ferrótipo (processo fotográfico que cria imagem positiva sem chapa negativa) em que supostamente aparece Billy the Kid. Com a descoberta, o retrato está avaliado em US$ 5 milhões (cerca de R$ 19 milhões).

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A imagem 4×5 mostra Henry McCarty (Kid), também conhecido como William Bonney, jogando croquet com seus cúmplices. A foto foi comprada em um sebo em Fresno, na Califórnia, em 2010, mas Guijarro só percebeu que ali havia algo historicamente importante quando olhou mais de perto. Veja o detalhe (Billy é o da esquerda):

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A descoberta foi autenticada pela Kagin, uma firma de São Francisco especializada em moedas de ouro norte-americanas e em memorabilia do velho oeste.

Até hoje, a única foto conhecida do fora da lei era um icônico ferrótipo de 2×3, em que ele posava em um “saloon” do Novo México, agarrado ao cano de um rifle de carabina Winchester e com uma pistola Colt pendurada na cintura. Essa imagem, aliás, estampa a capa de “Billy the Kid”, biografia escrita por Pat Garrett, o homem que o matou. O livro é publicado na Coleção L&PM Pocket.

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As canções inspiradas em Billy the Kid

“O encontro estava marcado para a hora do nascer da lua. Quando o cavalo deslizou pela ribanceira, derrubando moitas e arbustos retorcidos, os primeiros raios de um luar amarelado refletiam-se na correnteza serena do rio Pecos como os pedaços de um espelho partido. O homem que usava a estrela desmontou, caminhou pela areia branca da margem e olhou ao redor. Cactos lançavam uma estranha sombra ao solo. O vento cálido do verão soprava de montanhas distantes. O homem tinha as espáduas largas e vestia um traje negro. Era alto, quase 1,95m. Dois revólveres Colt 44 lhe pendiam da cintura. O rifle Winchester estava na bainha da sela. Seus olhos brilhavam insondáveis acima do bigode de “matador” (…)”

Assim começa a introdução de Eduardo Bueno para Billy the Kid, livro narrado por Pat Garrett. Pat, antigo companheiro de Billy, virou xerife e, com uma estrela no peito e dois revólveres em punho, caçou e duelou com o ex-amigo, considerado o “mais temido e sanguinário desperado do sudoeste dos Estados Unidos, cuja cabeça estava a prêmio há mais de dois anos”. O duelo mortal (e real) entre Pat Garret e Billy the Kid é, sem dúvida, a mais célebre história de um bandido do velho Oeste. Além de livro, Billy the Kid virou lenda, transformou-se em cult e foi filmado por grandes diretores. Em 1973,  Sam Peckinpah dirigiu “Pat Garret & Billy the Kid” que tem trilha sonora e participação especial de Bob Dylan no elenco (veja aqui o trailer). Mas Bob Dylan não foi o único a se inspirar nesta incrível história. Antes e depois dele, outros músicos narraram Billy the Kid em suas canções. Separamos aqui algumas delas.

Woody Guthrie, cantor e compositor folk, é um dos ídolos de Bob Dylan. Nos anos 1940, Woody foi o primeiro a cantar Billy the Kid em uma guitarra onde estava escrita a frase “essa máquina mata fascistas”:

Em 2009, o rapper holandês Keizer fez a sua versão de Billy the Kid. Imagine se o pessoal do velho Oeste ouvisse isso:

Tom Petty (que já tocou com Bob Dylan) não resistiu à tentação e também escreveu e cantou o seu Billy the Kid que está no álbum Echo, de 1999:

Para terminar, aqui está a música tema que Bob Dylan compôs para o filme “Pat Garret & Billy the Kid”. Esta é faixa instrumental, mas a trilha do filme traz outras canções com letras que contam toda história da dupla, entre elas, as chamadas Billy 1, Billy 2, Billy 3 e Billy 4:

Billy the Kid surpreende mais uma vez

O famoso retrato de Billy the Kid, tido como o único registro em foto do maior serial killer do velho oeste dos Estados Unidos, foi arrematado em um leilão por US$2,3 milhões, superando a expectativa inicial de venda de US$400 mil. O retrato foi dado pelo próprio Billy a seu amigo Dan Dedrick e permanecia com a família até então.

Foi esta imagem que criou a falsa ideia de que Billy the Kid era canhoto. Tanto que o filme feito em 1958 por Arthur Penn (o mesmo diretor de Bonnie e Clyde) sobre a vida do criminoso, com Paul Newman no papel principal, ganhou o título de The Left Handed Gun. Muito tempo depois, descobriu-se que a técnica fotográfica utilizada na época reproduzia imagens invertidas, dando a ilusão de que ele segurava a arma com a mão esquerda.

Para conhecer a história completa de um dos personagens mais enigmáticos do imaginário mundial, leia Billy the Kid da Coleção L&PM Pocket.

Não há perdão para Billy the Kid

Billy the Kid

Billy the Kid

William Bonney tinha apenas 21 anos quando ficou conhecido em todo o velho oeste dos Estados Unidos pelos crimes, assassinatos e fugas espetaculares que cometeu sob o codinome Billy the Kid. Sua fama se espalhou pelo mundo e sua história já serviu de inspiração para trabalhos de Bob Dylan, Jorge Luis Borges, Sam Peckimpah e Arthur Penn.

Se com tão pouca idade ele fez tanto mal, há de se admitir também algo de heróico em sua trajetória. Pois junto com a fama de matador, Billy the Kid carrega uma aura de Robin Hood americano, que usava armas de fogo no lugar de arco e flecha.

As personas de bandido e herói se revezam de acordo com a fonte da história. Billy é apontado como culpado por cerca de 20 mortes, mas estima-se que algumas delas tenham sido cometidas por homens de seu bando e atribuídas a ele por engano – ou por comodidade.

O perdão

Em 1879, o então governador do Novo México, Lew Wallace, teria prometido perdoar os crimes de Billy em troca de seu testemunho em outro caso. O bandido teria aceitado o acordo e cumprido sua parte, mas quem faltou com a palavra foi o governador. Billy teve que fugir e no ano seguinte foi capturado pelo xerife Pat Garrett, que o matou e contou sua história no livro The Authentic Life of Billy the Kid, imortalizando a saga de uma das maiores lendas do velho oeste.

Eis que em 2010, uma advogada que vive na região onde os crimes aconteceram resolveu resgatar a história e cobrar o perdão prometido à Billy the Kid, ainda que póstumo. As famílias de alguns dos mortos se envolveram no caso para tentar impedir. Na última semana, o então governador do Novo México, Bill Richardson, recusou o pedido da advogada alegando que não cabe a ele “reescrever este capítulo proeminente” da história de seu país.

Para conhecer a história do bandido mais célebre do velho oeste, contada pelo homem que o matou, vale ler Billy the Kid, publicado pela L&PM em 1986 e reeditado na Coleção L&PM Pocket.

Veja o trailer do filme realizado por Sam Peckimpah em 1973, com trilha sonora de Bob Dylan: