Arquivo da tag: Agatha Christie

O mapa da mina

A 22ª Bienal do Livro de São Paulo começa amanhã, 09 de agosto, e vai até o dia 19 com uma programação intensa repleta de encontros com escritores e muitos e muitos livros para o público leitor. O estande da L&PM fica bem em frente ao Salão das Ideias e vai estar esperando cheio de novidades em formato convencional e com milhares de livros de bolso para todos os gostos.

A L&PM está no K90 e o Salão de Ideias fico no K80 (clique na imagem para ampliá-la)

Ontem, nossa equipe trabalhou intensamente para colocar tudo no lugar. Os livros de Agatha Christie já estão esperando no expositor. A Bienal do Livro de São Paulo fica no Pavilhão de Exposições do Anhembi, Av. Olavo Fontoura, 1.209, bairro Santana.

Agatha Christie já está pronta para receber os visitantes na Bienal do Livro de São Paulo

40.630 libras por um livro de Agatha Christie

A Rainha do Crime realmente tem súditos dispostos a mostrar-lhe reverência. E não só isso: dispostos, também, a pagar um preço alto por um livro seu. Um exemplar do livro “Poirot Investiga”, de Agatha Christie, foi leiloado por um valor recorde de 40.630 libras. Acredita-se que este é o valor mais alto já alcançado por um livro de Christie. Em 2009, um exemplar de  “O Misterioso Caso de Styles” havia sido vendido por foi de 10 mil libras.

A coletânea de contos, de 1924, foi leiloada pela casa Dominic Winter e tinha um preço estimado entre 3.000 e 5.000 libras. Mas depois de muitos lances, foi arrematada por Christian Jonkers, da Jonkers Rare Books. Segundo Chris Albury, que comandou o leilão, o livro era particularmente atrativo a colecionadores porque contém a primeira imagem do famoso detetive belga Hercule Poirot e tem uma sobrecapa de papel por cima da capa dura.

“A sobrecapa é a chave”, disse. “Está perfeita e geralmente sobrecapas dessa época tem pedaços faltando. Nessa o Poirot está completamente intacto. Sobrecapas de antes da Segunda Guerra são muito menos comuns do que as de depois da guerra.”

Já por aqui, você vai encontrar Os primeiros casos de Poirot por 19 reais.

Hercules Poirot em cena

Muitas foram as histórias de Agatha Christie adaptadas para o teatro e várias escritas por ela já como dramaturgia. Tragédia em três atos, apesar do nome, não é peça, mas romance. A história começa quando um ator famoso, Sir Charles Cartwright, oferece um jantar para amigos e um deles morre durante a recepção. Tudo indica que foi um acidente, mas como entre os presentes está Hercules Poirot, tudo pode ser diferente do que se espera.

Poirot foi interpretado muitas vezes nos palcos, mas, de acordo com a autobiografia de Agatha Christie, parece que era difícil agradar a Rainha do Crime na escolha do ator. “Sempre me pareceu estranho que, seja quem for que faça o papel de Poirot, nunca tenha as medidas certas… Charles Laughton tinha peso demais e Francis Sullivan era grande, forte e com mais de um metro e oitenta de altura” escreveu.

Charles Laughton

Francis Sullivan

Qual estilo de casal é o seu?

Romeu e Julieta – Vocês são lindos, jovens, apaixonados e suas famílias são bem diferente uma da outra. Mais do que isso: os pais de vocês torcem pra times rivais no futebol. Se o seu namoro é assim, ele é estilo Romeu e Julieta. Mas não se preocupe, ele não vai terminar em tragédia. Isso a gente deixa pra história de Shakespeare.

Claire Danes e Leonardo Di Caprio no filme "Romeu + Julieta" (1996)

Peri e Ceci – Um é mais ligado na natureza do que outro, mas ambos adoram tomar banho de cachoeira e fazer trilha por alguma mata virgem (quando conseguem encontrar alguma). Se o seu namoro vai por essa linha, dá pra dizer que ele faz o tipo “Peri e Ceci”, o famoso casal de O Guarani, de José de Alencar.

Ceci e Peri

Jay Gatsby e Daisy – Vocês curtem jazz, têm vários amigos intelectuais e já estão naquela fase que podem se dar ao luxo de jantar em restaurantes caros. Mas deixam pairar certo mistério no ar quando o assunto é casamento. Se o seu namoro é mais pra esse tipo, dá pra dizer que ele tem tudo a ver com os personagens de O grande Gatsby.

Mia Farrow e Robert Redford em "O grande Gatsby" (1974)

Helga e Hagar – Vocês têm um estilo mais viking, curtem aquela coisa de castelos medievais e às vezes brigam demais. Mas se amam loucamente e acabam sempre fazendo os amigos rir. Se o seu namoro é desse jeito, ele está mais pra “Helga e Hagar”, os personagens em quadrinhos de Dik Browne.

Estes bem que podiam ser Helga e Hagar, né?

Tommy e Tuppence – Vocês adoram filme de espionagem, vivem tentando descobrir os segredos um do outro e, enquanto um tem os pés no chão, o outro é pura intuição. Pra completar, ainda trabalham juntos. Seu namoro vai por aí? Então ele é estilo “Tommy e Tuppence”, personagens de detetives criados por Agatha Christie.

Tommy e Tuppence

Agatha Christie, a rosa e o teixo

O momento da rosa / e o momento do teixo / têm igual duração. A frase, parte de um poema de T.S. Eliot, abre um dos livros que Agatha Christie assinou como Mary Westmacott, pseudônimo que a Rainha do Crime escolheu para usar em suas obras não policiais. Os versos de Eliot, aliás, também batizam o título original do livro: The Rose and the Yew Tree (A rosa e o teixo). Mas sendo o teixo uma árvore encontrada na Europa e Ásia e não muito familiar no Brasil, o título soaria meio estranho pra gente. Daí a opção em dar-lhe o nome de “O conflito” (e logo você descobre que ele é totalmente pertinente). Mas voltando ao assunto, para os que estão loucos para saber como é, afinal, o teixo, aí vão algumas características: ele é uma árvore com complexo de arbusto, com folhas meio espinhentas e frutos venenosos. Forte e resistente, os arcos de Robin Hood teriam sido feitos com a sua madeira, já que ela era a mais utilizada para este fim nos idos tempos ingleses. Apesar do teixo não ser lá muito bonito, ele pode ganhar um trato e ficar bastante apresentável, pois ele se presta perfeitamente para aquelas esculturas arbóreas dos clássicos (e nobres) jardins britânicos. No livro de Agatha Christie, o teixo representa o personagem John Gabriel, um ambicioso e oportunista herói de guerra, enquanto a rosa do título original simboliza Isabella Charteris, a mocinha que se apaixona por ele e fica dividida entre o compromisso de se casar com um primo e o amor por Gabriel que, apesar de corresponder aos seus suspiros, também entra em conflito. Pra saber se eles acaba dividindo o mesmo jardim, só lendo o livro pra descobrir.

Um escabelado teixo que, pelo tamanho, deve ter muitos anos de vida

Além de O conflito, de Mary Westmacott / Agatha Christie, a Coleção L&PM Pocket também publica Ausência na primavera, Retrato inacabado e Filha é filha.

Agatha Christie por Marlene Dietrich

A Série Agatha Christie da Coleção L&PM Pocket já ultrapassou a marca dos 50 títulos! O recém-chegado O cão da morte é o número 52 desta série que não para de crescer: até o fim de 2012 presentearemos os fãs da Rainha do Crime com cerca de dois novos títulos por mês. O cão da morte reúne 12 contos que têm em comum uma inexplicável e macabra presença da morte. No eixo central de cada enredo estão estranhos fenômenos e elementos clássicos das histórias de contato com o “outro mundo”, como casas mal-assombradas e pesadelos que inesperadamente se tornam realidade.

Um dos contos mais famosos do livro é o “Testemunha da acusação”, que já virou até filme (“Witness for the Prosecution“, de 1957) com Marlene Dietrich no papel de Christine, a esposa alemã de Leonard Vole (Tyrone Power), acusado de assassinato, que entra em cena como testemunha de acusação. No entanto, uma mulher não pode testemunhar contra seu marido e é aí que começa o mistério: Christine revela que ainda era casada com outro homem quando aceitou casar-se com Leonard, e afirma que ele teria confessado a ela o assassinato de Emily French, e que sua consciência a havia impelido a contar a verdade.

A musa Marlene Dietrich em cena do filme "Testemunha da acusação"

Para saber como esta história continua, leia o conto no livro O cão da morte, o mais novo título da Série Agatha Christie, ou vá juntando as cenas do filme espalhadas em pedaços pelo Youtube 😉

Eba, chegou o Iba

Ontem, 6 de março, a loja virtual Iba, do Grupo Abril, entrou oficialmente no ar e já está entre as maiores de livros eletrônicos do Brasil. A plataforma, que desde o ano passado funcionava em versão experimental, abriu seus trabalhos oferecendo nada menos do de seis mil e-books. Os livros digitais da L&PM agora também podem ser encontrados por lá. “Queremos estar entre as grandes do mercado de e-books”, diz Ricardo Garrido, diretor de operações da Iba. O executivo espera um “aumento gigantesco” na oferta de livros digitais brasileiros nos meses que vêm por aí. A Iba recebeu investimento de R$ 10 milhões e, nos próximos cinco anos, deve consumir um total de R$ 60 milhões. Vai lá dar uma olhada… Tem Jack Kerouac, Agatha Christie, Bukowski e dezenas de outros autores dos cerca de 400 títulos da coleção de e-books L&PM.

O 50º livro de Agatha Christie

Convite para um Homicídio foi o 50º livro de Agatha Christie e seu lançamento deu origem a uma grande festa de comemoração no Hotel Savoy em Londres, em junho de 1950. Durante o evento, a escritora teria posado feliz para os fotógrafos ao lado de Sir William Collins, da Editora Collins, junto a um bolo cuja cobertura era igual à capa do livro. Convite para um Homicídio é considerado um dos dez melhores romances policiais de Agatha Christie e o melhor dos títulos de Miss Marple. Em paralelo à trama policial, o livro também oferece uma boa descrição da Inglaterra recém saída da austeridade do pós-guerra. Não há mais mordomos e coquetéis de recepção, nada de roupas de gala para o jantar, nenhum álibi de noites passadas em óperas. Há, ao contrário, desertores e cadernetas de racionamento.*

Convite para um homicídio e Assassinato no beco são os mais recentes títulos da Série Agatha Christie L&PM.

* Fonte: Os diários secretos de Agatha Christie, de John Curran (Ed. Leya, 2009)

Agatha Christie vira professora de inglês

Agatha Christie está prestes a resolver mais um mistério: o enigma de como ensinar inglês para estrangeiros de um jeito interessante. Em Londres, os romances da Rainha do Crime estão sendo adaptados para auxiliar os “não-nativos” a aprender o idioma de Shakespeare. Além de serem reescritos em linguagem simplificada, os livros adaptados vão oferecer notas e informações extras sobre a história e a cultura do Reino Unido, ideal para estudantes estrangeiros que acabaram de chegar ao país. O neto de Agatha Christie, Mathew Prichard, aprovou a ideia. “Minha avó adoraria ver que seus livros estão sendo usados ​​para o ensino de Inglês, é uma ideia muito boa”, disse.

Em entrevista ao jornal The Independent, os editores da Harper Collins garantiram que estão tomando todo o cuidado para manter o estilo original dos textos, com pequenas adaptações para a linguagem contemporânea, já que o objetivo principal da ação é justamente habilitar estrangeiros a viver o dia-a-dia de um país que fala inglês. O próximo passo, segundo a Collins, é exportar a ideia e oferecer material para quem estuda inglês em outros paises.

Aqui no Brasil, a L&PM tem um projeto bem parecido: a Coleção É só o começo com adaptações de obras clássicas para “Neoleitores”, como são chamados os jovens e adultos recém alfabetizados. Pra saber mais sobre ela, assista um vídeo especialmente feito para a L&PM WebTV.

Agatha Christie e a lenda cigana

Em seu relatório de 23 de maio de 1967, o parecerista da editora Collins atestava que o novo livro de Agatha Christie, Noite sem fim, era “excepcionalmente bom de se ler. A atmosfera é soturna desde o início e todos os menores truques e arabescos são usados para aumentar esse efeito”. No mês seguinte do lançamento do livro, que aconteceu em 30 de outubro de 1967, Agatha Christie admitiu em entrevista à revista The Times que Noite sem fim “é muito diferente de tudo o que fiz até hoje – mais sério, realmente uma tragédia. (…) Em geral, levo três ou quatro meses para fazer um livro, mas escrevi Noite sem fim em seis semanas. Se conseguimos escrever rapidamente, o resultado é mais espontâneo. Ser Mike não foi difícil”.

Entre os méritos de Noite sem fim, está justamente o de Agatha “Ser Mike”. Aos 75 anos, idade que tinha quando escreveu o livro, ela surpreendeu ao dar voz a um rapaz de classe operária. Mike é Michael Rogers que, logo no início do romance, casa-se com uma rica herdeira norte-americana e vai morar com ela no Campo do Cigano, um lugar que parecia perfeito para começar uma vida a dois. Mas o Campo do Cigano guarda grandes mistérios e o casal é alertado por uma cigana sobre os “perigos” de viverem neste local “amaldiçoado”. Ignorando o aviso, eles permanecem ali. É quando um acidente fatal acontece e uma trama monstruosa começa a se desenrolar…

A ideia de escrever o livro provavelmente começou a nascer quando Nora Prichard, avó paterna do neto de Agatha, contou sobre a lenda que envolvia uma terra cigana. Nora vivia em Gypsy´s Acre, no Vale de Glamorgan, País de Gales, onde, muitos anos antes, um acampamento cigano que ficava nas proximidades foi removido. Para se vingar da expulsão, o chefe do grupo amaldiçoou o lugar. A partir de então, inúmeros acidentes de carro ocorreram na vizinhança e a lenda ganhou força. Em agradecimento à história contada, Agatha dedicou Noite sem fim à sogra da filha: “A Nora Prichard, de quem ouvi a lenda do Campo do Cigano pela primeira vez.”

Noite sem fim recebeu as melhores críticas na época de seu lançamento e é um dos livros preferidos da Rainha do Crime.

E por falar em Agatha Christie, já deu uma olhada no hotsite dela?