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Com quantas cervejas se faz um Van Gogh?

Segundo os artistas Ross Thomas e Elizabeth Farrell, são necessárias 8 mil cervejas para fazer o quadro Noite estrelada, pintado por Van Gogh em 1889. Antes que duvidem da possibilidade de criar qualquer coisa com tanta cerveja na cabeça, é bom explicar: apenas as tampinhas das garrafas foram necessárias para recriar uma das mais famosas obras de arte do mundo, que hoje compõe o acervo do MoMA, em Nova York. Lembra do quadro Noite estrelada?

Veja como ficaram as pinceladas pós-impressionistas de Van Gogh numa versão, digamos, reciclada:

Ross e Elizabeth foram criteriosos na escolha do material e conseguiram encaixar cores e logos de acordo com as variações cromáticas do quadro:

A versão feita de tampinhas tem 2,74 x 2,13 m, quase o dobro do tamanho da tela original!

Noite estrelada é uma das pinturas mais conhecidas de Van Gogh e também uma das mais parodiadas e homenageadas por artistas do mundo inteiro. Woody Allen, por exemplo, usou-a no cartaz do seu próximo filme Midnight in Paris, que vai abrir o Festival de Cannes em maio.

Van Gogh pintou Noite estrelada aos 37 anos, enquanto morava em um asilo em Saint-Rémy-de-Provence. Para saber mais sobre a vida e a obra do pintor holandês, vale a pena conhecer o livro Van Gogh, publicado pela L&PM na Série Biografias.

Vi Zupi

Novo filme de Woody Allen estreia em junho

A revista francesa Première divulgou hoje novas imagens do filme Midnight in Paris, de Woody Allen, que vai abrir o Festival de Cannes em maio e tem estreia no Brasil prevista para junho. Quem também faz sua estreia no cinema é a primeira-dama da França, Carla Bruni-Sarkozy, no papel de guia turística do Museu Rodin, em Paris.

Carla Bruni e Woody Allen nas filmagens de "Midnight in Paris"

Sempre cheio de referências e intertextualidades, Woody Allen não faz diferente em Midnight in Paris. No cartaz do filme, divulgado na semana passada, o cenário da Cidade-Luz se mistura à tela Noite estrelada, de Vincent Van Gogh.

Enquanto espera o filme estrear no Brasil, vá preparando o humor e dê boas boas risadas com os livros de Woody Allen publicados pela L&PM e veja o trailer:

Para marcar o Dia da Imigração Judaica

“Havia guerra na Europa, mas a hora era de calma no Bom Fim. Os grandes negros da Colônia Africana ainda dormiam, ressonando forte e cheirando a cachaça. Três mulatas dormiam dilatando as narinas com volúpia. As gordas avós judias dormiam, os pálidos judeuzinhos dormiam, de boca aberta e respiração ruidosa por causa das adenóides. As mães judias dormiam seu sono leve e intranqüilo. Os pais judeus dormiam; logo acordariam e iriam, bocejando, acender os fogões de lenha, tossindo e lacrimejando quando as achas úmidas começassem a desprender fumaça.” (Moacyr Scliar em “A guerra no Bom Fim”)

Se há um escritor brasileiro que retratou a comunidade judaica no Brasil, ele é o saudoso Moacyr Scliar. Lembramos dele porque hoje, 18 de março, é o Dia Nacional da Imigração Judaica. E para marcar a data, aqui vão outros trechos de escritores judeus que a casa oferece. Além de Woody Allen, Allen Ginsberg e Franz Kafka, ainda há Isaac Singer, Freud e muitos outros.

“E, como se seu Q. I. já não o isolasse bastante, sofria injustiças e perseguições por causa de sua religião, principalmente vindas de seus pais. É verdade que tanto seu pai quanto sua mãe frequentavam a sinagoga, mas não conseguiam admitir a ideia de que o filho fosse judeu. ‘Como foi acontecer isto?’ perguntava seu pai, indignado. Minha cara não mente, pensava Weinstein todo dia ao barbear-se. Tinha sido confundido várias vezes com Robert Redford, mas sempre por um cego. E havia também Feinglass, outro amigo de infância.”

“Por que nego o maná para os outros? / Porque o nego para mim. / Por que me neguei para mim mesmo? / Quem mais me rejeitou? / Agora acredito que você seja adorável, minha alma, alma de Allen, Allen – e você tão amada, tão doce, tão lembrada na sua verdadeira amabilidade, / seu Allen original nu respirando / alguma vez você voltará a negar alguém? / Querido Walter, obrigado pelo seu recado / Proíbo-o de deixar de tocar-me, homem a homem / Autêntico Americano / Bombardeios rasgam o céu (…)

“Tudo isso não era, por certo, um fenômeno isolado, as coisas se passavam de maneira semelhante em grande parte dessa geração de transição judaica, que emigrou do campo para as cidades ainda relativamente religiosa; acontecia espontaneamente, apenas acrescentava à nossa relação, à qual já não faltavam agudezas, mais uma bem dolorosa. Por outro lado também aqui tu deves, do mesmo modo que eu, acreditar em tua ausência de culpa…”

9. Um brinde com Woody Allen

Por Ivan Pinheiro Machado*

Quando publicamos Cuca Fundida, em 1978, Woody Allen ainda não era Woody Allen. Se é que me entendem. Só no ano seguinte ele ganharia todos os Oscars a que tinha direito com seu consagradíssimo “Annie Hall”, que no Brasil foi pateticamente batizado de “Noivo neurótico, noiva nervosa”. O livro foi uma indicação de Luis Fernando Veríssimo, sempre muito bem informado sobre literatura americana. Além disso, houve o acaso de eu encontrar em Frankfurt, na Feira de 1977, o agente de Allen. Avalizado pelo então editor da Nova Fronteira, Roberto Rieth Correa, fizemos o segundo contrato internacional da L&PM. Ruy Castro foi o tradutor e lançamos Cuca Fundida no final de 1978. Em março do ano seguinte, Woody Allen foi “Oscarizado” e o livro decolou na lista dos mais vendidos. Depois disso, editamos Sem Plumas e Que Loucura!, hoje reeditados na Coleção L&PM Pocket, e mais os roteiros Manhattan e Play it again Sam, as peças de teatro Lâmpada Flutuante e Adultérios e um livro em quadrinhos, O nada e mais alguma coisa. O Paulo Lima, que como vocês sabem é o “L” da L&PM, estava em Nova York no final dos anos 80 e resolveu arriscar uma segunda-feira no Michael’s, um tradicional pub na 55th Street (East side), onde Woody Allen costuma (ou costumava) tocar seu clarinete acompanhado de sua banda. O Lima é um cara de sorte, habitué de N. York (veja o post em que ele abafou no Limelight como sósia do Spielberg) e achou que era uma noite propícia para o Woody aparecer por lá. Ele nunca avisa quando vai, mas se for, é sempre numa segunda-feira. Não deu outra. Paulo Lima estava recém brindando com sua jovem companhia, quando o astro surgiu no palco. Tocou cerca de uma hora e, em seguida, foi jantar num lugar mais ou menos protegido dos curiosos, no próprio restaurante. Paulo Lima não confessa, mas tenho certeza de que ele quis impressionar sua companhia. Levantou-se e para espanto da moça ele disse “Vou lá bater um papo como o Woody Allen”. Ela gaguejou: “mas e os seguranças?” (havia um par de trogloditas de 2 metros e meio de altura impedindo a aproximação dos curiosos). “Deixa comigo” sussurrou o Lima. E foi na direção da mesa onde Woody Allen jantava com Mia Farrow e um casal de amigos, Kirk Douglas e sua mulher. Quando o gorila deu um passo para impedir que prosseguisse, Paulo Lima, no seu impecável inglês de Cambridge falou alto “sou o editor brasileiro de Mr. Allen”. Ele ouviu, virou-se e, vendo Lima luzindo no seu terno preto e gravata Hermés, pediu que ele passasse. Afinal, era o seu editor e, nos países civilizados, esta é uma profissão importante. Lima conversou rapidamente, apresentou-se, fez uns poucos comentários e pediu para o garçom 5 taças de Dom Perignon ano 1963 para um brinde com Woody, senhora e seus convidados. A seguir, cumprimentou-os e retirou-se para a sua mesa, olhado com inveja e admiração por todo o Michael’s. Na mesa, sua jovem acompanhante estava perplexa e encantada com aquela contundente demonstração de prestígio…

Abaixo, você pode conhecer o Michael´s Pub em um vídeo que mostra Woody Allen tocando ao lado Eddy Davis:

Para ler o próximo post da série “Era uma vez uma editora…” clique aqui.

Robin Woody

Por Paula Taitelbaum

Ele rouba dos ricos (personagens) para dar aos pobres (de espírito). É um herói, uma personalidade, uma lenda. E vive na pulsante floresta de Newyorkwood. Ele é “Robin” Woody Allen e, mais uma vez, invadiu as ruas da Inglaterra para tentar acertar os corações e mentes com sua câmera. Em Você vai conhecer o homem dos seus sonhos, o cineasta parece estar no fundo da sala, espreitando como se fosse um ladrão a espera da próxima vítima. Só que dessa vez, no farfalhar do roteiro, há muito mais desconforto do que graça. Terá Woody preparado uma armadilha? O que terá ele escondido atrás daquela cena? Qual o rastro que deixará dessa vez? No lugar de respostas, quando os créditos sobem, pairam dúvidas. E fica a sensação de que ele cansou e simplesmente… cut. Passou a lâmina no rolo. Mas então, mudam os dias no calendário e surge outra hipótese. A de que “Robin” Woody Allen não estava nem um pouco interessado em resolver as tramas que criou. Ao contrário. Para ele, não há a menor importância se o bando de personagens irá resolver os seus conflitos: o casamento vai dar certo? O filho é meu? O livro vai ser um sucesso? Vou conseguir ter o meu próprio negócio? Ninguém sabe. Porque a vida é assim: apesar de desejarmos demais, não somos capazes de descobrir o que vai acontecer na cena seguinte da nossa existência.  Ou seja: sem final, a moral da história é sentida na pele. O futuro permanece uma incógnita. E só o que resta é a certeza de que, na janela ao lado, pode haver alguém que nos livre do peso da realidade. No caso do filme, os quatro personagens principais usam um coadjuvante como muleta para seguir em frente. Há uma vidente carinhosa, um chefe rico e charmoso, uma garota de programa gostosa, uma vizinha doce e deslumbrante. Todos eles se revelem uma fonte de prazer ou alívio. Mas não se iluda: mesmo encontrando o seu coadjuvante perfeito, isso não quer dizer que vai dar tudo certo. Talvez dê. Talvez não dê. Pensando bem, quem quiser saber o final da sua história que consulte uma cartomante. Ou vá viver na floresta.

Woddy Allen faz 75 anos hoje

Desconfio de quem não gosta dos filmes de Woody Allen. Olho atravessado para os que não entendem suas piadas mal humoradas, seu humor neurótico, sua crítica a essa sociedade hipócrita que nos cerca. Rosno até para quem o acusa de “ter casado com a filha” (muito pior, na minha opinião, é acordar ao lado de Mia Farrow). E não venha me dizer que ele está piorando aos longo dos anos. Não quero saber. Não quero concordar. Seu texto é música para meus ouvidos, é inspiração, é alívio. Gosto de saber que ele é baixinho, errado, feio, problemático. Apesar dele já ter dito que isso é coisa de seus personagens. Na vida real, Woody é uma pessoa como todas as outras. Trabalha muito, gosta de jazz, vai ao supermercado, faz aniversário. E, o melhor de tudo: é sagitariano, como eu. (Paula Taitelbaum) 

Woody Allen nos anos 1950, quando ainda era conhecido como Allen Stewart Königsberg

Veja aqui os livros de Woody Allen publicados pela L&PM.

Sob o sol de Nova York

Um daqueles casamentos que parecia ser eterno está passando por uma grave crise. Woody Allen e Nova York vivem um momento de idas e vindas depois de anos de união estável. Em 2008, “a outra” foi Barcelona, em 2010, Londres, e em 2011 será Paris – Allen inclusive já está por lá trabalhando com a primeira dama francesa. Entre elas, Manhattan voltou de leve em Tudo pode dar certo (veja o trailer abaixo), mas há quem diga que foi uma aparição apenas para manter as aparências.

Outro relacionamento de celebridades, no entanto, está melhor do que nunca e em vias de completar bodas de cristal. É o de Frances Mayes com a Itália. Seu segundo título pela Coleção L&PM Pocket, publicado nessa semana, não só traz de novo a Toscana no título (o primeiro foi Sob o sol…, em 1996), como é uma declaração de amor: Bella Toscana. E como se não bastasse, nos Estados Unidos foi lançado em março Every day in Tuscany – Seasons of an italian life (algo como “O dia a dia na Toscana – Temporadas de uma vida italiana”). 

Outros escritores tiveram flertes com cidades, mas não chegaram a casar. Aí os romances ficaram imortalizados em, bom, romances. É o caso de Medo e delírio em Las Vegas (esse não muito romântico), Satori em Paris, Sete anos no Tibet e – por que não? –, Dançar tango em Porto Alegre.

Woody Allen e Carla Bruni juntos em Paris

Depois de modelo, cantora e primeira-dama, Carla Bruni agora é atriz. E não de qualquer diretor. Escalada para o próximo filme de Woody Allen, “Midnight in Paris”, mademoiselle Sarkozy reservou cinco dias de agosto próximo para filmar sob a câmera de Allen. Na nova comédia romântica do diretor, Carla será a diretora de um museu e suas cenas serão filmadas no espetacular hotel Le Bristol de Paris. No elenco, estão ainda Kathy Bates, Michael Sheen, Owen Wilson e a também francesa Marion Cotillard.

Mas enquanto o novo filme não chega, você pode ir se divertindo com um dos livros de Woody Allen publicados pela L&PM. Que loucura!, por exemplo, mistura humor, filosofia, psicanálise e, claro, boas histórias. E o melhor é que custa menos do que um ingresso de cinema…

Woody Allen está no 63º Festival de Cannes e na Coleção L&PM POCKET


O site oficial de Cannes é uma descoberta e tanto. Todas as notícias, trailers, trechos de filmes, entrevistas, fotos, arquivos, tudo, tudo mesmo, está lá. E sabe o que é melhor? Entre as opções de línguas disponíveis está o português (de Portugal, obviamente), o que facilita muito a navegação e as tantas descobertas. Pois é lá no site também que você pode assistir a trechos do próximo filme de Woody Allen: You Will meet a tall dark stranger. Ele está na seleção oficial, mas fora da competição e a sinopse disponível diz: “Amor, sexo, risos e traições. As vidas de vários personagens cujas paixões, ambições e angústias os conduzirão a todos os tipos de contrariedades, desde a mais maluca até a mais perigosa”. Ou seja: um Woody Allen legítimo. Entre os atores, Antonio Banderas, Anthony Hopkins e Naomi Watts. E o interessante é que, no site do festival, além dos créditos, estão disponíveis contatos e links úteis sobre o filme, como assessoria de imprensa e vendas para o estrangeiro. Quer comprar o filme? Clique aqui e vá direto para a página.

Mas enquanto You Will meet a tall dark stranger não chega por aqui (e provavelmente só chegará em 2011), divirta-se com os títulos de Woody Allen que a Coleção L&PM POCKET tem disponíveis. Entre as reedições que acabam de chegar está Adultérios, que traz três deliciosas histórias que se passam em Nova York e arredores com aqueles personagens que só Woody Allen poderia imaginar.