O (verdadeiro) grande romance americano

Por Ivan Pinheiro Machado

Um dos livros que me fascinaram na juventude foi “As aventuras de Huckleberry Finn” de Mark Twain. Tinha em torno dos 15 anos e lembro de tê-lo lido em estado de verdadeira exaltação, vagarosamente, curtindo cada página. Havia a figura maravilhosa do escravo fugido Jim e de Huckleberry, conhecido simplesmente como Huck. Que personagem! Ele foi parceiro de Tom Sawyer em o célebre “As aventuras de Tom Sawyer”. Mas era tão bom personagem, que Mark Twain dedicou seu melhor livro só para ele. Desde criança eu sempre achei Huck muito melhor que o personagem Tom e tenho certeza que Tom também achava… mas isto é outra história. A verdade é que a L&PM está lançando uma primorosa edição traduzida por Rosaura Eichenberg.

Este livro tem resistido a todos os preconceitos. Na época de seu lançamento, em 1885, foi considerado imoral, pois Huck é um sobrevivente e faz de tudo para seguir vivendo. Modernamente foi fustigado pela legião dos malas do politicamente correto. Mas Huck resiste ao tempo, aos chatos e aos equivocados.

Sobre este livro, um dos maiores escritores de todos os tempos (que não resistiria à inquisição dos “politicamentecorretóides”), o prêmio Nobel Ernest Hemingway, escreveu:

Toda a literatura americana moderna se origina de um livro escrito por Mark Twain, chamado Huckleberry Finn (…). Não havia nada antes. Não houve nada tão bom desde então.”

Parece Huckleberry Finn, mas é Ernest Hemingway quando criança, pescando no Lago Michigan

Uma ideia sobre “O (verdadeiro) grande romance americano

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