Arquivo mensais:junho 2013

É dia de Jean-Paul Sartre

Jean-Paul Sartre nasceu no início do verão parisiense, em 21 de junho de 1905. Livre pensador, filósofo, escritor, dramaturgo, foi uma das personalidades mais marcantes do século XX, ao lado de sua companheira, Simone de Beauvoir. A última obra que produziu foi o grande ensaio “O idiota da família”, uma incrível biografia do escritor Gustave Flaubert, dividida em três generosos volumes. “O idiota da família” será publicado pela primeira vez em português pela L&PM Editores. O primeiro volume sai ainda este ano. 

Jean-Paul Sartre em 1906, aos 8 meses

Jean-Paul Sartre em 1906, aos 8 meses

Simone e Sartre em momento 007 em junho de 1929

Simone e Sartre em momento 007 em junho de 1929

Simone e Sartre em um encontro com Che Guevara

Simone e Sartre em um encontro com Che Guevara em 1960

Sartre sentado nas dunas de Nida, na Lituânia, em 1965

Sartre sentado nas dunas de Nida, na Lituânia, em 1965

Sartre e Michel Foucault durante passeata em maio de 1968. "Sou testemunha, estou aqui para testemunhar a história", disse ele.

Sartre e Michel Foucault durante passeata em maio de 1968. “Sou testemunha, estou aqui para testemunhar a história”, disse ele.

SImone e Sartre no Rio de Janeiro em 1969.

SImone e Sartre no Rio de Janeiro em 1969.

De Jean-Paul Sartre, a Coleção L&PM Pocket publica A imaginação e Esboço para uma teoria das emoções. A editora também possui em seu catálogo Sartre – uma biografia e Sartre, livros de Annie Cohen-Solal, considerada a principal biógrafa do pensador.

Mais um título de Jane Austen a caminho

A capa já está pronta e, até agosto, Mansfield Park, de Jane Austen, chegará para fazer companhia a Razão e sentimento, A abadia de Northanger, Persuasão e Orgulho e preconceito, títulos que fazem parte da Coleção L&PM Pocket.

Assim como os outros títulos de Jane Austen na L&PM, Mansfield Park tem desenho de capa da artista alemã Birgit Amadori, famosa por suas criações em estilo vintage.

E para o desenho de Brigit chamar ainda mais atenção, Mansfield Park será lançado em formato convencional: 14 cm X 21 cm.

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Pockets da Turma da Mônica são brinde na rede de restaurantes Giraffas

A rede Giraffas é o restaurante oficial das comemorações dos 50 anos da Mônica. Além da Mônica e sua turma aparecerem em materiais de ponto-de-venda nas 400 lojas Giraffas espalhadas pelo Brasil, na compra de um GiraPrato, o consumidor recebe brindes da turma.

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Entre os brindes, estão pockets produzidos pela L&PM que trazem sempre 120 tirinhas da turminha mais animada do Brasil. São cinco livros para colecionar e se divertir muito.

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O trailer do documentário “Salinger”

Estreia em setembro o documentário “Salinger” sobre a vida e a obra do autor de “O Apanhador no Campo de Centeio”, morto em 2010. A direção é de Joyce Maynard, uma velha amiga de Salinger, com quem o escritor morou nos anos 70. Entre os entrevistados estão nomes como Tom Wolfe, Danny DeVito e Edward Norton, que falam sobre a influência do escritor em suas vidas. Assista ao trailer:

A L&PM publica Carpinteiros, levantem bem alto a cumeeira de J. D. Salinger na Coleção L&PM Pocket.

via Folha

 

“O Grande Gatsby” está na moda

Tem gente que está gostando e gente que está torcendo o nariz para “O Grande Gatsby” em exibição nos cinemas. Independente disso, o fato é que o filme do diretor Baz Luhrmann a partir do livro homônimo de F. Scott Fitzgerald está ajudando a despertar uma onda de nostalgia da Era do Jazz. De 15 a 18 de junho, por exemplo, a cidade de Governor’s Island, no estado de Nova York, foi invadida por muitas melindrosas durante a “The Jazz Age Lawn Festa”. Grupos de dança, shows de jazz e muita gente vestida como se estivesse indo a uma festa de Jay Gatsby fizeram parte do evento. Uma verdadeira viagem no tempo com direito à trilha sonora de época. E uma ótima ideia para a sua próxima festa à fantasia.

Eighth Annual Jazz Age picinic in New York

Grupos de dança se apresentaram no festival da Era do Jazz que aconteceu durante quatro dias

Eighth Annual Jazz Age picinic in New York

Foi um piquenique ou uma viagem no tempo?

Eighth Annual Jazz Age picinic in New York

As mulheres capricharam no penteado e nos vestidos

A desobediência civil de Thoreau

“Todos os homens reconhecem o direito de revolução, isto é, o direito de recusar lealdade ao governo, e opor-lhe resistência, quando sua tirania ou sua ineficiência tornam-se insuportáveis.”

“Não brigo com inimigos distantes mas com aqueles que, aqui perto, cooperam com os que estão longe e cumprem suas ordens, e sem os quais os últimos seriam inofensivos.”

“O Estado nunca enfrenta intencionalmente a consciência intelectual ou moral de um homem, mas apenas seu corpo, seus sentidos. Não está equipado com inteligência ou honestidade superiores, mas com força física superior. Não nasci para ser forçado a nada. Respirarei a meu próprio modo. Vejamos quem é o mais forte. Que força tem uma multidão?”

“Agrada-me imaginar um Estado que, afinal, possa permitir-se ser justo com todos os homens e tratar o indivíduo com respeito, como seu semelhante; que consiga até mesmo não achar incompatível com sua própria paz o fato de uns poucos viverem à parte dele, sem intrometer-se com ele, sem serem abarcados por ele, e que cumpram todos os seus deveres como homens e cidadãos.”

Trechos de “A desobediência civil“, de Henry David Thoreau, publicada originalmente em 1848 e que faz parte da Coleção L&PM Pocket.

Thoreau

Henry David Thoreau

Tatiana Belinky vai deixar saudades

Tatiana Belinky nasceu em São Petesburgo, na Rússia, e chegou no Brasil com 10 anos. Aqui, viveu oito décadas de muita produção. Ao todo, escreveu mais de 250 livros infantojuvenis, muitos deles agraciados com prêmios educacionais. Também trabalhou como atriz de peças infantis, apresentou um programa na extinta TV Tupi e junto com o marido, Julio de Gouveia, foi responsável pela primeira adaptação para a televisão de “O Sítio do Pica Pau Amarelo”, de Monteiro Lobato.

Tatiana Belinky também traduziu muito. A corista e outras histórias, de Tchékhov, Senhor e servo & outras histórias, de Tolstói e Primeiro amor, de Ivan Turguêniev são títulos da Coleção L&PM pocket que foram traduzidos por ela.

Tatiana tinha 94 anos e seu corpo foi enterrado no domingo, 16 de junho, no Cemitério Israelita da Vila Mariana em São Paulo.

Assista aqui o pequeno trecho de uma entrevista feita com ela:

Scliar e o Rio Grande

Luiz Antonio de Assis Brasil*

O Rio Grande do Sul é, desde suas primeiras representações simbólicas, uma metáfora e uma alegoria intelectuais que se organizam a partir da evocação de um antigo tipo luso-platino-rural, que acabou por suplantar as outras vertentes constitutivas de sua presente identidade. Como qualquer construção validada pelos extratos dominantes, essa alegoria teve, até pouco, sua hegemonia incontestada, havendo raro espaço de diálogo com outras representações concomitantes, nomeadamente as que decorrem dos surtos imigratórios dos séculos 19 e 20.

Nesse conjunto de fatores superpostos – e, não raro, conflitantes –, a obra de Moacyr Scliar avulta por ser aquela que optou por uma via alternativa que instituiu entre nós uma reflexão a que não estávamos acostumados: a de que somos humanos, antes de gaúchos.

Alguma crítica por vezes diz que o componente judaico seja a face mais visível e representativa de sua obra; trata-se, esta, de uma visão pobre, porque, antes de tudo, Scliar traz para nossa literatura uma via inesperada que aparece não como contraponto, mas como justaposição ao tipo hegemônico. Ambas são perspectivas construídas e, por isso, habitam a mesma legitimidade.

Outro viés referido pela crítica como essencial é o veio fantástico de seus romances, novelas e contos. Na verdade, trata-se de outra dicção para a mesma universalidade. Se nosso fantástico está presente já desde Lendas do Sul, este mesmo fantástico é um dado previsto pela cultura e pela mitologia; já o fantástico de Scliar é criação pura, isto é, provém de uma fabulação exclusiva e que não se confunde com qualquer outra preexistente mitologia.

Essas duas circunstâncias temáticas de Scliar – a judaica e a fantástica – significam, no cerne, o alargamento ontológico de uma literatura que se debatia entre seus que-fazeres irremediáveis e miúdos, vítima da estéril dicotomia pampa-cidade.

A obra de Scliar talvez seja a mais feliz investida nos domínios de uma universalidade moderna, embora tardia em termos regionais, e que precisou desse escritor de exceção para impor-se como possibilidade estética.

O constructo intelectual que é o Rio Grande, dessa forma, adquirirá, de agora em diante, uma obrigatória nuança, não a desfazê-lo, mas a matizá-lo. Com isso ganha-se em colorido e diversidade, até que outras obras surjam a transformar esse quadro pois, como sabemos, a cultura e a literatura se definem como processo que estará sempre descontruindo o que antes construiu.

*Luiz Antonio de Assis Brasil é escritor e Secretário de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul. Este texto foi publicado originalmente no Segundo Caderno do Jornal Zero Hora em 17 de junho de 2013.

Freud explica a psicologia das massas

O Brasil amanheceu estampando, em todas as capas de seus jornais, alguma imagem do tumulto que se formou nesta quinta-feira, 13 de junho, nas ruas centrais de São Paulo e de outras capitais, a partir do protesto contra o aumento das tarifas dos ônibus. Mas o que pensa e como age uma massa psicológica? Freud explica… Em Psicologia das massas e análise do eu, que acaba de chegar à Coleção L&PM Pocket – com tradução direta do alemão -, Freud cita outros autores, como Le Bon, e explica com detalhes como funcionam os grandes grupo.

Passo a palavra agora a Le Bon. Ele afirma: “O que há de mais singular numa massa psicológica é o seguinte: quaisquer que sejam os indivíduos que a compõem, por mais semelhantes ou dessemelhantes que sejam seus modos de vida, suas ocupações, seu caráter ou sua inteligência, a mera circunstância de sua transformação numa massa lhes confere uma alma coletiva, graças à qual sentem, pensam e agem de modo inteiramente diferente do que cada um deles sentiria, pensaria e agiria isoladamente. Há ideias e sentimentos que só surgem ou se transformam em ações nos indivíduos ligados numa massa. A massa psicológica é um ser provisório constituído por elementos heterogêneos que por um momento se ligaram entre si, exatamente como por meio de sua união as células do organismo formam um novo ser com qualidades inteiramente diferentes daquelas das células individuais”.

(…)

Na massa, opina Le Bon, apagam-se as aquisições dos indivíduos, e com isso desaparecem suas singularidades. O inconsciente racial vem ao primeiro plano, o heterogêneo se perde no homogêneo. Diríamos que a superestrutura psíquica, que se desenvolveu de maneira tão diversa nos indivíduos, é removida, enfraquecida, e o fundamento inconsciente, semelhante em todos eles, se torna visível (ativo).

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O ator Jeremy Irons lê Fernando Pessoa em português

O ator britânico Jeremy Irons confessou ser fã dos versos de Fernando Pessoa em um programa da TV portuguesa. Foi quando o apresentador insistiu para que Irons lesse um poema de Álvaro de Campos (um dos heterônimos de Pessoa) em português. O resultado foi hilário:

Abaixo, o poema “Ai Margarida” completo, do livro Poemas de Álvaro de Campos (Coleção L&PM Pocket)

Ai, Margarida,
Se eu te desse a minha vida,
Que farias tu com ela?
— Tirava os brincos do prego,
Casava c’um homem cego
E ia morar para a Estrela.

Mas, Margarida,
Se eu te desse a minha vida,
Que diria tua mãe?
— (Ela conhece-me a fundo.)
Que há muito parvo no mundo,
E que eras parvo também.

E, Margarida,
Se eu te desse a minha vida
No sentido de morrer?
— Eu iria ao teu enterro,
Mas achava que era um erro
Querer amar sem viver.

Mas, Margarida,
Se este dar-te a minha vida
Não fosse senão poesia?
— Então, filho, nada feito.
Fica tudo sem efeito.
Nesta casa não se fia.

Comunicado pelo Engenheiro Naval
Sr. Álvaro de Campos em estado
de inconsciência
alcoólica.