Arquivo mensais:janeiro 2013

Modigliani, Klimt e Degas por Peter Lindbergh

O fotógrafo Peter Lindbergh fez um ensaio com a atriz Julianne Moore para a revista Harper’s Bazaar em que ela aparece reproduzindo obras famosas de grandes pintores. A mais emblemática, talvez, seja a releitura de “Woman With a Fan” de Amedeo Modigliani.

Vale a pena conhecer as outras releituras que incluem a do quadro “Adele Bloch Bauer I” de Gustav Klimt e “Little Dancer, Aged Fourteen” de Edgar Degas.

Modigliani no paraíso dos escultores

A meningite tuberculosa que o consumia há tanto tempo piorara subitamente. Na noite de sábado 24 de janeiro [de 1920], às 20h50, sem sofrer, pois fora posto para dormir com uma injeção, Amedeo vai ao encontro do paraíso dos escultores.

(…)

Hanka e Ortiz levaram a triste notícia a Jeanne. Ela estava quase parindo. Eles ficaram longo tempo com ela. A pequena Paulette Jourdain a acompanhara a um hotel na Rue de Seine, onde ela passara o resto da noite. Na manhã seguinte, ela fora até a Charité com seu pai para ver Amedeo. Moïse Kisling e outro pintor amigo seu, Conrad Moricand, haviam tentado, sem conseguir, fazer um decalque de seu rosto. Por fim, com restos de gesso Lipchitz fizeram doze moldes que foram distribuídos aos amigos de Modigliani e aos membros de sua família. Um rabino fizera a oração dos mortos.

Quando entrara no quarto em que ele jazia, Jeanne aproximara-se, olhara-o por longo tempo, depois, segundo Francis Carco, cortara uma mecha de seus cabelo, que colocara sobre o peito de seu bem-amado e saíra sem dizer uma palavra para reunir-se aos Zborowski e os amigos que a esperavam. À tarde, ela voltara para a casa de seus pais, na Rue Amyot.

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André Hébuterne, o irmão de Jeanne, passara grande parte da noite seguinte com ela, em seu quarto, para fazer-lhe companhia. Mas com a proximidade da aurora ele deve ter adormecido, e Jeanne aproveitara o momento para atirar-se da janela do quinto andar.

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O funeral de Modigliani foi imponente. Como a família de Amedeo não tivera como conseguir passaportes, pois a Itália ainda estava em guerra, Moïse Kisling organizara uma arrecadação junto aos amigos para as exéquias.

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Na terça-feira, 27 de janeiro, mais de mil pessoas seguiram, num silêncio impressionante, o carro fúnebre florido puxado por quatro cavalos negros. Todos os amigos de Modigliani estavam lá: Max Jacob, André Salmon, Moïse Kisling, Chaïm Soutine, Constantin Brancusi, Ortiz de Zarate, Gino Severini, Léopold Survage, Jacques Lipchitz, Andre Derain, Fernand Léger, André Uttre, Suzanne Valadon, Maurice Utrillo, Kees van Dongen, Maurice de Vlaminck, Foujita, a infeliz Simone Thiroux, as modelos e vários outros. Vendo a polícia parar o trânsito nos cruzamentos, Pablo Picasso murmurara no ouvido de Francis Carco:
          – Veja, agora ele foi vingado.
Léon Indenbaum disse:
          – No fundo, Modigliani se suicidou.
Em silêncio, Léopold Zborowski lembrava que pouco antes de morrer Amedeo lhe dissera: “Não se atormente. Em Soutine, deixo-lhe um homem de gênio”.

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Toda Montmartre e todo Montparnasse, mesmo os garçons dos cafés que muitas vezes o colocaram para fora das espeluncas, todo mundo estava no Père-Lachaise, seus amigos, seus inimigos, seus admiradores.

(Trechos de Modigliani, de Christian Parisot, Série Biografias L&PM)

O charmoso Amedeo Modigliani em 1916 no seu ateliê

A linda Jeanne Hébuterne, o grande amor de Modigliani, que suiciou-se poucos dias depois da morte do amado, quando estava grávida do segundo filho deles

Modigliani ao lado de Pablo Picasso e André Salmon que depois estariam presentes em seu funeral

A máscara mortuária de Modigliani, cujo modelo foi feito no dia de sua morte, em 24 de janeiro de 1920

O encontro de Oscar Wilde e Walt Whitman

Usando um casaco de pele verde, o jovem poeta irlandês Oscar Wilde  desembarcou no porto de Nova York em janeiro de 1882 para uma série de palestras. A cosmopolita NY o recebeu de braços abertos e a imprensa norteamericana celebrou sua exuberância. Na Filadélfia, sua segunda parada, ele falou que gostaria muito de conhecer o também poeta Walt Whitman. Informado disso, Whitman mandou-lhe um recado, dizendo que estaria em casa entre duas e três e meia da tarde.

Whitman vivia em Camden, em uma casa nada luxuosa, com o irmão e a cunhada. Embora ambos os escritores fossem altos, seus figurinos contrastavam bastante. No encontro, enquanto Wilde vestia, como sempre, roupas elegantes, Withman estava com uma blusa rude, feita em casa. Ao chegar, a primeira coisa que o visitante disse foi “Venho como um poeta visitando outro poeta” e, em seguida, descreveu ao anfitrião como, na infância, sua mãe lia Folhas na relva em voz alta para ele. Lisonjeado, Withman abriu uma garrafa de vinho de sabugo, feito pela cunhada, e ofereceu a Wilde. “Vou chamá-lo de Oscar”, ele disse. Depois de beberem toda a garrafa, continuaram conversando sobre poesia no escritório de Withman.

Anos mais tarde, recordando-se daquela tarde, um amigo de Wilde, conhecendo seu gosto refinado, observou que devia ter sido difícil para ele beber o vinho de sabugo. Foi quando o autor de O retrato de Dorian Gray disse: “Se fosse vinagre, eu teria bebido do mesmo jeito”.

O rude Walt Whitman e o elegante Oscar Wilde se encontraram em 1882

 Oscar Wilde é um dos títulos da Série Biografias L&PM.

Maquiagem inspirada em Andy Warhol chega ao Brasil

A edição limitada de maquiagens da marca NARS, criada em homenagem a Andy Warhol, chegou ao Brasil este mês, via Sephora.  A linha, feita em colaboração com a fundação Andy Warhol, é um sonho de consumo para as amantes do make-up. Não apenas pelas cores super moderna, mas também pelo design das embalagens.

Algumas sombras, por exemplo, não apenas possuem uma palheta de cores igual a de alguns quadros de Andy Warhol como reproduzem as flores e um auto-retrato do artista. Além delass, há batons, delineadores, blush, iluminador e mais esmaltes em tonalidades que refletem o universo pop de Warhol.

A linha já está à venda no e-commerce brasileiro da Sephora e na loja da rede no Rio de Janeiro, com lançamento em São Paulo previsto para a última semana de janeiro.

Neste vídeo, o criador da linha conta que é fã da obra de Andy Warhol:

Para os que querem conhecer mais sobre o artista que eternizou a frase “Um dia todos terão direito a quinze minutos de fama”, a L&PM publica Andy Warhol na Série Biografias, Diários de Andy Warhol em dois volumes e América, livro que traz fotos feitas por ele.

O insight de Freud

No verão de 1895, Freud passava o verão no castelo de Bellevue, no topo da colina Grinzing, próximo à Viena, quando teve o insight que faria com que seu trabalho se tornasse ainda mais significativo. Na noite de 23 para 24 de julho, ele teve o que chamou de “sonho da injeção de Irma”, o sonho que lhe mostrou como associar sonhos e desejos e que daria origem à sua maior obra: A interpretação dos sonhos. Pouco depois disso, ele escreveu uma carta em tom jocoso a seu amigo e colega Wilhelm Fliess dizendo que talvez um dia, naquele local, fosse colocada uma placa onde todos poderiam ler: “o segredo dos sonhos foi revelado ao Dr. Sigmund Freud em 24 de julho de 1895”.

A previsão freudiana estava certa. Em 6 maio de 1977, uma placa foi posta no exato lugar em que Freud teve a sua “revelação” com a exata frase que ele havia escrito a Fliess.

O castelo de Bellevue, em que Freud passou seu inesquecível verão de 1895, já não existe mais e em seu lugar hoje há um restaurante.

A placa que hoje existe no lugar em que Freud teve o seu insight

 A L&PM publica, pela primeira vez no Brasil, A interpretação dos sonhos traduzida direto do alemão.

O cartaz do filme “Aya de Yopougon”

Estreia em julho na França o filme de animação sobre a história da jovem Aya de Yopougon, graphic novel escrita e desenhada por Marguerite Abouet. A direção é da própria autora em parceria com Clement Oubrerie. O filme ainda não tem trailer, mas já ganhou um lindo cartaz feito especialmente para a première que acontece no dia 2 de fevereiro na cidade francesa de Angoulême.

Aya é um retrato sensível e cheio de humor de uma África sem clichês, uma história de amor e amizade bem diferente de tudo o que já ouvimos sobre as pessoas daquele continente. Em Yop City (como é conhecido o bairro de Yopougon, na Costa do Marfim) não se ouve falar de guerra civil, aids ou fome. O assunto mais comum são as confusões de três amigas – Aya, Bintou e Adjoua – que vivem os mesmos dilemas de tantas outras jovens de sua geração: garotos, festas e dúvidas sobre o futuro. A L&PM publica Aya de Yopougon em 2 volumes.

“Austenland” estreia no Sundance Film Festival, nos Estados Unidos

Estreou no Sundance Film Festival neste fim de semana o longa “Austenland” (dos mesmos produtores da saga “Crepúsculo”), que conta a história de uma fã de Jane Austen que gasta todas as suas economias para ir viver num parque temático britânico que reconstrói o universo dos livros da autora. Desiludida com o amor e com as relações no mundo moderno, ela acredita que lá é o lugar perfeito para encontrar o homem ideal. O resultado, segundo alguns críticos que assistiram à estreia, é uma “comédia romântica bem original e graciosa”.

O filme não tem previsão de estreia no Brasil, mas as interessadas em encontrar o homem perfeito podem procurá-lo nos romances de Jane Austen da Coleção L&PM Pocket: Orgulho e preconceito, Persuasão, A abadia de Northanger e Razão e sentimento.

É dia de Martin Luther King

Hoje, 21 de janeiro, os EUA está comemorando o Martin Luther King Jr. Day. Desde 1983, ficou decidido que toda terceira segunda-feira de janeiro seria feriado nacional em homenagem ao homem que pregou a não-violência e foi o principal porta-voz do movimento dos direitos civis dos negros. A data foi escolhida por ser próxima ao dia do nascimento de King, 25 de janeiro.

Este ano, o Martin Luther King Jr. Day coincide com o dia em que se festeja o início do segundo mandato de Barack Obama. Infelizmente, King não viveu o suficiente para ver um negro como presidente dos EUA. Mas, com certeza, sua luta pela igualdade de direitos civis ajudou a fazer com que esse dia chegasse.

Em setembro deste ano, a Série Biografias L&PM vai lançar “Martin Luther King”, livro de Alain Foix que conta a vida deste pensador, poeta e discípulo de Gandhi que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964 e morreu assassinado em 4 de abril de 1968.

A capa original da biografia de Martin Luther King que será lançada este ano na Série Biografias L&PM