Arquivo mensais:agosto 2010

Cinco ótimos motivos para você visitar o estande da L&PM no Anhembi

Talvez não faltem motivos para você visitar a Bienal Internacional do Livro de São Paulo que abre hoje, sexta-feira 13, para o grande público (ok, talvez você não more em São Paulo). Só a programação e a montanha de livros disponíveis já são uma causa pra lá de nobre. Mas se você ainda quer mais um estímulo, aí vai uma lista de motivos que mostram por que, na Bienal, você não pode deixar de visitar o estande da L&PM.

1- Os lançamentos: preparamos lançamentos incríveis para a Bienal. Alguns dos títulos ainda nem chegaram nas livrarias e já estão aqui, esperando por você. Anjos da desolação, de Kerouac, Pedaços de um caderno manchado de vinho, de Bukowski, Série Ouro – Horror e Peanuts 3 são alguns deles.

 2- A ecobag exclusiva: nas compras acima de 120 reais, você ganha uma linda sacola da L&PM para levar os seus livros e o que mais quiser.

 3- A revista: especialmente para a Bienal, foi produzida uma revista que conta tudo e traz textos de colaboradores convidados. É só passar lá e pegar a sua.

 4- Os adesivos: para os adoradores de nossos pockets, foram confeccionados adesivos que são uma fofura. Tem versão para “meninas” e versão para “meninos”. Vai lá pedir o seu.

 5- Os pockets: deixamos o motivo mais forte para o final. A Coleção L&PM Pocket tem quase mil títulos como preços incríveis. E séries como ENCYCLOPAEDIA, BIOGRAFIAS e QUADRINHOS. Tá esperando o quê?

 

Mais um pouco sobre o início da Bienal

Ivan Pinheiro Machado

A 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo abriu suas portas hoje para os profissionais do livro. Num dia ensolarado com temperatura agradável, em torno dos 22 graus, o enorme pavilhão do Anhembi foi palco de discursos do prefeito Kassab e do governador Goldman. A cerimônia de inauguração teve um texto de Monteiro Lobato (autor da famosa frase “um país se faz com homens e livros”) lido por Paulo Goulart, e um texto de Clarice Lispector narrado por Beth Goulart e Maria Fernanda Cândido. Atuando como uma espécie de mestre de cerimônia estava Gabriel Chalita, por sinal, candidato a senador pelo PSB, partido que faz oposição ao governador que, por sua vez, também é um dos maiores patrocinadores do evento. A partir de amanhã, dia 13, até 22 de agosto, sempre das 10h às 22h, a Bienal estará aberta ao público. As expectativas são as melhores possíveis. Os livreiros acham que vão vender muitos livros em papel, embora a moda, nos coquetéis e eventos paralelos, seja o livro digital, uma espécie de “entidade misteriosa” que todo mundo fala, mas ninguém sabe, ninguém viu.
A L&PM está representada com um amplo estante onde estão expostos todos os livros do catálogo da editora, tanto da coleção L&PM POCKET como da linha convencional.
Como destaques, os lançamentos Pedaços de um caderno manchado de vinho, de Bukowski, Anjos da desolação, de Kerouac, Peanuts 3 e Série ouro – Clássicos do horror que reúne Drácula, Frankenstein e O médico e o monstro.

Foi dada a largada para a Bienal de São Paulo

Tássia Kastner*

Para alguns, a divulgação que a Bienal do Livro de São Paulo fez sobre o início do evento pode ter soado confusa. É que, na verdade, são duas datas. Hoje, dia da abertura oficial, ela abre somente para o pessoal do setor. Amanhã, a Bienal começa para o grande público. Mesmo assim, não são poucos os que circulam pelos pavilhões nesta quinta-feira. O que se vê são livreiros, editores, jornalistas, e até ilustradores – só no estande da L&PM, recebemos dois deles, querendo estabelecer um primeiro contato com a editora e trazendo seus trabalhos para apresentar. Mas se hoje o dia é de calmaria, a partir de amanhã, quando todos poderão entrar nos pavilhões do Anhembi, as fotos serão bem diferente. Nelas estarão hordas de crianças sorridentes (e barganhando com os pais, pelo celular, o direito de comprar o título mais legal que tiverem encontrado), leitores ávidos pelas novidades que as editoras prepararam especialmente para o evento, e claro, um público com muita vontade de entrar no mundo mágico dos livros. E ninguém poderá reclamar de falta de opções.
Cliquei aqui, e acesse a programação completa do evento.

* Tássia é assessora de imprensa da L&PM e nos escreve dos pavilhões da Bienal

Estação de metrô com imagens de Dostoiévski desagrada psicólogos

A estação de metrô Dostoevskaya, inaugurada há pouco tempo em Moscou para homenagear o escritor Fiódor Dostoiévski, está sofrendo com a resistência psicólogos.

Mosaicos com imagens violentas poderiam estimular impulsos suicidas / Reprodução

A preocupação é de que os murais escuros, que estampam cenas violentas dos romances do escritor russo, possam deixar condutores e passageiros de mau humor e até encorajar impulsos suicidas.

Com informações da NPR.

As últimas palavras dos escritores

O site do jornal britânico The Guardian publicou uma matéria bem legal sobre as últimas palavras de célebres escritores. Selecionamos algumas delas (em tradução livre):

The Guardian publicou uma seleção de “últimas palavras” / Reprodução

Mark Twain: Death, the only immortal, who treats us alike, whose peace and refuge are for all. The soiled and the pure, the rich and the poor, the loved and the unloved. (“Morte, a única imortal, que nos trata da mesma forma, para a qual paz e refúgio são para todos. O sujo e o puro, o rico e o pobre, o amado e o não-amado.”)
Essa nota foi encontrada no leito de morte do autor de Tom Sawyer e publicada em uma coletânea de 1935. Depois de sofrer um ataque cardíaco em Bermudas, Twain voltou para sua casa em Connecticut para se recuperar. Previu em 1909 que iria “sair de cena” com o cometa Halley – que tinha aparecido no ano de seu nascimento. E morreu um dia depois da maior aproximação do astro com a Terra. De acordo com seu biógrafo, ele disse: “’Adeus’, e o Dr. Quintard, que estava perto, achou que ele tinha acrescentado: ‘Se nós nos encontrarmos’ – mas as palavras foram muito fracas.”

Emily Dickinson: I must go in, the fog is rising. (“Eu devo ir, o nevoeiro está aumentando.”)
A saúde de Dickinson piorou consideravelmente nos últimos anos de sua vida, até que ela finalmente ficou presa à cama, limitando-se a escrever pequenas notas. Seu médico considerou como causa da morte a doença de Bright, um mal renal agora chamado de nefrite.

Robert Louis Stevenson: What’s that? Do I look strange? (“O que é isso? Eu pareço estranho?”)
Com a saúde debilitada desde 1880 (ele morreu em 1894), o autor de O médico e o monstro mudou-se para Samoa na tentativa de uma recuperação. Stevenson provavelmente morreu de hemorragia cerebral. De acordo com sua biógrafa, “no fim da tarde, ele desceu as escadas falando sobre um tour de palestras na América que estava ansioso por fazer, já que estava ‘se sentindo tão bem’… de repente ele colocou as duas mãos sobre a cabeça e gritou: ‘o que é isso?’ Aí ele perguntou logo depois: ‘eu pareço estranho?’” E logo que fez isso caiu de joelhos ao lado dela.

Anton Tchékhov: It’s a long time since I drank champagne. (“Fazia muito tempo que eu não bebia champanhe.”)
Já doente terminal, foi com a esposa Olga para Badenweiler, no interior da Alemanha. Mais tarde, ela recordou seus últimos momentos: “Anton sentou-se estranhamente reto e disse alta e claramente (embora não soubesse quase nada de alemão): ‘Ich sterbe’ (estou morrendo). O doutor o acalmou, pegou uma seringa, aplicou uma injeção e pediu champagne. Anton pegou uma taça cheia, examinou-a, olhou pra mim e disse: ‘Fazia muito tempo que eu não bebia champagne’. Aí ele bebeu tudo, colocou a taça do seu lado esquerdo sem fazer barulho e eu só tive tempo de correr até ele, me inclinar sobre a cama e chamá-lo, mas ele tinha parado de respirar e estava dormindo tranquilamente como uma criança.”

Franz Kafka: Dearest Max, my last request: Everything I leave behind me … in the way of diaries, manuscripts, letters (my own and others’), sketches, and so on, (is) to be burned unread. (“Querido Max, meu último pedido: tudo que eu deixo pra trás… diários, manuscritos, cartas (minhas próprias e de outros), sketches, e assim por diante, deve ser queimado antes que possa ser lido.”)
O bilhete foi deixado por Kafka pouco antes de morrer de tuberculose em um sanatório perto de Viena. Como se sabe, Max Brod não cumpriu o último pedido do amigo, o que resultou agora, em 2010, numa grande disputa judicial pelos direitos do material deixado por Kafka.

Virgínia Woolf: I feel certain that I’m going mad again… (“Tenho certeza de que estou enlouquecendo de novo…”)
Temendo que estivesse a beira de mais uma crise, Woolf suicidou-se enchendo seus bolsos de pedras e afongando-se no Rio Ouse. O corpo só foi encontrado vinte dias depois. O bilhete que deixou para o marido dizia: “Tenho certeza de que estou enlouquecendo de novo… Eu sinto que não podemos passar novamente por outro daqueles tempos terríveis. E não acho que vou me recuperar dessa vez. Comecei a ouvir vozes e não consigo me concentrar. Então estou fazendo o que parece ser o melhor a fazer… Eu não posso continuar a estragar a sua vida por mais tempo. Eu não acho que duas pessoas poderiam ter sido mais felizes do que nós fomos.”

Leia a íntegra da matéria aqui.

Snoopy só para milionários

Charles Schulz começou a desenhar as tirinhas do Peanuts em 1950, o que significa dizer que em 2010, Snoopy, o mascote-escritor de Charlie Brown, completa 60 anos. Para comemorar, a joalheria TSL, de Hong Kong, criou esse Snoopy da foto:


O cãozinho cravejado de diamantes – 9.917 diamantes claros, 783 diamantes negros e 415 rubis – levou mais de oito meses para ficar pronto e custa US$370.380.

Via Hype Desire

Subindo o rio Amazonas e pensando em O coração das trevas

Ivan Pinheiro Machado

Quando anoitece na Amazônia, o sol despenca sobre a copa das árvores e assume uma cor alaranjada, estranha e selvagem. Durante uma meia hora o céu imenso fica tingido de tons lilases, como se fossem caprichosamente pintados por uma mão imensa. E quando a escuridão toma conta de tudo, a gente olha para o céu e nota que na linha do Equador – conforme ensinava a professora de geografia ­– há menos estrelas que no sul que nós conhecemos. O barco avança rio acima envolvido pelo negror da noite.
Na proa, sob um calor de 32 graus, eu olhava perplexo as silhuetas da imensidão   do rio e fazia considerações filosóficas ao pé de uma cerveja estupidamente gelada (confortos da tecnologia). Éramos um nada em meio aquele mundo de distâncias impressionantes, tamanhos impressionantes, volumes de água impressionantes. Lembrei do “O Coração das trevas” de Joseph Conrad, um dos mais fantásticos livros jamais escritos. Quando passou da meia-noite, a magia amazonense se completou. De repente, no sentido inverso em que o sol mergulhou, espirrou da floresta uma lua  avermelhada que rapidamente se projetou céu adentro salpicando o grande rio com reflexos prateados.


Vindos de Alter do Chão, a prestigiada praia paraense à beira do Tapajós com seu rio de águas quentes quase azuladas, subimos o rio Amazonas até Manaus. Foram três dias navegando dia e noite ininterruptamente para cobrir os quase 700 quilômetros que são vencidos lentamente contra a correnteza. Éramos cinco amigos em um barco grande e potente capaz de fazer esta travessia enorme em segurança.
Foram muitas as aventuras vividas nesta jornada pela selva. Mas o que interessa é que aqueles que não conheciam a região voltaram inoculados pelo vírus da Amazônia. Um maravilhamento meio inexplicável. Eu, que naquela noite, no “coração das trevas”, me senti um nada, compensei esta depressão filosófica com um orgulho amazônico de ser brasileiro. E entendi um pouco a imensa e mortal inveja que os gringos têm dessa mata extraordinária e poderosa e destes rios absurdamente caudalosos.


Abaixo, uma degustação de Joseph Conrad e sua obra prima O Coração das trevas cujo narrador descreve suas sensações enquanto seu barco avançava no meio da selva desconhecida e perigosa. Mas ao contrário do inseguro e temeroso narrador de Conrad, nós possuíamos GPS, sonar, ar-condicionado e um freezer lotado de cervejas…

“Árvores, árvo­res, milhões de árvores, imponentes, imensas, erguendo-se à grande altura.(…) Fazia você se sentir muito peque­no, muito perdido; contudo, no conjunto, não era um sentimento depressivo. Extensões de água abriam-se a nossa frente e fechavam-se atrás, como se a floresta houves­se avançado displicentemente sobre o rio, barrando o caminho de nosso retorno. Penetrávamos cada vez mais fundo no coração das trevas. Fazia um silêncio enorme ali. (…)Não podíamos compreender porque estávamos longe demais, e não lembrávamos por que estávamos viajando na noite das primeiras eras, de épocas que ha­viam desaparecido, mal deixando um sinal – e nenhuma lembrança.”

Não ao ponto e vírgula

Está no youtube uma palestra de Kurt Vonnegut  intitulada “Como conseguir um emprego como o meu”. Na série de cinco vídeos, o autor de Armagedom em retrospecto dá uma série de conselhos aos aspirantes a escritores. 

O melhor deles (ou pelo menos o mais engraçado) é esse, selecionado pelo blog Trabalho Sujo: “Não use ponto e vírgula. Eles não querem dizer nada. São travestis hermafroditas. São só uma forma de exibicionismo. De mostrar que você foi para a universidade”.

Assista também as partes 2, 3, 4 e 5.

O tempo passa para todos…

Disponibilizamos mais cedo na WebTV uma entrevista legendada concedida por Jack Kerouac à intelectual italiana Fernanda Pivano. Aí resolvemos pesquisar um pouco mais sobre a “linda garota” que encantou o autor de On the road em 1966, e descobrimos essas fotografias dela na praia com o amigo de Kerouac, Allen Ginsberg, em 1967:

Anos depois, a mesma Fernanda e o mesmo Ginsberg posaram para outra foto:

É, o tempo passa até mesmo para as musas e os ícones da geração beat.