O cartaz do filme “Aya de Yopougon”

Estreia em julho na França o filme de animação sobre a história da jovem Aya de Yopougon, graphic novel escrita e desenhada por Marguerite Abouet. A direção é da própria autora em parceria com Clement Oubrerie. O filme ainda não tem trailer, mas já ganhou um lindo cartaz feito especialmente para a première que acontece no dia 2 de fevereiro na cidade francesa de Angoulême.

Aya é um retrato sensível e cheio de humor de uma África sem clichês, uma história de amor e amizade bem diferente de tudo o que já ouvimos sobre as pessoas daquele continente. Em Yop City (como é conhecido o bairro de Yopougon, na Costa do Marfim) não se ouve falar de guerra civil, aids ou fome. O assunto mais comum são as confusões de três amigas – Aya, Bintou e Adjoua – que vivem os mesmos dilemas de tantas outras jovens de sua geração: garotos, festas e dúvidas sobre o futuro. A L&PM publica Aya de Yopougon em 2 volumes.

“Austenland” estreia no Sundance Film Festival, nos Estados Unidos

Estreou no Sundance Film Festival neste fim de semana o longa “Austenland” (dos mesmos produtores da saga “Crepúsculo”), que conta a história de uma fã de Jane Austen que gasta todas as suas economias para ir viver num parque temático britânico que reconstrói o universo dos livros da autora. Desiludida com o amor e com as relações no mundo moderno, ela acredita que lá é o lugar perfeito para encontrar o homem ideal. O resultado, segundo alguns críticos que assistiram à estreia, é uma “comédia romântica bem original e graciosa”.

O filme não tem previsão de estreia no Brasil, mas as interessadas em encontrar o homem perfeito podem procurá-lo nos romances de Jane Austen da Coleção L&PM Pocket: Orgulho e preconceito, Persuasão, A abadia de Northanger e Razão e sentimento.

É dia de Martin Luther King

Hoje, 21 de janeiro, os EUA está comemorando o Martin Luther King Jr. Day. Desde 1983, ficou decidido que toda terceira segunda-feira de janeiro seria feriado nacional em homenagem ao homem que pregou a não-violência e foi o principal porta-voz do movimento dos direitos civis dos negros. A data foi escolhida por ser próxima ao dia do nascimento de King, 25 de janeiro.

Este ano, o Martin Luther King Jr. Day coincide com o dia em que se festeja o início do segundo mandato de Barack Obama. Infelizmente, King não viveu o suficiente para ver um negro como presidente dos EUA. Mas, com certeza, sua luta pela igualdade de direitos civis ajudou a fazer com que esse dia chegasse.

Em setembro deste ano, a Série Biografias L&PM vai lançar “Martin Luther King”, livro de Alain Foix que conta a vida deste pensador, poeta e discípulo de Gandhi que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964 e morreu assassinado em 4 de abril de 1968.

A capa original da biografia de Martin Luther King que será lançada este ano na Série Biografias L&PM

Como ser um grande escritor, por Charles Bukowski

Bukowski dá a receita no poema “como ser um grande escritor” do livro O amor é um cão dos diabos:

você tem que trepar com um grande número de mulheres
belas mulheres
e escrever uns poucos e decentes poemas de amor.

não se preocupe com a idade
e/ou com os talentos frescos e recém-chegados;

apenas beba mais cerveja
mais e mais cerveja

e vá às corridas pelo menos uma vez por
semana

e vença
se possível.

aprender a vencer é difícil –
qualquer frouxo pode ser um bom perdedor.

e não se esqueça do Brahms
e do Bach e também da sua
cerveja.

não exagere no exercício.

durma até o meio-dia.

evite cartões de crédito
ou pagar qualquer conta
no prazo.

lembre-se que nenhum rabo no mundo
vale mais do que 50 pratas
(em 1977).

e se você tem a capacidade de amar
ame primeiro a si mesmo
mas esteja sempre alerta para a possibilidade de uma derrota total
mesmo que a razão para esta derrota
pareça certa ou errada

um gosto precoce da morte não é necessariamente uma cosa má.

fique longe de igrejas e bares e museus,
e como a aranha seja
paciente
o tempo é a cruz de todos
mais o
exílio
a derrota
a traição

todo este esgoto.

fique com a cerveja.

a cerveja é o sangue contínuo.

uma amante contínua.

arranje uma grande máquina de escrever
e assim como os passos que sobem e descem
do lado de fora de sua janela

bata na máquina
bata forte

faça disso um combate de pesos pesados

faça como o touro no momento do primeiro ataque

e lembre dos velhos cães
que brigavam tão bem?
Hemingway, Céline, Dostoiévski, Hamsun.

se você pensa que eles não ficaram loucos
em quartos apertados
assim como este em que agora você está

sem mulheres
sem comida
sem esperança

então você não está pronto.

beba mais cerveja.
há tempo.
e se não há
está tudo certo
também.

O maravilhoso Mágico de Oz

O Mágico de Oz está em alta. Dois novos filmes inspirados na obra de L. Frank Baum acabam de trilhar a estrada dos tijolos amarelos e logo vão chegar por aqui: “Oz: Mágico e Poderoso” que traz James Franco no papel principal e “Dorothy de Oz” que ainda não estreou nos EUA e que conta o que aconteceu com Dorothy.

Além disso, em fevereiro, chega a São Paulo a temporada do espetáculo superproduzido “O Mágico de Oz” que tem no elenco Heloisa Périssé como a Bruxa Má do Oeste, Luiz Carlos Miele como o Mágico, Lucio Mauro Filho como o Leão e Malu Rodrigues como Dorothy.

Heloisa Périssé irreconhecível como a Bruxa Má do Oeste

O Maravilhoso Mágico de Oz foi escrito por L. Frank Baum e lançado pela primeira vez em 1900 com ilustrações de W. W. Denslow. O livro foi Best-seller por dois anos seguidos nos EUA (o que motivaria Baum a escrever mais 13 livros baseados nos lugares e no povo da Terra de Oz).

Uma das ilustrações de Denslow que dividia os direitos autorais com L. Frank Baum

Em 1902, Baum e Denslow se uniram ao compositor Paul Tietjens e com o diretor Julian Mitchell para produzir a versão musical do livro que foi apresentada na Broadway até 1911. Esta seria a primeira de muitas adaptações para o teatro e cinema, sendo que a mais famosa é aquela que traz Judy Garland no papel de Dorothy. A super produção que tornaria a história de Baum ainda mais conhecida começou a ser filmada em 1938 e foi concluída em março de 1939 após um investimento de U$ 2,7 milhões.

A Coleção L&PM Pocket publica O mágico de Oz com tradução de William Lagos.

A capa de "O mágico de Oz" da Coleção L&PM Pocket

Juiz manda recolher livros eróticos no RJ

Estadão.com.br/Cultura – 17 de janeiro de 2013

A livraria Nobel de Macaé, a 182 quilômetros do Rio de Janeiro, recebeu na segunda-feira a visita de dois policiais e de dois comissários da Segunda Vara de Família, da Infância, da Juventude e do Idoso do município. A ordem era recolher livros com conteúdo impróprio para menores de 18 anos que não estivessem em embalagens lacradas. “Foi um constrangimento horroroso. Em momento algum houve um interesse em nos orientar”, disse o proprietário Carlos Eduardo Coelho.

A ordem de serviço do juiz Raphael Baddini de Queiroz Campos, assinada dia 11, apoia-se no artigo 78 do Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990. “O ECA determina a forma de comercialização desse material, que deve ser lacrado”, comenta o juiz. Ele não espera que sua iniciativa de fiscalização seja tomada como exemplo. “Não temos intenções outras quando cumprimos a lei. Estamos protegendo as crianças e adolescentes de Macaé.”

Obras com conteúdo pornográficos sempre foram vendidas, mas ficavam em seções especiais. Agora, com o fenômeno da trilogia 50 Tons de Cinza, de E. L. James, citada pelo juiz no documento, esses livros são folheados na entrada das livrarias do mundo todo.

Curiosamente não havia um único exemplar de James na loja no dia da ação, conta o proprietário, e levaram obras de outras casas. Coelho disse que tem dez dias para se defender e pediu assessoria jurídica à Nobel. “Ele está cumprindo a lei, mas punindo uma livraria. Os livros não são meus; são consignados pela editora. Não posso lacrá-los ou colocar etiqueta. Isso deve vir da editora.”

A Intrínseca, que publica o best-seller de James, e a Câmara Brasileira do Livro só vão se pronunciar quando forem informadas oficialmente da questão.

Selos para comemorar os 200 anos do lançamento de “Orgulho e Preconceito”

Publicado pela primeira vez em 28 de janeiro de 1813, o livro Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, está prestes a completar 200 anos. Para comemorar, o Correio Real Britânico (Royal Mail) vai lançar, no dia 21 de fevereiro de 2013, selos para comemorar este bicentenário. Os outros livros da escritora também entraram na festa e vão estampar os selos, criados pela Webb and Webb com ilustrações de Angela Barrett.

A Coleção L&PM Pocket já publica Orgulho e Preconceito, Razão e Sentimento, A abadia de Northanger e Persuasão. Para completar os títulos de Jane Austen, este ano, chegarão Mansfield Park e Emma.

A história da “História de O”

Por Paula Taitelbaum*

Meu primeiro contato com “História de O” foi a adaptação para quadrinhos feita pelo genial Guido Crepax. Comprei a graphic novel nos anos 90, numa época em que as HQ de luxo viraram febre e que me transformei em uma fiel colecionadora do gênero.

Em “História de O” desenhada por Crepax – assim como no livro original de Pauline Réage – a personagem título, chamada simplesmente de “O”, é levada a um castelo por seu amante René. Lá, ela é submetida a uma série de práticas de dominação, incluindo as mais criativas e bizarras fantasias de seu “senhor”. A partir daí, O descobre que prazer e submissão são dois lados da mesma moeda e que carrasco e vítima não passam de cúmplices em um pacto sinistro que pode trazer prazer a todos. E isso, cá entre nós, muito antes de “50 Tons de Cinza” aparecer por aí.

A chegada no "Chateau d'O" para receber o treinamento

Anos depois de ter conhecido O e sua saga, graças aos desenhos de Crepax, assisti a um documentário incrível que contava a verdadeira história da “História de O”. Esse documentário – que agora não lembro o nome – mostra quem foi Pauline Réage, a autora do livro escrito em 1954. Durante 50 anos, ninguém soube quem era Pauline Réage, pois o nome não passava de um pseudônimo.

Até que, em 1994, uma jornalista foi em busca da verdadeira identidade da escritora e finalmente chegou a uma comportada senhora francesa de 89 anos: Anne Desclos. Anne havia trabalhado como escritora, tradutora, editora e jornalista e ficado famosa com outro pseudônimo, Dominique Aury, nome que ela usava para assinar suas críticas literárias. Como Dominique, Anne tornou-se respeitada, foi premiada e apresentou aos franceses importantes autores como Virginia Woolf e F. Scott Fitzgerald. 

Na década de 1930, Anne conheceu o escritor francês Jean Paulhan, membro da Academia Francesa e diretor da revista literária Nouvelle Revue Française (que mais tarde se tornou a prestigiosa Gallimard). Ele era casado, mas os dois tornaram-se amantes. Em 1946, Paulhan convidou Anne para ocupar o cargo de editora da Gallimard e, durante a guerra, ela participou do movimento de resistência e publicou uma antologia de poesia erótica francesa.

No documentário, Anne conta que era totalmente apaixonada por Jean Paulhan e que, apesar da relação entre os dois ter durado décadas, eles nunca conseguiram dormir juntos. Em 1954, em mais uma madrugada que passava sozinha, Anne resolveu criar uma história para o amante. Sabendo que Paulhan adorava as novelas do Marquês de Sade, ela passou a noite inteira acordada escrevendo sem parar. Na manhã seguinte, “História de O” estava concluida. Ao receber o presente, naquela mesma manhã, Paulhan não acreditou no que leu e disse a Anne que jamais imaginou que uma mulher seria capaz de escrever uma história como aquela.

Jean Paulhan editou o livro e escreveu o prefácio de “História de O”. E jamais revelou a identidade verdadeira de Pauline Réage, pseudônimo que os dois escolheram juntos. O livro tornou-se um dos romances eróticos franceses mais lidos e polêmicos do século XX (inclusive proibido durante um tempo) e a tradução inglesa vendeu mais de três milhões de exemplares.

Após a morte de Paulhan, Anne seguiu guardando seu segredo e nem mesmo sua família sabia que ela era Pauline.

Fiquei tão fascinada por essa história que passei a colecionar todos os volumes em todas as línguas que encontrei de “História de O”. Tendo, claro, o quadrinho de Guido Crepax como destaque dessa coleção, já que ele foi o meu primeiro e é totalmente fiel à história original. Sem contar que os desenhos dão um toque ainda mais erótico à obra.

Para os que nunca leram, uma boa notícia: a L&PM irá relançar a graphic novel em março de 2013. E como a capa provalvemente será diferente da lançada nos anos 80/90, vem aí mais um volume para aumentar a minha coleção. Eba!

O primeiro "História de O" da minha coleção. Um grande quadrinho, um grande livro!

* Toda semana, a Série “Relembrando um grande livro” traz um texto assinado em que grandes livros são (re)lembrados. Livros imperdíveis e inesquecíveis.