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Nova novela das 18h é inspirada em “Cândido ou o Otimismo” de Voltaire

A nova novela das 18h da Globo, “Êta mundo bom!”, estreou na segunda-feira, 18 de janeiro, e já vem recebendo elogios. Em sua coluna no jornal O Globo, a jornalista Patricia Kogut escreve que “foi uma boa estreia” e elogia muitos dos atores da trama. Escrita por Walcyr Carrasco e Maria Elisa Berredo, a novela tem entre seus colaboradores a escritora Claudia Tajes, autora da L&PM.

Mas o que chamou a atenção aqui do pessoal da editora foi que o autor, Walcyr Carrasco, afirmou ter se inspirado no livro “Cândido ou o Otimismo”, de Voltaire. Prova disso é que o personagem principal chama-se Cândido – Candinho para os íntimos (Sergio Guizé). Segundo Patricia Kogut, algumas frases da obra já apareceram nos primeiros capítulos, principalmente as ditas por Pancrácio (Marco Nanini), o mentor de Cândido na obra de Voltaire, como “Tudo está bem no melhor dos mundos”. Além de Cândido e Pancrácio, outro nome que aparece no livro também está lá: Cunegundes (Elizabeth Savala).

“O detalhe crucial no entanto é que, na literatura, a coisa não é para ser entendida ao pé da letra. O personagem ingênuo dos ingênuos atravessa as piores tragédias — guerras e o grande terremoto de Lisboa — ouvindo o bordão otimista. Mas é uma grande ironia, puro deboche do filósofo que tinha uma das línguas mais ferinas de seu tempo. Em “Êta mundo bom!”, ao contrário, a pureza é um assunto seriíssimo e unidimensional.” Escreveu ainda Patrícia Kogut.

candido ou o otimismo

 

Che Guevara na novela

Ao longo de seus capítulos, a novela “Amor à Vida” mostrou várias cenas de personagens lendo livros. São obras escolhidos pelo próprio autor, Walcyr Carrasco, a partir da sua biblioteca pessoal. Ou seja: muito mais do que meros objetos de cenas, os livros exibidos em horário nobre são uma indicação de quem os leu.

Para nossa surpresa, no capítulo de ontem, 9 de janeiro, a personagem Natasha apareceu lendo um livro publicado pela L&PM:  “Meus 13 dias com Che Guevara”, de Flávio Tavares.

“Eu tava lendo esse livro incrível do jornalista Flávio Tavares: Meus 13 dias com Che Guevara. Ele conheceu o Che, conviveram…” diz Natasha. Clique na imagem para assistir à cena:

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Flávio Tavares acaba de entregar os originais de seu próximo livro: “1964 – O Golpe”.  Previsto para ser lançado em março, no mês que completa 50 anos do golpe, o escritor narra, em seu novo livro, o que viu e testemunhou sobre o movimento militar, sobre a derrubada de João Goulart e sobre os fatos políticos da década de 1960 que acompanhou como jornalista político em Brasília. “A queda foi rápida, mas a conspiração foi longa”, escreve Flávio Tavares na frase inicial do 1º capítulo. O livro penetra na documentação da CIA e da Casa Branca que desembocam na mobilização da frota dos EUA rumo ao Brasil, na Operação Brother Sam, em abril de 1964.

Sobre o Golpe e 1964, Flávio já escreveu Memórias do esquecimento (Coleção L&PM Pocket), onde oferece um relato cru e desencarnado sobre sua prisão e tortura. Este livro recebeu o Prêmio Jabuti 2000 na categoria Reportagem.