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É Dia Mundial do Orgasmo

31 de julho é Dia Mundial do Orgasmo, uma data criada por sex shops inglesas para aquecer as vendas de produtos eróticos e estimular debates sobre o prazer sexual feminino, já que pesquisas revelaram que 80% das britânicas não atingiam o clímax em suas relações.

Orgasmo

A busca pelo orgasmo, aliás, é o assunto central do livro da jovem jornalista norteamericana Mara Altman: Esse tal de orgasmo. Lançado em 2012 pela L&PM, ele conta, em suas mais de 300 páginas, as aventuras e desventuras de Altman na tentativa de chegar lá.

O orgasmo é um distanciamento momentâneo da vida. Os franceses o chamavam de le petit mort, a pequena morte. Shakespeare escreveu sobre a relação entre orgasmo e morte, os tibetanos também. Deixe-se perder na morte, deixe-se perder no outro, deixe-se perder na vida, deixe fluir seus sentidos. Distanciamento da consciência, ausência de lógica; erradicação da identidade; perda de controle. O orgasmo é a essência do que há de bom; é a vida concentrada. (Trecho de Esse tal de orgasmo, de Mara Altman).

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É “Dia do Orgasmo” em Esperantina

Se a jornalista americana Mara Altman soubesse que a cidade de Esperantina, no Piauí, é o único lugar do mundo em que se comemora o “Dia do Orgasmo”, talvez ela tivesse passado por lá. Aos 26 anos, Mara  não sabia o que era um orgasmo na prática e, justamente por isso, deu início a uma jornada para encontrá-lo. O resultado dessa busca virou o livro “Esse tal de orgasmo: uma jovem mulher em busca do prazer“.

O Dia do Orgasmo é comemorado hoje, 9 de maio. E nasceu em 2001, quando o então vereador Arimatéria Dantas Lacerda criou a data que, em 2005, foi sancionada pelo prefeito local. De acordo com o autor do projeto de Lei n° 1.037 de, a ideia é que a comemoração sirva para discutir a questão e quebrar preconceitos, ajudando as pessoas a viver melhor.

Arimatéria conta no site oficial da sua cidade que uma pesquisa de alunos da UFPI (Universidade Federal do Piauí) detectou que 28% das mulheres da região tinham dificuldade de atingir o orgasmo. “Isso é uma questão de saúde pública. Quando as pessoas acumulam frustrações sexuais, acabam extravasando em forma de violência”, diz ele. O lema do Dia do Orgasmo de Esperantina é: “Fome Zero, Orgasmo Dez.”

"Esse tal de orgasmo" parece combinar com a cidade de Esperantina

“Esse tal de orgasmo” parece combinar com a cidade de Esperantina

“Esse tal de orgasmo” na Revista Glamour

A Revista Glamour, da Editora Globo, publicou esta semana em seu site uma entrevista exclusiva com Mara Altman, autora de Esse tal de orgasmo que a L&PM lançará no início de novembro. Confira aqui essa entrevista que fala sobre uma jovem mulher em busca do prazer.

Escritora faz jornada em busca do orgasmo e ensina como chegar lá!

Depois de várias experiências exóticas, Mara Altman escreveu um livro contando o caminho do orgasmo. Conversamos com ela antes! Veja essas boas dicas

Lembre-se que seus dedos são seu harém e sua vagina é a rainha (Foto: Getty Images)

A norte-americana Mara Altman perdeu a virgindade aos 17 anos. Dois namoros e muitas transas depois, aos 26, descobriu que simplesmente nunca tinha atingido o orgasmo. O que ela fez? Foi atrás da solução. Consultou psiquiatras, sexólogos, gurus, visitou clubes de sadomasoquismo, congressos de sexualidade e até um acampamento de masturbação coletiva! Ainda bem que existem mulheres como ela que descobrem esses segredinhos pra gente. Prestes a lançar o livro Esse tal de orgasmo, no Brasil dia 7 de novembro, conversamos com ela – afinal, sabemos que não é só ela que passa por isso – e já adiantamos aqui algumas dicas bem boas. 

Como você percebeu que nunca tinha chegado ao orgasmo?
Eu me dei conta que nunca tinha sentido essa erupção incrível que minhas amigas descreviam. Sexo não era divertido para mim e senti que tinha que ser mais prazeroso. OK, consegui chegar lá, mas também acho que o sexo pode ser maravilhoso sem ele, o ponto é que precisava dessa jornada de experiências e especialistas para me sentir confortável com meu próprio corpo e começar a sentir mais prazer.

O que você descobriu de curioso além da sensação plena de prazer?
Descobri que existem diferentes tipos de orgasmo. Eles podem ser como pequenos choques ou como uma grande onda de prazer, mas que eles não precisam vir de um jeito avassalador sempre para ser surpreendente. Tem mulheres que precisam achar um jeito que a estimule para sentir esse prazer, conheci uma, por exemplo, que só chegava lá se durante o sexo estivesse segurando em alguma barra.

De tudo o que você ouviu, o que foi mais difícil de colocar em prática?
Eu acho que a coisa mais difícil foi ter compaixão por mim e onde eu estava na minha sexualidade. Acho que é da natureza das pessoas serem críticas com elas mesmas, mas essa atitude é uma antítese para se obter o prazer. Então, o mais difícil foi me deixar levar. 

 Adiante alguns dos conselhos que ouviu dos profissionais e estão em seu livro?
Quem me deu o conselho mais útil foi a Zola, uma professora de tantra. Ela disse: “Seja a amante de seu próprio prazer”. É uma maneira sexy de dizer, brinque com você mesma e faça muito isso. Brinque com seu corpo todos os dias. Acenda velas, tome um banho, compre um novo brinquedinho, lembre-se que seus dedos são seu harém e sua vagina a rainha. Quando você se conhece não fica esperando que alguém tenha uma chave mágica e te desperte sensações. Você será capaz de dizer ao seu parceiro o que mais gosta. 

Serviço
Esse tal de orgasmo
L&PM Editores
352 páginas
R$ 39

A busca de uma jovem mulher pelo orgasmo

A jornalista norteamericana Mara Altman perdeu a virgindade aos 17 e, depois de dois namoros sérios e outras transas esporádicas, aos 26 anos percebeu que nunca tinha chegado lá. Para descobrir – e experimentar – o tão famoso orgasmo, ela foi atrás de profissionais que pudessem ajudá-la. Psiquiatras, sexólogos, gurus e por aí vai atravessaram seu caminho. As aventuras e descobertas dessa espécie de périplo em torno do orgasmo virou um livro que, breve, será lançado pela L&PM. “Thanks for Coming: One Young Woman’s Quest for an Orgasm” ganhou o título de  “O prazer é meu: a busca de uma jovem mulher pelo orgasmo” com tradução de Ana Luiza Lopes. Leia aqui, com exclusividade, um trecho deste livro cheio de humor e verdades.

Meu projeto não teve um início promissor. Há algumas semanas, marquei consulta com uma sexóloga chamada Melinda. Ao entrar no seu consultório, estava extremamente ansiosa. Suava como se tivesse atravessado uma floresta – poças d’água se formavam sob meus braços, assim como pequenos redemoinhos sobre meu lábio superior.

Melinda me disse que ficasse à vontade no seu sofá florido, que era totalmente inadequado. Caso me sentasse na borda, meus pés balançavam; se me apoiasse no encosto, minhas pernas ficavam esticadas como as de uma criancinha numa camionete. Melinda não podia falar sobre sexo comigo enquanto estivesse sentada daquele jeito. A sensação seria de algo quase pedófilo. Decidi pelas pernas cruzadas em posição de ioga e tentei ficar zen.

Ela lembrava a Bette Midler, porém mais inchada. Imagine a Bette Midler com cabelos mais compridos e metida num uniforme de futebol americano. Agora, imagine que, em vez de deslizar num palco cantando sobre amor, ela está à sua frente incitando você a cantar sobre seus entraves sexuais. “Nunca tive um orgasmo”, desabafei.

Comecei a detalhar minhas teorias – talvez estivesse me rebelando contra meus pais, um casal de hippies que ama o sexo; talvez estivesse me definindo por comparação com a minha melhor amiga, que respira orgasmos; talvez meu problema fosse causado pelo muçulmano que namorei na Índia, um cara que não sabia nem o que era punheta –, mas ela me cortou e começou a discorrer sobre o que acontece com o corpo quando nos excitamos.

“A genitália se enche de sangue… lateja.”

“Espere aí”, exclamei. “Dá para voltar um pouquinho?” Senti como se estivesse no nível três e ela tivesse pulado direto para o dez.

“Vá pra casa e estimule o seu clitóris”, continuou.

CLI-tóris? É assim que se fala? Eu tenho dito cli-Taurus, como se fosse um modelo de Ford sedan que precisa ser acionado por uma chave especial antes que eu possa levá-lo para dar uma volta pela cidade.

Racionalmente, eu sabia que bastava enfiar nas minhas partes baixas um desses vibradores em formato de coelho de que todo mundo fala e acabar logo com aquilo. Mas eu não via a questão como um problema meramente físico. Queria entender por que, apesar dos inúmeros vibradores que ganhara ao longo da vida, eu ainda não havia tentado usá-los.

Para mudar de assunto, disse a ela que estava pensando em escrever um livro sobre o processo. Até aquele momento, estivera tão envolvida com o trabalho, tão obcecada em fazer algo importante na vida, que era totalmente possível minha vagina ter sumido sem que eu notasse. A única maneira de levar aquilo a sério seria fazer do orgasmo o foco do meu trabalho, tornar aquela odisseia parte do meu cotidiano de escritora e jornalista.

“Péssima ideia”, declarou a sexóloga.

Segundo ela, escrever sobre o orgasmo seria a pior atividade para alguém que desejasse experimentá-lo.

“Você não pode pensar sobre o orgasmo”, afirmou. “Quanto mais ponderar sobre o orgasmo, mais improvável se tornará. É preciso relaxar.”

Em outras palavras, ela continuava a cantar seu mantra: Deixe de drama e estimule o seu clitóris!

(Trecho de  O prazer é meu: a busca de uma jovem mulher pelo orgasmo, de Mara Altman, com previsão de lançamento no Brasil em novembro de 2012)

Em 2009, quando seu livro foi lançado nos EUA, a Revista Marie Claire conversou com Mara Altman. Clique aqui para ler a entrevista.