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Cidade de Lleida, na Espanha, terá primeiro parque temático dedicado aos Smurfs

Por Eduardo Maia – Jornal O Globo – 16/01/2014

RIO – Que Gargamel não fique sabendo, mas a futura casa dos Smurfs será a catalã Lleida. A cidade na Espanha aprovou o projeto de construção do primeiro parque temático dedicado exclusivamente aos personagens azuis. Ainda não há data prevista para o início ou a conclusão das obras, mas a cidade já estima receber 330 mil visitantes a mais, por ano, com a atração. Estima-se que o projeto custará 47 milhões de euros.

O parque, que ainda não tem nome, ocupará nove dos 27 hectares do Les Basses D’Alpicat, tradicional área de lazer da cidade, fechado desde 2002 e que será revitalizado com o projeto. Haverá brinquedos e atrações voltados para crianças de 2 a 12 anos de idade, além um hotel, um camping, lojas e restaurantes. Dois principais espaços serão construídos no parque, um que recria a vila dos Smurfs, com suas casas em formas de cogumelos, e outro que remete ao castelo do mago Gargamel.

São sócios no projeto a própria prefeitura de Lleida, que pretende se reforçar como destino turístico nacional, e a International Merchandising, Promotion & Services (IMPS), empresa que detém os direitos dos Smurfs. As partes já buscam investidores privados que levantem 30 milhões de euros para a construção da área temática e 17 milhões para a revitalização do restante do Les Basses.

Criados pelo desenhista belga Pierre Culliford “Peyo” em 1958, os Pitufos, como são conhecidos na Península Ibérica, ainda não têm um parque totalmente dedicado a eles. Alguns parques de diversões, como o Bobbejaanland, em Lichtaart, na Bélgica, têm autorização para explorar os personagens em determinadas atrações apenas.

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O POVOADO “PITUFO”

Lleida, no entanto, não será o primeiro destino espanhol no mapa dos fãs dos Surmfs. Em 2011, o vilarejo de Júzcar, perto de Málaga, aceitou pintar todos os seus 175 imóveis (incluindo a igreja, a prefeitura e o cemitério) de azul, em uma ação promocional para o lançamento do primeiro longa-metragem dos personagens. Júzcar foi escolhida por uma agência publicitária de Madri por estar cercada por um denso bosque de onde, no outono, são retirados cogumelos cobiçados por chefs de todo o país. Desde então, se intitula o primeiro “pueblo Pitufo” do mundo.

A ação fez tanto sucesso que, da noite para o dia, o vilarejo passou a receber uma média de 200 mil turistas por ano (uma multidão para seus padrões), querendo ver de perto as casas azuis, com personagens como Papai Smurf e Smurfete pintados nas paredes. Estabelecimentos entraram no clima. Um hotel estilizou seus quartos, para que os hóspedes se sentissem dentro de uma casa-cogumelo, e um bar mudou seu nome para Gargamel, para homenagear o vilão da história. Recentemente, em votação, os moradores decidiram que querem continuar com suas casas azuis.

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O testamento de Cristóvão Colombo

Cristóvão Colombo foi um dos maiores navegadores da história. “Todos os mares em que hoje se navega, eu o percorri” escreveu ele ao rei da Espanha em 1501. Apaixonado pela ideia de chegar ao Oriente pela rota do Oeste, venceu o desafio das lendas e navegou na direção do poente. Disposto a atingir a qualquer preço o mundo fabuloso descrito por Marco Polo, até o fim de seus dias Colombo recusou-se a admitir que havia descoberto um novo Mundo. Morreu há exatos 505 anos atrás, em 20 de maio de 1406, pobre e esquecido. Anos antes, no entanto, deixou pronto um testamento, onde cita como seus herdeiros Dom Diego e Dom Fernando, seus filhos. Abaixo, a reprodução completa deste documento, que faz parte de Diários da Descoberta da América, obra que, segundo Gabriel García Márquez, é “O primeiro livro de realismo mágico” da história.

Picasso, o imortal

Picasso se achava imortal. E não era para menos. Morreu numa madrugada quente em seu castelo de Notre Damme de La Vie, na Cote d’Azur em 8 de abril de 1973, depois de trabalhar a noite inteira. Tinha 92 anos. Faria 93 exatamente no dia 25 de outubro, quando nasceu no longínquo ano de 1881 em Málaga na Espanha.

Na verdade, ele tinha razão. Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, dito Pablo Ruiz Picasso, é imortal.

Numa época em que as pessoas acordam célebres e dormem anônimas tal é a ferocidade da máquina de moer da mídia, Picasso conseguiu a proeza de ser uma celebridade internacional absoluta durante 60 anos, enquanto viveu, e uma lenda depois de sua morte. Nenhum pintor pintou tanto (cerca de 40 mil obras entre desenhos, litografias, esculturas, cerâmicas, telas, aquarelas e móbiles) e nenhum pintor teve um influência tão imensa e decisiva sobre a história da arte. O cubismo, criado por ele em 1907, é o marco fundador da arte contemporânea e completa a revolução iniciada pelo impressionismo no final do século XIX. Anarquista, comunista, depois liberal, Picasso deixou atrás de si quilômetros de lendas. Combateu o franquismo, resistiu ao nazismo em Paris, pintou Guernica (que junto com a Monalisa e a Santa Ceia, ambas de Da Vinci são as obras de arte mais famosas da história) e atravessou o século se renovando, inventando, indo sempre além das convenções, surpreendendo, subvertendo. O século XX foi o século de Picasso. E o século XXI segue a reverenciá-lo. (Ivan Pinheiro Machado)

A L&PM publica “Picassona série Biografias.