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Livro da L&PM participa de experiência com The Velvet Underground

Nos anos 60, quando surgiu em Nova York, o experimental The Velvet Underground era realmente uma experiência musical. Formada por Lou Reed, John Cale, Doug Yule e Angus MacAlise, pode-se dizer que essa banda fez história. Pois é justamente para resgatar a trajetória do grupo, de seus integrantes e de suas imagens que, ao visitar NY, não se pode deixar de experimentar “The Velvet Underground Experience”.

Muito mais do que uma exposição, o The Velvet Underground Experience fornece uma experiência única e extraordinária para os entusiastas da cultura, através de eventos especiais, instalações pop-up, colaborações de moda, exposições de arte, exibições, performances e masterclasses. Além de fotografias, retratos, filmes, vídeos, concertos ao vivo e oficinas musicais. Tudo para que o visitante possa, não apenas conhecer, mas vivenciar a Nova York da década de 1960.

“The Velvet Underground Experience” em Nova York. (Foto original: vemprany.com)

“The Velvet Underground Experience” em Nova York. (Foto original: vemprany.com)

“The Velvet Underground Experience” em Nova York (Foto original: vemprany.com)

“The Velvet Underground Experience” em Nova York (Foto original: vemprany.com)

Com um propósito alternativo e desvinculada a interesses comerciais, a banda The Velvet Underground teve apenas uma fração do reconhecimento do público da época, comparado ao que teria anos depois. Parte desse reconhecimento deve-se ao contato que integrantes do grupo tinham com os artistas norte-americanos da época, como  Andy Warhol, o “mentor-intelectual” que participava de forma sutil nas criações da banda.

Foi Warhol que integrou a vocalista Nico à The Velvet Underground, sob protesto dos próprios membros, para a produção do álbum de estreia da banda: The Velvet Underground & Nico. O disco, notabilizado pela banana na capa (feita pelo artista) e pelas composições vanguardistas, no entanto, teve pouco retorno do público.

Nico cantou com o The Velvet Underground por influência (ou imposição) de Andy Warhol

Nico cantou com o The Velvet Underground por influência (ou imposição) de Andy Warhol

A famosa banana de Warhol que estampou a capa "The Velvet Underground & Nico"

A famosa banana de Warhol que estampou a capa “The Velvet Underground & Nico”

Além das diversas recordações que marcou a cidade norte-americana, estão reunidas diferentes obras sobre a banda, de várias partes do mundo. O livro “Mate-me por favor” (“Please Kill Me”), organizado por Legs McNeil e Gillian McCain, publicado no Brasil pela L&PM, é uma dessas obras. Sim, isso mesmo: nosso livro está na exposição.

O livro da L&PM que faz parte de "The Velvet Underground Experience"

O livro da L&PM que faz parte de “The Velvet Underground Experience”

Mate-me por favor” reúne depoimentos de integrantes as melhores bandas dos anos 60 e 70, que deram início ao movimento punk.

Se você vai viajar para a Big Apple neste final de ano, não deixe de conferir a exposição que acontece na 718 Broadway, em Manhattan, até o dia 30 de dezembro.

 

Cenas de Nova York

Percorri as ruas, as pontes, Times Squares, cafés, o cais, visitei todos os meus amigos poetas beatniks e perambulei com eles, tive casos com garotas do Village e fiz tudo isso com aquela imensa e louca alegria que se sente quando se retorna a Nova York.

Tenho escutado grandes cantores negros a chamarem de “A Maçã”! “Ali está agora a vossa cidade insular dos manhattoes, envolta pelo cais”, cantou Herman Melville. “Envolta por marés flamejantes”, recitou Thomas Wolfe.Vistas completas de Nova York por toda parte, de New Jersey, dos arranha-céus.

O Bickford’s é o maior palco da Times Square – muita gente tem perambulado por ali há anos, homens e meninos em busca sabe Deus do que, talvez de algum anjo da Times Square que transforme aquela grande sala em um lar, o velho lar doce lar – a civilização precisa disso. – Aliás, o que a Times Square está fazendo ali? O melhor mesmo é aproveitá-la. – A maior cidade que o mundo jamais viu. – Será que há uma Times Square em Marte?

Vamos nos embebedar na Bowery ou comer aquele macarrão comprido com copos de chá no Hong Pat’s em Chinatown. – Por que estamos sempre comendo? Vamos dar uma caminhada pela ponte do Brooklyn e abrir o apetite outra vez. – Que tal um pouco de quiabo na Sands Street? Oh, fantasmas de Hart Crane!

Ah, vamos voltar para o Village e parar na esquina da Eighth Street com a Sixth Avenue para ver os intelectuais passarem. – Repórteres da AP correndo para seus apartamentos de subsolo na Washington Square, colunistas femininas com grandes cães policiais quase rebentando a corrente, detetives solitários passando como sombras, desconhecidos peritos em Sherlock Holmes (…)

Texto: trechos de Cenas de Nova York, de Jack Kerouac, tradução de Eduardo Bueno.

Fotos: Ivan Pinheiro Machado.

Um tour Jack Kerouac pela Big Apple

Vai para Nova York? Que tal fazer um tour Jack Kerouac pela cidade? Sugerido pelo kerouacsnewyork.tripod.com, a lista inclui bares, restaurantes, parques e igrejas. O roteiro traz apenas locais que ainda existem e alguns deles estão aqui para que você possa colocar o pé na estrada e viajar pelo mundo de Kerouac. Mas sem esquecer de levar seus livros na bagagem, é claro.

White Horse Tavern –  567, Hudson St.
Kerouac morou em frente a esta taverna do século 19. A sala de madeira do bar ainda é a original e eles oferecem uma boa seleção de cervejas, incluindo Ale White Horse. Outros grandes escritores que costumavam frequentar o White Horse: Dylan Thomas, Norman Mailer e Hunter S. Thompson.

Saint Patrick´s Cathedral – 5th Ave. com 49th St.
Localizada em Midtown, a poucos passos do Rockefeller Center, esta bela catedral costumava receber a visita de Kerouac. Pegue a sua cópia de “Visões de Cody” e veja se você consegue encontrar o vitral citado por Jack no livro.

The former Hurley’s Saloon – 6th Ave. com 49th St.
Jack Kerouac costumava frequentar este lugar, principalmente nas noites de sexta-feira, algumas vezes para ver o jazzista Lee Konitz tocar. Só que agora, no lugar do bom e “Velho Saloon”, há um restaurante chique. Então resta fazer algumas fotos da fachada – que é igual a que Jack conheceu.

Manny´s Music Store – 156 W 48th St
Jack seguiu Lee Konitz até esta “loja de música dos hipsters e Symphony Sid”. Vale a visita para comprar uma palheta personalizada ou apenas para conhecer a parede de fotos autografadas.

Washington Square Park – no final da 5 ª Avenida
O parque onde Kerouac costumava ir é um dos principais marcos do Greenwich Village e um espaço famoso por sua tradição de inconformidade. Além da estátua de George Washington, ali também está uma escultura de Garibaldi.

Statue of Samuel Cox – 7th St. perto da esquina com a Avenue A
Em uma cidade repleta de monumentos, as pessoas facilmente passam despercebidas pela estátua de Samuel Cox, no East Village. No entanto, ela é notável para os fãs de Kerouac por causa da famosa fotografia que Allen Ginsberg fez de Jack onde ele aparece de boca aberta com esta estátua ao fundo.

Minetta Tavern – 113 MacDougal St.
Este velho restaurante italiano ainda continua funcionando. Certamente, a atmosfera não deve ser mais a mesma do tempo em que William Burroughs levava Kerouac e outros beat para jantares finos por lá.

Gas Light Cafe – 116 MacDougal St.
A Gas Light foi berço dos saraus poéticos do Village. Jack e todos os grandes leram seus textos por lá. Bob Dylan também tocou por lá no começo de sua carreira (e inclusive morou no andar de cima).

Para completar, ainda há o Café Reggio na MacDougal St., 121; o Kettle of Fish também na MacDougal, mas no número 114; a “Our Lady of Guadalupe”, uma das igrejas favoritas do escritor que fica na 229 W 14th St. e o Glen Patrick´s que era um pub frequentado por Kerouac quando ele morava em Richmond Hill.