Arquivo mensais:maio 2014

Um clube que convida a ler livros de topless

Ler livros com os peitos de fora em locais públicos. Essa é a proposta do Topless Pulp Fiction Club de Nova York. “Somos um grupo de amigos, e amigos de amigos, e amigos de amigos de amigos e de desconhecidos que amam bons livros e dias ensolarados (…). Felizmente, em Nova York, a lei permite fazer topless. Então essa é a maneira que nós escolhemos de fazer a nossa leitura ao ar livre. Se você estiver em Nova York e o tempo estiver bom, você não quer se juntar a nós em algum momento…?” Convida o site oficial do grupo que adora ler… Pulp Fiction.

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Filme vai contar as origens de Peter Pan

Quem não conhece a história do menino que vive na Terra do Nunca e não quer crescer? Criado pelo escritor inglês J. M. Barrie em 1902, Peter Pan vai ganhar uma nova adaptação para os cinemas. Mas dessa vez, o filme dirigido por Joe Wright (de Anna Karenina) vai mostrar as origens do menino e como ele foi parar na Terra do Nunca. Pan já está sendo gravado nos estúdios Leavesden, na Inglaterra, e focará sua trama em um órfão que é levado para a Terra do Nunca, onde se torna o salvador dos nativos e lidera uma rebelião contra os malvados piratas. Mas não pense que o vilão dessa história é o célebre Capitão Gancho, papel que será vivido por Garrett Hedlund (o Dean Moriarty de “Na Estrada”, adaptação de “On the Road” dirigido por Walter Salles). Nesta versão, Gancho é amigo de Peter e ainda não se tornou o inimigo número 1 do menino. Já Barba Negra, papel de Hugh Jackman, é a encarnação do mal em pessoa. No elenco, estão ainda Rooney Mara e Amanda Seyfried. A previsão de lançamento mundial é julho de 2015.

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Garrett Hedlund será Capitão Gancho no novo filme sobre Peter Pan

Além de ter visto os filmes da Disney, você já leu a versão original dessa história? Vale a pena. A Coleção L&PM Pocket publica Peter Pan – Peter e Wendy seguido de Peter Pan em Kensington Gardens.

Era uma vez um livro que virou banco

A ideia de misturar livro, banco de praça e obra de arte gerou o projeto Books about Town que será inaugurado em julho de 2014 em Londres. Funciona assim: artistas plásticos pintam bancos em forma de livros abertos com imagens relacionadas a clássicos da literatura. Entre os autores celebrados no Books about Town encontram-se vários publicados pela L&PM: Shakespeare, Conan Doyle, Edgar Allan Poe, Oscar Wilde, Agatha Christie, J. M. Barrie, Mary Shelley, Virginia Woolf, Charles Darwin, Voltaire e até Freud.

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Os bancos-livros vão invandir Londres a partir de julho.

Todos eles terão um banco-livro especialmente pintado que celebra suas contribuições para a literatura, ciência e cultura mundial, cuja pintura faz uma  relação da obra destes escritores com a capital inglesa.

A artista Mandii Pope já está trabalhando sobre o banco-livro que homenageará Agatha Christie e o detetive Hercule Poirot e seu trabalho pode ser acompanhado dia a dia através da página do Facebook https://www.facebook.com/AgathaChristieBookBench.

Mandii Pope trabalha no banco-livro que homenageia Agatha Christie.

Mandii Poppe trabalha no banco-livro que homenageia Agatha Christie.

Chega em HQ o livro que Borges considerava perfeito

A invenção de Morel é a obra-prima de Bioy Casares, um livro literalmente fantástico, publicado originalmente em 1940. A história de um fugitivo da Justiça – que está refugiado em uma ilha deserta e de repente se vê cercado por um misterioso grupo de veranistas – acaba de ser publicado em HQ pela L&PM Editores. Leia abaixo o prefácio, escrito por Michel Lafon, professor de literatura argentina na Universidade Stendhal de Grenoble. Lafon foi o editor da tradução francesa de oito romances de Adolfo Bioy Casares publicados em volume único em 2001 e autor, junto com Benoît Peters, de Nous est un autre – Enquête sur les duos d’escrivains, que tem um capítulo dedicado à parceria de Borges e Bioy Casares.

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Hoje, nesta ilha…

(Um prefácio para A invenção de Morel)

Hoy, en esta isla, ha ocurrido un milagro. É assim que começa o mais belo romance em língua espanhola do século XX. No começo dos anos 30, em Buenos Aires, um jovem conheceu um escritor quinze anos mais velho que já desfrutava de uma certa notoriedade, principalmente como poeta. Eles se tornaram amigos, amigos inseparáveis, que se encontravam quase todos os dias para falar de literatura, ler um para o outro suas obras em andamento, zombar dos contemporâneos e, às vezes, até mesmo escrever juntos, dando origem a uma fascinante criatura de quatro mãos.

O mais velho se chamava Jorge Luis Borges. Em 1939, ele escreveu “Pierre Menard, autor do Quixote”, a primeira de suas ficções: uma revolução literária estava em curso. O jovem tímido ao qual mulher nenhuma resistia se chamava Adolfo Bioy Casares. Em 1940, aos 26 anos, publicou aquele que na prática era seu primeiro romance, A invenção de Morel (seis livros o precederam, todos eles renegados). Pela primeira vez, ele não se sentia envergonhado por um livro saído de sua pena. Os amigos compreenderam de imediato que ele tinha enfim se tornado um escritor. Mais que isso, uma espécie de estado de graça, uma magia frágil pairou sobre esse romance e se repetiu em todos os livros seguintes.

A invenção de Morel, escreveu Borges no prefácio que abre o romance do amigo, é uma trama “perfeita”. De fato, é um romance que não se deixa esquecer, que escraviza o leitor, faz arder um desejo de relê-lo, revisitá-lo, recontá-lo à sua maneira, reescrevê-lo, reproduzi-lo. É sobretudo um dos mais belos mitos amorosos da literatura. Todo leitor que mergulha em suas páginas corre o risco de compartilhar para sempre do amor insaciável e desesperado do fugitivo venezuelano pela misteriosa e fascinante Faustine, de vagar como um louco pelos pântanos insalubres da ilha proibida, gritando seu nome sob a chuva…

Jean Pierre Maurey foi uma das vítimas da armadilha da ilha e de seu mecanismo infernal. Ao cruzar um dia com os habitantes fantasmagóricos, não quis mais saber de deixá-los. Durante vários anos, viveu com eles entre o museu, a capela e a piscina, seguindo Faustine de longe, observando os mínimos gestos, procurando por um sorriso, talvez um sinal de cumplicidade, um lenço descartado casualmente e guardado em segredo, com ardor. Com um rigor admirável, ele pôs os recursos das histórias em quadrinhos a serviço da narrativa fantástica. Poucas vezes, ao que me parece, uma obra literária foi objeto de uma adaptação tão sensível, tão sutil: é a reinvenção de Mourey.

Ao elogiar sua paixão e paciência, porém, não posso me esquecer dos ombros amigos que o acompanharam em seus sonhos: Adolfo Bioy Casares, com o olhar celestial, morto em 1999, e também seu filho, Fabián Bioy Casares, que se entusiasmou desde o início com o projeto de Jean Pierre Mourey, que contemplou maravilhado suas primeiras páginas, mas nos deixou no início do ano de 2006. Se a máquina de Morel continua a funcionar em uma ilha longínqua do Pacífico, ao ritmo das marés, esperemos que ela registre para a eternidade aqueles que passam por lá e nos são queridos. Será un acto piadoso.

Michel Lafon

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Os amigos Jorge Luis Borges e Adolfo Bioy Casares

Há exatos 20 anos, Mario Quintana partia feito passarinho

Em 5 de maio de 1994, aos 87 anos, Mario Quintana voava para outros mundo, feito nuvem, feito passarinho, feito anjo. Deixou muitos versos e histórias para continuarmos lendo, recitando e contando. Para marcar a data, aqui vai um dos poemas do livro Quintana de Bolso:

O AUTORRETRATO

No retrato que me faço
– traço a traço –
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore…

às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança…
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão…

e, desta lida, em que busco
– pouco a pouco –
minha eterna semelhança,

no final, que restará?
Um desenho de criança…
Corrigido por um louco!

A Coleção L&PM Pocket publica também Ora bolas – O humor de Mario Quintana, 130 historinhas compiladas e adaptadas por Juarez Fonseca.

Agora, com vocês: Kevin Spacey como o tirânico Ricardo III

A peça Ricardo III, de Shakespeare, com Kevin Spacey no papel título, ganhou uma roupagem moderna sob a direção de Sam Mendes

A peça Ricardo III, de Shakespeare, com Kevin Spacey no papel título, ganhou uma roupagem moderna sob a direção de Sam Mendes

Durante um ano, o ator Kevin Spacey vestiu 200 vezes a pele do tirânico Ricardo III, de Shakespeare, em uma peça que percorreu doze cidades de três continentes e somou duas centenas de apresentações em diferentes teatros. Dirigida por Sam Mendes (de “Beleza Americana”), o espetáculo de 90 minutos foi apresentado em cidades como Londres, Istambul, Sydney, Nápoles, Pequim e Nova York. E ofereceu a oportunidade para um grande público assistir à magnífica interpretação do ator como o inescrupuloso rei que representa toda a hipocrisia do mundo da política.

 

Durante a turnê, uma equipe de filmagem acompanhou a trupê, filmando os bastidores, as viagens e as muitas culturas de diferentes países. O resultado é o documentário “NOW – In the Wings on a World Stage” (Agora – Nas asas do cenário mundial). O título “Now / Agora” faz referência à primeira palavra da peça original shakespeariana: “Now is the winter of our discontent” / “Agora, o inverno do nosso descontentamento.”

O documentário é um longa-metragem que oferece um olhar mais atento à experiência de ser ator e também a respeito do que é preciso para formar uma empresa teatral – a partir dos ensaios diários e da criação de um papel com o diretor, a equipe e colegas atores para então partir em turnê e passar um ano na estrada. O filme tem direção de Jeremy Whelehan, amigo e colaborador de Kevin Spacey.

“Eu fiz esse filme para os meus fãs e para todas aquelas pessoas que perguntam por que o teatro significa muito para mim. Espero que este filme possa responder a algumas destas perguntas.” declarou Spacey.

 “Agora” ficamos torcendo para que o documentário chegue por aqui. Por enquanto, aqui vai o trailer (que termina com o ator gritando “Um cavalo, um cavalo, meu reino por um cavalo”).

A L&PM publica Ricardo III na Coleção L&PM Pocket.