Arquivo mensais:agosto 2013

O cenário de “Mate-me por favor” no cinema

Estreia em outubro o filme CBGB, do diretor Randall Miller, que conta a história do lendário clube novaiorquino de “Country, Bluegrass e Blues” que revelou artistas e bandas como Talking Heads, Television, Patti Smith Group, Iggy Pop, The Police, Velvet Underground e outros que podem ser considerados os criadores do punk rock. Assista ao trailer:

Toda a história do CBGB está contada por seus próprios personagens no livro Mate-me por favor, já publicado em 2 volumes na Coleção L&PM Pocket e acaba de ganhar uma nova edição em um só volume e formato convencional:

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Num trecho do livro, Terry Ork, Richard Hell e Richard Lloyd, respectivamente o empresário, o vocalista e o guitarrista da banda Television contam como tudo começou no CBGB’s:

Terry Ork: cheguei para Patti [Smith] e disse “Hey, escuta,  acho que a gente tem uma coisa rolando aqui. Vamos experimentar você e o Television nuns finais de semana. Vamos botar pra quebrar.”

Então eles tocaram nas noites de quinta, sexta, sábado e domingo no CBGB’s e foi um estouro. Ficou maior e maior a cada fim de semana. Durou seis semanas. Depois disto, cheguei pra Hilly [o dono do CBGB] e disse: “Você não pode superar esses números com seu country e seu bluebrass, rapaz!”

E considerei este o começo da cena [punk].

Richard Hell: A cena definitivamente começou a crescer como uma bola de neve. O CBGB’s era sem dúvida o lugar onde as coisas estavam acontecendo, desde a primeira vez que a gente tocou lá. Na real, éramos únicos. Não havia no mundo nenhuma outra banda de rock & roll com cabelo curto. Não havia nenhuma outra banda de rock & roll com rupas rasgadas. Todo mundo ainda estava usando purpurina e roupas de mulher. Éramos uns chinelões, arruaceiros, sem-teto, tocando uma música poderosa pra caramba, apaixonada, agressiva e também lírica.

Bob Gruen: A primeira vez que vi Richard Hell, ele entrou no CBGB’s usando uma camiseta com um alvo e as palavras Please Kill Me (Mate-me por favor). Aquilo era uma das coisas mais chocantes que eu já tinha visto. As pessoas tinham um monte de ideias extravagantes naquele tempo, mas andar pelas ruas de Nova York com um alvo no peito, com um convite para ser morto – aquilo foi um verdadeiro marco.

Richard Hell: Nem lembro de usar a camiseta Please Kill Me, embora lembre de ter forçado Richard Lloyd a usá-la. Eu era um tremendo de um covarde.

Richard Lloyd: Richard Hell tinha desenhado uma camiseta para ele que dizia Please Kill Me, mas não usava. Entrei numas “Vou usar.” (…) Aqueles fãs me lançaram um olhar verdadeiramente psicótico – olharam o mais fundo possível nos meus olhos e disseram: “É sério?” Daí disseram: “Se é isso que você quer, a gente ficará contente em obedecer, por que somos os maiores fãs!” Ficaram me olhando com aquele olhar alucinado, e pensei: “Não vou usar esta camiseta de novo.”

Laerte é o homenageado do FIQ 2013

O cartunista Laerte é o artista homenageado do Festival Internacional de Quadrinhos, o maior da América Latina, que acontece de 13 a 17 de novembro, em Belo Horizonte.

Nem precisamos dizer que a homenagem é super merecida! Afinal, Laerte já soma quase três décadas de carreira e ocupa lugar de destaque no “olimpo” dos cartunistas brasileiros. Ele participou, nos anos 80, de publicações importantes e influentes como a revista Balão, que fundou com Luis Gê, além do lendário Pasquim. Também colaborou com a revista Placar, IstoÉ, o jornal O Estado de São Paulo e o jornal Folha de S. Paulo, onde publica até hoje. Entre 1990 e 1992, editou e publicou 14 edições da revista Piratas do Tietê. Sua extensa galeria de personagens também inclui o super-anti-herói Overman, o enigmático Homem-Catraca, o nem-tão-onipotente-assim Deus, o hacker-travesti Hugo/Muriel e os implacáveis Los Três Amigos, uma parceria com Angeli, Glauco e Adão Iturrusgarai.

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Do Laerte, a L&PM publica as Striptiras em 4 volumes e as histórias dos Piratas do Tietê em 2 volumes na Coleção L&PM Pocket.

A mais recente entrevista de Eduardo Galeano feita por Emir Sader

Em recente entrevista para o programa Repórter Brasil, o jornalista Emir Sader conversa com Eduardo Galeano. No bate-papo, em que Galeano fala em português, o escritor uruguaio se autodefine como um “caçador de histórias”, conta sobre o processo de criação de seu livro, Os filhos dos dias, e afirma que estamos vivendo uma ditadura do medo e que ela pode ser constatada nas revelações de Edward Snowden, ex-agente da CIA. Galeano fala ainda que o episódio ocorrido com o avião do presidente boliviano, Evo Morales, mostra que o mundo está dividido entre indignos e indignados. Vale a pena assistir:

“Os Smurfs” em primeiro lugar nas bilheterias do Brasil

“Os Smurfs 2” conquistou o público brasileiro e estreou em primeiro lugar nas bilheterias do país neste fim de semana. O longa foi visto por 749 mil pessoas e rendeu R$ 9,9 milhões em três dias, de acordo com dados da consultoria Rentrak divulgados nesta segunda-feira (5/08).

O filme também é sucesso mundial com arrecadação estimada em 80,2 milhões de dólares. Nos Estados Unidos o filme ficou em terceiro lugar, com uma renda acumulada de 27,7 milhões.

Além da estreia nos cinemas, Os Smurfs também estão em dois novos e coloridos livros lançados pela L&PM: A Smurfette e O Smurf Selvagem.

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Andy Warhol está sendo filmado

Para celebrar o aniversário do maior ícone da pop art, que faria 85 anos hoje, o Museu Andy Warhol instalou uma câmera no cemitério onde o artista está enterrado e transmite 24h por dia a movimentação dos fãs que visitam o local. Flores, balões e latas de sopa Campbell’s estão entre os presentes levados até lá pelos fãs no dia de hoje.

Alguns acenam para a câmera que os monitora antes mesmo de chegar ao túmulo do artista. Sabendo que estão sendo vistos por muita gente de todo o mundo via internet, eles acabam confirmando uma das máxima de Andy Warhol: “No futuro, todos terão seus 15 minutos de fama”.

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(a lápide do túmulo está atrás do homem de preto)

O túmulo de Warhol está localizado no St. John the Baptist Byzantine Catholic Cemetery, no estado da Pennsylvania.

O lugar onde nasceu o Manifesto Comunista

Quem visita Bruxelas pela primeira vez certamente vai passar pela Grand Place ou Grote Markt, a imponente praça no centro da cidade, considerada por alguns a mais bela praça do mundo e que figura desde 1998 como Patrimônio Mundial da UNESCO. Entre dezenas de prédios belíssimos, um deles chama a atenção pelo grande cisne em sua fachada. Foi ali, no restaurante “Le Cygne” (O cisne), na esquina com a rua Charles Buls, em plena Grand Place, que Karl Marx (que morou em Bruxelas de 1845 a 1848) e Friedrich Engels teriam escrito o Manifesto do partido comunista, em 1845, entre uma e outra taça de vinho.

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(foto: Fernanda Scherer)

Na entrada do casarão, há uma placa indicando a importância histórica do lugar.

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(foto: Fernanda Scherer)

As últimas palavras de William Burroughs

“Amor? O que é isso? Analgésico mais natural que existe. AMOR.”. Essas foram as últimas palavras escritas por William S. Burroughs no seu diário pessoal, em 30 de julho de 1997. Em 2 de agosto, apenas três dias depois, ele morreria aos 83 anos devido a um ataque cardíaco que sofrera no dia 1º. Guru junkie, ele é considerado o mais sombrio dos Beats originais e sua obra mais famosa é Naked lunch (Almoço nu).

There is no final enough of wisdom, experience- any fucking thing. No Holy Grail, No Final Satori, no solution. Just conflict.

Only thing that can resolve conflict is love, like I felt for Fletch and Ruski, Spooner, and Calico. Pure love. What I feel for my cats past and present.

Love? What is it?
Most natural painkiller what there is.
LOVE.

(Últimas palavras escritas por William Burroughs)

Em 2012, a banda Chelsea Light Moving, liderada por Thurston Moore, ex-Sonic Youth, lançou seu disco de estreia intitulado “Burroughs”. A canção que dá nome ao álbum foi inspirada nessas últimas palavras do escritor. Assista ao clipe:

De William Burroughs, a Coleção L&PM Pocket publica Cartas do Yage e O gato por dentro.

Novos Smurfs nos cinemas e nas livrarias do Brasil

Estgreou no início de agosto, no Brasil, Os Smurfs 2, o novo filme que traz as aventuras dos pequenos personagens azuis criados pelo ilustrador belga Peyo (1928-1992). A continuação do primeiro filme, de 2011, é dirigido por Raja Gosnell, o mesmo de Esqueceram de mim 3.

Fiel ao espírito da criação de Peyo, a história de Os Smurfs 2 coloca em cena mais uma dupla de personagens criada pelo vilão Gargamel, Vexy e Hackus. É bom lembrar que Smurfette também foi criada pelo bruxo, com o objetivo de espionar os Smurfs, mas acabou tornando-se um deles.

Diferente do primeiro filme, que se passa em Nova York, Os Smurfs 2 tem como cenário a França.

Quando o primeiro filme estreou, a L&PM Editores lançou dois títulos dos Smurfs. Agora, junto com a chegada de Os Smurfs 2, chegam também dois novos livros : O Smurf selvagem e A Smurfette (que vem com duas histórias). Lindos, coloridos, divertidos e smurfimperdíveis!

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O Homero do Oceano Pacífico

Albert Camus afirmou que Herman Melville era o Homero do Oceano Pacífico. Com uma literatura  perpassada pela busca da perfeição  e pela constante luta entre o Bel e o Mal, o autor de Moby Dick cantou o mar como nenhum outro. Nascido em Nova York no primeiro dia de agosto de 1819, Herman Melville era herdeiro – tanto de pai, quanto de mãe – de uma gloriosa e sólida tradição familiar. A tradição, no entanto, não teve forças para sustentar-se durante os anos da depressão econômica e a fortuna da família Melville desapareceu como sal na água.

Depois da morte do pai, aos vinte anos, Melville embarcou como camareiro em um navio que zarpava para Liverpool. Surgia aí sua paixão pelo mar.

Em 1841, veio outra viagem, dessa vez no baleeiro Acushnet que rumava para o Pacífico, e que mais tarde seria a inspiração para Moby Dick. Quando o navio lançou âncora nas Marquesas, em julho de 1842, Melville e seu companheiro, o personagem Toby de seu livro Taipi, desertaram do navio e moraram com os canibais, deixando a ilha quatro semanas mais tarde, dessa vez a bordo de um baleeiro australiano, o Lucy Ann. Com outros membros da tripulação, Melville participou de um motim no Lucy Ann, foi legalmente confinado em Taiti, fugiu com um companheiro para uma ilha vizinha e chegou a Honolulu em outro balleiro.

Em Honolulu, quando a fragada Unided State aportou de uma viagem para Boston, Melville alistou-se na Marinha. A disciplina naval, no entanto, o deixou nauseado e, a partir de seus 25 anos, ele embarcou em outra viagem: a literatura. Taipi foi o primeiro desses livros.

Em 1851, foi lançado Moby Dick, obra que, atualmente, é considerada uma das mais importantes da literatura ocidental. Mas que, na época de sua publicação, não fez muito sucesso entre os leitores. O motivo da impopularidade inicial foi que o escritor optou por tratar de temas mais complexos e elaborados, enquanto as pessoas esperavam por relatos de aventuras mais simples como aquelas que estavam em seus primeiros livros.

Herman Melville morreu em 28 de setembro de 1891, depois de abandonar a carreira de escritor. Deixou alguns manuscritos incompletos, entre eles Billy Budd, marinheiro, descoberto apenas em 1920.

A imagem mais jovial que se tem de Herman Melville

Seis meses em pleno mar! Sim, leitor, por minha vida, seis meses sem ver terra firme, navegando em busca de baleia, deixando o sol crestante do Equador, e jogados pelas vagas do poderoso Pacífico – o céu em cima, o mar em torno de nós, e nada mais! Faz semanas e semanas, todas as nossas provisões de víveres frescos se esgotaram. (Trecho inicial de Taipi, de Herman Melville)