Arquivo mensais:agosto 2012

E por falar em marcianos…

Há poucos dias, um novo robô da Nasa aterrisou em Marte em busca de sinais de vida. E falar em marcianos nos faz lembrar de uma célebre história que aconteceu no dia das bruxas de 1938 quando  Orson Welles, então locutor da rádio CBS, transmitiu uma dramatização de A Guerra dos Mundos, livro de ficção em que o escritor H. G. Wells relata uma invasão marciana na Terra. Como Orson Welles saiu lendo o livro sem avisar do que se tratava, as pessoas acreditaram que os marcianos estavam mesmo chegando e sairam pelas ruas desesperadas. A Guerra dos Mundos é a obra mais famosa de H. G. Wells, autor também de Uma breve história do mundo, escrito em 1922 e publicado pela primeira vez no Brasil no final de 2010 pela Coleção L&PM Pocket.

Chamado de “escritor profeta”, H.G. Wells antecipou em sua literatura diversos temas que só ganharam atenção das pessoas muito tempo depois. No final do século 19 e início do século 20 ele já escrevia sobre guerra nuclear, televisão e internet.

Felizmente, a invasão marciana não está entre suas profecias. Ou pelo menos assim esperamos. 🙂

O escritor H.G. Wells aqui ao lado de Orson Welles

H.G. Wells morreu em 13 d agosto de 1946 em Londres.

Bienal do Livro e a tentação do leitor

 Por Amanda Zulke*

Observadores inveterados, como eu, temos um banquete e tanto em eventos como a Bienal do Livro de São Paulo. Desfrutamos de momentos prazerosos com tanta gente reunida num só lugar. Hoje, por exemplo, no estande da L&PM na Bienal, presenciei duas meninas deparando-se com a mais recente edição do livro On the Road, de Jack Kerouac. Desse encontro entre a dupla e o livro, saíram gritinhos, sorrisos, beliscões de incredulidade. Era muita felicidade ver o livro desejado. Percebi que elas haviam encontrado o que vieram buscar na Bienal, e dali partiram saciadas com a compra em mãos.

Depois disso, me peguei pensando na tentação que é circular pelos pavilhões dessa enorme feira literária. Enxergamos quase toda nossa lista dos próximos livros a ler ali, lado a lado. E aí, escolher qual obra levar torna-se tarefa complicada. Outro rapaz fez a festa agarrando os pockets de Fernando Pessoa, Manuel Bandeira e Pablo Neruda. Não preciso nem dizer que estava estampada nos olhos a angústia de escolher quais levar dentre tantas opções. Ao menos o preço justo da Coleção L&PM Pocket democratiza mais ainda o acesso aos livros do catálogo da editora.

Mas enfim, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo segue a pleno nos pavilhões do Anhembi, assim como o estande da L&PM Editores. Passeando pelos corredores, o leitor é tentado a levar para casa pelo menos um livro. Mas, além disso, quem visitar a Bienal vai ver muito mais do que livros. Verá arte na homenagem aos 90 anos da Semana de Arte Moderna estampada nos livros gigantes, nos brinquedos antigos resgatados em um espaço lindíssimo chamado “Deu a louca nos livros” e nas atividades envolvendo as milhares de crianças que se aventuram nessa festa da literatura. Ah, como é bom ver quando a arte sai das páginas dos livros pra entrar na imaginação… 

*Amanda Zulke é assessora de imprensa da L&PM Editores e está na Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

O espaço infantil da Bienal do Livro de São Paulo deste ano

Criança faz arte na Bienal

Mario de Andrade está lá, comemorando os 90 anos da Semana de Arte Moderna

"On the Road" e muito mais no estande da L&PM

Videopoema em homenagem a Gonçalves Dias

Gonçalves Dias nasceu em 10 de agosto de 1823. Sobre ele, José de Alencar sentenciou: “Gonçalves Dias é o poeta nacional por excelência: ninguém lhe disputa na opulência da imaginação, no fino lavor do verso, no conhecimento da natureza brasileira e dos seus costumes selvagens“. Seu poema épico I-Juca Pirama, conta em versos a trajetória da recuperação moral de I-Juca Pirama frente a seu pai e a tribo dos Timbiras. Recusando a morte num ritual antropofágico, em prol do pai velho, cego e frágil, I-Juca Pirama, agora, precisa recuperar a fama de herói, daquele “que é digno da própria morte”, como, em tupi, orienta o seu próprio nome.

Nenhum outro autor incorporou em tal grau o sentimento do índio brasileiro e buscou, através da poesia, sua real feição – uma vocação que se consagra em I-Juca Pirama e Os timbiras, estupendos e famosos cantos à dignidade e ao destemor de nossos ancestrais.

Para homenagear Gonçalves Dias no seu aniversário, preparamos este videopoema com um trecho de I-Juca Pirama:

Clique aqui para assistir mais videopoemas na L&PM WebTV.

Se o seu pai fosse um livro, que livro seria?

A pergunta pode levar a uma divertida brincadeira. Comece pensando no gênero que ele seria: romance, conto, poesia, humor, enciclopédia, revista em quadrinhos, dicionário ambulante? Depois pense num título que tenha a ver com o seu pai. Ou ainda em um personagem da literatura cuja personalidade seja parecida com a dele. Conseguiu? Então compartilhe com a gente, publicando nos “comentários” do Blog. Funcionará como uma homenagem coletiva. 

9 de agosto: Dia Internacional dos Povos Indígenas

Como dizia Baby do Brasil (ex Baby Consuelo), havia uma época em que “todo dia era dia de índio”. Mas os tempos mudaram e agora eles têm dias específicos para serem homenageados. O Brasil comemora o Dia do Índio em 19 de abril. Já 9 de agosto é o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Eduardo Galeano dedica uma página do seu novo livro, Os filhos dos dias a esta data:

Página do livro "Os filhos dos dias" de Eduardo Galeano (clique na imagem para ampliá-la)

Pavilhão da Bienal do Livro de SP começa a borbulhar

Por Amanda Zulke*

O cinza que toma conta do céu de São Paulo nessa quinta-feira se contrapõe ao colorido dos livros que preenche os pavilhões do Anhembi, onde acontece a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que começa hoje e segue até o dia 19 de agosto. Aberta oficialmente às 11 horas, com a presença da Ministra de Estado da Cultura, Ana Buarque de Hollanda, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e de outras autoridades, editores, livreiros e leitores, a 22ª edição da Bienal promete grandes momentos. E já começou bem, diga-se de passagem: foi emocionante a apresentação do Hino do Brasil feita pelo maestro João Carlos Martins com a Orquestra Bachiana do Sesi – SP.

Pouco a pouco, o público vai tomando conta dos corredores e estandes da Bienal.  O lema desse ano, “Livros transformam o mundo”, a curadoria de peso, que inclui nomes como os jornalistas e apresentadores Paulo Markun e Zeca Camargo, os eventos e atrações programados e, obviamente, a quantidade colossal de livros são chamarizes para essa que é a maior feira de literatura do país.

Uma variedade inacreditável de formatos, cores e gêneros de livros estão expostos em quase 500 estandes. Um desses espaços é o da L&PM, que atrai leitores e livreiros com seu catálogo multifacetado. Agatha Christie, Jack Kerouac, Shakespeare, Eduardo Galeano e Martha Medeiros convivem harmoniosamente nas prateleiras, junto de HQs, mangás, livros eróticos e muitos mais. Não há quem não se sinta contemplado nesse espaço. 

* Amanda Zulke é assessora de imprensa da L&PM e está na Bienal do Livro de São Paulo.

O estande da L&PM na Bienal do Livro de São Paulo

Uma parede só de quadrinhos da Coleção L&PM Pocket!

Claudio Willer, autor de "Geração Beat" e tradutor de "Uivo" visitou o estande da L&PM

A terra de Peter Pan e as Olimpíadas

Esta manhã, no lago Serpentine do Hyde Park em Londres, aconteceu a maratona aquática feminina das Olimpíadas. Uma prova de resistência de 10 quilômetros que levou a húngara Eva Risztoy ao lugar mais alto do pódio. Já a brasileira Poliana Okimoto precisou abandonar a prova, pois passou mal devido à hipotermia (a temperatura da água é de 20 graus Celsius).

Quem assistiu à prova viu que as atletas passavam ao lado de uma ilha cravada no meio do lago. O que muita gente não sabe é que essa é a ilha que aparece na história de Peter Pan. O escritor J. M. Barrie, criador do célebre personagem, morava em frente ao chamado Kensington Garden, um dos recantos de Hyde Park, e usou o belo cenário do parque como inspiração para a inventar a Terra do Nunca. Barrie imaginou que no fundo do lago havia árvores submersas. Será que alguém perguntou às nadadoras olímpicas se elas sentiram alguma coisa estranha?

A estátua de Peter Pan no Hyde Park, em frente ao Lago Serpentine

“Vocês precisam entender que será difícil acompanhar as nossas aventuras se não se familiarizarem com o Kensington Gardens, se não o conhecerem tão bem quanto David o conhece. O Gardens fica em Londres, onde vive o rei, e as crianças o visitam todos os dias, a não ser que estejam decididamente febris, mas ninguém jamais conseguiu percorrer muito rápido. (…) O Serpentina começa aqui perto. É um lago encantado, e há uma floresta submersa no fundo dele. Se você espiar na beira da água, verá as árvores todas crescendo de lá para cá, e dizem que no período da noite também existem estrelas submersas no lago. Se existem mesmo, Peter Pan as vê quando está velejando pelo lago no Ninho de Tordo. Só uma pequena parte do Serpentina fica no Gardens, pois ele logo passa por baixo de uma ponte e se estende para muito longe, até a ilha na qual nascem todos os pássaros que viveram meninos e meninas. Ninguém que seja humano, exceto Peter Pan (e ele é apenas meio humano), consegue chegar até a ilha, mas você pode escrever o que deseja (menino ou menina, moreno ou loiro) num pedaço de papel e depois dobrar o papel em forma de barco e lançá-lo na água, e ele chega à ilha de Peter depois do anoitecer.” (Trecho do primeiro capítulo de Peter Pan em Kensington Gardens – Coleção L&PM Pocket)