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Uma ponta de Bukowski

Você já assisitiu ao filme Barfly? Lançado em 1987, ele tem roteiro de Charles Bukowski, feito a partir de uma encomenda do diretor francês Barbet Schroeder. Na verdade, ele é exatamente como os livros do velho Buk e tem como personagem principal seu alter-ego Henry Chinaski que, em Barfly é vivido por um Mickey Rourke ainda com cara de gente.  A partir do roteiro do filme, Bukowski escreveu o livro Hollywood (Coleção L&PM Pocket), em que narra a história de um escritor que ganha um bom dinheiro para escrever um roteiro para o cinema. Qualquer semelhança com a realidade, não é mera coincidência.

Charles Bukowski entre os atores Faye Dunaway e Mickey Rourke

Bukowski não apenas acompanhou a filmagem de várias cenas, como participou de uma delas. Melhor do que contarmos, é você mesmo ver. Ele aparece em uma ponta no início da cena em um bar, em que Mickey Rourke contracena com Faye Dunaway. É apenas uma ponta, mas os olhares do escritor (ou a falta deles) são memoráveis.

O dia em que Bonnie e Clyde sairam de cena (e entraram no cinema)

O livro de Toland fazia referência a dois criminosos não muito conhecidos da época, Clyde Barros e Bonnie Parker. Benton era de uma pequena cidade do leste do Texas chamada Waxahachie, e tinha mais familiaridade com as façanhas do casal – que foi morto em 1934, quando ele tinha dois anos de idade – do que Newman. “Todo mundo no Texas ouvia falar de Bonnie e Clyde quando criança” afirmou Benton. “Meu pai foi ao enterro deles. Em qualquer festa de Dia das Bruxas sempre havia um menino vestido de Clyde e uma menina vestida de Bonnie.”

O filme Bonnie e Clyde: uma rajada de balas foi uma ideia do diretor de arte da revista Esquire, Robert Benton, e de seu amigo e colega David Newman, jornalista e editor da mesma revista. Benton e Newman nunca haviam escrito um roteiro para cinema antes e quase não conheciam ninguém do meio. Mas escreveram uma história que ajudou a eternizar Bonnie e Clyde e que deu origem a um dos filmes que revolucionou Hollywood – como mostra o recém lançado Cenas de uma revolução, livro de Mark Harris que conta  tudo sobre as cinco produções que concorreram ao Oscar de melhor filme 1967 (além de Bonnie e Clyde, O Fantástico Doutor Dolittle, A primeira noite de um homem, Adivinhe quem vem para jantar e No calor da noite). O trecho inicial deste post, por exemplo, está no primeiro capítulo.

E não é difícil imaginar porque o casal, que nos cinemas foi vivido por Warren Beatty e Faye Dunaway, era perfeito para ser filmado. Os verdadeiros Bonnie e Clyde tinham 20 anos quando se conheceram, em 1930. Foi amor à primeira vista e Bonnie largou tudo para seguir Clyde em uma vida cheia de aventuras e crimes. Juntos, eles formaram uma quadrilha que realizou muitos assaltos e alguns assassinatos.  Tinham ares de pop star e adoravam fazer pose para fotos que, hoje, mais parecem editoriais de moda.

Bonnie e Clyde na vida real e no cinema

A pose de Bonnie inspirou Faye

Bonnie e Clyde viraram mito ao serem mortos numa emboscada, depois de uma longa caçada, numa estrada deserta perto de Bienville Parishem, no estado da Louisiana, em 23 de maio de 1934. Ou seja: há exatamente 77 anos atrás. Abaixo, o vídeo que mostra o verdadeiro carro da dupla, cravado de balas, acompanhado de uma locução que vai dizendo o que havia dentro do automóvel no instante em que Bonnie e Clyde foram pegos pela polícia.