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Feliz aniversário, Buda

“Iluminação”, desenho a lápis de Kerouac, 1956

Jack Kerouac era um discípulo de Sidarta Gautama, este que nasceu em 8 de abril de 563 a.C. e que entraria para a história como o primeiro “Buda”. Tão apaixonado o escritor beat era pelo tema que, em 1955, escreveu Despertar: uma vida de Buda. Considerado o “livro perdido de Kerouac”, ele só foi publicado mundialmente em 2008 e lançado no Brasil em 2010 pela L&PM. O livro coloca o pé na estrada da iluminação para refazer o caminho do príncipe Sidarta – desde seu nascimento até a decisão de renunciar a uma vida de luxo e riquezas. O fascínio de Kerouac por Buda começou no início dos anos 50 e o acompanhou por toda vida, dando um toque de espiritualidade explícita aos seus textos. Não sabemos se ele homenageava o nascimento de Buda em cada 8 de abril. Mas o certo é que Kerouac foi o criador do chamado “budismo beat”.

“Esse jovem que não podia ser tentado por um harém cheio de garotas lindas devido à sabedoria de sua grande dor, era Gautama, nascido Sidarta em 563 a.C., príncipe do clã Sakya no distrito de Gorakpur, na Índia. A mãe, cujo nome curiosamente era “Maya”, que em sânscrito significa “magia”, morreu ao dar à luz. Ele foi criado pela tia Prajapati Gotami. Quando jovem, foi um grande atleta e cavaleiro, como convém a um membro dos kshatriayas, a casta dos guerreiros. A lenda fala de uma sensacional disputa na qual ele sobrepujou todos os outros príncipes pela mão de Yasodhara.” (trecho de “Despertar: uma vida de Buda)

“The Gary Buddha”, pintura feita por Jack Kerouac

Sobre o tema, a L&PM publica também: Buda, da Série Biografias, Budismo, da Série Encyclopaedia e Darmapada, a doutrina budista em versos.

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A vida de Buda está na Série Biografias L&PM

O parceiro de Bukowski

MEU PARCEIRO

sentado sob esta
luz
olhando para o
Buda.

o Buda
ri
de mim
e de
todas as coisas:

chegamos
tão longe
e fomos
a lugar nenhum.

vivemos
muito
e
tão pouco
afinal.

o Buda
está rindo.

o Buda é
esta estátua de
porcelana
diante
de mim
nesta noite.

enquanto os poemas
não
chegam.

(De Miscelânea septuagenária, livro recém lançado de Bukowski que traz contos e poemas inéditos)

Miscelanea_Septuagenaria

2011 vai ser o ano do coelho

Como já falamos no post anterior, superstição é o que não falta nessa época do ano. Em qualquer lugar da Terra, as pessoas recorrem à religião, à filosofia ou a alguma superstição para garantir uma boa virada. A quem interessar possa, 2011 vai ser o ano do coelho no calendário chinês. A interpretação diz que a próxima volta que daremos ao redor do astro-rei será marcada pela diplomacia e pela negociação, já que 2010 foi o ano do tigre – agitado e instável.

Vários países da Ásia utilizam o calendário chinês. São ciclos de 12 anos, cada um correspondendo a um animal cujas características determinam como será o respectivo período. O coelho é sereno e tranquilo e assim será também 2011.

No budismo, algumas lendas tentam explicar a relação entre os animais e o calendário. Numa delas, Buda teria chamado todos os animais para uma festa de fim de ano e apenas 12 compareceram: o rato, o boi, o tigre, o coelho, o dragão, a cobra, o cavalo, a cabra, o galo, o macaco, o cachorro e o porco. Diz a lenda que o rato foi o primeiro a chegar e por isso ganhou o privilégio de abrir o ciclo.

Uma curiosidade: note que o gato não apareceu na festa de Buda. Sabe por quê? De acordo com a mesma lenda, o gato e o rato se davam muito bem até então e teriam combinado de irem juntos à festa. No entanto, o rato quis chegar cedo e esqueceu do gato, que perdeu a festa e ficou de fora do calendário. Desde então, o gato tenta se vingar do rato pelo esquecimento. Por isso estes dois bichos estão sempre em conflito.

Na série Encyclopaedia L&PM, há um volume inteiro sobre Budismo. Fica a sugestão para quem quiser ler mais sobre o assunto.