La Marseillaise: mais do que o hino da França, um hino à liberdade

Para ler ao som de “La Marseillaise” cantada por Edith Piaf. Clique no link:

A “Marselhesa”, o hino da França é, sem dúvida o mais cultuado, admirado e emblemático hino nacional de uma nação. Mais de dois séculos se passaram e a Marselhesa tem sido entoada com fervor nos lugares mais remotos do planeta, sempre como um brado contra os tiranos e os opressores. O cinema, especialmente em clássicos como “Casablanca” de Michael Curtiz e “Marseillaise” e “La Grande Illusion”, ambos de Jean Renoir, tratou de “globalizar” este caráter libertário do hino.

Desde 14 de julho de 1795, o canto é oficialmente o hino francês. A marcha foi composta em abril de 1792 por Rouget de Lisle, oficial do exército. Originalmente chamava-se “Canto de Guerra”, e foi feita para os soldados baseados em Estrasburgo quando da declaração de guerra da França à Áustria. Concebida para um evento provinciano, a música, pela sua intensa vibração e precisa harmonia, estabeleceu imediatamente uma mágica empatia com o povo francês e espalhou-se como um rastilho de pólvora pelo país inteiro. Seu compasso épico e sua letra de profundo impacto, tornaram-se rapidamente, mais do que um hino da França, um hino à liberdade.

Ficou conhecida como “La Marseillese”, porque os soldados de Marselha irromperam em Paris cantando o hino quando das agitações pós-revolucionárias de 1792. No mesmo ano, foi consagrado em Valmy, quando as forças republicanas esmagaram o levante realista. Neste mesmo ano, Luis XVI perdeu a cabeça depois de longo julgamento. Em 1793, a Convenção (o parlamento revolucionário) determinou que o canto fosse entoado em todos os espetáculos da República. Em 1795, um decreto consagrou a “Marselhesa” como hino nacional da França.

A autoria foi muito discutida durante cem anos. Mas foi atribuída oficialmente, desde o primeiro momento, à Rouget de Lisle que, como recompensa pela criação do épico hino, recebeu como presente da Assembléia Nacional revolucionária, dois violoncelos.

(Fonte: texto de Antonio Roullet, revista “História Viva” volume 82 e “Histoire de la revolution française”, Jules Michelet)

Para saber mais sobre o assunto leia Revolução Francesa Vol. I e II, de Max Gallo, Paris, biografia de uma cidade, de Colin Jones ou Revolução Francesa, Série Encyclopaedia.

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