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O espírito vivo de Will Eisner no Rio Comicon

O festival Rio Comicon, que acontece de 20 a 23 no Rio de Janeiro, presta uma justa homenagem a Will Eisner, um dos maiores artistas que o mundo dos quadrinhos já viu. Nascido no Brooklyn, em Nova York, ele começou a publicar as primeiras histórias na revista WOW What a Magazine! em 1936 e, em 1940, criou o Spirit, uma série de tiras de quadrinhos que era publicada como suplemento de um jornal dominical, passando a ser diária no ano seguinte. Os enquadramentos inovadores e os efeitos de luz e sombra davam um quê de film noir para as aventuras do detetive mascarado Denny Colt.

Além da qualidade do roteiro e da arte, a presença de belas mulheres, cenas hilariantes, melodramáticas, mas que enfatizavam sobretudo o aspecto humano dos personagens fizeram da série Spirit um ícone na história das graphic novels no mundo. A L&PM publicou cinco álbuns da série em meados dos anos 80.

A exposição O Espírito Vivo de Will Eisner no festival Rio Comicon traz pela primeira vez ao Brasil 106 desenhos originais do artista, que estarão divididos em duas galerias. Quem visitar a exposição terá a chance de ver de perto os originais de “Um contrato com Deus”, “A força da vida”, “Ao coração na tempestade”, “Avenida Dropsie”, “Assunto de família” e “Fagin, o judeu.

Além da exposição, uma mostra paralela de filmes completa a homenagem. Confira a programação e agende-se! 😉

Will Eisner Profissão Cartunista – Biografia contando a vida e a obra de Eisner e sua influência no Brasil. Episódios: Spirit, O Sonho e Master Class. Direção: Marisa Furtado de Oliveira e Paulo Serran (Rio de Janeiro/RJ, 1999) – Três episódios de 50 min.

Will Eisner – Portrait of a Sequential Artist – Biografia americana que aborda a influência judaica nos quadrinhos norte-americanos. Direção: Andrew D. Cooke (EUA, 2010) – 96 min.

The White Wale – Adaptação animada do clássico Moby Dick, de Herman Melville, feita por Eisner como piloto para TV Educativa da Flórida. Direção: Community TV Fundation of South Florida Inc. (EUA, 1997) – 12 min.

The Spirit Movie – Adaptação para o cinema de estórias do Spirit em sua luta contra seu arquinimigo Octopus.Direção: Frank Miller (EUA, 2008) – 90 min.

Valentina em exposição na Rio Comicon 2011

Valentina é uma fotógrafa linda e curvilínea, liberada e apaixonada, que habita algum lugar entre a realidade e a fantasia. Valentina é surreal, sensual e virou culto mundial. Nascida da mente e das mãos do desenhista italiano Guido Crepax, ela foi editada pela primeira vez no Brasil dentro da Coleção L&PM Quadrinhos.

Valentina voltou a ser assunto esta semana, graças à exposição As filhas do italiano Guido Crepax, mostra que acontece entre os dias 20 e 23 de outubro, na programação da Rio Comicon 2011 no Rio de Janeiro. Organizada pela arquiteta e estilista Caterine Crepax, filha do mestre, a exposição traz vinte e dois originais inéditos de Crepax e exibe vestidos feitos de papel, criados por Caterina a partir de modelos que a liberada Valentina usava nos quadrinhos de seu pai. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo Caterina disse que Crepax consultava a revista Elle e se baseou em modelos de Paco Rabane e Christian Dior parta vestir Valentina. “Ele nunca desenhou um vestido que não fosse real. Era como se fosse um cronista de sua época”. Mesmo assim, era quando tirava a roupa que Valentina ganhava força. Suas histórias eram carregadas de erotismo e Crepax chegou a fazer uma versão com ela da história sadomasoquista “A história de O”, também publicada pela L&PM.

Caterina, que é casada com um paulistano e fala perfeitamente o português, também foi destaque nas páginas da Revista Marie Claire, onde falou mais sobre Valentina: “Em 1965, quando foi criada, era uma mulher independente. Trabalhava como fotógrafa de moda, tinha seu próprio estúdio e vivia com o namorado. Eles tiveram um filho sem ser casados. De vez em quando, tinham aventuras paralelas mas, no final, sempre voltavam a ficar juntos, ligados num grande amor. Valentina é uma mulher culta e emancipada que gosta de ter sonhos eróticos de tempos em tempos. Naqueles anos as mulheres italianas instruídas e de um nível econômico médio ou alto geralmente eram donas de casa e cuidavam de seus filhos.”

Guido Crepax, ao contrário de Caterina, nunca veio ao Brasil. Mas em janeiro de 1983, Crepax mandou uma carta para Porto Alegre, endereçada ao editor Ivan Pinheiro Machado sobre a publicação do volume 1 de Valentina na L&PM Editores. O papel continua por aqui, assinado por ele em caneta azul. Uma preciosidade que também merecia estar em exposição, você não acha?

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Caterina Crepax vai conversar com o público na Rio Comicon 2011 no domingo, 23 de outubro, às 17h.