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Esta semana tem Claudio Willer em ritmo beat

3 de julho vai ser um dia beat. Nessa data, Claudio Willer autografa seu novo livro em São Paulo.

card facebook Os Rebeldes

Leia um trecho de Os rebeldes – Geração beat e anarquismo místico:

A Geração Beat foi associada, com razão, ao jazz bop em sua formação. E ao pós-rock como legado. Mas, assim como na política e na religião, a diversidade e heterodoxia também caracterizaram aquele movimento no campo da expressão musical. Ginsberg começa um de seus diários da década de 1940 informando que aquela noite iria à ópera, ao Metropolitan. Outro concerto no Metropolitan, mas com Duke Ellington: é quando ocorre a separação de Kerouac e Cassady ao final de On the Road. Corso, em Anjos da desolação, declara que não quer mais saber de jazz e que gosta mesmo de Wagner, além de não suportar a pobreza mexicana. A discografia de Ginsberg abrange desde suas apresentações com Orlowsky utilizando o estilo country, folk, para musicar poemas, até a ópera Hydrogen Jukebox, baseada em Uivo, do erudito Philip Glass.

Allen Ginsberg e Philip Glass se encontraram em 1988 na St. Mark’s Bookshop em Nova York. Nesse encontro, Glass perguntou o que eles fariam juntos e, como estavam na sessão de poesia, Ginsberg pegou um de seus livros da estante  e apontou para o poema Wichita Vortex Sutra, escrito em 1966. Glass escreveu então uma peça para piano para acompanhar a leitura de Ginsberg deste poema que foi apresentada na Broadway.

Philip Glass e Allen Ginsberg

Philip Glass e Allen Ginsberg

Depois veio Hidrogen Jukebox:

Patti Smith e Philip Glass homenageiam Allen Ginsberg no Edinburgh Festival

Allen Ginsberg se foi em 1997, mas sua poesia pulsante continua viva pelo mundo. Sua obra maior, o Uivo, é fonte de inspiração para o trabalho de grandes artistas da atualidade como Patti Smith e Philip Glass, que prestaram uma linda homenagem ao amigo durante o Edinburgh Festival, na Escócia. O show “The Poet Speaks”, apresentado nesta quarta, dia 14 de agosto, trouxe a poesia de Ginsberg na voz de Patti Smith com Philip Glass ao piano. Certamente, um momento inesquecível!

Patti Smith Philip Glass in Edinburgh

A história de Patti com Ginsberg tem muito a ver com o retorno da cantora aos palcos após a morte de seu marido em 1994. Ela conta que foi ele quem a estimulou a retornar. “Eu tinha deixado de me apresentar porque me apaixonei, casei e decidi viver de forma mais simples para criar nossos filhos. Quando meu marido morreu, em dezembro de 1994, eu fiquei arrasada e eu não tinha ideia de voltar a me apresentar, até que, no fim de janeiro, eu recebi uma ligação de Allen Ginsberg”, contou. Na ocasião, ele a convidava para participar de um evento beneficente. “Ele disse, basicamente, que eu deveria transformar o meu pranto em dança – deixe seu amado ir e siga a sua vida. E foi assim que eu retornei para o mundo das apresentações: através de Allen, e através da palavra falada.”

patti_ginsberg

O show no Edinburgh Festival terminou com a canção People have the power, de Patti Smith, e suas palavras finais foram: “Não se esqueçam de usar a sua voz”, dividindo com a multidão de fãs o privilégio de ter convivido com Allen Ginsberg.