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Autor de hoje: Francis Scott Key Fitzgerald

 Saint Paul, EUA, 1896 – † Los Angeles, EUA, 1940

Oriundo de família católica irlandesa, chegou a cursar a Universidade de Princeton, alistando-se, a seguir, como voluntário na Primeira Guerra Mundial. Iniciou sua carreira literária em 1920, com o romance Este lado do paraíso, que lhe trouxe imediata popularidade. Publicou textos literários em periódicos de grande prestígio, além de trabalhar em Hollywood como roteirista cinematográfico. A inspiração romântica de Scott Fitzgerald consagrou-o como um dos mais importantes escritores da chamada “Geração Perdida” da literatura norte-americana. Além de buscar um estilo próprio para fixar, ficcionalmente, a história de seu tempo, procurou retratar o efêmero e o passageiro. Atraído e deslumbrado pelo modo de vida dos ricos, concentrou-se em pesquisar a maldição ligada às grandes fortunas. Seu livro O grande Gatsby, filmado na década de 1970, contribuiu para o reconhecimento de sua obra no mundo ocidental.

OBRAS PRINCIPAIS: Este lado do paraíso, 1920; Seis contos da era do jazz, 1922; O grande Gatsby, 1925; Suave é a noite, 1934; O último magnata, 1941

F. SCOTT FITZGERALD por Celito De Grandi

“– Quem é esse tal Gatsby, afinal de contas? – indagou, subitamente, Tom. – Algum grande contrabandista de bebidas?”

A pergunta, feita por um dos personagens de O grande Gatsby, faz todo sentido, já que F. Scott Fitzgerald criou uma inteligente atmosfera de mistério em torno da figura e da vida opulenta, glamorosa e instigante de Gatsby. E ele só a desvenda com parcimônia, em pinceladas significativas de um modo de vida característico dos anos 1920 nos Estados Unidos. Os atores do livro, em sua grande maioria, são homens e mulheres jovens, ricos, belos, envolvidos em histórias de amor e traição, vivenciadas em meio a uma festa permanente: a casa sempre iluminada de Gatsby reúne todas as noites dezenas de figuras, convidadas ou não, preocupadas em desfilar sua elegância, verdadeira ou construída. Tudo regado a muita bebida. Um mundo de champanhe.

A história de Jay Gatsby é considerada por muitos críticos uma espécie de parábola do sonho americano. Dono de uma grande fortuna, acumulada de uma forma não bem explicada, Gatsby é quem menos se diverte em suas noites de festa, sempre às voltas com a busca do amor perdido de uma bela mulher casada com outro milionário.

O mundo fantasioso da elite americana do início do século XX sempre exerceu um fascínio sobre F. Scott Fitzgerald. Filho de uma família de classe média e casado com uma bela mulher da alta sociedade, ele viu boa parte da sua vida transcorrer em festas e viagens continuadas na Europa e nos Estados Unidos. Com esse jeito de ser, de um lado, recolheu farto material para os livros; de outro, faltou-lhe tempo para produzir uma obra maior, o que não o impediu de se tornar um dos mais importantes escritores norte-americanos e o mais bem remunerado autor de sua época. Ele foi o intérprete perfeito do modo de ser dos ricos e dos aristocratas que se imaginam eternamente jovens.

Há um diálogo revelador entre as duas principais mulheres do enredo de O grande Gatsby:

“– Que é que faremos conosco esta tarde? – exclamou Daisy. – E amanhã? E nos trinta anos que se seguirão?”

“– Não seja mórbida – disse Jordan. – A vida recomeça de novo, ao chegar, revigorante, o outono.”

A vida, na realidade, não é assim, logo descobriu F. Scott Fitzgerald. Ele próprio soçobrou, junto com o declínio do sonho americano. Sua mulher viveu os últimos dias num hospício, e ele, consumido pelo álcool, enfrentou o ostracismo em Holllywood, com a rejeição de roteiros para filmes.

Sua produção literária, no entanto, embora reduzida, é da maior significação para a literatura ocidental, e O grande Gatsby, levado para o cinema em mais de uma versão – a mais conhecida é o roteiro de Francis F. Coppola, com Robert Redford no papel-título –, foi considerado, em uma enquete da Modern Library, como o segundo melhor romance de língua inglesa do século XX. Perde apenas para Ulisses, de James Joyce.

A L&PM publicará O Grande Gatsby em pocket e a previsão de lançamento é início de setembro.

* Guia de Leitura – 100 autores que você precisa ler é um livro organizado por Léa Masina que faz parte da Coleção L&PM POCKET. A partir de hoje, todo domingo,você conhecerá um desses 100 autores. Pra melhor configurar a proposta de apresentar uma leitura nova de textos clássicos, Léa convidou intelectuais para escreverem uma lauda sobre cada um dos autores.

Vem aí “O Grande Gatsby” na Coleção L&PM Pocket

Todo mundo sabe que Paris é uma festa! Ernest Hemingway e os demais americanos que escolheram a capital francesa para morar que o digam. Agora, imagine você de férias na Cidade Luz, aproveitando a brisa inspiradora da noite parisiense, quando é abordado por um carro com pessoas que parecem ter vindo direto do passado. Um homem sai do carro, abre a porta e insiste para que você entre. Então você entende que, na verdade, o carro não está vindo, mas indo – e levando você junto! – direto para os anos 20, quando Paris foi palco da “Geração Perdida” e o cenário que inspirou grandes escritores a criar algumas da maiores obras da literatura universal.

Bom… até aí, nada de original, pois se você assistiu ao filme Meia-noite em Paris, de Woody Allen, deve ter reconhecido o enredo. Foi imerso nesta Paris, em meados do anos 1920, que F. Scott Fitzgerald escreveu O grande Gatsby, uma verdadeira obra-prima que vai chegar à Coleção L&PM Pocket ainda este mês. A capa do livro já está pronta e aí vai ela, em primeira mão pra vocês!

O Grande Gatsby foi lançado originalmente em 10 de abril de 1925 como uma crítica ao “Sonho Americano”. Fitzgerald usou como pano de fundo a prosperidade e o glamour dos milionários de Nova York que enriqueceram a partir da Lei Seca, através do crime organizado. O livro não virou sucesso na sua primeira edição e vendeu apenas 25 mil cópias nos 15 anos restantes de vida de seu autor. Foi só depois da morte de Fitzgerald que ele caiu nas graças dos leitores e virou bestseller, sendo adaptado para uma peça da Broadway e um filme de Hollywood (em 1974, com Robert Redford no papel principal).

Atualmente, o livro é considerado O Grande romance americano e está sendo refilmado com Leonardo Di Caprio no papel de Gatsby. Aguardaremos.