Dunga assassina o português – Parte II

Por Ivan Pinheiro Machado

As duas pessoas mais importantes do país, hoje, são o Presidente Lula e Dunga, o técnico da seleção brasileira. Sobre eles se voltam os chamados “olhos da nação”. Ontem, o Brasil parou para saber os convocados de Dunga e ouvir a sua entrevista coletiva. E, na minha opinião, muito pior do que deixar de convocar os dois melhores jogadores do país – Neymar e Ganso –, muito pior, foi o show de erros de português, de autoritarismo e arrogância protagonizado pelo comandante da Seleção Brasileira. Se houvesse uma forma de voltar ao passado, Dunga seria o técnico dos sonhos do ditador mais truculento de nossa história, o General Médici.

Lula, tão criticado pela imprensa pelos seus deslizes no português, é um verdadeiro lexicógrafo perto do Dunga. Mas, curiosamente, ninguém na imprensa critica as barbaridades que o técnico diz em cada espaço que tem na mídia. Depois de inúmeras trombadas na língua “que Camões chorou no exílio”, perguntado sobre as razões da convocação do goleiro Gomes, ele explicou:

– Ele está habituado a conviver “com nós”.

O velho filósofo e esteta húngaro Georg Lukács dizia: “A forma nunca é indissociável do conteúdo”. Portanto…

Para ler a Parte I, clique aqui.

9 ideias sobre “Dunga assassina o português – Parte II

  1. Bruno

    Luckács conseguiu então ser pior que Lula e Dunga juntos ao afirmar uma barbaridade dessas.

    Nada que um bom livro de lingüística num cure. Língua na voz da literatura is so 1900 e arcaísmo de rolha.

    Mas um post excelente do ponto de vista folclórico.

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  2. Andreza Cunha

    Ivan, importante deixar claro para os leitores que o Dunga se desculpou pelos “com nós” e se corrigiu várias vezes, emendando um “conosco”. Quem viu a entrevista toda sabe. Sugiro leitura de Preconceito Linguístico, de Marcos Bagno (SP, Loyola, 1999). Abs.

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  3. Francis Beheregaray

    O único ignorante dessa história é o infeliz autor deste artigo. Larga mão de ser preconceituoso, se ele falou e tu compreendeste, está muito bom. Não existe forma certa ou errada de se falar.
    Agora a Andreza tentou ao menos falar de Preconceito Linguístico, mas se baseou no pior escritor possível, uma pena.

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  4. Bruno

    Além disso, esse negócio de comparar o presidente do Brasil com o Técnico da seleção fica entre o excesso de amor e falta de noção.

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