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Contagem regressiva para o início da Virada Cultural paulista

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Começa às 00h de sábado, 18 de maio, e vai até às 21h de domingo, a oitava edição da Virada Cultural de São Paulo. Promovida pela prefeitura da cidade desde 2005, ela oferece uma programação ininterrupta de eventos culturais dos mais variados gêneros. São shows de pop, rock, samba e música clássica; peças de teatro; saraus; contação de histórias; oficinas; dança; circo; cinema e exposições que tomam conta de São Paulo, transformando a capital num grande e variado palco.

O evento foi inspirado na Nuit Blanche de Paris que acontece todos os anos com atrações que seguem madrugada a dentro. Totalmente gratuito (normalmente, é preciso retirar a senha com antecedência), a Virada Cultural paulista tem o mérito de levar atrações de qualidade a todas as classes sociais e oferecer cultura a pessoas que nunca estiveram em um teatro ou numa sala de concerto. Além disso, este projeto faz parte da revitalização do centro de São Paulo.

Este ano, vai ter show de Gal Costa, Jorge Mautner, Fagner, Daniela Mercury, Sidney Magal, Elza Soares, Lobão, Zeca Baleiro, entre outros. Há também eventos como “A morte da alma de Fernando Pessoa” e as chamadas “Viradas Literárias”.

Clique aqui e veja a programação completa.

Millôr, Kerouac e Thoreau no Fórum da Liberdade

Por Paula Taitelbaum

Foi o encontro de dois personagens: Peninha e Lobão. Também conhecidos como Eduardo Bueno e… Lobão (alguém por acaso lembra de cabeça como é o nome da “fera”?). Pois bem, a dupla esteve reunida ontem, 11 de abril, para participar do debate de abertura do 24º Fórum da Liberdade que lotou o Salão de Eventos da PUC em Porto Alegre. Transmitido ao vivo pela internet, e com participação ativa dos tuiteiros de plantão, o bate-papo tinha como tema “Liberdade individual: a arte de construir a própria história”. Depois da explanação inicial de Lobão, Eduardo Bueno começou seu colóquio lendo um texto: “Eduardo Bueno nasceu. Todo o seu aprendizado, desde a mais remota infância. Só aos 13 anos de idade, partindo de onde estava. E também mais tarde, já homem formado. No jornalismo, especialmente. Sempre, porém, recusou-se, ou como se diz por aí…”. O texto continuava fluindo nessa linha até terminar com uma a plateia fazendo cara de ponto de interrogação. Nessa hora, Eduardo explicou  que o texto tinha sido inspirado em outro, exatamente igual, que Millôr Fernandes escreveu sobre ele mesmo e que está no recém lançado livro A entrevista. “Isso também explica o meu método de trabalho, pediram para Millôr Fernandes uma biografia sucinta e ele apresentou isso. Falando assim praticamente não se entende nada, mas tá tudo ali. E na internet é assim…” falou ele. E continuou: “Não há dúvida que nesse universo extraordinário que a internet nos abriu, o conhecimento está ali, embora exista, na rede, mais lixo eletrônico do que lixo no espaço sideral. Cabe a você fazer a escolha e ver o que dali se aproveita…”

Mais tarde, quando o assunto já era outro, foi a hora de Eduardo citar Jack Kerouac: “Embora, de certa forma, eu tenha fama de moderninho, na verdade, eu sempre tive um descompasso com o próprio tempo. As pessoas falam assim: ‘pô, ele traduziu On the Road… E é verdade, eu traduzi On the Road em 1984, o livro tinha saído em 1959…” e seguiu falando que conheceu a obra de Kerouac em Buenos Aires, país que publicou On the Road também em 1959, numa tradução argentina e não espanhola. “No Brasil, saiu em 1984 e nunca tinha sido publicado. Havia uma tradução lusitana chamada ‘Pela estrada fora’… Mas ao abrir o livro, a primeira frase que li foi ‘Fui-me de boleia ao Orégão em um carro descapotável” disse Eduardo arrancando risos do pessoal (mesmo que a maioria que estava lá provavelmente nunca tenha lido On the Road).

Eduardo – que literalmente estava vestido de literatura –, continuou sua explanação pela estrada das referências até chegar em mais um de seus escritores preferidos: “Eu vim com uma camiseta temática, Walden, de Thoreau, que diz em uma das primeiras frases do livro que ‘O melhor governo é o que menos governa…'” Antes que pudesse continuar, foi interrompido por novos e esfuziantes aplausos. Mas conseguiu finalizar dizendo “E o melhor de todos é o que não governa nunca. Mas precisamos estar preparados para ele” . Fã confesso de Thoreau, Eduardo é o autor da introdução de Walden da Coleção L&PM POCKET.

No final, Eduardo terminou falando um pouco sobre a história do Islã e de como o ocidente é responsável pela série de conflitos da atualidade. Foi nessa hora que pude ouvir várias pessoas dizendo: “Que aula! Qual será o livro dele que eu posso ler pra saber mais sobre isso?”. Infelizmente, Eduardo não tem nenhum livro falando sobre o islamismo. Mas finalizo dizendo que, para os que realmente querem saber mais sobre o assunto, podemos oferecer Islã, da Série Encyclopaedia L&PM.

Lobão e Peninha (Eduardo Bueno) com "Walden"

E o Lobão? No quesito literatura falou apenas sobre sua recém lançada autobiografia. Como não ainda não li, não tenho autoridade para falar sobre o assunto.