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O marinheiro Jack Kerouac

O "mariner" Jack Kerouac aos 20 anos

No início de 1942, Jean-Louis Lebris de Kerouac alistou-se na Marinha Mercante dos EUA. O jovem marinheiro Jack foi parar na cozinha do navio USAT Dorchester e lá, entre uma batata descascada e outra, ele filosofava com o cozinheiro afro-americano “Old Glory” e registrava em seu diário as impressões da vida no mar. Em outubro daquele ano, no entanto, um telegrama enviado pelo treinador Lou Little solicitou que ele retornasse à Universidade de Columbia para participar do campeonato de futebol. Há quem diga, no entanto, que tenha sido por “motivos psiquiátricos” que Jack deixou o navio. Independente do motivo, ele voltou à terra firme para sua sorte (e a de seus fãs), pois apenas quatro meses depois, em 3 de fevereiro de 1943, ao ser atingido por um torpedo alemão, o Dorchester afundou. “Old Glory” foi um dos que morreu. E sabe-se lá o que seria de Jack Kerouac e da literatura beat.

Um quadro que mostra como teria sido a noite em que o Dorchester foi bombardeado

Agora, quase 60 anos depois, a Penguin Classics lança “The sea is my brother: the lost novel” (O mar é meu irmão: o romance perdido). Publicado na íntegra, o manuscrito de 158 páginas, que nunca foi editado enquanto Kerouac estava vivo, conta a história de Wesley Martin, um homem que “amava o mar com um amor estranho e solitário… “The sea is my brother” começou a ser escrito logo após a incursão de Kerouac no Dorchester, a partir do seu diário e das cartas trocadas entre ele e seu amigo poeta Sebastian Sampas. Ou seja: ele é, oficialmente, o primeiro livro escrito por Jack Kerouac.

“On the road” no iPad

A editora Penguin Classics lançou neste fim de semana uma edição ampliada do clássico On the road, de Jack Kerouac, para iPad. Além do texto integral da obra (na versão original, em inglês), o aplicativo traz diversas notas históricas e biográficas, mapas interativos com três rotas possíveis para a road trip de Sal Paradise e Dean Moriarty, links externos com informações sobre os lugares por onde a história passa, além de fotos inéditas, gravações raras em áudio do próprio Kerouac lendo alguns trechos e documentos intactos até então.

Screenshots da versão ampliada de "On the Road"

Screenshots da versão ampliada de "On the Road", da Penguin Classics

E para reafirmar a gradiosidade deste clássico que nunca perde a majestade e nem espaço na lista de desejos dos amantes da literatura de todo o mundo, o aplicativo traz um slideshow com as capas de On the road em diversos países, da Argentina à China – juntando com as imagens deste post, dá pra ter uma visão bem completa do caráter universal da obra mais célebre da literatura beat. O aplicativo está à venda na App Store da Apple por US$ 12,99.

Mas se você ainda não leu On the road, sempre é tempo: a L&PM publica no Brasil a tradução de Eduardo Peninha Bueno em formato pocket.