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Domingo de sol na Paulista

Paula Taitelbaum

Se o sábado foi de calor humano na Bienal, o domingo foi de sol e temperatura amena na avenida Paulista. A via mais famosa de São Paulo é também um dos chãos dos pockets L&PM. Em cada quadra há uma banca de jornal e, em todas elas, os títulos da casa estão em destaque. Passear pela Paulista no domingo, quando o trânsito não é tão caótico, com seus vários espaços culturais, livrarias, parques e com a feirinha de antiguidades que acontece sob o MAM/Museu de Arte Moderna, é um prazer tão grande quanto circular pela Bienal. Ok, estou mentindo: andar por lá é muito melhor… Sem contar que encontrei até uma “Banca Ivan” que não pude deixar de fotografar em homenagem ao meu querido editor Ivan Pinheiro Machado.


Entre as exposições a Paulista oferece está a do Espaço Cultural Citi, totalmente dedicada à personagem principal de Mauricio de Sousa. Com curadoria de Jacob Klintowitz, a mostra chamada Mônica – A criação de um personagem brasileiro não é muito grande, mas chama a atenção por mostrar o tamanho da “baixinha dentuça” no mundo. Há capas de edições feitas em todo o mundo e, o melhor, a Mônica desenhada por nomes como Will Eisner (criador do Spirit), Milo Manara (cujos quadrinhos muito já foram publicados pela L&PM), Hugo Pratt (desenhista de Corto Maltese) e até um singelo desenho que mostra o encontro de Mônica com a gatinha Hello Kitty feita por Yuko Yamaguchi. Se interessar, a exposição fica em cartaz até 24 de setembro.

 Mas a exposição da Paulista imperdível, na minha opinião, é Keith Haring – Select Works. Aberta ao público na Caixa Cultural São Paulo até 5 de setembro, nela é possível ver trabalhos, vídeos e até o tênis surrado desse que foi um dos mais pops artistas plásticos, inventor do grafismo e amigo, entre outros, de Andy Warhol. É nessa exposição, aliás, que podemos ver o trabalho “Apocalypse”, feito em conjunto por Haring e William Burroughs e descrita, por Timothy Leary “Como Dante e Ticiano juntos”. Só que enquanto Haring costumava passar as férias em Ilhéus, na Bahia, Burroughs, décadas antes, havia preferido a Colômbia, dando origem ao livro Cartas do Yage, publicado pela L&PM. Já de Keith Haring, o que a casa oferece por enquanto é uma capa livremente inspirada no trabalho inconfundível desse artista. O livro em questão, preciso confessar, é… de minha autoria. Viu como eu gosto mesmo do cara?