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A mitologia e a vida: Olimpo e Brasília de Cachoeira

A caixa de Pandora é uma das histórias mais célebres da mitologia grega. Ela significa a vingança de Zeus, o deus grego do Olimpo. Prometeu, um dos Titãs, havia desafiado Zeus e ele decide vingar-se enviando uma caixa conduzida pela belíssima Pandora para um dos irmãos titãs. Esta caixa, se aberta, espalharia a maldição dos deuses sobre a humanidade. A partir daí a expressão “Caixa de Pandora” é usada quando, ao revelar-se uma verdade, outras terríveis vêm atrás. A “caixa de Pandora” abriu-se em Brasília com a cassação do senador Demóstenes. Assumiu o seu vice, ex-marido da bela mulher de Cachoeira, o bicheiro que tem a República em suas mãos. Hoje, li nos jornais que está caindo também a máscara do governador de Goiás, aquele que havia se saído muito bem na inquirição da CPI. Já começa a se falar do Senador substituto, outra obra de Cachoeira. E tem a Delta, os outros deputados, etc. etc. Enfim, abriu-se a caixa…

Veja abaixo o “original” do mito “A caixa de Pandora” incluído no livro As grandes histórias da mitologia greco-romana de A. S. Franchini. (Ivan Pinheiro Machado)

A caixa de Pandora

Prometeu, o Titã que roubou o fogo de Zeus para dá-lo aos homens, tinha um irmão chamado Epimeteu. Prometeu não se cansava de alertá-lo de que Zeus poderia voltar a querer se vingar.

– E que tenho eu com as birras de vocês? – disse Epimeteu.
– Idiota! – exclamou Prometeu. – Ele pode querer vingar-se em você, ou na humanidade!

Epimeteu deu de ombros, pois não era à toa que seu nome significava “percepção tardia”.

Enquanto isso, no Olimpo, já estava em marcha uma nova vingança de Zeus. O pai dos deuses mandara Hefestos confeccionar uma mulher biônica para enviar de presente aos irmãos rebeldes. Todos os deuses deram sua contribuição para tornar a criatura irresistível, razão pela qual ela se chamou Pandora, que quer dizer “bem-dotada” em grego. Zeus, na verdade, ficou tão encantado que, não fossem os olhares irados de sua esposa, a teria tomado para si. Depois, deu uma caixa para a jovem, para que ela a levasse de presente a Epimeteu, pois era para o irmão imprevidente que a beldade seria enviada.

Pandora, porém, sentiu-se meio confusa:

– Mas não sou eu o presente? Um presente levando outro?
– Não pense, menina – disse Zeus. – Faça o que eu disser e fará bem.

Zeus proibiu a garota de abrir a caixa com tanta veemência que conseguiu o que queria, que era deixá-la cheia de curiosidade. Ela partiu e, no mesmo dia, chegou à morada de Epimeteu, que delirou com o presente. Depois, ele a instalou no seu quarto, ocasião que ela aproveitou para ir ver o que a caixa continha. Porém, mal a abriu e uma coleção horrenda de criaturas escapou e se espalhou aos guinchos por todo o mundo. Eram elas: a Fome, a Guerra, a Doença, a Morte e um exército tão inumerável de flagelos que Pandora fechou a caixa outra vez, deixando presa no interior apenas a Esperança.

E este foi o último dos males, pois com a Esperança encerrada na caixa se tornaram intoleráveis todos os demais que a cólera de Zeus espalhara sobre a humanidade.