Eduardo Galeano expressou, como nenhum outro escritor latinoamericano, o drama, o lirismo, a magia e o fascínio da América Latina. Dos miseráveis descendentes dos Astecas no México, dos Incas no Peru, aos mineiros do Chile, passando pelos índios bolivianos, os pastores da Terra do Fogo, guerrilheiros da América Central, poetas nicaraguenses, cidadãos portenhos, homens do povo no porto de Montevidéu, nas ruas de Caracas, enfim, onde quer que existam oprimidos, lutadores, inconformados, haverá um silêncio profundo quando a notícia de sua morte varrer os quatro cantos do continente. Engajado, sem ser sectário, escritor que levava às últimas consequências o ofício de escrever, Eduardo Galeano deixou para os seus leitores um patrimônio magnífico. São duas dezenas de livros que encantam e fazem pensar pela generosidade de suas ideias, pelo lirismo de sua prosa e pelo espetacular talento com que concentrou em seus textos curtos os momentos imensos da história da humanidade. Para os que com ele conviveram fica a lembrança do homem amável, cordial, de fala sedutora e pausada, que praticou até a morte o rito da amizade, do amor e da lealdade.
Ivan Pinheiro Machado, editor
A magia de Eduardo Galeano
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