Millôr, Pope e o ano novo sem euforia…

“Ano após ano rouba-nos algo todo o dia,
E acaba por roubar-nos de nós mesmos.”

(Alexander Pope, 1688 – 1744)

No mesmo clima, Millôr Fernandes escreve sobre o ano novo em seu Millôr definitivo – a bíblia do caos:

“Ano novo, pois é. Coisa bem velha. Mesmo assim, o mundo está cheio de pessoas que não têm e querem filhos, de gente que tem filhos demais e quer vendê-los, de intermediários de troca e doação, de policiais que impedem tudo e prendem todos. Há gente de nariz grande procurando plásticos, mulheres de peito demais, peito de menos, pessoas que querem viver mais e mais, enquanto outras – cheias de saco cheio de viver – se atirando do oitavo andar em cima delas. Mas não há de ser nada. No fim o bandido morre. Aliás o mocinho também, toda a platéia, e até a bilheteira mirrada mas bonitinha que, por ser tão jovem, pensa que é eterna.” (Millôr Fernandes, 1922 – 2012)

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