O fax que recebemos de Allen Ginsberg

No dia 27 de janeiro de 1984, um facsimile (o antes popular “fax”, uma espécie de e-mail do tempo das cavernas) adentrou a L&PM trazendo algumas páginas escritas em uma caligrafia apressada. Endereçado para o tradutor Claudio Willer, o fax trazia comentários e apontamentos sobre a tradução de “Howl” (Uivo). Adivinha quem assinava aquelas páginas? Ele mesmo: o próprio Allen Ginsberg.

Guardado em uma caixa de lembranças, o fax foi resgatado de uma gaveta, já meio apagado. Escaneado, trabalhado no photoshop para ganhar mais contraste, ele agora está aqui, para você ler. Basta clicar em cima para ampliar e… fazer força para tentar entender, já que a letra de Ginsberg não é exatamente uma letra de professora primária.

No prefácio de Uivo em formato convencional, Claudio Willer diz que “foi decisiva a correspondência que mantive, na época, com o próprio Ginsberg, mais a nota autobiográfica (Autobiographic Precis) enviada por ele.  A seleção dos poemas e o plano editorial lhe foram apresentados. Ele os aprovou, comentou, deu sugestões e esclareceu dúvidas de interpretação do texto. Depois de publicado Uivo, Kaddish e outros poemas, passou a enviar-me as novas edições de sua obra, com bilhetes para o dear translator friend. Deu notícias até pouco antes do final, da sua morte na madrugada de 5 de abril de 1997.”

A primeira página, endereçada a Claudio Willer

Ginsberg fez comentários sobre a tradução

O poeta beat não tinha propriamente uma letra “fácil”

Repare no P.S. no canto da página

2 ideias sobre “O fax que recebemos de Allen Ginsberg

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