Arquivo mensais:setembro 2014

Snoopy é fashion!

Snoopy e sua irmã Belle estão posando de top models durante a semana de moda de Nova York deste ano. Desde o dia 9 de setembro, na programação da NY Fashion Week, está aberta a exposição “Snoopy and Belle in Fashion presented by MetLife”, no New Museum. A exposição apresenta a dupla de cãezinhos beagles em modelitos assinados por grandes nomes do mundo fashion como Bibhu Mohapatra, Calvin Klein Collection, DKNY, Diane Von Furstenberg e Dries Van Noten.

E essa não é a primeira vez que Snoopy e sua irmã dão uma de Gisele Bündchen. Há exatamente 30 anos atrás, em 1984, foi criada a exposição “Snoopy in Fashion”, onde eles vestiam peças criadas por nome como Jean Paul Gaultier, Gianni Versace e Karls Lagerferd.

“Snoopy and Belle in Fashion presented by MetLife”, é uma prévia dos eventos que virão para celebrar os 65 anos de criação do Snoopy por Charles Schulz que acontece em 2015.

Depois de Nova York, a exposição vai para Tókio, Paris, Moscou e Milão.  Clique aqui para ver o catálogo que marca os 30 anos de Snoopy e Belle na moda.

Snoopy e Belle por

Snoopy e Belle por Oscar de La Renta e Gianni Versace (clique para ampliar)

Jeannie Schulz, esposa de Charles Schulz, esteve na abertura da exposição vestindo Peanuts!

Jeannie Schulz, esposa de Charles Schulz, esteve na abertura da exposição e estava vestida de Snoopy!

Bibhu Mohapatra, um dos estilistas que participam da exposição

Bibhu Mohapatra, um dos estilistas que participam da exposição

Peça baseada em livro de Sérgio Capparelli ganha prêmio em São Paulo

Vovô Fugiu de Casa é uma história de amizade, solidariedade, compreensão e carinho. Neste livro, Sérgio Capparelli mescla sonho e realidade em uma narrativa cheia de aventura, que acontece quando um garoto e seu avô resolvem embarcar em uma fuga delirante quando a família decide internar o avô em um asilo.

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O livro foi adaptado para o teatro pela Cia. Dom Caixote, de São Paulo e recebeu no último dia 10 de setembro o Troféu Arlequim por ter sido considerada a melhor peça de teatro infantil do V Festival de Teatro Cidade de São Paulo de 2014. Além do Troféu, a peça recebeu também prêmios por melhor produção, melhor ator, melhor espetáculo, melhor direção, melhor cenografia e melhor figurino.

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Sérgio Capparelli e a equipe da peça premiada

A peça “Vovô Fugiu de Casa” começa nova temporada em São Paulo no dia 20 de setembro no Teatro União Cultura (Rua Mário Amaral, 209, Paraíso. Telefone: 2148-2904) e fica em cartaz até 19 de outubro com apresentações aos sábados e domingos.

Valentina é puro design

Ela saltou das páginas dos quadrinhos para os móveis das casas descoladas. A sensual Valentina – personagem de Guido Crepax – foi a inspiração para os designers italianos Folco Orlandini e Andrea Radice criarem uma linha com biombo, estante, mesinha de canto e armário para bar. No Brasil, as peças são encontradas com exclusividade no catálogo da Schuster Móveis & Design.

Biombo Valentina

Estante Valentina

mesinha Valentina

Armario Valentina aberto

A L&PM acaba de lançar Valentina – Biografia de uma personagem com quatro histórias da sensual criatura do criador Crepax.

Auto-ajuda no estilo Bukowski (se é que isso é possível)

Que tal alguns conselhos de Charles Bukowski, esse escritor que sempre compartilhou seus pontos de vista e opiniões sem filtro. Em seus textos, o velho Buk forneceu uma gama abundante de dicas de como passar seus dias. O Beat Museum (Museu dedicado aos beats) compilou algumas de suas citações e, a partir delas, organizou dez conselhos valiosos para quem quer levar uma “kick-ass life” (uma vida fodida). Aí vai:

1. NÃO SE ACOMODE

“Eu quero o mundo inteiro ou nada.”

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2. AME A SI MESMO

“Nunca me senti só. Gosto de estar comigo mesmo. Sou a melhor forma de entretenimento que eu posso encontrar.”

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3. ÀS VEZES, ENLOUQUEÇA

Essas pessoas que nunca enlouquecem devem levar uma vida, verdadeiramente, horrível.”

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4. NÃO TENHA MEDO DA DOR

“Você tem que morrer algumas vezes antes de realmente viver.”

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5. SEJA AUTÊNTICO

“É melhor fazer uma coisa maçante com estilo do que algo perigoso sem estilo.”

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6. LEMBRE-SE DE QUE VOCÊ É MAIS FORTE DO QUE PENSA

As vezes você levanta da cama de manhã e pensa, eu não vou conseguir, mas então você ri por dentro lembrando todas as vezes que já sentiu isso.”

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7. NÃO TENHA MEDO DA MORTE

Levo a morte em meu bolso esquerdo. Às vezes, tiro-a do bolso, e falo com ela: ’oi gata, como vai? Quando virá me buscar? Vou estar pronto’.”

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8. NÃO DESISTA OU NEM COMECE

“Se você vai tentar, vá até o fim, caso contrário, nem comece.”

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9. NÃO ESPERE SER TARDE DEMAIS

Existem coisas piores que estar sozinho, mas geralmente leva décadas para entender isso e quase sempre quando você entende é tarde demais. E não há nada pior que tarde demais.”

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10. NÃO LEVE A VIDA TÃO A SÉRIO

“Às vezes você só precisa mijar na pia.”

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Quer mais conselhos? No recém lançado Miscelânea Septuagenária tem mais um monte de dicas.

Tolstói em diferentes tempos

Aristocrata russo, filho do conde Nicolau Ilich Tolstói e da princesa Maria Nikolayevna Volkonski, Leon Tolstói nasceu em 9 de setembro de 1828 e teve uma infância carente e complicada. Sua mãe morreu quando ele tinha dois anos e seu pai foi vítima fatal de uma apoplexia antes do pequeno Leon completar dez anos. Ele e os três irmãos foram criados por parentes próximos na província de Kazan. Já adulto e incentivado por seu irmão, o tenente Nicolai Tolstói, Leon alistou-se no exército e participou da guerra da Turquia e da guerra da Criméia, onde conheceu profundamente a vida militar, os horrores e os heroísmos de uma guerra. Quando finalmente desligou-se do exército, já com 30 anos, ele conheceu a bela e moscovita Sofia, com quem se casou e teve 13 filhos. Foi neste período que ele escreveu suas obras mais conhecidas: Guerra e paz e Anna Karenina.

Anarquista convicto, Tolstói era admirado pelo filósofo Joseph Proudhon, cujas ideias coincidiam com a filosofia que ele difundia entre seus empregados e vizinhos. Seus escritos foram aplaudidos também por seus contemporâneos russos Fiódor Dostoiévski, Ivan Turguêniev e Anton Tchékhov e festejados por Gustave Flaubert, que comparou-o a William Shakespeare.

No final de sua vida, trocou intensa correspondência com Mahatma Ghandi, cuja teoria de resistência não-violenta tinha muito em comum com suas teses, inclusive as que ficaram imortalizadas no tratado pacifista Guerra e paz, uma das maiores obras da literatura mundial – não só em volume de páginas mas também em excelência literária.

Abaixo, o grande escritor em diferentes tempos e imagens. Acompanhe a barba de Tolstói crescendo até chegar no Doodle publicado no dia de seu aniversário de 2014:

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Conheça os livros de Tolstói publicados pela L&PM Editores:

Slim Gaillard, mais do que um personagem de Kerouac

Em seu blog, Claudio Willer escreveu um post onde centrava suas atenções sobre Slim Gaillard, músico que ocupa algumas páginas de On the Road, de Jack Kerouac (219 a 221 na edição da L&PM). No recentemente lançado Os rebeldes: Geração Beat e anarquismo místico, de sua autoria, Willer também dedica alguns parágrafos para o jazzista. E conta que, quando preparou o livro, não achou quase nada sobre Gaillard no meio digital. “Mas, nesse manancial infinito, aparecem agora bons registros; inclusive um documentário extenso da BBC, descoberto pelo músico Pita Araujo, que colaborou em dois dos meus cursos sobre Geração Beat.” escreve ele.  A seguir, dois vídeos com Gaillard.

Um trecho dos comentários de Os rebeldes, incluindo citação de Kerouac.

Um dos trechos exaltados da louvação a jazzistas em On the Road é sobre um dos mais originais dentre aqueles músicos. É quando Kerouac e Cassady se encontram com Slim Gaillard, o excêntrico guitarrista negro que, ao falar, se expressa através de glossolalias, fonemas não-semantizados. Cassady o proclama “Deus”; Kerouac o retrata como iluminado, xamã: “Slim Gaillard é um negro alto e magro com grandes olhos melancólicos que tá sempre dizendo “Legal-oruni” e “que tal um bourbon-oruni?” […] E então [depois de interpretar seu jazz] ele se levanta lentamente, pega o microfone e diz, com muita calma: “Grande-oruni…. belo-ovauti… olá-oruni…. bourbon-oruni… tudo-oruni…. como estão os garotos da primeira fila, fazendo a cabeça com suas garotas-oruni…. oruni…. vauti…. orunirumi….” (Kerouac 2004, pgs. 219-221)

Ele ainda “grita coisas malucas em espanhol, em árabe, em dialetos peruanos e egípcios, e em cada língua que conhece, e ele conhece inúmeras línguas”. Sim, “inúmeras línguas” – mais a língua pessoal, equivalente ao “falar em línguas” pentecostal: às glossolalias, os fonemas não-semantizados dos rituais em doutrinas iniciáticas. Conforme a antropóloga Felicitas Goodman, há padrões em comum nessas manifestações em contextos tão distintos: cultos pentecostais, tribais e outras práticas religiosas nas quais ocorrem transes ou possessões (Goodman, em Eliade 1985, vol. VI, pgs. 563-566). Correspondem à “outra língua” aprendida pelos xamãs em seu trajeto iniciático, segundo Eliade.

Octavio Paz mostrou que a mesma manifestação reaparecia em poetas modernos: Huidobro, Khlébnikov, Artaud, Schwitters. Interpretou-a como tentativa de recuperar a linguagem adâmica ou divina; aquela do tempo que precedeu a Queda (Paz 1991, no ensaio “Leitura e contemplação”). A fala sagrada, mágica, é não-significativa, puramente sonora, como também expõe Gershom Scholem:”O fato de que a atuação da palavra vai muito além de todo “entendimento” é algo que não precisa apoiar-se na especulação religiosa, pois tal é a experiência do poeta, do místico e de todo falante que se delicia com o elemento sensível da palavra.” (Scholem 1999, p. 15)

Slim Gaillard foi, sem dúvida, um personagem sob medida para corresponder à preferência de Kerouac por excêntricos e marginais. Mestiço, teria nascido em Cuba, filho de uma afro-cubana e de um grego. Segundo outra versão, era norte-americano, de Detroit; levou uma vida errante, morou na África e de fato sabia oito línguas, além de haver criado um dicionário para seu vocabulário particular. Como músico, foi ao mesmo tempo um intérprete típico de blues, da mesma estirpe do exuberante Cab Calloway, e um precursor e improvisador. Seu “Tutti Frutti”, dos anos de 1930, antecipou, de modo evidente, o rock que se imporia duas décadas mais tarde. E seu ecletismo o aproxima das modernas correntes ‘fusion’. Por haver misturado repertórios e ter sido provocador e performático (chegou a apresentar-se tocando piano com as palmas para cima e guitarra com a mão esquerda, um comportamento ofensivo para profissionais), foi um marginal até no mundo jazzístico, embora se houvesse apresentado com Parker, Gillespie e outros expoentes.
O trecho sobre Gaillard, em especial, e os relatos de encontros com vagabundos, em geral, permitem uma interpretação da devoção de Kerouac por tais personagens, tanto à luz do misticismo, quanto literária: eles falam. São oraculares, sibilinos: a frase cifrada, enigmática, é, assim como na Antiguidade, uma profecia. Representam a língua falada em sua expressão mais genuína. A intenção de Kerouac – realizada especialmente em Visões de Cody, com suas páginas de transcrição de fita gravada – era trazer tais sons para a escrita.

Valentina repaginada e anotada

Valentina Rosselli é a mulher mais sexy do mundo dos quadrinhos. Criada pelo italiano Guido Crepax (1933 – 2003), ela trabalha como fotógrafa e transita entre o mundo real e o onírico, explorando as mais diversas e picantes fantasias sexuais. Bissexual, mas apaixonada por Phil Rembrandt (de quem fica grávida na história “O bebê de Valentina”), a personagem volta agora repaginada em um livro que traz notas super interessantes, escritas por Luisa e Antonio Crepax – esposa e filho do autor.

Em Valentina – Biografia de uma personagem são reveladas as origens de Valentina, da infância ao nascimento de seu filho, em quatro histórias (três delas inéditas) que misturam sonhos, realidade e erotismo: “Intrépida Valentina”, “Intrépida Valentina de papel”, “A curva de Lesmo” e “O bebê de Valentina”.

Valentina-Biografia-de-uma-Personagem

A capa da nova Valentina

As notas revelam os bastidores de cada história. Entre as notas de “A curva de Lesmo”, por exemplo, há uma que revela que Guido Crepax adorava colocar os amigos em seus quadrinhos. Abaixo, uma nota escrita por Luisa Crepax e o respectivo quadro a que ela se refere.

Noitada mundana na casa de Franco De Pas (na verdade, trata-se de Franco Crepax, irmão de Guido). Nessas ocasiões, Guido gostava de mesclar seus personagens e pessoas reais do seu cotidiano: no alto à esquerda, sentados no sofá, ao meu lado (com alguns discos de música clássica), a jornalista Natalia Aspesi e Phil Rembrandt. Perto de Natalia, de pé, o arquiteto Gio Vercelloni; no sofá, à direita, a dona da casa, Luciana Crepax (mulher de Franco), o editor Enzo Belli Nicoletti e Franco Crepax, sentado em uma espreguiçadeira Thonet. Embaixo, o arquiteto Franco Mazzuchelli conversando com a jornalista Isa Vercelloni, que parece interessada num exemplar do Espresso. Ainda mais abaixo, Valentina, de costas, que se entretém com o arquiteto Guido Canella.

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O dia que o Império Romano chegou ao fim

4 de setembro de 476 d.C. é o data que marca, oficialmente, o fim do Império Romano e o Início da Idade Média. No recém lançado Roma Antiga – De Rômulo a Justiniano, o historiador e professor norteamericano Thomas R. Martin oferece dez capítulos fartamente ilustrados que perpassam os três períodos da cronologia tradicional romana: Monarquia, República e Império. E mais do que um simples relato dos eventos transcorridos, Martin apresenta uma saga que abre uma janela única para as diversas facetas da história de Roma e a extensa e duradoura influência dessa civilização.

Leia um trecho do livro que conta o que aconteceu logo após aquele 4 de setembro:

Roma_AntigaEm 476 d.C., após uma disputa a respeito de pagamento, o comandante germânico Odoacro depôs Rômulo Augusto, mas, apiedando-se de sua juventude, deu a ele uma pensão para viver em exílio próximo a Nápoles. Odoacro nomeou a si mesmo rei independente, encerrando formalmente o período de cinco séculos de imperadores de etnia romana no Império Ocidental. Portanto, ocorrera, por fim, a “queda” do Império Romano (Ocidental) no sentido político. Apesar disso, Odoacro cultivou o ainda existente Senado de Roma e os cônsules para demonstrar amor pela tradição e esperança pelo prestígio. No mesmo espírito, enviou uma embaixada a Constantinopla para reconhecer o respeito ao imperador oriental e a disposição em cooperar. Suspeitando do embuste, o imperador oriental contratou Teodorico, o Grande, rei dos ostrogodos, para suprimir Odoacro. Depois de assassinar o usurpador, Teodorico traiu seu empregador criando o próprio reino germânico na Itália e dirigindo o regime ostrogodo a partir da agora tradicional capital ocidental em Ravena até a morte em 536 d.C.

 

O parceiro de Bukowski

MEU PARCEIRO

sentado sob esta
luz
olhando para o
Buda.

o Buda
ri
de mim
e de
todas as coisas:

chegamos
tão longe
e fomos
a lugar nenhum.

vivemos
muito
e
tão pouco
afinal.

o Buda
está rindo.

o Buda é
esta estátua de
porcelana
diante
de mim
nesta noite.

enquanto os poemas
não
chegam.

(De Miscelânea septuagenária, livro recém lançado de Bukowski que traz contos e poemas inéditos)

Miscelanea_Septuagenaria

Martha Medeiros no Programa Roda Viva

Na segunda-feira, 01 de setembro, Martha Medeiros foi a entrevistada do Programa Roda Viva. Nesta edição, além do âncora Augusto Nunes, participaram da bancada Marina Caruso, diretora de redação da revista Marie Claire; Fernanda Pompeu, webcronista do Yahoo! Brasil e do blog Nota de Rodapé; Ivan Martins, editor-executivo e colunista da revista Época; Marcelino Freire, escritor e Mariana Kalil, editora da revista Donna, do jornal Zero Hora.

Durante uma hora e meia, Martha Medeiros respondeu às perguntas e falou sobre seus 20 anos de carreira como cronista. Se você perdeu, pode assistir aqui:

A L&PM Editores acaba de lançar três livros de Martha Medeiros: Paixão crônica, Felicidade crônica e Liberdade crônica.