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Capas com amor para o Dia dos Namorados

Uma dupla de designers resolveu aproveitar o Dia dos Namorados para demonstrar seu amor pela literatura! O resultado foram 14 capas de livros sobre o amor, sempre usando corações, olha só:

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“100 anos de solidão” de Gabriel Garcia Marquez

 

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“Lolita” de Nabokov

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“O jogador” de Dostoiévski

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“Em busca do tempo perdido” de Marcel Proust

As outras 10 capas da coleção estão lá no blog deles 🙂

Autor de hoje: Fiódor Dostoiévski

Moscou, Rússia, 1821 – † São Petersburgo, Rússia, 1881

Engenheiro e militar, dedicou-se à literatura, levando uma vida boêmia e desregrada. Ainda em vida, foi considerado um os escritores mais populares da Rússia. Simpático às idéias democráticas, combateu o regime autoritário do tsar, ligando-se a grupos anarquistas. Acusado de subversão, preso e condenado à morte, sua pena foi comutada pela de exílio na Sibéria. Em 1859, fixou residência em São Petersburgo, transformando suas duras experiências nos romances Humilhados e ofendidos (1861) e Memórias da casa dos mortos. Trabalhou como jornalista e teve uma vida tumultuada, fugindo para a França ao ser pressionado por credores de dívidas de jogo. Retornou à Rússia, onde escreveu seus melhores romances, dentre os quais Crime e castigo, O idiota e Os irmãos Karamazóv. Antecipando-se à moderna psicologia, explorou em sua obra os motivos ocultos e chegou a compreender, de modo intuitivo, o funcionamento do inconsciente, o sofrimento psíquico, os sonhos e as perturbações causados pelo desequilíbrio mental.

OBRAS PRINCIPAIS: Memórias da casa dos mortos, 1861-1862; Notas do subsolo, 1864; Crime e castigo, 1866; O jogador, 1867; O idiota, 1868; Os irmãos Karamazóv, 1880

FIÓDOR DOSTOIÉVSKI por Fernando Mantelli

Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski nasceu em 1821 em Moscou. Estreia na literatura em 1846 com Gente pobre, novela narrada através de cartas, em que já aparecem suas personagens correntes, os humilhados e ofendidos. Em O sósia (1846), Dostoievski antecipa questões da psicanálise, trata da duplicação das almas, dos seus temas favoritos. Seguem-se os contos longos “O senhor Prokhartchin” e “A senhorita”, ambos de 1847. Em abril desse ano, sua carreira é interrompida: Dostoiévski é preso por motivos políticos e acaba sendo condenado à morte. Em dezembro de 1849, é levado ao pelotão de fuzilamento: lida a sentença, beijam a cruz, preparam trajes para a morte, prendem três homens aos postes, chamavam de três em três, Dostoievski na segunda fila; então interrompem a execução, anunciando a substituição da pena de morte por quatro anos de trabalhos forçados. Na Sibéria, Dostoiévski tem seu primeiro contato com criminosos, tema que nunca deixou de fasciná-lo. Lá nascem as Memórias da casa dos mortos, o primeiro dos seus chamados grandes romances. Livre, volta a São Petersburgo em 1859, publica O sonho do titio e A aldeia Stiepántchikovo e seus moradores. Em 1861, Humilhados e ofendidos e, em 1862, as Memórias. Em 1864, é a vez de Notas do subsolo, em que suas principais discussões filosóficas aparecem: alguém impôs um limite, cabe ao homem parar diante desse limite e se igualar ao resto ou ultrapassá-lo, ainda que à custa de sacrifícios.

A partir de Crime e castigo, inicia a etapa dos grandes romances: O idiota, Os demônios (1872), O adolescente (1875) e Os irmãos Karamazóv. É nesses cinco livros que o universo dostoiévskiano se revela em toda a sua forma. Sua multiplicidade de personagens, um diferente do outro, cada qual falando com a própria voz, aprofundando a noção do humano. E esta é, quem sabe, a maior qualidade de Dostoiévski: o modo como descreve as emoções humanas. Se em suas páginas abundam diálogos metafísicos e religiosos, conceitos políticos, filosóficos e éticos, tudo, porém, vai ao encontro da psicologia de seus personagens, animando-os. São pessoas que, além de pensar, expressam seus sentimentos. Cada personagem traz, dentro de si, seu oposto e vive a interrogar-se sobre o seu verdadeiro caráter. Tudo nelas é em dobro, unindo-se o bem e o mal, o amor e o ódio. Dostoiévski não se satisfaz em colocar de um lado os bons e do outro os maus.

A obra de Dostoiévski retrata a realidade? Importa que parece real, crível. Ele não recria nossa realidade, cria uma nova, completa, que parece real porque não tem contradições internas. Uma realidade intensa, de emoções intensas. Emoções semelhantes às quais ele próprio enfrentou em vida – no simulacro de execução, nas crises de epilepsia, no vício da roleta, na morte do filho. Dostoiévski não tem medo das emoções.

Guia de Leitura – 100 autores que você precisa ler é um livro organizado por Léa Masina que faz parte da Coleção L&PM POCKET. Todo domingo,você conhecerá um desses 100 autores. Para melhor configurar a proposta de apresentar uma leitura nova de textos clássicos, Léa convidou intelectuais para escreverem uma lauda sobre cada um dos autores.