Pasmem: no Rio Grande se faz educação sem livro

Por Ivan Pinheiro Machado

O Governo do Estado do Rio Grande do Sul faz mágica. E a mais fabulosa delas é fazer educação sem livros. Há 14 anos as bibliotecas públicas e bibliotecas de escolas públicas não recebem UM LIVRO SEQUER para os seus acervos. Isto significa que não existem mais bibliotecas em escolas, e as bibliotecas públicas que sobrevivem estão totalmente sucateadas, em estado terminal, morrendo de inanição. A esmagadora maioria dos estados possuem programas específicos, efetivos e eficientes de estímulo à leitura, fornecendo à toda rede pública o chamado livro para-didático, que complementa a formação do aluno – pois nem só de livros de matemática, ciências e português é feita a formação de um jovem. É preciso ler também Érico Veríssimo, Cervantes, Jorge Amado, Quintana, Shakespeare, Faraco, Assis Brasil, Rubem Fonseca, Ariano Suassuna, Dalton Trevisan, Millor, Machado de Assis, José de Alencar, Scliar para entender o mundo e as suas relações culturais.

Mas o Rio Grande não pensa assim. O governo Britto criou em 1996, no primeiro ano de seu governo a “Biblioteca do Rio Grande” e todas as escolas públicas receberam um acervo de 40 livros com uma seleção dos mais representativos autores gaúchos. Era para começar uma biblioteca (já não havia bibliotecas nas escolas) que supostamente seria ampliada gradualmente pelo Estado. Mas ficou por aí. De lá para cá, NENHUM LIVRO foi comprado pelo Estado.

Em tempo: os livros didáticos que chegam às escolas gaúchas são provenientes de programas do Governo Federal. A chamada “leitura complementar” e os “programas de estímulo à leitura” ficam a cargo do Governo do Estado.

Como exemplo de que é possível ter uma política cultural, leia aqui como São Paulo tem trabalhado.

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