Um fantasma no quadro de Picasso

Cientistas e especialistas em arte acabam de descobrir a imagem de um homem sob a pintura “Blue room” (Quarto azul), de Pablo Picasso. A tela, que faz parte do chamado “Período Azul” começou a ser feito em 1901 quando Picasso tinha apenas 19 anos.

“Blue room” vem sendo estudado desde 2008 e, agora, graças a raios infravermelhos e alta tecnologia, foi revelado que, embaixo da mulher que toma banho em um quarto azul, há um homem com um laço no pescoço, rosto apoiado em uma das mãos e três anéis nos dedos.

"Blue Room", pintado por Picasso em 1901

“Blue Room”, pintado por Picasso em 1901

Especialistas desconfiavam que havia algo sob o quarto azul.

Especialistas desconfiavam que havia algo sob o quarto azul.

O misterioso homem.

O misterioso homem.

Os peritos agora querem saber quem é o homem que ficou escondido por mais de um século sob a tinta azul.

Será Carles Casagemas, o grande amigo de Picasso que suicidou-se em fevereiro de 1901? Leia um trecho da biografia Picasso, de Gilles Plazy, da Coleção L&PM Pocket:

Uma notícia, brutal, dramática, que lhe chega da boemia da qual se distanciou, o transtorna: Carles Casagemas, que ele deixou há pouco mais de um mês no porto de Málaga, acaba de se matar, em 17 de fevereiro de 1901, e de uma maneira particularmente espetacular. (…) Longe da leveza das saias arregaçadas nas cenas de café-concerto, cumpre-lhe fazer em pintura o luto de Casagemas. Morto o pintor, ele o imagina várias vezes em diversos quadros, um dos quais à maneira de Van Gogh, outro suicidado, e no qual a imensa chama de uma vela explode em raios traçados em largas pinceladas. (…) Picasso, marcado pela morte de Casagemas e encorajado por Max Jacobs, interioriza-se, busca dentro de si mesmo imagens, compraz-se em dar livre curso à fantasia, o simbolismo, à melancolia também. (…) Nos quadros domina o azul, que é a cor simbólica, tradicional, da melancolia e que os artistas fin-de-siècle dos anos precedentes cultivam de bom grado. “Foi pensando que Casagemas estava morto que passei a pintar em azul”, dirá mais tarde Picasso a seu amigo Pierre Daix.

 

 

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