Michelangelo se prepara para desaparecer

Michelangelo Buonaroti morreu em 18 de fevereiro de 1564, aos 89 anos, deixando para sempre sua marca na história da arte. No epílogo do livro Falem de batalhas, de reis e de elefantes, o escritor Mathias Énard resume a história de vida do artista em poucas palavras:

“em fevereiro de 1564, é a vez de Michelangelo, que se prepara para desaparecer.

Dezessete grandes estátuas de mármore, centenas de metros quadrados de afrescos, uma capela, uma igreja, uma biblioteca, o domo do mais célebre templo do mundo católico, vários palácios, uma praça em Roma, fortificações em Florença, trezentos poemas, sonetos e madrigais, outros tantos desenhos e estudos, um nome associado para sempre à Arte, à Beleza e ao Gênio: eis aí, entre outras coisas, aquilo que Michelangelo se prepara para deixar para trás de si, alguns dias antes de completar oitenta e nove anos, sessenta anos depois de sua viagem a Constantinopla. Morre rico, com um sonho realizado: devolveu à sua família a glória e as possessões passadas. Tem a esperança de ver Deus, e o verá decerto, pois crê nisso.”

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“A criação de Adão”, de Michelangelo, na Capela Sistina em Roma

 

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