O adeus a Beethoven

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Em 26 de março de 1827, às 17h45, morria o genial Ludwig van Beethoven. Dono de uma personalidade forte e melancólica, filho de um músico alcoólatra e de uma mãe tuberculosa, cercado de irmãos ineptos, Beethoven escapou do papel de menino prodígio que o pai tentou impor-lhe na esteira de Mozart e brilhou com luz própria. Por meio de melodias surpreendentes e perturbadoras, ofereceu à humanidade ideais de liberdade. E mesmo que a surdez tenha lhe tirado dos palcos, ela não foi capaz de impedir que ele continuasse compondo. Depois de Beethoven, a história da música nunca mais foi a mesma.

Por volta das quatro da tarde, o céu escureceu e caiu uma tempestade, “uma tempestade formidável, acompanhada de granizo e de neve”, escreveu Gerhard von Breuning. Beethoven ergue a mão, cerra o punho como se quisesse desafiar o céu, conta Hüttenbrenner, enfeitando talvez a cena. E acrescenta: “Quando a mão caiu sobre o leito, os olhos estavam semi-fechados. Com a mão direita ergui sua cabeça, apoiando a esquerda sobre seu peito. Nenhum sopro saía mais dos seus lábios, o coração havia parado de bater. Fechei seus olhos, sobre os quais depus um beijo, assim como na testa, na boca, nas mãos”. (Trecho de Beethoven, de Bernard Fauconnier, Série Biografias L&PM).

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