A mais dolorosa história de amor

Por Paula Taitelbaum

Mesmo que de brincadeira, o “fim do mundo” é assunto cada vez mais recorrente nos últimos dias, à medida que o 21 de dezembro de 2012, data que os Maias previram como fatídica para a Terra, está se aproximando feito cometa desgovernado. Mas alguém já parou para pensar que às vezes a humanidade não precisa estar correndo risco de uma suposta extinção para termos a certeza de que o mundo acabou? Vai dizer: sofrer de amor não é o próprio fim do mundo?

E você há de concordar que isso acontece principalmente naquela idade que fica entre a infância e a fase adulta… Época em que sofrer por amor é a certeza de que o mundo acabou e que não existe mais ninguém no universo. Só você e a falta daquela outra pessoa.

Tudo isso pra falar sobre Romeu e Julieta, o clássico dos clássicos de Shakespeare, a história de amor mais conhecida, encenada, filmada, pintada, dançada e cantada que a literatura já produziu. Uma história que além de ser assistida (e degustada na sobremesa) também merece ser lida. Afinal, nada é como o texto original.

Claro, ler Shakespeare em inglês seria o ideal, mas se você – assim como eu – não tem essa capacidade, sugiro a ótima tradução que Beatriz Viégas-Faria fez para a L&PM. “Tu, goela detestável, tu, barriga da morte, empanturrada com o mais precioso quitute da terra, assim eu forço tua mandíbula podre a se abrir e, para te deixar afrontada, venho te abarrotar com mais comida!” diz Romeu nas palavras escolhidas por Beatriz.  

Romeu e Julieta é a descoberta do primeiro amor. Um amor entre os herdeiros de famílias inimigas. Um amor proibido que por isso torna-se ainda mais intenso. Um amor que é a própria razão da existência. E pensar que os adolescentes já eram assim lá no tempo de Shakespeare…

Se o mundo não acabar na sexta-feira, sugiro que você leia (ou releia) esse grande livro. Mas prepare-se. Como diz o príncipe no final da peça, “Jamais houve história mais dolorosa que esta de Julieta e seu Romeu.”

* Toda semana, a Série “Relembrando um grande livro” traz um texto assinado em que grandes livros são (re)lembrados. Livros imperdíveis e inesquecíveis.

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